2013/10/28

CASA PIA, A DENÚNCIA DO PRIOR QUE FOI SILENCIADA

Uma denúncia publicada com ONZE anos de atraso...

Crianças da Casa Pia abusadas com a conivência de todos; uma história velha de muitas décadas (de cuja eu ouvi relatos na primeira pessoa). O "antigo regime" e o "novo regime" igualmente nas mãos de pedófilos e doutros predadores. O Processo Casa Pia está cheio de "episódios" que evidenciam isso mesmo.. e até coisas bem piores...

Enquanto nas mãos de pedófilos era assim como "reza" esta história aqui em baixo.

Nas mãos doutros predadores ainda mais malditos, tem como resultado inevitável a escabrosa realidade actual, em cuja o Processo Casa Pia teve um papel decisivo...




Segue-se o artigo de Carlos Tomás

Um antigo capelão da Casa Pia na década de 60 relatou que foi demitido da instituição por ter denunciado um americano envolvido num caso de pedofilia com rapazes do colégio de Pina Manique. 




A queixa chegou à sub-secretária de Estado da Assistência Social, Teresa Lobo, mas acabaria por ser arquivada “por influências políticas”, revelou o padre António Emílio Figueiredo, em 2002
O prior nunca esqueceu sobretudo o drama vivido na Casa Pia com o americano, conhecido por “Ken Rogers”.
As denúncias que lhe foram feitas pelos perceptores (educadores que tomavam conta dos alunos) relatavam que o americano “levava os miúdos para um hotel e dormia com eles. Dava-lhes banho, dava-lhes prendas, beijava-os, fazia o que queria e o que lhe apetecia”.
O “amigo americano”, como as crianças o chamavam, ia ao colégio, mas nunca falou com o capelão. 
“Vi lá o senhor mas ele nunca foi ao pé de mim. Via as prendas que ele dava aos miúdos, como relógios, e achava estranho”, lembrou, quando foi entrevistado, há já 11 anos, pelo jornalista Francisco Gomes, do jornal digital Oeste On-Line.

“Entrei em 1963 e fui capelão da Casa Pia durante oito anos. Fui demitido porque levei o caso ao Tribunal de Menores. Encarreguei os perceptores de fazerem fitas gravadas com os depoimentos dos alunos. Tentaram falar ao chefe de disciplina que os orientava, mas este disse-lhes para se calarem, que aquilo era muito sério e muito grave, e que seriam todos demitidos. Eles vieram dizer-me e eu tomei conta do caso. Só lhes pedi para me arranjarem os dados e eles fizeram inquéritos aos miúdos e gravaram fitas. Não falei com os rapazes”, contou ao jornalista daquela publicação da Internet.

O antigo capelão sublinhou, nas declarações que fez naquela altura, que entregou as gravações à Directora-Geral de Assistência, que as fez chegar à sub-secretária de Estado da Assistência. “Não foram à mão de ninguém na provedoria da Casa Pia, se fossem tinham desaparecido. Não sou parvo. Queriam abafar tudo. Não falei nada com eles. Fui logo directo à sub-secretária de Estado, que me mandou chamar”.

“A senhora doutora Teresa Lobo instaurou um processo no Tribunal de Menores. Como o processo depois foi arquivado, o provedor da Casa Pia, José Francisco Rodrigues, que ficou livre da acusação que lhe faziam de ele colaborar com o pedófilo, mandou-me embora. Foram influências políticas, foi a política que se meteu no assunto e fizeram arquivar o processo”, manifestou.

No Tribunal disse ter sido arquivada uma carta enviada por um aluno que foi viver para a América com o alegado pedófilo. “Ele escrevia para um colega, para o amigo ir para lá e um perceptor apanhou essa carta e mostrou-me. Tinha lá uma palavra riscada, que dava a entender que o rapaz era vítima de pedofilia. Uma porcaria qualquer, que não me lembro”, indicou, salientando que “eu bati-me com a direcção da secção e conseguimos que o miúdo não fosse. Acho que não foi, porque fui-me embora e não sei o que se passou a seguir”.

Nos anos 60 outro funcionário da Casa Pia tinha sido suspeito de práticas pedófilas. O antigo capelão recordou que o indivíduo, de nome Horácio Lopes, “era muito amaneirado e desconfiávamos que ele abusava dos miúdos”.
“Conseguimos, não sei como, transferi-lo para o Hospital de São José, como servente, para não estar em contacto com as crianças. Não fui eu que resolvi o assunto mas tive influência nisso”, apontou, indicando que “não sei o que ele fazia, sei que era uma pessoa suspeita de se entreter com os miúdos”.










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