2006/02/02

Israel, A Palestina E O Terrorismo.

Este excelente texto, do Luís do AspirinaB, é um bom repositório da verdade histórica em relação ao conflito no Médio Oriente.
Com a eleição do Hammas, na Palestina, este tema tem sido muito debatido, recentemente, mas ainda não tinha vindo a este blog.
O que penso e sinto sobre o assunto percebe-se bem nesta leitura.
Só acrescentar um “pequeno detalhe” quanto às pressões, indignas e infames, sobre o povo palestiniano, por ter elegido o Hammas… quando, afinal de contas, entre os “pressionadores” existem também os que “nem eleitos foram”, só conseguindo aceder ao poder através de fraude. Em qualquer caso nenhum dos “pressionadores” pode invocar que representa a maioria da respectiva população, porque nenhum foi votado por maioria, apenas detendo o poder devido à vigarice eleitoral que grassa nos países ocidentais.
Esta pressão e castigo, pelo facto de um povo ter manifestado a sua vontade, em eleições livres, é apenas mais uma manifestação da infâmia de quem pensa poder ser dono do Mundo e da “vontade” de todos os povos… mesmo sem ter sido eleito, sequer para governar o seu País...

“A frase do Luciano Amaral que o Nuno ali em baixo reproduziu tem uma continuação reveladora: "Desde 16 de Maio de 1948, o dia seguinte à independência de Israel, que esses países e organizações a recusaram, atacando militarmente o novo Estado."
Quem não tenha grande noção deste processo até pode ficar convencido de que ali surgiu um "novo Estado" em paz, com a serenidade de uma rosa a desabrochar no deserto. Os maus dos árabes é que teriam logo tratado de tentar esmagar a linda e inofensiva flor.
A verdade é mais complexa e menos rosada. Anos antes, Joseph Weitz, director do Jewish Agency's Colonization Department já preconizara no seu diário o curso a tomar: "não há espaço para ambos os povos nesta terra. (...) A única solução é uma Terra de Israel, pelo menos uma terra ocidental de Israel, sem árabes. (...) Não há outro meio senão retirarmos os árabes daqui para os estados vizinhos; transferi-los a todos — talvez exceptuando Belém, Nazaré e a Jerusalém Antiga — nem uma aldeia, nem uma tribo deve ficar." E assim foi.

Dia 9 de Abril de 1948, mesmo antes da data fundadora que refulge na cabeça de Luciano Amaral, milicianos do Irgun e do Stern Gang chegaram a uma aldeia da Palestina cujo nome passaria à história mundial da infâmia.
Com apoio do Haganah (embrião do exército israelita), trataram meticulosamente de exterminar 254 habitantes de Deir Yassin. Guardando alguns para serem executados numa aldeia vizinha, com o único propósito de espalhar o terror. Note-se que esta aldeia era conhecida pela sua neutralidade e até estava fora da área atribuída pelas NU ao futuro estado de Israel...
Menachem Begin foi o comandante do Irgun envolvido nesta atrocidade. E não teve pejo em explicar a utilidade da obra: "a lenda de Deir Yassin ajudou-nos, especialmente a salvar Tiberia e na conquista de Haifa (...) Os árabes começaram a fugir em pânico, gritando ‘Deir Yassin!’.... Árabes em todo o país caíram num pânico sem limites e começaram a fugir para salvar as suas vidas."
Terrorismo em massa.
Este foi apenas mais um episódio sangrento da tragédia que os palestinianos ainda hoje tratam por "Al-Naqba", a Catástrofe. Em meses, morreram milhares de pessoas em dezenas de massacres. Bombas em autocarros, em mercados, em casas... um padrão que até nos faz pensar em acontecimentos mais recentes. Isto resultou no que agora chamamos "limpeza étnica": centenas de milhares de famílias fizeram precisamente o que Begin descreveu. E representam hoje o maior contingente de refugiados ainda a aguardar o regresso a casa.
Depois, a guerra de 48 foi também usada para aprofundar esta limpeza: conhecem-se hoje ordens de oficiais generais israelitas para "ajudar os residentes a abandonar as áreas que foram conquistadas".

Falta transcrever “isto”: Golda Meir um dia disse: "não é como se já existisse um Povo Palestiniano na Palestina, que se considerasse Palestiniano, tendo nós chegado depois e tratado de os expulsar e roubar o seu país. Eles não existiam."

Tá tudo dito não acham?
Nota: Este assunto é retomado aqui, num texto com o título: O Estado De Israel Não É Viável!

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