2006/01/30

Fraude nas Eleições Americanas!

Publicado também em Editorial
Texto obtido neste site, por amabilidade de Sofocleto, que publicou e enviou por e-mail

Fiquei bastante impressionado com a matéria que o Coronel Monteiro nos copiou e resolvi traduzi-la (livremente, como sempre faço).
Não acho que seja "teoria da conspiração"; há muita coisa coerente.

Common Dreams
6 de Novembro de 2004
Thom Hartmann é um autor de sucesso ganhador do Project Censored Award que tem um programa de entrevistas, na rádio, transmitido diariamente em cadeia nacional, assim como uma página na Internet.
Os seus livros mais recentes são:
- "The Last Hours of Ancient Sunlight" (“As Últimas Horas da Antiga Luz do Sol”, Editora Sinais de Fogo, Portugal),
- "Unequal Protection: The Rise of Corporate Dominance and the Theft of Human Rights" (“Proteção Desigual: A Ascenção da Domínio Corporativo e o Roubo dos Direitos Humanos”),
- "We The People: A Call To Take Back America" (“Nós o Povo: Um Apelo Para Recuperar a América”) e
- "What Would Jefferson Do?: A Return To Democracy" (O Que Faria Jefferson?: Voltar à Democracia).
AS EVIDÊNCIAS MOSTRAM QUE HOUVE FRAUDE NA ELEIÇÃO DE BUSH.
por Thom Hartmann
Quando conversei com o candidato a deputado democrata pelo 16º distrito da Florida, Jeff Fisher, esta manhã (sábado 6 de Novembro de 2004), ele disse que esperava a chegada do FBI. Fisher tinha as evidências, segundo ele, de que não somente a eleição na Flórida havia sido uma fraude, mas também quem a cometeu e como.
E não só este ano, mas que estas mesmas pessoas fizeram o mesmo nas eleições primárias, democratas, em 2002, para que Jeb Bush não tivesse que concorrer contra Janet Reno, que representava uma ameaça real a Jeb, mas contra Bill McBride, de quem Jeb ganharia.
- Foi um exercício para uma conquista a nível nacional – disse Fisher.
As evidências acumulam-se na “conquista nacional” ocorrida em 2 de Novembro de 2004. Kathy Dopp compilou as informações oficiais numa tabela disponível aqui, e observou coisas surpreendentes.
Enquanto as máquinas de votar, de toque de tela, de grande capacidade pareciam produzir resultados onde a proporção Democrata/Republicano coincidia com a votação Kerry/Bush, assim como os votos em papel digitalizados nas comarcas maiores; nas localidades menores da Flórida os resultados dos votos em papel digitalizados - alimentados num PC e, portanto, mais vulnerável à fraude - pareciam se inverter.
Na comarca de Baker, por exemplo, com 12.887 eleitores registados, 69,3% votaram no Partido Democrata e 24,3% no Republicano; mas a votação foi de, somente, 2.180 votos para Kerry e 7.738 para Bush, o oposto do que se viu no resto do país onde os democratas votaram, em massa, em Kerry, como era esperado e lógico.
Na comarca de Dixie, com 4.988 eleitores registados, 77,5% deles votando no Partido Democrata e apenas 15% no Republicano. Porém, nestas eleições, só 1.959 pessoas votaram em Kerry, mas 4.433 em Bush.
O padrão repete-se em toda a parte - mas somente nas comarcas menores onde, possivelmente, se terá pensado que o pequeno número de eleitores não chamaria a atenção.
Em Franklin, 77,3% votaram nos democratas mas 58,5% em Bush. Em Holmes, 72,7% votaram nos democratas, e 77,25% em Bush.
Ainda assim em localidades maiores, onde estas anomalias seriam mais óbvias para os “media”, altas percentagens de votos para os democratas equivaliam a altos percentagens para Kerry, concretizando as expectativas. Podem ver-se mais análises visuais dos resultados aqui e aqui.
E, embora as autoridades eleitorais não tivessem notado anomalias, no conjunto, elas foram suficientes para fazer a Florida “passar” de Kerry para Bush.
Se você pegar nos resultados e inverter os números "anómalos" nestas localidades onde parece ter havido fraude, o resultado mostra números semelhantes às pesquisas de boca-de-urna: Kerry ganha, e ganha com larga vantagem.
Estas pesquisas de boca-de-urna têm sido um problema para os repórteres, desde o dia da eleição.
Na noite da eleição, eu fazia uma cobertura, ao vivo, para a WDEV, uma das rádios que transmitem o meu programa, e, logo depois da meia-noite, durante o boletim da Associated Press das 0:20, fiquei surpreendido ao ouvir que a repórter Karen Hughes havia dito a George W. Bush que ele tinha perdido a eleição.
As pesquisas eram claras: Kerry ganhava por maioria esmagadora.
"Bush ouviu o comentário estoicamente" dizia a nota da AP.
Mas então os computadores começaram a mostrar algo diferente, em muitos estados considerados “chave” para a eleição.
Os conservadores vêem aqui uma conspiração: eles acham que as pesquisas foram manipuladas.
Dick Morris, o mal afamado consultor político da primeira campanha de Clinton que passou para consultor Republicano e comentarista da Fox News, escreveu um artigo para The Hill, a publicação lida por todos os políticos, em Washington, em que ele faz duas observações brilhantes. "As pesquisas de boca-de-urna quase nunca estão erradas" escreve Morris. "Elas eliminam as duas maiores falhas em pesquisas ao separar, correctamente, os eleitores de facto das “intenções de voto” que podem não se concretizar, e ao substituir observações reais por conjecturas de avaliação do índice de abstenção em diferentes partes do Estado".
Acrescenta, ainda: "Portanto, de acordo com as pesquisas de boca-de-urna da rede ABC, por exemplo, Kerry deveria ganhar nos estados de Flórida, Ohio, Novo México, Colorado, Nevada e Iowa, onde na realidade Bush ganhou em todos.
O único estado onde as pesquisas davam vitória para Bush foi West Virginia, onde o presidente ganhou por 10 pontos.
E poucas horas depois de as pesquisas mostrarem uma clara vitória de Kerry, quando os números de votos computorizados começaram a chegar de vários estados, a eleição estava decidida para Bush.
Como pôde acontecer isso?
No programa de TV da CNBC "Topic A, With Tina Brown", alguns meses atrás, Howard Dean entrevistou Bev Harris, a avó de Seattle que criou este site
"Num sistema de votação" explicou Harris a Dean, em cadeia nacional, "você tem todas as diferentes máquinas de votar em todos os locais de votação, algumas vezes em localidades como a minha, mil locais de votação numa única comarca. Todas essas máquinas alimentam uma única máquina para somar todos os votos. Portanto, é claro, se você quisesse fazer alguma coisa que não deve ser feito, seria mais conveniente fazê-lo nas 4000 máquinas ou apenas numa que concentra tudo?".
Dean aquiesceu, em concordância retórica, e Harris continuou.
"O que causa surpresa é que o tabulador central é um simples PC, como o que eu ou você usamos. É apenas um computador normal".
"Portanto," disse Dean "qualquer um que saiba fraudar um PC poderá fraudar esse tabulador central?".
Harris concordou, e mostrou como a Diebold usa um programa chamado GEMS, que preenche a tela de um PC e efectivamente o transforma no sistema tabulador central.
"Este é o programa oficial que o Supervisor da Comarca vê", disse ela, apontando para um PC que estava entre eles, carregado com o software da Diebold.
Bev fez então Dean abrir o programa GEMS para ver os resultados de um teste de uma eleição. Eles foram até a tela intitulada "Relatório de Resumo da Eleição" e esperaram um momento enquanto o PC "somava todos os votos de todas as secções"; e viram que, nesta falsa eleição, Howard Dean tinha 1000 votos, Lex Luthor tinha 500, e Tiger Woods nenhum.
Dean tinha ganho.
"Naturalmente, você não pode fraudar este programa" observou Harris. A Diebold desenvolveu um óptimo programa. Mas está rodando num PC com Windows.
Então Harris fez Dean fechar o software GEMS, e, voltando ao Windows, clickou no ícone "Meu Computador", escolheu "Disco Local C:", abriu a pasta chamada GEMS, e abriu a sub-pasta "LocalDB" que, observou Harris, "significa banco de dados local, isto é, o local onde estão os votos".
Harris fez então Dean dar um duplo clique num arquivo na pasta "Votos do Tabulador Central", o que fez o PC abrir uma planilha de votos num programa de banco de dados semelhante ao Excel.
Na linha "Soma dos candidatos", ela descobriu que numa secção Dean tinha recebido 800 votos e Lex Luthor 400.
"Vamos invertê-los" disse Harris, e Dean cortou e arrastou os números de uma célula para outra. "E," acrescentou magnanimamente, "vamos dar 100 votos a Tiger".
Fecharam o banco de dados, voltaram ao software oficial GEMS "de forma legítima, você é o responsável na comarca e você está conferindo o andamento de sua eleição". Enquanto a tela mostrava a tabulação oficial, Harris disse "você pode ver que agora Howard Dean tem apenas 500 votos, Lex Luthor tem 900, e Tiger Woods 100". Dean, o vencedor, agora era o perdedor. Harris ajeitou-se, sorriu e disse "nós acabamos de editar uma eleição, e só levou 90 segundos".
O clip com a entrevista pode ser visto aqui. O que nos traz de volta a Morris e às incómodas pesquisas de boca-de-urna que levaram Karen Hughes a dizer a George W. Bush que ele tinha perdido a eleição.
A teoria da conspiração de Morris é que as pesquisas de boca-de-urna "foram sabotadas" para prejudicar Bush, fazendo os eleitores dos Estados ocidentais não se incomodarem em votar em Bush, já que as redes iriam prever o resultado baseado nas pesquisas para Kerry.
Mas as redes não fizeram isso, nem tinham a intenção de faze-lo.
Faz muito mais sentido que as pesquisas estavam correctas - não foram feitas em PCs da Diebold – e que os votos é que foram viciados. E não só para o candidato a presidente:
- Jeff Fisher pensa que isso o atingiu e qualquer outro candidato democrata para a Câmara nos Estados com maior fraude.
Por enquanto, o único a “chegar próximo” desta história na “media” nacional foi Keith Olbermann, no seu programa de sexta-feira à noite, em 5 de Novembro, quando observou que era curioso que todas as irregularidades das máquinas de votar encontradas até então eram favoráveis a Bush.
Enquanto isso, o Washington Post e outras “medias” contorcem-se sobre a “teoria da bala única” para explicar como as pesquisas de boca-de-urna falharam.
Eu concordo em grande parte com Dick Morris da Fox. Ao fechar esta matéria para The Hill, Morris escreveu no parágrafo final: "Este não foi um simples erro. As pesquisas de boca-de-urna não podem estar tão erradas em todo lugar como no dia da eleição. Eu suspeito de jogo sujo".

Comentário:
Ele “ainda” só suspeita… Eu há muito tempo que tenho a certeza, por um milhão de motivos, dos quais, sobressai: Nenhuns cidadãos, em nenhuma parte do Mundo podem ser tão estúpidos a ponto de elegerem, para Presidente (com capacidade para mandar no Mundo) um atrasado mental como Bush. Muito menos teria sido possível fazê-lo duas vezes sem fraude.

Quando aparecem “figuras” (de cretinos) como Bush, a disputar e a ganhar eleições, sabe-se, desde há muito, que não são eles que mandam, que são, apenas, meras marionetas nas mãos de gente tão evidentemente tenebrosa que nem podem dar a cara, porque todos perceberiam…

Gente capaz de chacinar mais de 3 mil americanos para justificar uma guerra vil; gente capaz de continuar, com a mentira e a “fraude”, a alimentar a paranóia da “luta contra o terrorismo”, para dominar o Mundo, paralisado pelo terror… Gente estúpida, que não aprende as lições da história e que, uma vez tendo sucesso numa fraude destas, não sabe, não quer e não pode parar
É por isso que o Mundo está como está e “indo de mal a pior”…

Esta gente tem de ser travada e rapidamente, antes de cairmos todos no abismo que vêm preparando, há muito, e para onde continuam a empurrar o Mundo, todos os dias…
É tempo destas coisas serem denunciadas em toda a parte, de se acabar com os silêncios cúmplices e covardes.
A corja que controla Bush pode comprar os responsáveis dos "media", os jornalistas e os comentadores, mas não pode "comprar a consciência de nós cidadãos, porque não está à venda...

2006/01/26

“Apanhados” Da Noite Eleitoral!

Publicado também em Editorial e em O Eleito

Na noite das eleições, Soares e os membros do governo que o foram “cumprimentar” confirmaram as minhas suspeitas, ao afirmarem, repetidamente, o sentimento de “missão cumprida” por parte de Soares; bem como o agradecimento pelo seu esforço e disponibilidade em prol “do País”…
Claro!
Missão cumpridíssima!
Sempre foi evidente que a missão de Soares era “proteger” Cavaco da indignação dos cidadãos em relação aos abusos e desmandos (crimes) que têm sido praticados pelo governo…
Eu sempre disse que o candidato de Sócrates era Cavaco (acho que Sócrates votou Cavaco e não Soares).
Também disse que a “missão” de Soares era eleger Cavaco (provavelmente, até Soares votou Cavaco).
Não é que isso me incomode, especialmente. É que não gosto de ver esta gente vigarizar e manipular “as massas”. Ainda por cima de forma tão primária e cretina como definir o objectivo principal de “derrotar Cavaco Silva”, todos contra Cavaco (assim como um osso que se atira aos cães) quando pretendiam exactamente o contrário. Quando eles deitam mão destes estratagemas, só pode ser para os piores fins possíveis. Além de que isto não ajuda nada, pelo contrário, à necessária e premente elevação do civismo e dignidade colectivos.
Só Ana Gomes destoou deste consenso, ao dizer que Alegre se devia sentir culpado… Ana Gomes faz parte do grupo dos que, quando abrem a boca, “ou entra mosca ou sai asneira”… como não havia moscas, por ali…
Ana Gomes denunciou, bem, a lógica, pérfida, dos políticos que não só desprezam os sentimentos e o querer da população, como acham que podem, sempre, manipular as vontades e impor as suas próprias escolhas… desde que não haja alternativa… Não se trata de proporcionar a melhor escolha, mas de impor a que lhes convém, liquidando as alternativas…
Alegre cometeu o pecado de lesa mafiosos de se assumir como alternativa ao “lixo” do costume.
Ana Gomes explicou, bem, que não adianta esperar convencer os políticos a terem um comportamento mais digno, mais democrático e mais idóneo, para com os cidadãos. Não adianta “argumentar”, com gente tão pérfida assim, porque “eles irão continuar a ignorar-nos e a cometer todo o tipo de desmandos, enquanto puderem, enquanto tiverem o controle absoluto e incontrolável do poder, dos meios de decisão. Como muito bem explicou, com estas palavras, Ana Gomes, para eles a vontade do povo só conta se for a imposta por eles e pelas suas manipulações…

Cavaco, no seu discurso de vitória, para se redimir da atitude durante a campanha, começou por agradecer (prestar vassalagem) às “personalidades” e aos partidos apoiantes, com menção explícita aos respectivos líderes.
Só no final do discurso vieram as palavras “de circunstância”, tais como “ser o Presidente de todos os portugueses”.
Esta estrutura do discurso é nova e diferente. Habitualmente, estes discursos começam com as palavras “de circunstância”.
A dúvida que me assaltou, desde logo, foi:
Será que Cavaco quis descansar os partidos seus apoiantes, quanto à vassalagem que entende lhes ser devida e lhes vai prestar? Ou será que fez exactamente o contrário, tentando “saldar” as dívidas, com este agradecimento e se libertar das algemas?
Não creio que Cavaco tenha estrutura intelectual nem de carácter para “se libertar das algemas”… Até porque tem muitos conceitos, perversos, coincidentes com os destes partidos (de todos os partidos). Mas cá estamos para ver!
Tal como censuro e condeno os actos condenáveis, também cá estarei, para aplaudir, se for caso disso…

Chateia-me esta sensação de desconforto que sinto, por me parecer que “Cavaco em Belém” vai ser pior do que foi “Santana em S. Bento”.
De qualquer modo foi uma noite enfadonha…. Com tudo a decorrer como previsto!

2006/01/23

Se Todos Os Votantes Contassem...

Passos Perdidos!

Se os votos brancos e nulos contassem, para o cálculo das percentagens atribuídas a cada candidato (como acontece nas legislativas), Cavaco Silva NÃO teria sido eleito à primeira volta!

Teria obtido, apenas, 49,66% dos votos

É caso para dizer que foram "passos perdidos" os dos que interiorizaram os apelos ao voto e foram tentar "marcar posição".
Estes votos não foram considerados para o cálculo das percentagens atribuídas aos candidatos, nem foram "considerados" como abstenção, contribuindo para reduzir esta percentagem (que começa a "incomodar"). Nos resultados oficiais, é como se estes eleitores não existissem...
É caso para dizer: é o cúmulo da vigarice!

Presidenciais 2006, Resultados!


No meio dum turbilhão de coisas para analisar, criticar, (cuja verdadeira dimensão e significado ainda desconhecemos) vamos ater-nos, por agora, apenas, aos VERDADEIROS Resultados Eleitorais de ontem, calculados com os números disponibilizados pelo site oficial, às 12 horas do dia 23 de Janeiro de 2006:

TOTAL DE ELEITORES INSCRITOS: --- 8 830 706 ------ Perct.
Total de votantes ------------------------- 5 529 117 ----- 62,61%

Cavaco Silva --------------------------- 2 745 491 ----- 31,09%
Manuel Alegre --------------------------- 1 124 662 ----- 12,74%
Mário Soares ---------------------------- -- 778 389 ----- - 8,81%
Jerónimo de Sousa ---------------------- -- 466 428 ----- - 5,28%
Francisco Louçã ------------------------- -- 288 224 ----- - 3,26%
Garcia Pereira --------------------------- --- 23 650 ----- - 0, 27%

Abstenção + Nulos + Brancos --------- - 3 403 862 ---- 38,55%

Se eu adoptasse a atitude, estupidamente presunçosa e mesquinha, que caracteriza os políticos e os apoiantes dos concorrentes, proclamaria vitória e reivindicaria “a credibilidade” devida a se terem concretizado as minhas “previsões”.

Mas eu não faço isso porque, ao contrário dos referidos, não tenho problemas de auto estima, nem de afirmação pessoal, ou de “reconhecimento”; muito menos pretendo impor as minhas opiniões ou opções, em detrimento das alheias.

Não faço isso porque esta é uma situação deplorável, desesperante, que apenas “promete” a continuação e agravamento das “nossas desgraças”, da falta de esperança e ausência de auto estima colectivas. Não há como “alimentar” auto euforias (falsas)…

Não faço isso porque a circunstância de a situação ser da total responsabilidades dos protagonistas políticos não adianta um milímetro à luta por mais e melhor democracia.
Não faço isso porque eu não ganhei nada! Perdemos todos!

Não faço isso porque “mais e melhor democracia” implica igual respeito pelas opiniões e opções expressas por todos e por cada um, incluindo a abstenção (sem excluir “os outros”).
Não faço isso porque o que me move é lutar pelo reconhecimento do respeito devido a TODOS, incluindo, portanto, os que votaram em algum dos candidatos. Não estou a disputar espaço alheio, mas o direito ao próprio espaço, a que este não seja apropriado, indevidamente, por outros

Mais! Luto pela valoração da abstenção, apenas e só, porque permite resolver os nossos problemas colectivos.
Luto pela valoração da abstenção porque a nossa classe política é composta por gente sem pudor, sem vergonha e sem dignidade, cínica, a quem tem de ser imposta “rédea curta”, meios de responsabilização, para travar os seus ímpetos perversos, que nos têm destruído (e nos irão continuar a destruir, como se pode ver pelo resultado destas eleições).

Cavaco Silva foi conduzido em ombros, pelos restantes, candidatos, desde antes de ter anunciado a sua candidatura, até à eleição. Ganhou, com a ajuda de todos os outros. Por isso nenhum se pode queixar dos resultados, que ajudaram a “obter”. Principalmente o Primeiro Ministro, apostou, desde o início, na eleição de Cavaco Silva. Este sempre foi o “seu” candidato, desde sempre. Eles são da mesma laia… TODOS!

Já agora, como termo de comparação (e porque este post tem grandes probabilidades de ser lido à distância; no tempo e no espaço), aqui ficam as percentagens oficiais, de votos, atribuídas a cada candidato:
Cavaco Silva ------ 50,59%
Manuel Alegre ---- 20,27%
Mário Soares ----- 14,34%
Jerónimo ---------- - 8,59%
Louçã -------------- - 5,31%
Garcia Pereira ---- - 0,44%

Convenhamos que ser eleito com 50,59%, ou ser eleito com 31,1% dos votos tem significados completamente diferentes. A vigarice é tal que a população nem sequer tem direito à verdade dos números…

2006/01/19

Promessas Eleitorais!

...
(in: “Cinco Reis de Gente”, de Aquilino Ribeiro)

- Estas eleições, Amílcar, são, para o partido, um caso de vida ou de morte. Temos de ganhá-las!
- E porque havíamos de as perder? (…)
- Promete-se tudo. Não se diz a ninguém que não, seja o que for – volveu “ele” com acento categórico, molhado de ironia…
- Se algum lapuz quiser ser bispo?
- Se algum clérigo quiser ser bispo – corrigiu “ele”, com um sorriso ameno – promete-se-lhe, até, as púrpuras de cardeal.
- O Pe. Nazaré é um trunfo de respeito. Se o senhor compadre “lhe passar a mão pelo lombo” vira-o para o nosso lado…
- Ámen! Por que preço nos venderá o sufrágio?
- Por um prato de lentilhas… e mais alguma coisa…
...

Traduzido para os nossos dias, isto seria uma conversa entre o candidato (ele) e o seu “mandatário local”….
Ter-se-à passado na viragem do século XIX para o século XX, ainda em pleno regime monárquico, lá para as bandas das serranias, acompanhado e vivido pelo autor, quando ainda criança….

Fartei-me de procurar, aqui, alguma diferença em relação à situação actual, mas não acho. Hoje continua esta mesma “pouca vergonha”, despudorada. Vocês podem-me ajudar a encontrar as diferenças?
Hoje há mais sofisticação, mas a porcaria é a mesma e a vigarice também. Estamos todos fartos de tanta pouca vergonha, desde há séculos...

Ou seja: em matéria de “fazer política” nada melhorou. E como o país precisa de evoluir… sobretudo nesta matéria, que é para poder evoluir, também, nas outras matérias.

2006/01/17

Blogando...

Passeando por aí, pelos blogues, a gente encontra muita coisa que vale a pena ler e referenciar.

Às vezes, são apenas denúncias antigas, que escaparam aos autores, e que voltam a "ser notícia", porque alguém se lembrou de enviar uns mails... e a coisa vai-se espalhando. É o caso deste post, que publiquei em 04-11-2005, mas que voltou a vários blogues, recentemente...
Numa grande parte dos casos, os relatos ou referências merecem eco, ou link... mas as contingências fazem com que as "intenções" se fiquem por isso mesmo...

O motivo, próximo, desta conversa é o facto de este amigo ter publicado uma história que vale a pena ler, um mimo! e de haver outros "postes", neste seu blogue, que também merecem atenção... Vão até lá que não se arrependem...

2006/01/16

Quem Defende o Procurador (PGR) e Porquê?

Um “companheiro da blogoesfera” mostra-se preocupado porque:

“Um posto importante como o de Procurador-Geral ser transformado numa marioneta controlada por interesses e grupos secretos, com o fim de estes últimos poderem agir completamente à vontade.”

Eu acho que:
“Isso já está a acontecer agora (e, provavelmente, sempre aconteceu). Será que você quer dizer "marioneta controlada por OUTROS grupos secretos"? E máfias, acrescentaria eu...
Não há dúvida de que toda a nossa vida política e pública tem de "levar uma grande volta", se queremos sair disto. Não há dúvida de que têm de ser implementados mecanismos de responsabilização de toda esta gente, a começar nos políticos... valorando a abstenção.
Esta gente tem de passar a prestar contas, publicamente, do que faz mal feito ou do que não faz e devia fazer.
Todos eles sabem o que é certo ou errado, socialmente; a situação é tão grave por causa das impunidades, absurdas, que se instalaram e dos vícios e abusos que permitem (também porque toda essa gente é muito vil a ponto de ser capaz de cometer todos os abusos, sem pudor...). Talvez devido às necessidades de acobertamento das máfias que integram os mais altos dignatários, como sugere o livro de Rui Mateus, para citar só um exemplo...
Enquanto isto for assim é que não vamos a lado nenhum... Com este ou com outro PGR manietado por máfias...
Só para fazer uma ideia (se é que não sabe, já), decidi transcrever parte dum comentário, anónimo, que foi deixado no meu blog:

"O medalhão que Catalina costuma usar ao peito é pertença de um grupo religioso que a liga ao Dr. Bagão Félix também membro do mesmo grupo. O Dr. Souto Moura faz igualmente parte de um grupo extremista religioso (é tesoureiro e secretário) chamado CVX (Comunidade de Vida Cristã) e a irmã de Bagão Félix também é membro. Souto Moura pertence ainda a um grupo legislativo do qual Catalina também faz parte."

É que os comportamentos escabrosos dessa gente toda só se compreendem por "fidelidades" postas acima dos imperativos de dignidade das funções...
Ou seja: todas as nossas instituições estão minadas e possuídas por máfias; sejam a maçonaria, a opus dei, ou outras.
Souto Moura pertence a uma máfia e há quem o queira substituir por um membro doutra máfia.
Os correligionários de Souto Moura passam então a ganir, a gritar “aqui d’El-Rei” que vem aí uma (outra) Sociedade Secreta, ocupar o lugar (que é “nosso” - deles), para ver se fazem esquecer os desmandos da sua “sociedade secreta” ou máfia, a mesma a que pertence Souto Moura; para ver se nos comovem.
Vale tudo para branquear os seus actos escabrosos.
Vale, sobretudo, a mais rasteira e asquerosa demagogia que, para além do mais, é falsa, mentirosa, enganadora, pretende apresentar autênticos crimes como "actos de coragem", em defesa da dignidade colectiva.
Bandidos!

Aqui fica, na íntegra, o comentário, citado acima, que pode ser lido neste post:

“Gostei de ler. Mas como o autor disse faltam-lhe ainda alguns dados... por isso tomo a liberdade de lhe reenviar alguns dados que me enviaram: Sabia que a secretária da Catalina na Provedoria da CPL (D. Olga) é prima do Jornalista Octávio Lopes (o mesmo das cassetes)?
Que o medalhão que Catalina costuma usa,r ao peito, é pertença dum grupo religioso que a liga ao Dr. Bagão Félix, também membro do mesmo grupo?
Que o Dr. Souto Moura faz igualmente parte de um grupo extremista religioso (é tesoureiro e secretário) chamado CVX (Comunidade de Vida Cristã) e que a irmã de Bagão Félix também é membro?
Que Souto Moura pertence ainda a um grupo legislativo do qual Catalina também faz parte?
Que a Catalina Pestana é apenas a melhor amiga da irmã da Ana Leal (TVI)?
Que Dias André (inspector da PJ, referido no muimentiroso), foi militante das FUP, tal como Catalina? (Repare que o olho esquerdo da senhora não mexe, pois foi “aleijada” numa manifestação, ao lado de Otelo).
Que Dias André é familiar de Ana Leal?
Que Pedro Strecht, o pedo-psiquiatra que acompanha estas criaturas (alunos da Casa Pia) há sete anos, é testemunha de João Guerra (Procurador responsável pelo processo Casa Pia) no seu divórcio?
Que Paula Soares (Procuradora adjunta do processo) é amicíssima de Felícia Cabrita?
Que todas as testemunhas, que acusam Cruz e Pedroso, se conheciam tendo, inclusive, partilhado lares e/ou turmas; e todos se prostituíam?
Que existe uma fotografia de Paulo Portas, vestido de mulher, já na posse de alguma imprensa, mas que ainda não foi publicada, e por aí fora?
Tal como o autor diz ainda há mais, mas isso fica para outras núpcias.”

Alguém pode explicar, com clareza, o que isto tudo quer dizer? O resultado nós já sabemos: aí está o total descalabro do funcionamento da Justiça e não só...

A nossa vida pública é uma sucessão de “coisas” escabrosas, protagonizadas pelas diferentes máfias. Não adianta umas máfias nos quererem comover e “mobilizar”, nas suas disputas, com as outras máfias. Máfias são, todas, iguais e igualmente repugnantes, criminosas… Máfias são um dos piores flagelos das sociedades modernas, que têm de livrar-se delas, urgentemente, para poderem respirar, para os cidadãos poderem ser felizes e terem segurança… e paz... e dignidade!

2006/01/15

Porquê Não Voto Garcia.

Neste post tentei explicar um pouco mais as minhas razões para não votar Jerónimo; e linkei os postes onde expressava as razões para não votar nos outros candidatos do G5 (Cavaco, Soares, Alegre e Louçã).
Também afirmei que, relativamente a alguns dos actuais problemas mais graves da nossa sociedade, o candidato que reúne um maior número de posições que merecem a minha concordância é o Prof. António Garcia Pereira. Como todos conhecem a minha opção abstencionista, prometi “revelar” os meus motivos para NÃO VOTAR GARCIA. Aqui estou a cumprir a promessa (no fim dum dia – de folga - chuvoso, daqueles em que apetece nada fazer…). Sim porque se eu achasse que se justificava, não teria qualquer problema em Votar Garcia e apoiar Garcia, mesmo continuando a clamar pela valoração da abstenção…
Há três assuntos relativamente aos quais estou inteiramente de acordo com as posições de Garcia Pereira. Três assuntos relativamente aos quais (pelo menos a algum deles) os outros candidatos têm posições com que não concordo, ou, no mínimo, ambíguas.
São eles:

(1) A natureza dos magnos problemas da justiça e as responsabilidades dos respectivos “protagonistas”; os motivos concretos que nos conduziram até ao actual descalabro. O papel do processo Casa Pia e as responsabilidades do PGR (que já devia ter sido demitido há muito). A conclusão de que o "Estado de Direito" bateu no fundo.

(2) O tipo de opções políticas que nos podem permitir sair da crise e resolver os nossos problemas, garantir a sustentabilidade da segurança social, resolver os problemas do défice e das finanças públicas, etc.:
- não agravar as condições sociais, reduzindo vencimentos e pensões, nem agravar a carga fiscal, para colher impostos destinados a sustentar mordomias absurdas do políticos e quejandos, mas sim criar riqueza e emprego; organizar a economia; promover a produtividade nacional, implementar competência e rigor na gestão, e criar condições que garantam o ESCOAMENTO dos produtos portugueses.

(3) Atitudes que devem ser tomadas pelo Presidente em relação aos desmandos da governação, nomeadamente no que diz respeito às mentiras eleitorais do Primeiro Ministro e respectiva responsabilização. Neste particular, Garcia Pereira é o único candidato que tem uma posição digna e idónea; consentânea com o cargo a que se candidata.

E, perguntarão vocês: com tantos pontos de concordância, porquê não votar GARCIA?
Por dois motivos de monta:
(1) Porque há discordância em questões essenciais.
(2) Porque, se o voto é meu (e é) eu dou-o a quem entender que o merece POR INTEIRO, a quem reúna TODAS as minhas condições essenciais e não apenas algumas. Não voltarei a votar (no mal menor), desprezo o voto útil, e também não voltarei a votar “para expressar opinião”, ou em quem se candidata “para marcar posição”. Até porque eu não preciso doutros para expressar as minhas opiniões…

As questões de fundo que me separam de GARCIA começam na sua própria candidatura.
Eu não concordo com a apresentação de candidaturas partidárias, à Presidência da República. Acho que um candidato partidário não tem condições para ser “o Presidente de TODOS os portugueses”. Além disso, não voto em candidatos que sabem (e até o assumem) que não têm hipóteses de ganhar ou, de algum modo, influenciar o resultado da eleição. (Assim como só me candidataria para ganhar. Isto é para esclarecer uma discussão, lá de trás, com o Pedro, quando sugeriu que “podem sempre candidatar-se”).
Além de discordar da candidatura, em tais condições, também ouvi duas entrevistas do Prof. Garcia Pereira (aliás de grande qualidade e excelente conteúdo quando falou das questões enumeradas acima, que merecem o meu apoio), uma na TSF e outra no canal 1 da RTP, onde o candidato se referiu ao actual governo como tendo “maioria absoluta”. Um governo eleito com 29,3% dos votos dos eleitores, como este de Sócrates, não tem maioria absoluta... nem relativa.
Afirmar ou admitir isso é desprezar, ignorar, os abstencionistas e os seus direitos de cidadania e eu acho que não posso nem devo ter consideração por quem a não tem por uma tão grande percentagem dos seus concidadãos.
Portanto, o Prof. Garcia Pereira inclui-se no grupo daqueles que não se podem queixar de ser ignorados pelos “maiores”, visto que ele também ignora uma tão grande quantidade de gente. Acredito que seja “defeito” dos partidos, mas isso só me faz estar contra os partidos, que não conseguem ser civilizados, ocupar o lugar que lhes compete e não “ocuparem”, se apropriarem de, espaço alheio.
Os partidos já começaram, há muito e por opção própria, a ser mais prejudiciais à sociedade, do que úteis. Isso vai ser terrível, sobretudo para os próprios partidos...

Todavia, há questões mais profundas que me fazem Não votar GARCIA.
Destas a principal é não conseguir perceber, do que diz o candidato, (tal como acontece com todos os outros candidatos) a ideia que faz das medidas concretas, dos procedimentos objectivos que são necessários e que podem ser “impulsionados” pelo Presidente, para resolver os nossos magnos problemas. Como eu tenho ideias claras e objectivas acerca disso, procuro, em tudo o que os candidatos dizem, alguma pista que me permita perceber o que há de concreto nos seus discursos. Não há NADA! Acho que, se algum deles tivesse ideias claras e concretas, nesta matéria, eu perceberia…
No entanto, para além de os candidatos deverem “ter ideias claras e concretas” acerca do que é necessário fazer, de quais as medidas, também é necessário reunir as condições essenciais que permitam a concretização dessas medidas. Uma dessas condições, insubstituível, imprescindível, é o apoio da maioria da população; que é como quem diz, o reconhecimento, por parte da população, de que o candidato é um líder e de que as “ideias” são boas, são as adequadas…
Se o Presidente exige (do governo e das restantes instituições) cumprimento de promessas e “medidas”, ou implementação de “políticas”, mas não sabe “quais” as medidas concretas, nem “como”, e/ou se não tem apoio suficiente para enfrentar interesses instalados, facilmente pode ser torpedeado e/ou boicotado, ficando o país sem saídas e refém “das forças de bloqueio”.
É essa, aliás, a chantagem constante dessas mesmas “forças de bloqueio”, quando falam e insistem, sem cessar, na “estabilidade” que, como se vê, não é estabilidade nenhuma, nem para lá caminha.
Daí eu achar que só é possível mobilizar os cidadãos para o voto e para as mudanças necessárias e imprescindíveis, se eles perceberem a existência destas condições que enumero…
Estas condições são, sempre, importante. Mas são imprescindível, nas nossas condições, para sair da fossa. Doutro modo não é possível.
Aqui reside uma divergência de fundo entre mim e este candidato e é por isto que eu acho absurda e “ingénua” a sua tentativa de promover a candidatura de Freitas do Amaral. Este é um dos políticos portugueses que me merecem maior consideração, por evidenciar honestidade e idoneidade nas suas posições; mas nem por isso eu acho que seja o candidato a presidente que possa reunir as condições essenciais, quer quanto à capacidade de fazer TUDO o que é necessário fazer, quer quanto à mobilização e apoio dos cidadãos. Portanto, seria, igualmente, uma candidatura de continuidade, que não permitiria resolver coisa nenhuma, como acontece com todas as existentes…
O Prof. Garcia (e os outros) deviam perceber que o espaço político se esgotou, está completamente desacreditado, e que é necessário “renovar” e até talvez “procurar” noutros quadrantes. Por isso eu acho que os candidatos deveriam ser apartidários… E defendo uma maior liberdade de expressão, para que possam “aparecer” os líderes, as “referências” que nos faltam e existem, na sociedade…

É por tudo isto que eu acho tão importante defender e lutar pela valoração da abstenção, como forma de criar as condições (de responsabilização) que permitam vir a resolver, de facto, os nossos problemas. Não darei o meu voto a qualquer político que não assuma, como condição básica, esta questão, por inteiro e com todas as consequências. Todos os que “nos” ignorarem serão ignorados…
Em conclusão, como o voto é meu e tenho o direito de só o dar a quem o mereça, por inteiro, não voto, porque me recuso a participar em palhaçadas, a sancionar uma qualquer solução de “mais e pior do mesmo”, a contribuir para prolongar os nossos desesperos e angústias, porque nenhum dos candidatos vai contribuir para mudar o essencial, para resolver o que quer que seja.
A esmagadora maioria dos eleitores sabe disto e vota no que considera “o mal menor”, com plena consciência deste facto (amplamente reconhecido por todos), mas vota, na mesma, porque não percebe o caminho a seguir para encontrar a saída, as soluções…
Nesse contexto, tenho de confessar que o que eu realmente queria era que todos os que têm esta consciência não votassem… porque assim estaríamos mais perto da resolução dos nossos problemas… Embora sabendo que o que eu queria não vai fazer a menor diferença… sendo a abstenção da exclusiva responsabilidade dos candidatos, de todos os candidatos…
Talvez sobretudo dos que concorrem para não ganhar, porque interiorizam e “impõem” aos seus apoiantes a sua total e absoluta “insignificância”. Com tanta gente descontente, e que está contra, é um “pecado” impor a alguém a sua própria insignificância. Nestas coisas a gente tem a importância que quiser (que for capaz de conquistar) sobretudo se souber “estar com” todos os que pensam e sentem o mesmo.
Por isso eu não compreendo que estes candidatos optem por ficar ao lado dos restantes partidos, sancionando os seus crimes, participando e colaborando na palhaçada, ao invés de estarem com a população mais indignada e inconformada, com a maioria.
Será que consegui me explicar convenientemente?

2006/01/14

O PGR Deve Ser Demitido?

Respondendo ao Luís, acerca deste post...

e ao Raúl acerca deste comentário:
...
(Temos pois de nos manter atentos a manobras destas consentidas pelo poder político que curiosamente continua a manter a confiança política em quem nós nunca acreditamos. É pois, por tudo isto, cada vez mais preocupante a situação em que se encontra mergulhado o País, mas com alguma conivência do próprio povo que até elegeu autarcas a contas com a justiça um dos quais já se encontra pronunciado)
...
Meu caro "amigo" Luís!
Na verdade, o que eu penso é que esta sua defesa do PGR é falaciosa e esfarrapada.
Os candidatos que se pronunciaram pela sua demissão fizeram muito bem (marcaram pontos na consideração dos cidadãos).
Este PGR já devia ter sido demitido, há muito, e RESPONSABILIZADO pelos inúmeros abusos (crimes) que tem cometido e deixado cometer, NÃO SÓ no Processo Casa Pia, mas sobretudo no Processo Casa Pia, onde interferiu na investigação de forma ilegítima, condicionando-a. Isto para não falar de coisas bem mais escabrosas.
Não esqueça que é este mesmo PGR que, apesar de todos os abusos que tem cometido, arenga uma série de desculpas e "análises filosóficas" quando se trata de punir as violações do segredo de justiça, apelando mesmo ao mais baixo primarismo... (é por causa disso, do primarismo, que o PCP e Jerónimo o "compreendem" tão bem).
Claro que não é o escandalozeco, de agora, dum tabeloide qualquer, que "justifica" a demissão do PGR... É o acumular de muita patifaria que tem feito... São exactamente estas patifarias e a sua impunidade que IMPEDEM Portugal de evoluir, que nos mantêm amarrados às nossas "desgraças".
Resumir, agora, a questão à gravidade deste novo "facto" é dum falaciosismo indescritível... para além de ser duma enorme desonestidade intelectual.
Os titulares de cargos de tamanha responsabilidade desvem ser os primeiros a cumprir, com rigor e isenção, as leis; e devem ser PUNIDOS se não o fazem, premeditadamente, como acontece com o PGR.
Esta impunidade (como a do PGR) é um autêntico cancro da nossa sociedade.
Depois admiram-se de que haja Isaltinos e Valentins que concorram e ganhemm eleições... Pois se o povo não tem por onde escolher e estes factos demonstram que os outros, os mais responsáveis, até são bem piores!
Depois admiram-se de que as pessoas não acreditem na justiça e nos processos e nas acusações, optando por eleger os Isaltinos...
Haja decência porque, sem ela, isto nunca mais se endireita e vai de mal a pior.
O PGR demitido? Já vai com muito atraso!!!
Opções político-partidárias, eu compreendo; mas isto são "opções sociais", que envolvem a dignidade de todos e de cada um... do País.

2006/01/13

O “Processo Casa Pia” E As Escutas!

Acerca deste assunto, o amigo “contradições” escreve:

Seria suposto que “o processo da Casa Pia” servisse para averiguar, com exactidão, quais os implicados e, como desfecho, assistirmos à sua condenação.
Mas, pelos vistos, nada disso aconteceu, nem irá acontecer.
Este Procurador Geral da República, que já o não deveria ser há bastante tempo, permitiu que este processo fosse utilizado para satisfazer outros objectivos, marginais ao referido processo que, num caso ou noutro, proporcionaram, como já o referiu Garcia Pereira, o linchamento político de Ferro Rodrigues.
Foi agora revelado o excessivo número de escutas telefónicas realizadas a diversas entidades e personalidades, nelas sendo incluídos, até, números de telefones confidenciais, cuja responsabilidade, afirma o dito Procurador, tem que ser averiguada.
Entretanto ele continua no exercício do cargo...
O Insubmisso, também refere esta questão, hoje...
Mais em "Sem-Terra"

E eu acrescento:
O que se pode esperar de "averiguações" feitas pelo principal responsável pelos abusos e crimes cometidos?
Tem toda a razão amigo! Ele (o PGR) já devia ter sido demitido, há muito, e continua no cargo, a evidenciar bem as responsabilidades e cumplicidades do próprio PR, que é outro que tal...
Nestas coisas, de facto, o único candidato que diz o que tem de ser dito é, mesmo, Garcia Pereira.
Veja-se a atitude de Jerónimo (e do PCP) a defenderem que o PGR deve levar o mandato até ao fim.
É o cúmulo da pouca vergonha e da falta de pudor. Estão todos de conluio, contra nós e contra os nossos direitos fundamentais (que não podem estar garantidos sem uma justiça que funcione em condições).
No meu blog existe um artigo acerca de Mário Soares e o livro de Rui Mateus que, se lido com atenção, permite perceber como foi possível chegar a este descalabro na justiça, com que cumplicidades mútuas... Também o célebre caso do Cavaco a fugir aos impostos dá indicações, claras, de que tudo isto se foi construindo devido às "necessidades" de proteger essa gente...
Nota: as referências acima são só para se avaliar até onde vai o despudor e o arrivismo dos nossos políticos...

2006/01/12

Porque Detesto O PCP, Porque Não Voto Jerónimo.

Neste post referi os motivos porque não voto em Cavaco nem em Soares. Neste outro, estão alguns dos motivos porque não voto Alegre, nem Louçã, nem Soares. Daqui podem-se inferir, também, razões que me levam a negar o meu voto a Cavaco, Soares e Alegre. Aqui dei outros motivos para não votar em Cavaco, tal como aqui. Ali, estão mais motivos, de monta, para eu não votar Soares… Já neste post, mais antigo, refiro alguns dos motivos porque não voto em Louçã, ou Jerónimo.
Enfim, por todo este meu blog existem muitos textos que "explicam" porque me abstenho e me bato pela valoração da abstenção...

Hoje decidi explicar outros motivos que me levam a repudiar a candidatura de Jerónimo, à Presidência.
Jerónimo, a meu ver, é um mero “papagaio” do PCP.
Este meu génio irreverente (alguns dirão malcriado), inconformista, rebelde, “desalinhado”, não é de agora. Se tiverem isso em conta, não estranharão a história que vou contar.

Pouco depois do 25 de Abril, frequentava eu o “Liceu” Pedro Nunes, elegeram-me para representar a turma, tendo a eleição decorrido na minha ausência.
Na primeira reunião de delegados de turma, estrutura que estava totalmente dominada por caciques do PCP (havia mesmo um, exterior à Escola, que vinha apenas para controlar), apresentou-se, também, um colega meu, de turma (que não tinha sido eleito), elemento do PCP, que estava ali para sancionar, tutelar, ou não, as minhas posições.
E sabem porquê?
Porque, segundo ele, o (ou a) autor da ideia da minha eleição terá “justificado” a escolha dizendo que “eu falava muito…”. E, com este estratagema, tentaram me manipular e humilhar, me afectar psicologicamente, de modo a que consentisse na cabala.
Portanto, segundo as opiniões deste meu colega de turma e do cacique, eu devia permitir a presença daquele (o meu colega de turma), na reunião de delegados, com direito a opinião.
Quem me conhece um pouco melhor já está a ver o resultado deste golpe… Mas para quem não imagina, eu conto.
Logo que me confrontaram com a situação, nos termos que descrevi, respondi que fora a mim que a turma elegeu, se o outro queria contestar a eleição que o fizesse, na turma. Portanto, na reunião, ou ficava eu ou o outro “intrometido”; mas os dois é que nunca! “Caiu o Carmo e a Trindade”; submeteram-me a todo o tipo de coacção, com insultos e injúrias pelo meio. Como, mesmo assim, eu recusasse ceder, o “cacique” virou-se para mim e disse-me, no meio de impropérios: - “tenho um wolkswagen (naquela altura, um carocha), com a matrícula ….?..., de cor …?...; quando te apanhar a atravessar uma rua atropelo-te e mato-te!”…
Não me lembro de, em qualquer outra altura, ter sido alvo de ameaças, terroristas, assim tão claras e explícitas como esta…
Abandonei a reunião (porque o outro teimou em ficar) e fui colocar a questão à turma, obviamente. Voltaram a eleger-me e proibiram o outro de participar nas reuniões, em representação da turma. Este “outro” desistiu, (deixou de frequentar a escola) em pouco tempo. E o cacique também desapareceu…
A mim a experiência serviu para compreender a natureza, pérfida, do PCP; o seu comportamento reaccionário e incompatível com a democracia…
Mas não é só por isso que eu não voto em Jerónimo. É que, ao longo dos anos, “a natureza” do PCP não se alterou, pelo contrário.
Vejamos os motivos, próximos, da minha repulsa (que são apenas repetições, exemplos, do que o PCP tem feito, sempre, ao longo destes 30 anos de “democracia”):
Todos conhecem a “novela” do referendo sobre a lei do aborto. A meu ver, essa lei, absurda e ilegítima, pelos motivos que explico aqui, continua em vigor porque nesta “novela conspirativa” estão envolvidos o actual Presidente (que recusou este referendo pretextando a “necessidade” de realizar um outro, tão importante, que nem chegou a acontecer… este presidente é um homem de visão); envolve também o TC (que rejeitou a nova convocação do referendo com pretextos absurdos, com a colaboração do seu elemento afecto ao PCP); e, até pelo que fica dito, envolve também, e muito, o PCP.
Este é um exemplo, mais um, em que o PCP demonstra que, para afirmar o seu “poder” e se afirmar na política, não olha a meios. É um exemplo, mais um, onde o PCP demonstra que só está interessado em se afirmar, nem que, por esse objectivo, colabore em cabalas e viole as regras da democracia. Ah! O PCP apressou-se a “justificar” a decisão, absurda, do Presidente, quando recusou o referendo (pelo tal outro, que não aconteceu)… Tudo farinha do mesmo saco. Entretanto, as pessoas que estão a ser molestadas, ilegitimamente, com esta lei absurda, continuam a sofrer… devido à lógica, cretina, que o PCP usa para decidir as suas atitudes e se afirmar…
Todos conhecem aquela coisa escabrosa que tem sido designada como “Processo Casa Pia” e, no seu âmbito, os muitos abusos de poder, distorções e omissões (para não entrar em detalhes mais escabrosos), cometidos ou consentidos e “apadrinhados” pelo PGR. Qualquer pessoa minimamente digna reconhece que o PGR devia ser responsabilizado por todos os abusos cometidos e consentidos e, no mínimo, devia ser demitido. São muitos os exemplos, na blogoesfera e não só, de pessoas que subscrevem esta opinião. Neste link e neste, (donde destaco: De Sousa Franco encarregou-se o destino, do resto tratou Souto Moura. Nunca tão poucos decidiram o destino de uma democracia), estão dois exemplos do que digo, mas há mais…
Como todos sabem, o candidato Jerónimo visitou, recentemente, o PGR, tendo atribuído as “culpas” do desenrolar do escândalo da Casa Pia, “a pressões partidárias” e defendido que “o PGR deve cumprir o mandato até ao fim”…
Eu concluo, daqui, que o PCP é um partido sem dignidade. Quem foi que disse que os actos do PCP se pautam por critérios dignos e idóneos da sociedade?
É claro! A “dignidade” dos actos do PCP desaparece quando existem elementos seus envolvidos nas cabalas e/ou quando as cabalas atingem outros partidos e o próprio é poupado… O que faz com que "a conversa" do PCP seja apenas demagogia, da mais primária...
Como eu acho que os nossos principais problemas estão no não funcionamento da justiça e na impunidade garantida à alta criminalidade (por estas vias), bem se vê que não acredito nas “boas intenções”, nas falácias, do PCP, que assim tem demonstrado a sua verdadeira natureza e a sua cumplicidade com os nossos piores flagelos…
São apenas alguns dos MUITOS motivos que me fazem não votar Jerónimo.
Acerca destas questões, e não só, o candidato que assume posições mais dignas, que merecem a minha concordância, é Garcia Pereira. Em próximo post explicarei porque não voto Garcia…

Nota: Não pretendo influenciar as opções de ninguém (não é necessário: os abstencionistas são, já, em número suficiente), apenas explicar os MEUS motivos…

2006/01/11

David Griffin, Acerca Do 11 De Setembro



Professor David Ray Griffin lecture summarizing 9/11 events, and new world order. (Video)

David Ray Griffin is professor of philosophy of religion at Claremont School of Theology and Claremont Graduate University and one of the co-directors of the Center for Process Studies
(Autor de: "The 9/11 Comission: Omissions and Distortions")

Segundo as suas palavras:
“Hypocrisy With Regard To The Sanctity Of Life Has Long Been a Feature Of Official U.S. Rhetoric”

O Vídeo que vos convido a visionar (postado por Sofocleto) contém uma conferência do Professor Griffin, (que tentei “apresentar” nos parágrafos acima), proferida na "University of Wisconsin - Madison", apresentada por Kevin Barret, cofundador de MUJCA-NET.
Para ver o Vídeo é necessário dispor de algum tempo. Demora mais de uma hora, mas vale a pena.
Como poderão constatar, o conferencista analisa, apenas, uma parte dos factos e respectivas perspectivas, ou teorias, explicativas, bem como as conclusões lógicas que são legitimadas pelas evidências… Há outros factos, comprovados, que já foram referidos neste blog e que concorrem para as mesmas conclusões…

Há três questões, abordadas neste vídeo, que considero de primordial importância e que devem merecer a nossa atenção (nalguns casos, preocupação):
1 – O professor Griffin conclui, claramente, que o 11 de Setembro foi maquinado de modo a servir de novo “Pearl Harbor” na mobilização dos cidadãos americanos (disponibilização de recursos) para implementação da “Nova Ordem Mundial” sob controlo, absoluto, dos U.S.
2 – Pior! Analisando as actuais dificuldades à prossecução desse intento, conclui que pode vir a ser usado um terceiro “evento” catastrófico, um terceiro “Pearl Harbor”, para reincendiar os ânimos e vencer as resistências actuais, tais como o cansaço das tropas, no terreno e a sua renovação…
Daí a urgência na divulgação destas denúncias, daí a importância de assumirmos posição…
3 – Felizmente, o Dr. Griffin reconhece que:
“There was a Zogby poll in New York. The question asked was, do you believe the government had advance knowledge of the attacks and consciously let them happen? Forty-nine percent in New York City said yes. I believe it was 43% statewide. That is a pretty remarkable figure. In this country there has not been a poll that asked, do you believe the government actually planned and orchestrated the attacks? The question has been raised in Europe and Canada and has gotten to somewhere around 20%. It would be interesting to have such a poll in the United States.
Resumindo:
49% dos cidadãos Novaiorquinos respondem SIM, à pergunta:
Acredita que o Governo (dos U.S.) teve conhecimento, prévio, dos ataques de 11 de Setembro, e “deixou que acontecessem”, premeditadamente?
Na Europa e Canadá 20% dos inquiridos responderam SIM, à pergunta:
Acredita que o Governo (dos U.S.) planeou e orquestrou os ataques de 11 de Setembro?
Esta pergunta não foi feita nos Estados Unidos!

É significativo que, na situação actual da mais acérrima censura a todas as opiniões e análises, que não sejam a versão oficial dos U.S., e de manipulação, falaciosa, da opinião pública, cerca de 20% dos europeus e canadianos já tenham percebido os factos que todos os OCS pretendem esconder, negar e escamotear… Não tenham ilusões os vendidos! "O Rei vai nu" e isso torna-se cada vez mais evidente!
Por outro lado, isto é um indício de que será cada vez mais difícil prosseguir com os terríveis intentos que determinaram os acontecimentos de 11 de Setembro e reacende-nos a esperança de que se torne impossível um terceiro “Pearl Harbor”…
Abençoados sejam os puros de coração, pela sua coragem. Provavelmente, haverá muitos outros inocentes que ficam a dever-lhes as suas vidas… e a humanidade uma nova esperança de que seja possível a Paz…

2006/01/07

Cavaco Silva, Um Gangster, Um Chulo!

Publicado também em "Editorial"

Vai intensificar-se a DELAPIDAÇÃO DO ERÁRIO PÚBLICO, ou:
Cavaco a evidenciar, bem, que tipo de patife é!

Segundo o CM-online, de ontem:
"Cavaco Silva quer salários mais altos na política
Paulo Cunha /Lusa

Cavaco defendeu ontem, em entrevista à RR, melhores salários para os titulares de cargos políticos
Cavaco Silva defendeu ontem a necessidade de aumentar os vencimentos dos titulares de cargos políticos, de forma a atrair os melhores profissionais para a governação do País."
A Propósito, decidi passar para aqui excertos deste post.
Já todos sabem o que eu penso desta situação infame (os elevados vencimentos e mordomias dos políticos), desta chulice, destes gangsters e do efeito destruidor que "isto" tem na nossa sociedade, na economia, na produtividade, na inovação e no progresso, (impede, em absoluto, o progresso), mas se "eles" insistem nesta campanha de preparação de mais esta perfídia, eu tenho o mesmo direito (a obrigação) de insistir abordando a questão de forma digna, e "instruída".
Defender, numa altura destas, que os políticos devem ganhar mais, dá a ideia de que, neste país, os coitadinhos dos políticos e gestores públicos ganham mal. No entanto, basta passar a fronteira para encontrarmos um exemplo dum país com melhor nível de vida (com políticos mais competentes e dignos) e onde os políticos ganham menos que os “nossos”.

Se se valorasse a abstenção acabava-se a chulice de os que mais destroem e menos valem serem os que mais ganham. E veriam como os nossos políticos e gestores correriam atrás das soluções para o País, em vez de "ignorarem", como fazem agora.
Só, poderemos chegar a tudo isso se se reduzir o número de deputados e se se valorar a abstenção porque assim é que é democracia (e boa gestão).

A situação económica do País não justifica tais mordomias (dos políticos e gestores públicos), os desempenhos dos titulares desses cargos muito menos; os ganhos, para o país e para a economia são nulos… Além disso, esta gente nem sequer se submete a quaisquer controlos ou mecanismos de responsabilização pelos seus desempenhos… como é que alguém pode ter a inconsciência de defender tais práticas?
Em nome de quem ou do quê?
Em nome da eficiência, da eficácia, não é; porque “isso” não existe!

Para garantir a concorrência dos melhores também não é, porque estes até são os piores, toda a gente reconhece, inclusive o candidato à Presidência Cavaco Silva!
Em nome da população também não é, porque a população (única “entidade” que devia ter o direito de decidir sobre estas questões) está contra estes escândalos, sobretudo por beneficiarem gente que não presta…
Vejamos, com calma e objectividade, os “meus” principais motivos, que se resumem numa simples e pequena frase: Estas práticas impedem o progresso e desenvolvimento do país, porque exaurem recursos que o estado não tem e porque tornam impossível a mobilização dos cidadãos para resolver os problemas, para colaborar com os responsáveis.
Na verdade, “eles” não resolvem os problemas (não sabem como nem querem saber) e os cidadãos não ajudam, porque acham que não têm de ajudar a chulice. Se eles ganham tanto, eles que resolvam os problemas. Mas, em muitos casos, são os próprios que impedem a "colaboração", até para “justificarem” o que ganham.
Desde a década de 80 do século passado que, ao nível das estratégias de gestão, se estabilizaram “novas técnicas” que, genericamente receberam o nome de: “Gestão por Projecto”.

Sem correcta gestão de recursos humanos, não há técnica de gestão que possa ser eficaz. Ao nível da gestão de recursos humanos, há dois factores que se têm revelado essenciais para a produtividade. São eles:
- A motivação (que pressupõe a participação, esclarecida dos trabalhadores, de modo a conquistar o seu empenho);
- A colocação das pessoas certas nos lugares certos.

A gestão por projecto pretende maximizar esses dois factores e pode ser descrita, resumidamente, da seguinte forma:
Constituição de “equipas de projecto” a cujas são entregues tarefas específicas, com objectivos pré-determinados. É claro que os objectivos devem ser passíveis de obter o empenho dos trabalhadores envolvidos.
Nestas equipas, as tarefas de coordenação são rotativas (até como forma de conhecer os melhores “talentos”), embora se reconheça que, ao fim de algum tempo, pode acontecer que as equipas passem a entregar estas tarefas apenas a alguns, se isso for importante para alcançar os objectivos.
Por mais patranhas que os falaciosos inventem, não há forma de constituir equipas, em perfeita sintonia e cooperação, para colaborar com gente que ganhe vencimentos escandalosos, muito acima da média, enquanto que outros se matam a trabalhar para nem sequer terem com que suprir as necessidades básicas, suas e dos seus…Para quem tenha um mínimo de inteligência e de honestidade intelectual, é fácil perceber que também a solidariedade institucional, no país, deve envolver todos os cidadãos e obedecer às mesmas "técnicas de gestão" e de motivação; e que a existência desses vencimentos, dessas mordomias, é um entrave à resolução dos problemas.

Curiosamente, a evidenciar bem o primarismo, a ignorância, a falta de “inspiração”, dos nossos políticos e economistas, as “estratégias” seguidas para “resolver” as crises, são, ainda e sempre, as “ideias” velhas e ultrapassadas, de Keynes… (na sua versão portuguesa: apostas no betão), cujos resultados desastrosos estão à vista de todos.
De facto, ao invés de se constituírem equipas motivadas pelos objectivos, o que se vê, neste país, é trabalhadores desmotivados e mal pagos submetidos a cumprir ordens, quantas vezes absurdas e más, dadas por gente que ganha demais, para se entreter a fazer asneiras e a destruir… Que se entretém, pelo menos, a impedir a resolução dos problems do país, é óbvio...
É assim a ausência de cultura, de capacidade de raciocinar dos nossos notáveis. Só sabem “adoptar” soluções feitas, empíricas, e mesmo assim muito velhas, porque as suas pobres cabeças não dão para mais.

As coisas “teorias” modernas e eficientes, que podem, de facto, resolver os nossos problemas, eles desconhecem; até porque exigem um pouco mais de nível intelectual e de competência, não são coisas ao seu nível de “burgessos”.
Burgessos, convencidos, presunçosos, é o que "eles" são. Ciosos das suas ordens (e falsos prestígios), cuja legitimidade provém, exactamente, dos respectivos vencimentos e não da respectiva bondade ou adequabilidade…
Os que reivindicam vencimentos desmedidos não estão interessados nas condições para resolver os problemas, apenas estão interessados nos seus vencimentos. Depois, para se “justificarem”, exibem-se como se fossem “Messias”, favorecidos por inspiração e poderes divinos, a quem baste falar… para que tudo se resolva. E se não resolve, a culpa é dos outros, porque eles já disseram…

É de deitar as mãos à cabeça!
Como é que ainda há gente a pensar que as sociedades modernas podem aceitar ou tolerar isto!?…
Bem se vê que ninguém (de entre estes) está interessado em inovação, ou em melhoria do nível de formação tecnológica e profissional. Só estão interessados enquanto isso der para ganhar uns trocos em “seminários”. Conversa e mais conversa; é do que é feita a “competência” nacional, instituída.
Na verdade, estes políticos e notáveis, não têm competência, nem instrução, nem nível intelectual. Por isso nem sequer conseguem reconhecer as soluções, mesmo que tropecem nelas todos os dias.
Há formas, métodos de actuar, que permitem chegar às soluções (porque elas existem, na sociedade). Mas não se espere, de gente tão tacanha e presunçosa, que os adoptem, ou que eles resultem, porque esta gente “não vê um boi”…
Talvez seja melhor mesmo que os vencimentos dos políticos e gestores baixem, para que os cargos deixem de ser tão cobiçados e possam ser exercidos por gente com a motivação certa; a qual seja: conseguir resolver os problemas do país… pelo país…

Eu não defendo, em absoluto, a redução dos vencimentos dos políticos e gestores públicos. O que eu defendo é que devem ser estabelecidos (decididos através de consulta à população) limites superiores de vencimentos, indexados ao vencimento mínimo. Por exemplo: o vencimento máximo não poder ser superior a dez ou doze vezes o salário mínimo… Assim é que é democracia e se criam as condições para a efectiva solidariedade nacional.
Por outro lado, os responsáveis até poderiam ganhar 15 mil euros… desde que o vencimento mínimo fosse de mil e quinhentos euros…

Este artigo está reproduzido em "Estrelinha Ajuizada"

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2006/01/06

Foi Você Que Falou de Crise?

Recuperado do Tadechuva
...
O Banco de Portugal, cujo Governador como sabem é o ilustríssimo senhor Vítor Constâncio, no passado mês de Dezembro foi "à mercearia" da esquina e comprou: três Volkswagen Passat, dois Audi A4 e um Mercedes classe E.
Como o Independente noticiou, os salários da administração do BdP custam 1,5 milhões de euros anuais e o banco comprou, no último ano e meio, 26 viaturas por 1,2 milhões de euros.
...
Relembrando:
"Vitor Constâncio…
O vencimento anual de Vítor Constâncio é de 272.628 euros (14 meses/ano) e o de Alan Greenspan, seu homólogo, presidente da Reserva Federal dos EUA, é de 120 mil dólares (cerca de 100 mil euros). Ou seja, uma diferença de 172.628 euros, mais do dobro! E a América é a grande superpotência do Mundo e Portugal o candidato ao País mais atrasado da Europa.
Em comparação, nos EUA, o salário do presidente da Reserva Federal é público e está disponível no ‘site’ da instituição, ao alcance de qualquer internauta. Basta um click. Em Portugal, os vencimentos dos dirigentes do Banco de Portugal não são públicos. Por essa razão, há mesmo abusos escandalosos e uma total falta de transparência."
...
Zecatelhado: Foi o senhor que falou em "...manter um rigoroso realismo financeiro constitui tarefa do momento...", senhor (des)Governador...?
Deve estar a brincar connosco, não?.
...
A propósito, relembro estes números:
Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
- Almeida Santos . 4.400, euros;
- Medeiros Ferreira ...................... 2.800 , euros;
- Manuela Aguiar . 2.800, euros;
- Pedro Roseta . 2.800, euros;
- Helena Roseta . 2.800, euros;
- Narana Coissoró . 2.800, euros;
- Álvaro Barreto . 3.500, euros;
- Vieira de Castro . 2.800, euros;
- Leonor Beleza . 2.200, euros;
- Isabel Castro . 2.200, euro
- José Leitão . 2.400, euros;
- Artur Penedos . 1.800, euros;
- Bagão Félix . 1.800, euros.
Alguém quer comentar alguma coisa? Eu cá por mim, para já, só me apetece dizer:
É FARTAR VILANAGEM!
Portanto, façamos as contas: O Parlamento paga de reformas, apenas aos que são aqui referidos:
35 mil euros por mês. Cerca de 500 mil euros por ano. Quem é que paga?
O que é que esta gente "produziu"?
Alguns deles nem sequer foram eleitos, alguma vez, na sua vida. O povo tem de pagar a estes marmanjos, quer tenham sido eleitos quer não e sem se saber se atingiram a idade de reforma ou não; sem se saber se vão acumular com outros vencimentos igualmente chulados à população. É imperioso valorar a abstenção (e acabar com isto)!!!
...
Como se pode ver "isto" são tudo "investimentos" muito úteis e "compensadores" para o desenvolvimento do País...

Iberidiotices!

O Jumento publica, exactamente com o mesmo título, este post que não podia deixar de transcrever...
É por estas e por outras (para acabar com estas e com outras) que eu defendo a valoração da abstenção)
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O caso Iberdrola é apetitoso por espelhar a forma como se comporta a nossa classe política. A presença de Pina Moura, e a forma como isso sucedeu, mostra-nos que a corrupção ética é transversal a uma boa parte dos nossos políticos. Mas há duas outras facetas que estão a ser esquecidas.
A primeira refere-se a um nacionalismo, idiota, que nos leva a ficar nervosos sempre que a Espanha compra o que quer que seja em Portugal, não porque não soubemos adoptar regras adequadas para defender os nossos interesses, e quando se diz "nossos interesses" entenda-se o de todos os portugueses e não os dos chamados "centros de decisão" que estão muito pouco preocupados com o país.
Uma boa parte dos políticos e jornalistas, que gritam em defesa dos centros de decisão nacional, vão fazer as comprar ao El Corte Ingles, onde os produtos são mais caros do que os do Continente, mas apresentam uma qualidade muito superior aos vendidos nos hipers de Belmiro de Azevedo, são vendidos por funcionários mais bem pagos e preparados, profissionalmente, do que os do mesmo Belmiro, e onde o tempo de espera nas caixas é inferior. E, por estas alturas, já estão a marcar as férias, na neve dos Pirinéus espanhóis, para onde vão na esperança de se cruzarem com o rei Juan Carlos, ou com uma qualquer infanta, ou ao menos uma prima afastada na mesma pista de neve.
Por outro lado, venderam-se as empresas públicas, não raras vezes por um valor inferior ao real, o que justifica as mais-valias nos negócios a que temos assistido, e agora não queremos assumir as consequências. E lá vem o discurso dos centros de decisão nacionais, dias depois de termos andado a fazer xixi nas calças com medo de a Autoeuropa fechar as porta. Alguém se propôs construir uma Autoeuropa com um centro de decisão algures na Quinta da Marinha? Não, por ali os centros de decisão, em vez de terem preparado a integração de Portugal na Europa, decidiram a melhor forma de embolsarem as ajudas comunitárias para agora distribuírem pelos mais pobres as consequências de uma crise económica de que são eles os responsáveis.
Os que agora choram pela manutenção dos centros de decisão em Portugal, são os mesmos que, sempre que podem, vendem as suas empresas a capitais estrangeiros e para quem os centros de decisão não são mais do que verdadeiras centrais de corrupção que, beneficiando do proteccionismo, assente num ruralismo salazarista, mais não querem do que o exclusivo da exploração dos recursos nacionais, sem regras nem princípios.
São os mesmos que, décadas atrás, não queriam estações de comboios nalgumas localidades, para que os trabalhadores não partissem; são os mesmos que desviaram uma parte significativa dos fundos comunitários, são os que estão a beneficiar de uma violenta transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos, são os mesmos que nomeiam governantes incompetentes, são os que estão dispostos a vender o país desde que os lucros sejam deles.
...
Já agora e a propósito, transcrevo também o comentário de "Compadre Alentejano":
"Em 1970, aquando da criação do Colégio Ouriquense (não havia qualquer escola secundária), e os meninos ricos iam passar o tempo para bons colégios de Lisboa ou de Tomar, tivemos uma grande oposição desses pais, pois, diziam eles, que se corria o risco do filho de qualquer pastor atingir um patamar de estudo superior aos dos seus filhos! Isto brada aos céus. E posso concluir, que apesar dessa forte oposição,conseguimos levar o Colégio avante! Tendo mais tarde passado a escola secundário."
Nas questões concretas, nos casos e problemas concretos (aqueles a que ninguém liga, para os quais ninguém olha) é assim que se comportam os nossos "ilustres"...

2006/01/04

Deixar o Acto e passar ao Facto!

Citando o Tadechuva:

"achámos que era necessário "Deixar o Acto e passar ao Facto" .
Era necessário discutir e passar à acção, promovendo debates de aprofundamento e organizando formas de luta directa.
Deixei isso para o príncipio deste ano que começa, já que o mês de Dezembro, por razões óbvias, não era o mais indicado para o arranque de tal iniciativa.
Já enviei uns mail's para alguns amigos doutros quadrantes que não o blogosférico, e já obtive algumas respostas de aderência.
Que tal promovermos um encontro para trocar ideias e encetar um movimento de trabalho?
Aqui fica o desafio a todos os que quiserem participar. Para começar, enviem um mail para: Zecatelhado@gmail.com a confirmar a vossa disponibilidade. Quanto ao espaço... fica por minha conta."

2005, O Balanço Do Nosso Desencanto!

Publicado também em Editorial

Este post devia ter “saído” há cerca de oito dias!
Está difícil!

É que, olhar para o ano que passou, depois de ter acompanhado e participado na luta por um País e um Mundo mais dignos e avaliar os “resultados” é algo de muito doloroso… Por isso o adiar; mas não há volta a dar-lhe, tem de ser…
O ano que passou foi o primeiro ano civil de existência deste meu blog. Foi o primeiro ano que começou e acabou na “vigência” desta luta. Este blog completou um ano de existência no dia 17 de Outubro de 2005.
O meu primeiro post de 2005 falava da paranóia da “luta contra o terrorismo” e respectivas mentiras, mistificações, manipulações, campanha de terror sobre toda a população do Mundo… Neste aspecto: da guerra e respectivas “justificações”, o que é que melhorou?

No segundo post do ano transacto, datado de 05-01-2005, eu escrevia:

“Mais uma vez constatamos que tudo isto só é possível devido à subserviência canina, da comunicação social, aos mais pérfidos interesses dos mais pérfidos personagens.
O progresso a que temos direito, o país, o bem estar do cidadão, não contam, para ninguém: jornalista, governante, ou político. Os interesses dos criminosos, e só esses, é que contam.
Também já o disse, mas nunca é demais repeti-lo, enquanto este tipo de crimes infames forem possíveis, na nossa sociedade, com envolvimento das instâncias de investigação e judiciais, não será possível, nem sequer, a resolução dos nossos problemas económicos, muito menos os sociais. Numa situação destas não há competência que resista; não adianta ter ilusões.
Também já o disse, mas como ninguém ouve, vou continuar a repeti-lo, até que se ouça (ou compreenda), que os nossos piores problemas têm origem no facto de este país estar nas mãos de criminosos. E não me refiro aos “inimigos sem rosto” inventados pela magistrada Maria José Morgado, porque não existem (e porque não sou D. Quixote); refiro-me a estes criminosos, que assim se pavoneiam, despudoradamente, e se exibem, nos órgãos de comunicação social, ante a complacência dos governantes e políticos”.
Vocês perceberam alguma melhoria no que concerne a estas questões? (da alta criminalidade e seu domínio sobre o País, das cumplicidades e apoios dentro da comunicação social, etc.).

Durante todo o ano passado li, na blogoesfera e na comunicação social, todo o tipo de denúncias e reproduzi algumas delas.
Para completar a lista, ainda faltam os episódios que relatei, de entre os muitos que me chegaram ao conhecimento, particularmente.

Esgotado o tempo do ano civil, e chegado o momento do balanço, que podemos concluir?
Quais os frutos desta luta?
O que é que melhorou?
Que é feito dos nossos direitos de cidadania?
Que esperança nos resta?
Como atingir os nossos anseios de uma vida melhor, de um Mundo melhor, duma sociedade digna?

Cada um que responda como achar melhor!
Por mim, para ilustrar, com exemplos concretos, como convém, o que estou a tentar dizer, peço-vos que atentem no conteúdo deste post, publicado em 12-10-2005.

E agora, para que se perceba, bem, “o efeito” (nulo) destas denúncias, a evidenciar o arrivismo, a falta de vergonha e de dignidade, a arrogância prepotente e vil dos nossos políticos, aqui fica a transcrição dum post publicado em “Um Homem das Cidades”, no dia 29-11-2005:
...
“Exonerados da Refer, Braamcamp Sobral, Luís Miguel Silva e José Marques Guedes assumiram já o cargo de assessores na CP, enquanto Pires da Fonseca, ex-administrador da CP, integrou os quadros da Refer.
Segundo fontes contactadas pelo CM, os agora assessores ainda não iniciaram a sua actividade nas respectivas empresas, encontrando-se, alegadamente, de férias. O certo é que já receberam os novos ordenados, bem como o subsídio de Natal a que têm direito pelos seus novos postos.
De acordo com as contas feitas pelo CM, cada um dos assessores dos conselhos de gerência recebeu entre 3800 e quatro mil euros líquidos de ordenado e mais de 600 euros de subsídio de Natal, correspondentes aos meses “trabalhados” nas novas funções.
Para além do ordenado, os assessores dispõem de carro, telemóvel, cartão de crédito e despesas de representação.
Ao integrarem os quadros de pessoal daquelas empresas, os gestores acabaram por beneficiar em pleno dos actos pelos quais foram despedidos do Estado com justa causa.
Questionadas pelo CM sobre o paradeiro dos novos assessores e das funções que lhes foram atribuídas, nem a CP nem a Refer deram qualquer resposta.Os administradores foram exonerados em Outubro pelo Governo “por manifesta inobservância da lei e violação grave e reiterada dos deveres dos gestores públicos”.
Entre as irregularidades detectadas, encontram-se a contratação cruzada de administradores entre a CP e a Refer.
Em Outubro foram também exonerados “por quebra de confiança” António Rosinha e, a seu pedido, Pires da Fonseca, os dois quadros da CP admitidos pela Refer.”
...
Isto é assim, há décadas, enquanto a nossa indignação cresce... Esta gente não tem pudor, nem dignidade, nem vergonha!

Muitas outras denúncias por aqui passaram, com resultados semelhantes ou piores…

Um dos nossos pesadelos colectivos mais graves é o funcionamento da Justiça.
Também nesse sector nada mudou, a não ser para pior, como acontece sempre que “as crises” não têm as soluções devidas…
Neste sector, podemos citar como exemplo mais gritante dos motivos do nosso desencanto o "Caso da Joana", que desapareceu, duma aldeia algarvia e cujos familiares foram acusados do seu assassinato SEM PROVAS, tendo sido condenados apesar de, obviamente, estarem inocentes.
Neste país é assim: os inocentes vão para a cadeia, à mercê dos caprichos de criminosos, sem escrúpulos, que asctuam de dentro das instituições da justiça, enquanto que os criminosos, comprovados, são postos em liberdade.
Apenas como exemplos ilustrativos, (de criminosos a quem é garantida impunidade e até a liberdade) citemos:
- o caso do traficante Franklim Lobo;
- dos acusados da morte dum agente da PJ;
- do facínora que assassinou dois agentes da PSP, na Amadora (de cuja existência e cujo paradeiro eram conhecidos das polícias), para quem o advogado Martins invoca incapacidade psicológica;
- e, finalmente mas não menos importante, do facínora que assassinou Nélio Marques, que esteve em prisão domiciliária até há pouco tempo, mas que foi “posto em liberdade”, pelo juiz, perante a indignação, manifesta, dos familiares e amigos da vítima.
Isto a par da prisão preventiva de inocentes, como aconteceu no Processo Casa Pia, e não só, no meio dos episódios e actos mais absurdos e abjectos praticados por “protagonistas” da justiça e outros…
Entretanto, mais um amigo juntou a sua às nossas vozes, com muitos e fortes motivos pessoais para o fazer… resultados?

É um nunca mais acabar de episódios escabrosos, a evidenciar bem que o mau funcionamento da justiça se deve, exclusivamente, “aos protagonistas”, seu despudor e respectiva impunidade… A evidenciar bem que temos razão quando afirmamos que mais de 60% dos processos não existiriam, se os protagonistas da justiça fossem idóneos, dignos.

Da protecção de menores e dos crimes praticados (pela sociedade e com a conivência e cumplicidade da sociedade) sobre crianças, cada vez mais novas, nem vale a pena falar (porque já adiei demais este post)… Também aqui a situação se tem vindo a agravar.

Quanto à situação económica e social, não há necessidade de nos alongarmos, porque todos sabem, todos vêem… não podemos ignorar! Mas também porque não é possível melhorar este estado de coisas sem que os problemas fundamentais, da justiça e do funcionamento do estado e instituições se resolvam.


E agora pergunto: Para 2006, que podemos esperar?

Receio que apenas aquilo que por que formos capazes de lutar, que formos capazes de conquistar, sem tibiezas…