2005/04/30

O Presidente anda a "comprar" o seu "tachito"!

Quando o filho do Presidente concluiu a licenciatura, o Presidente esteve na cerimónia de entrega dos diplomas e discursou.
Achei que foi mais um daqueles discursos despudorados a que nos habituou. A certa altura decidiu falar da sua sucessão, colocar a hipótese de ser substituído por Cavaco Silva e “candidatar-se” a ocupar o seu lugar na docência, ali mesmo; isto é: pedir que lhe dessem um tachito, como professor, quando acabar este seu segundo e último mandato.
Ao que tudo indica, o Presidente está a usar as suas funções e as suas competências para “comprar” esse tachito, à nossa custa, à custa da democracia. Mas, vocês sabem, eu decidi que este Presidente há-de ficar conhecido, na História, como merece sê-lo, como corresponsável pela nossa desastrosa situação e, por isso, não posso deixar de dizer o que penso e de o demonstrar, “para memória futura”.
Ainda havemos de ver Jorge Sampaio a "apoiar" a candidatura de Cavaco Silva à Presidência, como forma de melhor garantir o seu "tachito" (a ocupação do lugar que agora é de Cavaco).
Enquanto o País se debatia com os desmandos do Durão e se afundava, evidenciando bem que as instituições não funcionavam (como ainda não funcionam), o Presidente foi dizendo que nada podia fazer e foi declamando apelos patéticos e cínicos que se mantêm até hoje, acerca de tudo o que interessa à população. Quando Durão vendeu a sua consciência (se é que alguma vez teve uma) aos principais governantes europeus e foi nomeado, para Bruxelas, o Presidente decidiu nomear Santana Lopes, sem querer saber da opinião dos cidadãos. E manteve Santana Lopes até que os representantes do grande (e pior) capital lhe exigiram que o demitisse, porque isso servia os seus interesses, como se vê, agora, pela actuação do Governo.
Quando se impunha (toda a opinião pública honesta o exigia) que destituísse o PGR, fez-se surdo aos inúmeros apelos e cartas abertas, protegendo, assim, a alta criminalidade a quem o PGR tem garantido impunidade e cumplicidade, a todo o custo, a qualquer custo.
A cada problema grave que aparece e a cada situação degradante e desesperante, o Presidente “responde” com um apelo patético e cínico, argumentando, frequentemente, que nada pode fazer, porque não são assuntos que deva ser ele a resolver; nem sequer deve “interferir”.
Mas eis que se discute o problema dos referendos (da Constituição Europeia e do Aborto) e o Presidente se acha no direito de afrontar o sentir maioritário da sociedade, de afrontar a consciência dos cidadãos e “decide” que, o que é prioritário é o referendo da Constituição Europeia, bem na linha do que tem sido toda a sua actuação, de nos impor, à má fila, os “desígnios” mais reaccionários.
Sim, porque, vocês compreendem, o referendo à constituição europeia é que tem influência notória e imediata nos problemas sociais do país, no bem-estar das pessoas. Esse é que resolve o gravíssimo problema dos processos judiciais, aberrantes, contra algumas das pessoas que se vêem obrigadas a fazer um aborto. Aliás, nós vamos verificar a enorme importância do referendo à constituição europeia, pela respectiva afluência às urnas…
Ou seja: o Presidente, que “nada pode fazer” quando se trata de exercer as suas funções de garantir o regular e adequado funcionamento das instituições; que diz que não se pronuncia sobre as questões mais sensíveis da sociedade, em nome da sua isenção, passa a ter e impor as suas decisões, quando isso lhe é imposto pelos seus futuros patrões. Até ao funeral do Papa foi, dizendo-se ateu…
Além do mais, esta atitude do Presidente exerce influência negativa na votação do referendo acerca da despenalização do aborto, o que corresponde aos “interesses” obscuros e obscurantistas dos futuros patrões do Presidente.
A conclusão é óbvia: O Presidente está a “comprar” o seu tachito, à custa da democracia e da dignidade do cargo que exerce; à custa do “Estado de Direito” que tem ajudado a destruir. Ele espera que, esforçando-se, assim, para garantir, contra a opinião e a vontade dos cidadãos, os “interesses e desígnios” da gente mais reaccionária, possa assegurar o acesso ao tal tachito, de professor, a que se candidatou despudoradamente, no discurso referido acima.
É no que dá a “limitação de mandatos” assim imposta por lei, em abstracto, artificialmente, sem a intervenção e a sujeição à opinião dos cidadãos…

2005/04/29

Sócrates. Das Promessas (Lindas) à Prática (infame).

O Partido Socialista obteve o poder (com a tão festejada “maioria absoluta” falsa), à custa de promessas, que ainda não cumpriu, nem tenciona cumprir.
O Partido Socialista obteve o poder, oportunistamente, aproveitando a repulsa dos cidadãos em relação ao Governo PSD/CDS, porque vestiu uma capa de “salvador da democracia”, de esperança de todos. Durante a campanha eleitoral até abriram um site, na NET, onde qualquer pessoa podia deixar as suas sugestões; as “Novas Fronteiras”, lembram-se?
Entretanto, o Partido Socialista ocupou o poder e cabe-nos perguntar: que é feito das promessas, que é feito da esperança e confiança, entregue nas mãos dos socialistas, quase em desespero, por uma parte da população?
Iam criar 150 mil postos de trabalho (apesar de eu dizer que podem criar mais de 300 mil), mas as unidades de produção, as empresas, continuam a fechar, as pessoas continuam a ir para o desemprego, que continua a aumentar; o desespero dos cidadãos também aumenta, tal como a pobreza, até porque se vão acabando os períodos de acesso ao subsídio de desemprego, sem que haja alguma possibilidade dessas pessoas conseguirem um emprego; um meio de vida.
Isto reflecte-se na actividade económica e na “confiança” (é melhor dizer disponibilidade monetária) dos consumidores, ou seja, no volume de compras, arrastando mais micro-empresas para a falência. Medidas para cumprir estas promessas e resolver estes problemas prementes? ZERO! NENHUMA!
É claro que a situação económica do País, e o défice, continuam descontrolados e a aumentar (com a economia em recessão aberta), ao contrário doutra das promessas do Governo Socialista.
A crise política, económica e social é promovida e agravada pela forma, anacrónica, como funciona a nossa justiça (outra das promessas do governo socialista), mas o que se vê é a criminalidade a aumentar, os casos aberrantes a prosseguirem, os cidadãos honestos a não serem respeitados, nem terem quaisquer garantias asseguradas; enquanto cresce e prolifera, a alta criminalidade, escandalosamente protegida pelo sistema judicial e pelas máfias que nele se alojam. Há poucos dias, mais uma vez, foram libertados indivíduos, por negligência das instâncias judiciais, sem que possamos saber se são inocentes ou culpados, mas que beneficiaram de “garantias” que não são asseguradas a inocentes. Em face desse escândalo o que fez o governo? O ministro falou com o PGR, que já devia ter demitido, há muito tempo, porque é quem mais tem protegido, descaradamente, a criminalidade institucionalizada.
Quando ocorrem estes escândalos, instauraram-se inquéritos rigorosos (nós sabemos bem o que isso quer dizer), mas o facto é que a criminalidade (e a protecção que lhe é garantida pelas instâncias judiciais) continua a aumentar, evidenciando bem as cumplicidades que estas máfias têm garantidas, ao mais alto nível do estado e do governo.
Todo e qualquer cidadão esclarecido vê, e reclama, que os crimes cometidos de dentro do aparelho judicial não podem ficar impunes, mas o governo não quer saber (ou melhor: não quer actuar), ignora e afronta (tal como fazia o governo anterior e como sempre fizeram as instâncias judiciais) os cidadãos e destrói o "estado de direito". Portanto, por imperativo destes “interesses” criminosos, o País continua paralisado e a situação dos cidadãos continua a agravar-se.
Aqui pudemos testemunhar que “o País continua adiado”, porque temos denunciado vários casos escandalosos, que continuam por resolver. A situação do País só pode melhorar quando os governantes compreenderem que não podem permitir a manutenção de situações de infâmia. Só assim a democracia é cumprida e assegurado o estado de direito, sem o que nada mais pode funcionar, porque isto destrói os cidadãos e a sua, imprescindível, confiança nas instituições.

Mas o governo “fartou-se” de “fazer” coisas. Olhem só:
(1) Discutiu a conluiou-se com o PSD para aprovar a alteração à lei eleitoral para as autarquias, tornando-a ainda mais nazi. Sim porque isto, que vem “resolver” um problema que não existia (mas que passa a existir, porque a lei é um atentado à democracia) contribui imenso para a resolução daqueles problemas, acima referidos. Vocês não estão já a ver os efeitos, no dia a dia? Notórios, não são?
(2) Criou uma comissão, ou grupo de trabalho, ou sei lá o quê de inútil, para tratar do problema dos incêndios. Sim porque não existia nenhuma estrutura dessas, é coisa que nunca foi criada, neste País e que vai resolver o problema, então não vai? Vê-se a noção que o governo tem da forma de resolver os problemas mais prementes.
(3) “Abriu”, mais cedo, a época dos incêndios, pondo os helicópteros à disposição. Não se esqueçam que já morreram, este ano, quatro pessoas, em fogos florestais; mas isso foi porque ainda não estava “aberta” a época de incêndios. Sim porque em “época de incêndios”, quando estão disponíveis os helicópteros, não existem fogos florestais, não arde nada, a prevenção e a eficiência do combate aos incêndios está assegurada. Então não se tem visto que está?
Um problema que se resolve tão facilmente, quase sem custos. Bandidos e criminosos é o que eles todos são, a começar pelos governos.
(4) Ah! Já me esquecia! Criou uma estrutura qualquer para o “choque tecnológico”, para nos chular a todos e nada fazer, como é costume.

Portanto, o Governo fartou-se de fazer “coisas”, tretas, só não fez o essencial, mas isso não tem qualquer importância, porque o governo acha que somos todos estúpidos (não sabemos ver a sua incompetência); ou então seus lacaios sem coluna vertebral.
Por estes exemplos se pode avaliar a noção que esta gente tem de como se resolvem os problemas e a sinceridade (honestidade) com que fazem promessas.
E assim o País continua adiado, o desespero das pessoas continua a crescer, os problemas continuam a agravar-se, apenas porque este governo está dominado por mafiosos, por opção própria. Quando seria tão fácil, e simples, tomar medidas que resolvam todos estes problemas e recuperem a confiança dos cidadãos. Somos mesmo governados por gente maldita, destruidora, que não faz, nem deixa fazer, o que tem de ser feito. Com este sistema eleitoral, de facto, os nossos problemas nunca irão ter solução, porque ninguém nos ouve, porque a resolução fica entregue aos partidos e à sua tacanhez.
Esta gente não tem noção de limite! Sócrates está a cavar a sua sepultura (e do governo a que preside), alegremente, porque está armado em “chico esperto”, a pensar que inventou a pólvora, que consegue enganar todos, por muito tempo, apenas porque os cidadãos, aflitos por socorro, lhe confiaram 29,3% dos votos, que a vigarice do sistema eleitoral transformou em maioria.
A traição tem um preço e você também o vai pagar, Sr. Engº Sócrates! Provavelmente, muito mais cedo do que imagina.

2005/04/28

Adivinhem quem ele é!

Num post publicado em NeuralConnection, deixei o seguinte come´tário, que decidi passar para aqui. Vejam se adivinham quem é o tipo, antes de irem lá ver. Não é difícil.
Concordo! Uma coisa assim só pode ser bruxaria.
Conheço uma pessoa, descendente de militares de alta patente, que me contou esta história do dito:
Antes do 25 de Abril, foi expulso da tropa por roubar, porque já nessa altura se dedicava a "negócios" escusos, (deve vir daí a sua ligação às coisas do oculto).
Depois do 25 de Abril, foi "ressarcido", coitadinho, porque tinha sido perseguido pelo regime anterior. Recebeu uma bruta indemnização e só não foi reintegrado nas forças armadas porque não quis, porque tinha outros negócios e interesses mais rentáveis.
Portanto, nos meios que lhe são próximos, a sua fortuna terá origem nesta indemnização (mais os bens de família), que assim recompensou o seu crime anterior. Disseram-me também que, oriundo duma família de gente culta e de bem, os próprios parentes o evitam, porque é uma espécie de ovelha negra. Enquanto que os outros são gente instruída, ele não quis estudar. Vê-se porquê!
Estou a contar isto, aqui, porque acho que é um bom exemplo da demagogia pós 25 de Abril, de que se aproveitaram todos os indivíduos deste tipo, mas que para os cidadãos honestos, de nada serviu, como se vê pela actual situação.
O que eu pergunto é: que raio de "competências" tão especiais e singulares é que um marmanjo destes tem, para acumular tanto cargo: Liga de Clubes, Câmara Municipal, Metro do Porto, mais as suas, várias, próprias empresas... nunca mais acaba.
O homem, apesar de ser um analfabeto, por opção, deve ser um génio (da vigarice), para os atrasados mentais que o rodeiam e o nomearem para tudo e mais alguma coisa. Só assim se compreende que seja titular de tanto cargo, alguns dos quais bem pagos pelo estado. E continua em todos eles, apesar de todos os escândalos... Com o País nas mãos de gente assim, o que é que se espera que seja a nossa vida política, económica e social?

2005/04/27

Descubra as Diferenças (se as houver)!

O nosso amigo Pindérico do "Só Palpites", decidiu armar em "pretensioso" e "meter o bedelho" em assuntos de "gente importante" e vejam só o que ele foi "desencantar":
Transcrição:
O texto que se segue foi retirado do programa de um partido político português e data de Novembro de 1974.

"Mas a detenção do poder económico dá ainda uma enorme van­tagem política. Os grandes grupos, através da publicidade e da tomada de posições-chave nos órgãos de comunicação de massas, podem influenciar a formação da opinião pública e portanto, indirectamente, da própria vontade colectiva. Podem ainda, das mais subtis formas, tentar corromper os governantes. Tal corrupção atingiu proporções escandalosas no anterior regime, através da circulação das perso­nalidades políticas entre o sector público e o privado e da simbiose pessoal de lugares num e noutro."
"A liberdade não é apenas privada de conteúdo pela multiplica­ção das dependências pessoais. É-o também através da alienação objectiva resultante da orientação para fins que prejudicam o desen­volvimento da personalidade
".
Fim de transcrição.

O desafio que vos coloco é que "descubram as diferenças" entre esta realidade, de antes do 25 de Abril, diagnosticada e caracterizada, assim, tão magistralmente, por um dos nossos partidos políticos (será o PS?) e a situação política económica e social actual, bem como os seus "fundamentos"; isto é: os escândalos que se repetem, todos os dias, o domínio evidente e cada vez mais claro, mais descarado, mais arrogante, mais prepotente e mais arrivista das máfias e dos circuitos dos "tráfico de influências" dentro do aparelho do estado e do governo. Bem têm razão as pessoas que, como eu, dizem que, no essencial, nada mudou desde antes do 25 de Abril.
Tanto cinismo repugna, não acham?


Bom trabalho, amigo Pindérico!

P.S. Os meus sinceros agradecimentos a Pedro Silva que, nos comentários, me chamou a atenção para o facto de "pretensioso" e "bedelho", estarem mal escritos no "original". Estes erros já foram corrigidos, bem como "desencantar", que também tinha "erro/gralha". É muito erro em tão pouco texto... por isso agradeço ao Pedro e peço desculpa a todos!

A Justiça no seu (a)Normal (dis)Funcionamento!


Hoje, nos jornais e no debate da TSF, discute-se a justiça, a propósito do facto de terem sido libertados os suspeitos da morte dum agente da PJ, que já tinham sido condenados. A libertação deveu-se ao facto de terem recorrido das sentenças a que foram condenados e, por isso, terem permanecido em prisão preventiva, que se prolongou para além do limite máximo admitido.
Tudo isto porque os recursos não foram decididos em tempo útil, dizem. Tudo isto porque os agentes da justiça se entretêm a “tratar” de assuntos marginais, e perseguir os cidadãos honestos (como se encontram alguns exemplos descritos, neste blog e outros aqui serão trazidos), em nome dos seus próprios interesses e objectivos, em nome dos interesses de máfias em que participam. Por isso não têm “tempo” para fazer o que devem fazer, o que tem de ser feito para garantir a segurança de todos.
No debate da TSF, algumas intervenções prementes, importantes, acutilantes e esclarecidas, de gente que sabe o que diz e o que é necessário fazer, de gente digna e honesta, social e intelectualmente. Destaco a intervenção do Dr. Garcia Pereira, mas outras houve a merecer atenção.
E o Governo “Socialista” o que é que faz? Nada! O País (e a resolução dos seus problemas fundamentas) continua adiado porque o governo não quer mexer nas questões essenciais, porque este governo, tal como todos os outros, permanece refém de máfias, com cujos interesses não bule, porque o governo tem sido pressionado e chantageado por máfias, com quem já assumiu compromissos, à semelhança do que sempre tem acontecido, com governos anteriores do PS.
Mas a principal razão porque venho aqui falar deste assunto não é essa. A principal razão prende-se com o facto de o Dr. L.J.N.S., preso nº4 da Prisão da Carregueira (Estabelecimento Prisional da Carregueira) estar preso há mais de oito anos, apesar de estar inocente; de continuar preso apesar de o caso já ter sido denunciado, publicamente; de continuar preso apesar de ser do conhecimento geral que está inocente, de continuar preso apesar de se saber (e ter sido denunciado) que foi vítima duma cabala monstruosa, motivada por interesses (sentimentos) mesquinhos e perversos, particulares, de pessoas de circuitos de tráfico de influências e criminosos, com participação e conluio de agentes do sistema judicial.
Pois, nesta situação, assim arbitrária e infame, que consubstancia um autêntico crime aberrante e repugnante, praticado através da própria justiça, com envolvimento do Procurador João Aibéo, o Dr. L.J.N.S. também esteve em prisão preventiva para além do tempo máximo permitido por lei, mas não foi posto em liberdade por isso. Nem por isso, nem por aquilo, nem por nada, exactamente porque está inocente.
Ou seja, quando se trata dos próprios crimes dos agentes da justiça (como no caso do Processo Casa Pia e neste caso que aqui especifico e em tantos outros), esta mesma lei que determinou libertação destes suspeitos de terem assassinado um agente da PJ, não se aplica. Alguém sabe me explicar porquê?
Sobre o Dr. L.J.N.S. para mais informações, ver os seguintes artigos:
http://sociocracia.blogspot.com/2005/03/uma-histria-de-terror-sem-limites.html#comments
e:
http://sociocracia.blogspot.com/2004/11/as-prises-notcias-do-inferno.html#comments

2005/04/26

Falácias Terroristas. Quem Papa o Quê?

No artigo “Quebra-cabeças ou manipulação refinada”, tentei dar um exemplo “estilizado” de como se adultera uma realidade, se deturpam factos e de como, com essa deturpação, se “constroem” falsas realidades, destinadas a manipular o pensamento das pessoas. O amigo Raul disse, em comentário, que, naquele exemplo, a falsidade é fácil de detectar; nos outros casos da vida política e social é que não…
O assunto que vou abordar, a seguir, é um bom exemplo daquele tipo de manipulação.
Na última edição do Café Expresso, o amigo Zeca (António), decidiu incluir uma secção com o que a equipa considerou os melhores posts da semana. Fui lendo um a um e confesso que, genericamente falando, já vi, por aí, coisas bem melhores. Mas a minha indignação foi ao rubro quando dei por mim a ler, conforme sugerido, um artigo donde tirei este excerto:

“É forçoso que ser de esquerda (ou liberal, que é a "esquerda-light", descafeínada e sem álcool) seja sinónimo de ser um badameco dum incontinente mental e, sobretudo, verbal, que, a toda a hora, faça chuva faça sol, tem que estar a cagar postas sobre tudo e mais alguma coisa?
Quer dizer, assim como os papa-hóstias, de todas as capelas, se arrogam em detentores exclusivos da procuração divina, estes putativos "não-papa-hóstias" armam em procuradores auto-arvorados da humanidade, em baluartes honorários da filantropia e do progresso. Sabem o que vos diz esta porção de humanidade? Certamente adivinham e prende-se com o orifício materno. Mas, entretanto, aqui d’el rei, que os católicos elegeram um papa católico. Havia de ser o quê? Protestante? Muçulmano? Socialista? Devia ser democraticamente eleito, pela chusma que faz da opinião uma espécie de cagar aos cantos ou mijar nos muros? Para ser correcto, está-se mesmo a ver, na opinião destes campeões de muceque, o conclave devia ser televisionado, estilo "capela das celebridades”
Refere-se, obviamente, aos inúmeros artigos sobre o Papa e a eleição do Papa, mas não consegue disfarçar a profunda reaccionarice das próprias e os métodos de terrorismo psicológico , prepotente e arrivista, a substituir o franco e leal debate de ideias.
E acrescenta, para cabal esclarecimento dos incautos, ecléticos e mais elementares “amantes do contraditório” que tenham dificuldades em distinguir “um boi dum palácio”:
“Assistindo ao histerismo peixeirante de toda esta escumalha das ideias, a toda esta vaselina de plantão ao pensamento, a mim, até me dá vontade de ir ser católico. Sempre é preferível a hóstia, via oral, que o mesmo remédio, só que mais concentrado, sobredosado, esterilizante, e em forma de supositório expresso, pelo fundilho da coluna.
Vergonha dos homens, vergonha da esperança num mundo melhor, é toda uma "esquerda" pidesca, bufa, cretina, a espernear e a espumar epilepticamente. Com uns argumentos e poses de tal modo estimulantes, que, um dia destes, não resisto e corro à feira da ladra a enfarpelar-me numa farda das SS (vi lá uma das Tottenkampf, ainda não há muito tempo, toda catita). Vai ser uma carga de trabalhos para me fazerem despi-la. Acho que até vou dormir com ela.”
Assim ficamos todos esclarecidos. Eu acho que sim, que o autor desta “nojeira de verborreia” deve mesmo comprar a tal farda. Escusa de andar mascarado de gente decente, a enganar-se e a enganar os outros.
Reparem que esta conversa (que li apenas por culpa do Café Expresso) encaixa, na perfeição, no tipo de manipulação refinada de que dei aquele exemplo abstracto.
Especificando:
Quem começou por agredir toda a população do país, com a morte do Papa, o funeral do Papa, os candidatos a Papa e a eleição do Papa, foram os órgãos de comunicação social, inclusive os de “serviço público”, que fizeram dos eventos um verdadeiro massacre, que durou mais de 10 dias. Entretanto aconteceram coisas bem piores, como atentados no Iraque, que mataram muitas pessoas, mas as notícias só davam Papa.
Papa morre, Papa não morre, Papa enterra, Papa elege, toda a gente teve de suportar aquele verdadeiro suplício (que o foi até para alguns católicos). Depois foram os méritos e o enorme valor do Papa que faleceu, de cujo não se viu nada de positivo que resultasse, ao contrário das coisas negativas e das medidas persecutórias, que essas sim, foram eficientes. Cá para mim, tanto se me faz que fosse Papa, ou não. Se tivesse os méritos que nos impingem, reconhecer-lhos-ia, sem qualquer dificuldade. A verdade é que tudo isso é falso e falacioso e, por isso, digno de repúdio.
Mas há mais! A própria igreja se arvora direitos que não tem, prerrogativas que não lhe pertencem e que espezinham os princípios da democracia, para condicionar e influenciar a vida de todos nós, nomeadamente influenciando as leis, de forma anacrónica; as leis a que todos estamos sujeitos.
Mais! Eu nunca vi o Papa comparecer no funeral de nenhum chefe de estado. Pois o nosso presidente, apesar de se dizer ateu, aproveitou para passear e foi ao funeral do Papa. Um tal acto de subserviência, de servilismo, a representar quem?
Ora, se a Igreja e os seus “serviçais” na política e na comunicação social, se arvoram o direito de violentar as consciências de todos os cidadãos, estes têm o direito, elementar e fundamental, de dizerem o que pensam acerca disso; têm o direito de avaliar e opinar sobre as qualidades e defeitos de quem assim os molesta.
O escriba pretende invocar os princípios da democracia, como fundamento da sua “indignação”, com o seguinte: “Meto-me na nomeação dos ayatholas? Intrometo-me na vida do Dalai Lama? Mando palpites ao patriarca ortodoxo?”
É isso mesmo. Nem eu perderia um segundo do meu tempo a falar de Papas, nem se me daria que eles morressem ou vivessem, ou qual seria eleito, se o assunto tivesse sido tratado, pela comunicação social e pelas instituições, como o são: as nomeações dos ayatholas; a vida do Dalai Lama; os viveres ou morreres dos patriarcas ortodoxos (ou das igrejas protestantes, que também tem uma hierarquia).
E é aqui que reside a falsa realidade, com que se manipula as consciências (fracas) dos menos avisados. Não há qualquer comparação entre o que se passa nas outras religiões (ou sector de pensamento filosófico) e o massacre a que fomos sujeitos a pretexto do que se passa no Papado. Portanto as pessoas têm todo o direito (e até a obrigação) de reagirem.
Contudo, parece que não teremos que nos preocupar, porque este Papa será o último. Talvez a igreja e a crença católica não desapareça (nem tem porquê), mas que desapareça esta coisa aberrante que é a existência dum Papa, tal como o conhecemos hoje, faz todo o sentido. Esperemos que isso represente também o fim destas exibições, anacrónicas de “psico” que já estão demasiado fora de moda. Aliás, se repararem bem, todo o tom do escrito soa a “canto do cisne”. Paz à sua alma!
Claro que não identifico o local onde foi publicado. Quem quiser que procure. Não facilito o acesso a ninguém, porque não quero ser responsável por semelhante maldade.
Amigo Zeca… Esperava mais de si! Confesso que, quando li este post, até me deu vontade de deslinkar o próprio Café Expresso. Para ler coisas destas basta-nos passar os olhos pelos inúmeros pasquins, em qualquer banca (que eu não compro, vocês sabem porquê), não precisamos de Café Expresso. É que isto, nem a seco se “engole”. Espero que, por aí, os critérios façam jus à expectativa criada…

Exposições Fotográficas Sobre o 25 de Abril!

Em: A Mega Fauna e em A Grande Fauna, o amigo Bin promoveu duas exposições fotográficas que merecem ser vistas. Também se pode ouvir uma canção, na voz inconfundível e magistral, no seu melhor, do grande Zeca Afonso. Aconselho a todos. Só espero que tenham mais sorte do que eu, na audição, que me foi várias vezes interrompida, sem que saiba porquê! "Coisas" que acontecem, nos "equipamentos"... Mesmo assim vale a pena.

2005/04/24

Alterações à Lei Eleitoral. Valorar a Abstenção!




Reciclemos, Então, o Sistema Eleitoral


Recuperando a “discussão" com o Luís, de “Sistema Eleitoral”, vou responder às questões que coloca, num comentário no seu próprio site; e também à pergunta concreta.
Para os que não acompanharam a discussão, relembro que o Luís publicou um livro onde propõe que “Reciclemos o Sistema Eleitoral”. Nesse livro (e também nos artigos que publica na NET) o Luís defende o fim dos círculos eleitorais, como existem hoje, em cujos, a aplicação do método d’Hondt, cria distorções absurdas no número de deputados eleitos por cada bancada.
No essencial, concordo com a forma de fazer as contas, proposta pelo Luís, para atribuição dos mandatos de deputados. Mas defendo, também, a valoração da abstenção e a exclusão dos deputados que ninguém elege.
O Luís contra-argumentou acerca da validade do sistema que defendo, invocando a existência de “eleitores fantasma”, nos cadernos eleitorais dizendo, inclusive, que estes rondarão cerca de 500 mil. Para além de, muito legitimamente, duvidar destas contas, não posso (não podemos) nunca aceitar que tal absurdo sirva para desculpar a ausência de democracia do sistema eleitoral. Por isso respondi ao Luís, nestes termos:




“Caro amigo Luís. Quando eu falo de “voto electrónico” falo duma base de dados que deverá funcionar à semelhança das declarações fiscais electrónicas; assim como quem diz: ficheiros que terão se ser actualizados, automaticamente, sempre que, por exemplo, morre uma pessoa. Isso não é nada de transcendente. Há, por aí, muita gente capaz de o fazer “com uma perna às costas". Acabavam-se os “eleitores fantasma"!
Quanto a ser necessário alterar a lei para que isto se possa decidir por referendo, acho que é mais uma demonstração da falta de pudor e de dignidade dos políticos.
Primeiro porque, desde o início, deveriam ter-se salvaguardado não se arvorando o direito de serem "juízes em causa própria". Isto são coisas que deveriam ser decididas, sempre, pelos cidadãos.
Segundo porque, mesmo assim, continua a ser uma questão de falta de pudor dos políticos; mais um exemplo do seu nepotismo, prepotência e obsessão em afrontar os cidadãos. Bastaria que, feita a consulta, as respectivas leis fossem ratificadas pelo parlamento. Aliás, eu gostaria de ver qual era o partido político que teria coragem de votar contra uma decisão dum referendo… Basta querer, realmente, ser honesto e consequente; querer, de facto, resolver os problemas do país para se arranjarem soluções. Tantas soluções que estão aí, “à mão de semear"… que até dói ver a nossa situação a agravar-se todos os dias, apesar disso.”

Ao que o Luís retorquiu e questionou:
“Biranta, o que propõe nada tem que ver então com voto electrónico. Tem que ver com a actualização informática dos cadernos eleitorais, o que seria uma boa medida. Porém creio que, na prática, será difícil que uma solução meramente técnica resolva a questão dos “eleitores fantasma", a qual tem implicações a vários níveis…
Penso que a política deveria ter uma maior componente de “missão” (que falta a muitos actualmente) e que os cidadãos deveriam ser mais pró-activos na defesa dos interesses comuns.
E é na linha dessa mesma atitude pessoal que digo que não se deve valorizar a abstenção porque quem se abstém não está a dar o seu contributo (por simbólico que seja) para a resolução dos problemas que nos afectam.
Uma pergunta concreta: Como é que dos lugares vazios deixados no parlamento para representar os abstencionistas alguma vez poderiam surgir propostas para solucionar o que vai mal no país?”

Vou agora responder a estas questões!
(1) O que proponho é voto electrónico, com tudo a que tem direito, que começaria por ser criada uma base de dados de todos os eleitores, com todos os elementos necessários. Isto é uma coisa muito simples de se fazer.
(2) Criada a base de dados seria fácil detectar e verificar todos os casos duvidosos e eliminar os tais fantasmas, que parecem ser tão convenientes. Os computadores fazem isso a brincar. Além disso, a manutenção deste tipo de situações absurdas, para além de serem reveladoras (e cultivadoras) da bandalheira a que estamos habituados e que tanto nos prejudica, também viciam todos os dados, não apenas os da abstenção.

(3) Em cada acto eleitoral (ou referendo) seria permitido, a cada eleitor, mediante acesso presencial ou remoto, descarregar o seu voto como bem entendesse, sendo conferidos os seus dados e descarregado o seu voto, automaticamente. Os computadores fazem isto com a maior das facilidades, embora haja por aí muita gente sempre pronta a aproveitar-se da ignorância reinante para complicar e tentar ganhar mais alguns cobres. Isto para não falar nos patifes que acham que tudo deve continuar como está, porque, assim, são eles que controlam os governos eleitos.

(4) Portanto, nada disto é complicado, transcendente, ou infazível (nem sequer é tão demorado assim de concretizar). Para que se faça basta, como em tudo, colocar as pessoas certas nos lugares certos, afastar os vigaristas, os corruptos, os incompetentes…

(5) Quanto àquilo que o meu querido amigo Luís acha que deve ser a atitude dos outros, os critérios e princípios e padrões de comportamento que acha que devem adoptar, meu amigo… é apenas a sua opinião. Claro que “beneficia” da vantagem de ser coincidente com a atitude e os interesses da classe dominante, de quem se tem aproveitado deste sistema, mas isso não lhe confere nenhuma virtude ou legitimidade democrática; pelo contrário.
(6) Nessa matéria, primeiro há que ter em conta que a pouca conta em que se têm os direitos e os interesses, o valor, as ideias e as opiniões sociais dos cidadãos, afasta muita gente da participação, não apenas no caso das decisões políticas. A infâmia que grassa, por aí, inclusive (ou talvez sobretudo) nas instâncias judiciais, destrói os cidadãos. Para não falar nos escândalos com que todos se indignam e que continuam a proliferar, bem como a protecção a tudo quanto é bandidagem. Na verdade, o que se passa é que a maioria das nossas instituições, que deviam defender, pugnar e garantir os interesses e os direitos dos cidadãos e da sociedade, fazem exactamente o contrário, desprezando e vilipendiando os cidadãos que se lhes dirigem, atirando-os para a sarjeta e destruindo a sua auto-estima. 
Perante estas instituições o cidadão não tem qualquer valor, ou importância, ou direitos. Como é que se quer que esses mesmos cidadãos se mobilizem para ratificar a infâmia a que se vêem sujeitos? Não brinque, amigo Luís. Eu sei que isso é um dos sofismas, das falácias com que os bandidos que nos governam (desgovernam) defendem, com unhas e dentes, o actual sistema, o único que lhes permite mandarem nos governos “eleitos” e exercerem, eles sim, o poder; mas começou a chegar a altura de pensarmos pela nossa própria cabeça e deixarmos de ser idiotas úteis, como dizia (e se assumiu) o outro.

(7) Portanto, a bem da integridade e honestidade da democracia, o que vale e interessa é a opinião de cada um e os seus próprios motivos. E, quanto ao que deve ser o sistema eleitoral, o que interessa é a opinião de todos, sendo que todas as propostas, desde que diferentes entre si, têm o direito de ser discutidas publicamente e sujeitas à escolha da população.

(8) Agora sabe porque é que estas propostas que aqui discutimos não chegam à população? Exactamente porque os patifes sabem que o seu domínio não pode durar sempre e sentem que este pode ser um rastilho que ajude a precipitar o seu fim.

(9) Além do mais, a situação a que chegámos, evidencia bem que os partidos, com esta sua forma de actuar (e de se conluiarem nesta autêntica patifaria) estão a cavar a sua própria sepultura. Que Deus os leve rapidamente, porque assim escolheram. Têm todo o direito à eutanásia. Já vão tarde (mas irão, certamente). Por isso nenhum partido faz jus à sua reivindicação de democrata e vem defender a democracia real, como o seria a valoração da abstenção. É contra a própria natureza dos partidos. Todos eles têm tiques e tentações ditatoriais, paternalistas, presunçosas, numa palavra: nazis!

(10) Mas o que mais me surpreende é o facto de se discutirem os direitos das minorias, como princípios básicos da democracia e aqui (que até é um direito da opção mais “escolhida”) não se aplicarem esses mesmos princípios. Falaciosismo, manipulação e arrivismo puro, é o que é. Nada justifica que se eliminem, pura e simplesmente, do mapa dos cidadãos, mais de 35% da população, que passam a, apenas, terem os deveres de sustentar as máfias. Também a isso se deve o estado, tão saudável, das nossas finanças públicas. E a mobilização dos cidadãos para resolver os problemas do país? Impressionante, não é?

(11) Pois é! Ser dirigente e governar pressupõe apego aos princípios, pressupõe competência, pressupõe capacidade de mobilização e de liderança (que tem de ser reconhecida pelos liderados). Tudo isso é incompatível com o descalabro de situação que vivemos (que não tem qualquer razão, objectiva, de ser), cujos responsáveis são os mesmos que têm dominado e açambarcado o poder político e representativo. Mas, no final, usam todo o tipo de sofismas e de ideias primárias, para se aguentarem.
Não contem comigo! A valoração da abstenção é uma questão de elementar democracia, de elementar justiça, de elementar honestidade do sistema eleitoral. Para além de ser o único caminho que nos permite sair deste inferno, desta situação escabrosa, sem o recurso a (ou a ocorrência espontânea de, que também pode sempre acontecer) maior e mais destruidora violência.
Meu amigo! O mundo vai ter de mudar e a sociedade também. Chegados a este, actual, ponto de degradação, isso não apenas é premente como é cada vez mais inevitável. Em democracia não se admite que as pessoas sejam obrigadas, pela infâmia dos que governam, a recorrer à força e à violência, para verem respeitados os seus direitos. Em democracia, deveria bastar que a sociedade estivesse tão mal, com tantos problemas sem solução à vista (mas as soluções existem e estão aí, à mão), para que as pessoas fossem chamadas a pronunciar-se sobre estes e outros problemas e fossem tomadas as medidas necessárias, as escolhidas. Mas não! Estes bandidos, que se apropriaram da “democracia representativa”, estão tão agarrados ao poder, pelo poder, que se comportam como todos os outros fascistas e nazis que os antecederam.

(12) Falta explicar como é que os lugares vazios, no parlamento, correspondentes à abstenção, poderiam fazer “aparecer” as soluções, mas não vou falar disso agora. Já o expliquei, noutros artigos e vou voltar ao assunto, em breve. Por agora só quero dizer o seguinte: o principal objectivo desta proposta é responsabilizar os políticos, pelos seus actos, porque só assim eles irão responsabilizar os titulares doutros cargos, por eles nomeados. Nesse aspecto eu não tenho dúvidas de que a proposta funcionaria. Quanto às soluções elas existem e basta procurá-las. Os nossos actuais políticos não implementam as soluções porque não querem, não as encontram porque não as procuram. E não fazem nada disso porque não são obrigados a fazê-lo, porque têm o tacho garantido, de qualquer maneira. O curioso é que, quando se chega a este ponto, não hesitam em fazer o papel de “coitadinhos” e isso pega, nalgumas cabeças. Quem tem os cargos deve ter as respectivas capacidades e competências, porque as competências existem. Os “coitadinhos” de ocasião, para mim, são lixo! São piores do que isso, porque pretendem apelar à bondade dos outros, para poderem continuar a praticar a sua maldade pérfida, as suas patifarias.

Por isso, e para terminar, não perca de vista que as soluções existem e que é uma questão de democracia, que possamos chegar a elas e se possam concretizar.

 Não se preocupe com os “problemas” dos políticos, porque eles decorrem da própria maldade deles e da sua má-formação, do facto de não darem importância aos cidadãos, de não saberem viver em sociedade, de serem misantropos, de serem fascistas. Todos eles!

Às vezes, dá-me a sensação de que, quem assim argumenta, não quer encarar a hipótese de nos desfazermos dos actuais monos que infestam a cena política e pululam entre os notáveis. Se eles escolherem assim, porque é que haveremos nós de sacrificar os princípios em seu benefício? Até porque eles têm escolha, nós é que não!

Nesta matéria, os partidos e os políticos passam o tempo a “fazer lavagens ao cérebro” dos seus apoiantes e até dos cidadãos comuns, incutindo-lhes toda a espécie de ideias primárias, anti-democráticas e reaccionárias. Chegou a altura de os políticos se preocuparem com a alteração das suas próprias ideias, se quiserem sobreviver, por muito tempo, ao avanço imparável do mundo e da humanidade.

O mundo está em mudança e só quem (as organizações) souber avançar com ele, é que tem hipóteses de sobreviver.

2005/04/23

Previsões, Uma Resposta Merecida!

O amigo Bin, (das Faunas), perguntou-me, nos seus comentários, se:
- Eu acho que (sendo este Papa o último) a Igreja vai implodir
- Se, perante a perspectiva de que, para cumprir as profecias que dizem que este Papa será o último, os cardeais teriam que eleger uma pessoa assim para as confirmar, conheço o Bernardo, do Afixe, que é uma pessoa interessante para falar deste tipo de questões
- Se já li as profecias Maias.
Antes de mais peço desculpa ao Bin (e também, aproveitando a ocasião, ao Francis, que me estranhou por ter comentado no seu blog). Acontece-me, muitas vezes que acedo a vários blogs, leio os posts e os comentários, mas sem tempo para comentar. Por isso não deixo rasto. Por outro lado, já reparei que os acessos, a partir deste blog, raramente ficam registados nas estatísticas (sobretudo nas Faunas nunca vi essas referências, mesmo em ocasiões em que acedi mais do que uma vez na mesma altura). Muito bem, apresentadas as desculpas, vamos às devidas respostas.
Não é assunto sobre o qual me sinta à vontade para escrever de improviso. Daí não ter respondido há mais tempo ao Bin. Comecemos pelas perguntas simples:
- Não conheço o Bernardo, do Afixe, mas tenho pena!
- Não li as profecias Maias (nem sabia que existiam), até porque a minha relação com as profecias não é “pacífica”. Só posso explicar isto relembrando a história de Édipo (e a respectiva moral):
Como todos sabem, quando Édipo nasceu, o seu pai chamou o adivinho, para saber o destino da criança. Como o adivinho lhe disse que o filho o mataria (a ele, seu pai) e casaria com a própria mãe, decidiu mandar eliminar a criança, para “resolver o problema”. Como convém, nestas histórias, faltou a coragem ao criado encarregado de executar a “sentença” e assim se criaram as condições para que se cumprisse o “adivinhado”. Claro que isto é apenas uma história mitológica, mas que encerra uma lição que me faz todo o sentido; que é o facto de ser o “conhecimento” das profecias que promove a confirmação das mesmas… Assim como uma espécie de “pescadinha de rabo na boca”. Eu acho que a vida das pessoas pode ter objectivos bem sublimes, que dispensam “profecias” e para cujos as “artes de adivinhação” do futuro não têm qualquer “utilidade”.
A propósito, não resisto a contar aqui uma história, que posso atestar ser bem real, porque me foi contada na primeira pessoa.
Uma colega minha, consultava, regularmente, uma cartomante. A dada altura, a cartomante começou a dizer-lhe, insistentemente, que havia alguém próximo dela (minha colega) muito doente, quase a morrer, que precisava de cuidados médicos, especializados, urgentes. A minha colega achou que se tratava dum homem, ainda jovem, com quem mantinha um “romance”. Vai daí falou, várias vezes, com ele, perguntando se se sentia bem, se não estava doente, que talvez fosse melhor ir ao médico… A ponto de ele se incomodar e zangar, com tal insistência daquele tipo de conversa. O tempo foi passando e, alguns meses depois, a cartomante morreu, quase de repente (já nem sei bem com que doença, julgo que era cancro…). Parece uma anedota, mas isto é uma história verdadeira. Ou seja a doença que a cartomante “via” era a sua própria doença, mas isso não lhe serviu de nada.
O que quero dizer com isto é que o facto de as pessoas saberem que alguma coisa vai acontecer de nada lhes serve, se não puderem actuar, positivamente, sobre “a previsão”. Na generalidade dos casos, este tipo de coisas são apresentadas como inelutáveis. Pois se é assim não me interessa, para nada saber o futuro. Se vierem a acontecer problemas graves “inelutáveis” escuso de sofrer duas vezes; basta sofrer quando eles acontecerem; se acontecerem coisas boas, óptimo! Para sermos felizes a ocasião é sempre boa; estamos sempre a tempo.
É por tudo isto que me interessam muito pouco as profecias, ou quaisquer outras artes de adivinhação.
Só me interessei pelas profecias de Nostradamus devido ao impacto que têm e à quantidade de coisas fantásticas e terríveis que se ouvem a propósito. E como, também nisto, gosto de “ver para crer”, decidi me inteirar acerca do assunto e não dei o tempo por mal empregado. Mas daí a criar curiosidade obsessiva acerca deste tipo de coisas, vai uma grande distância. Até porque eu tenho outros “interesses” e não creio que as “profecias” me possam ajudar; pelo contrário. A maioria das pessoas que vejo “apaixonadas” por estes assuntos, revelam um primarismo de pensamento e de actividade socialmente empenhada que… parecem querer fazer “cumprir” as profecias pela via mais negativa possível.
Os próprios estudiosos de Nostradamus dizem que as suas profecias só se podem identificar depois de os factos acontecerem. Se é assim para que precisamos de profecias? Para entreter os papalvos? Agradeço, mas dispenso!
É verdade que o próprio Nostradamus parece querer avisar a humanidade de que o caminho que estamos a seguir é errado e tem de ser emendado. Mas se quem deve ouvir não ouve (como o próprio reconhece), não é a mim que o aviso interessa, porque eu até nem estou de acordo com a forma como o mundo e a humanidade estão a ser destruídos…
É verdade que Nostradamus previu (dizem), com precisão, alguns acontecimentos ocorridos no seu tempo e não só. Mas quanto a actuar de modo a que esses males fossem evitados, nada pôde (ou soube) fazer. Ou seja, o facto de ser profeta, não lhe deu outras capacidades (ou competências), mais úteis à humanidade. Portanto, se a minha “missão” for outra, não me vou embrenhar em coisas que não me interessam, de que nada sei, que só me vão fazer perder tempo e desviar energias que me (nos) podem ser mais úteis noutros aspectos…
Por tudo isto o meu pouco interesse em profecias.
Ainda assim há algumas coincidências que gostaria de assinalar aqui.
Já o disse e repito: se recuperarmos os textos das Farpas, escritos por Eça de Queirós, verificamos que eles parecem escritos ontem, sobre acontecimentos actuais. Ainda há pouco no blog: "Crónicas do Planalto", num artigo intitulado “Regionalização e Desenvolvimento”, se fazia a analogia entre o que escrevia Eça, em 1872, a a situação actual. Vistas as coisas por este prisma, até se pode falar em “profecias”. Mas eu acho que isto só nos devia fazer repensar a nossa própria eficiência; a eficiência da nossa luta a forma de actuar que faça jus à nossa condição de cidadãos e às nossas boas intenções.
Vistas as coisas desta forma mais ampla, também eu (como muitas outras pessoas) já tenho feito “profecias” que se confirmam na íntegra. Não é difícil; basta ser-se intelectualmente honesto e avaliar correctamente, todos os dados. Embora algumas verdades que só alguns vêem sejam mesmo coisa inexplicável, assim como que um “flash”, que nem nós sabemos como surgiu…
E lá me desviei eu, muitos quilómetros, do objectivo deste artigo. Mas não foi por mal; é que eu sou mesmo assim… Estas coisas é que me interessam.
Quanto ao que vai acontecer à igreja, em vista da eleição do novo Papa, é difícil dizer. No entanto, eu acho que não se tratará de “implodir”; acho que será mais mirrar e perder influência (e capacidade financeira também). O resto virá por acréscimo…
Ou talvez não, talvez não seja assim. O mundo está sempre a mudar e, às vezes, acontecem convulsões inesperadas (que se formam de pequenos anacronismos e respectivas reacções populares, que se vão acumulando) Numa palavra: tudo pode acontecer e não vou ser eu que arrisco um palpite.
Mas não vale a pena preocuparmo-nos com isso antes de tempo. Temos muito que fazer entretanto, porque a nossa missão ninguém mais a desempenha… O mundo é mesmo assim...

Quebra-cabeças, ou "manipulação refinada"?

Três amigos vão almoçar a um restaurante, onde são conhecidos de longa data.
No final do almoço, o empregado trás a conta. São 30 euros.
Cada um entrega uma nota de dez euros, ao empregado, que vai pagar, ao patrão. Este diz: “são clientes antigos; bons clientes, e por isso as entradas são por conta da casa”. Paga-se, apenas de 25 euros e devolve cinco moedas de um euro, ao empregado.
O empregado decide devolver uma moeda de um euro a cada cliente, dizendo que o patrão tinha feito um desconto (de dez por cento) e embolsando as restantes duas moedas (2 euros).
Portanto, cada um dos três amigos pagou 9 euros (10 que entregaram, inicialmente, ao empregado, menos um euro, que lhes foi devolvido). Logo, no total, pagaram 27 euros (3 vezes 9 são 27).
Mas se entregaram 30 euros, para pagar a conta, e só pagaram 27 euros, faltam 3 euros. Visto que o empregado só embolsou 2 euros, que é feito do euro, que falta? Onde anda essa moeda de um euro?
Coloquei esta “história”, aqui, porque ela é um bom exemplo de manipulação de raciocínio, refinada.
E como sei que a grande maioria dos que vão lê-la, que não tenham conhecimento prévio da “charada”, não conseguem resolver o problema, nem mesmo que façam o exercício de “meditar um pouco” sobre o assunto, vou deixar a solução nos comentários. Assim, quem quiser descobrir, por si, pode fazê-lo: basta não aceder aos comentários sem ter chegado à resposta.
Depois de conhecerem a resposta e de terem passado pela sensação estranha que se vive, entretanto, poderão compreender melhor porque é que eu acho que este é um bom exemplo de manipulação refinada. O pior é que nos confrontamos todos os dias com coisas destas, sem darmos por isso, ficando “amarrados” a ideias que julgamos nossas, mas que nos são incutidas assim e que são completamente falsas.
É assim, tal e qual, que funciona o nosso sistema judicial… (e o sistema político também). Mas também é assim, tal e qual, com aquela sensação estranha e incómoda, que nos sentimos sempre que presenciamos, ou nos vemos envolvidos em (ou somos vítimas de) coisas destas. É por isso que a mentira não pode “enganar todos sempre”!


2005/04/20

Casa Pia, As "Verdades das Testemunhas"!

No Processo Casa Pia, quando as "testemunhas" não mentem (o que é raro), dizem (dirão?) a verdade.
Esta coisa nojenta em que se transformou este processo, "cheira" cada vez mais mal e ameaça "intoxicar-nos", ainda mais (se possível) a todos. Um país mergulhado em tal infâmia, refém de tais infâmias, não pode sair da actual "fossa". Sr. Primeiro Ministro, o que é que o senhor anda a fazer que não "deita mão" ao que é essencial? Porque é que o senhor insiste, como todos os seus antecessores, em "discutir" e legislar sobre o que não interessa? Porque é que o senhor insiste em criar casos "complicados" artificialmente, em discutir "problemas" que o senhor inventa, em vez de fazer o que tem de ser feito para que o país se recupere, desta longa ressaca? O que é que o impede de agir? Não acha que o povo tem o direito de saber isto, para saber porque é que continua a ver as suas condições sociais a agravarem-se, sem solução à vista? Porque é que o senhor mantem em funções o PGR e a Provedora da Casa Pia? Porque é que o inquérito à actuação dos investigadores, e suas motivações, continua "inexistente"? Quem não tem coragem nem idoneidade de carácter suficientes para governar não se deve candidatar a primeiro ministro!
Isto tudo vem a propósito do último artigo de www.reporterx.com, cuja leitura aconselho. Copiei, para aqui este excerto, para dar uma ideia...
"A testemunha ident. a fls. 149 [Francisco Guerra] referiu, nos depoimentos prestados a fls. 316 a 318 e 7281, que o arguido Carlos Silvino, a fim de permitir que menores, alunos da CPL, se deslocassem ao estrangeiro para aí serem abusados sexualmente por indivíduos adultos do sexo masculino, encetava diligências tendentes a falsificar os documentos de identificação dos referidos menores. Para tal, contactava um indivíduo de nome M. da Silva, residente em Massamá, que viciava, mediante alteração da data de nascimento dos titulares, os Bilhetes de Identidade dos menores por forma a viajarem sem necessidade de autorização dos seus legais representantes.
Mas onde estão esses miúdos que se deslocaram ao estrangeiro? Onde se deslocaram e com quem? Nada disso parecia importante.
Como não tinham investigado nada sobre o assunto, (o que importava era deixar a aurea de «não há fumo sem fogo»), o mesmo MP rematava da seguinte maneira a paranóia, que já era também sua:
Apesar de todas as diligências realizadas não foram recolhidos quaisquer indícios da prática de tais crimes, inexistindo ulteriores diligências a realizar susceptíveis de produzirem efeito útil, determinando-se assim, nesta parte, o arquivamento dos autos, nos termos do art°. 277° nº.2 do CPP."

"Eles" Têm Papa!

É um assunto que não me interessa particularmente. Todavia, tem demasiada importância para "passar em claro". Por estes dois motivos, decidi transcrever, para aqui, um comentário que deixei em "A Grande Fauna":
"Diz o povo que "para conhecer o vilão, dê-se-lhe o pau para a mão". Parece que foi isso que os cardeais decidiram fazer.
Após esta nomeação "fazem todo o sentido, têm toda a lógica" as profecias que dizem que este será o último Papa. É um Papa "contra a corrente" do caminho do mundo, da evolução da sociedade e da história...
É quase uma situação de "decidir" quem vai sobreviver, se o papado (o cargo que pode ser ocupado por gente assim), se nós, a humanidade... Nesta situação, eu não tenho dúvidas em "profetizar".
Mas é curioso, porque, ultimamente, enquanto se falava da eleição, me veio à ideia que seria eleito um Papa assim, se os cardeais quisessem "cumprir" as profecias; porque este Papa é descrito, nas profecias, como, já não sei bem, mas tendo qualquer coisa que ver com "a oliveira", que os entendidos interpretam como "estabilidade e paz", mas também como sendo relacionado com Israel; o que a mim me sugeriu que podia ser muitas outras coisas, como, por exemplo: conservadorismo, ideias retrógradas, persistência nos "dogmas", com tudo o que isso tem de desumano... Veremos!
Não é assunto que me interesse particularmente; apenas me "interessa" pelo facto de a Igreja manter, no mundo, uma influência e um poder injustificados, que acaba por nos afectar a todos. Até por isso também "tem lógica" que o crescimento da humanidade, em direcção à democracia (e a maior dignidade) venha a determinar que este seja o último Papa, porque "aquilo" (a eleição e existência do Papa contra o sentir e pulsar do mundo) não faz qualquer sentido, num mundo civilizado..."

2005/04/19

Porque não confiamos nos agentes da Justiça!

Esta história faz parte dum relatório em meu poder, que faz parte dum conjunto de documentos, alguns já referidos aqui.
Estou a contá-la porque ela ilustra as razões (experiências) que nos fazem não confiar nos agentes da justiça. Estou a contá-la porque já vivi “cenas” semelhantes, porque há muitos cidadãos que vivem histórias parecidas, que não são ouvidos, a quem ninguém dá o devido valor e que acabam por não se darem o devido valor. Estou a contá-la porque ilustra as minhas opiniões acerca de outros assuntos que quero abordar…

"Porque esta situação afectava gravemente a segurança da requerente e também o equilíbrio e o bem estar do seu filho, então com cerca de 10 anos de idade, que, inclusive, deixou de poder brincar com os miúdos da vizinhança, como sempre fizera, porque estes passaram a maltratá-lo, a bater-lhe, instigados pelo tal polícia, a requerente dirigiu cartas e exposições a todas as instituições do País, incluindo ao Provedor de Justiça, para que alguma coisa fosse feito, visto que era evidente que este indivíduo procedia assim porque tinha garantias de impunidade por parte das instituições e do sistema. Uma destas exposições foi dirigida ao Comando da PSP.

Quanto à segurança e sossego da requerente e do seu filho, nada foi feito, mas esta exposição foi rapidamente entregue, pela própria PSP ao referido indivíduo que a usou para fundamentar uma queixa crime contra a requerente por: difamação … e denúncia caluniosa. O famigerado “Segredo de Justiça” só se aplica às vezes, quando se trata de prejudicar o cidadão e de proteger os criminosos, como se pode ver por este exemplo.

Por essa altura, esse mesmo indivíduo sabotou os elevadores do prédio, que ficaram sem funcionar. Como a requerente era a Administradora, foi multada pela edilidade, porque os elevadores não podiam estar parados. Entretanto tinha sabotado também a fechadura da caixa do correio da requerente, que ficou privada, por muito tempo, da distribuição normal de correspondência.

Servindo-se daqueles dois processos como pretextos: a sua queixa por difamação e a multa do elevador, o dito indivíduo passou a usar as polícias: Municipal e Judiciária, para prosseguir a sua já longa lista de actos criminosos e persecutórios, para com a requerente, que veio a ser procurada, inúmeras vezes (cerca de dez, ou mais) por agentes diferentes, com falsos pretextos, alegadamente relacionados com estes processos, mas com o único objectivo de a molestar psicologicamente e de a difamar, denegrindo a sua imagem. Foi procurada quatro vezes em casa, de manhã cedo, e as restantes vezes no local de trabalho, a horas de expediente.

No dia 16 de Março desse ano, cerca das 15H30, voltou a ser procurada, no local de trabalho, (pela quarta vez), por dois agentes da Polícia Judiciária, que recusaram identificar-se e que se serviram do pretexto de terem uma convocatória destinada à requerente, para a injuriarem e difamarem. Já farta destas pressões indignas, ilegais e injustificadas, a requerente negou, ao porteiro, a autorização de acesso aos referidos indivíduos, dizendo que a procurassem em casa. Um dos indivíduos usou o telefone interno para ser impertinente, malcriado e prepotente, com a requerente que, ainda assim, voltou a recusar o acesso, por se tratar dum abuso intolerável. O mesmo indivíduo ameaçou, então, invadir as instalações para abordar pessoalmente a requerente; e passou meia hora a tentá-lo: primeiro tentou entrar à força; depois tentou convencer o chefe da segurança; e finalmente tentou obter autorização do Director de quem a requerente dependia, sem o conseguir. Ficou bem claro que estas polícias, que se desculpam com falta de meios, para combater o crime organizado, têm meios de sobra, quando se trata de eles próprios praticarem este tipo de crimes, contra os pacatos cidadãos comuns.

No dia 20 de Março, seguinte, a requerente encontrou, em cima da sua secretária, a carta de que anexa cópia (carta da PJ a solicitar ao responsável máximo da empresa que desse ordem à requerente para comparecer nas instalações daquela polícia). Sublinha-se que este processo teve origem nas participações que a requerente fez das perseguições do seu vizinho que então era agente da PSP (Polícia de Segurança Pública), mas, lendo esta carta fica-se com a sensação de que a requerente é que é uma grande criminosa. Aliás, é esse mesmo o objectivo da carta. Daqui se conclui que, em Portugal, o cidadão não se pode defender dos abusos das polícias, nem mesmo quando eles são evidentes. Convém sublinhar que, deste processo, não resultou qualquer condenação, nem sequer alguma acusação contra a requerente!

No dia 23, seguinte, a requerente dirigiu, ao director da Polícia Judiciária, uma carta de 6 (seis) páginas, relatando, com todos os pormenores, os antecedentes destes processos e reclamava do facto de estar a ser procurada, abusiva e injustificadamente, no local de trabalho, por agentes das diferentes polícias, que assim se serviam destes pretextos para colaborarem com o seu vizinho, com o objectivo claro de a molestar psicologicamente, de a prejudicar e difamar; reclamava, inclusive, da carta, absurda e ilegal, referida no ponto 29.

Como que à laia de resposta, volta a ser procurada, no dia 03 (três) de Abril, seguinte; ou seja, passados cerca de dez dias, por um agente da Polícia Municipal, às 8H35 e por um agente da Polícia Judiciária (que até se identificou), às 16H45, novamente no local de trabalho, tendo sido, inclusive, ameaçada de prisão, publicamente. Ficou assim esclarecido o envolvimento e a colaboração do próprio Director da Polícia Judiciária nesta perseguição criminosa e absurda.

Estes são apenas alguns episódios, dos muitos inconvenientes, contratempos e prejuízos (despesas) que resultaram para a requerente, das inúmeras queixas que teve que fazer, por causa das perseguições do seu vizinho já referido. Mas ele ficou totalmente impune e continua os seus actos de vandalismo contra a requerente, (e não só) até hoje. Portanto, depois de ter sido vitimada, inúmeras vezes, pelas perseguições já referidas, ainda foi prejudicada e molestada pelas polícias e instâncias judiciais, tendo os criminosos ficado impunes. Provavelmente estes processos estarão em “segredo de justiça” (e aí se preparam para ficar, eternamente) que é a desculpa usada e abusada pelas Instâncias judiciais deste País, quando elas próprias decidem proteger os criminosos."

Uma Anedota sem Graça!

Anedotas não são o meu forte, bem pelo contrário: não tenho jeito para contar anedotas; ninguém acha piada.
Mas hoje decidi contar-vos uma anedota! Estejam atentos, porque é bem capaz de , o caso, “trazer água no bico”.
Cá vai a anedota:
Num certo Mundo paralelo, fictício, onde se procura o caminho para o entendimento universal e o progresso para todos os povos, o organismo equivalente à ONU decidiu entregar, por períodos de 10 anos, a governação do Deserto do Saara a cada um dos países membros, seleccionados aleatoriamente.
O primeiro período de governo, após esta decisão, coube a Portugal.
Sabem qual era a matéria prima que o Saara importava em maior quantidade, após os dez anos de vigência da governação portuguesa?
Areia!
Isso mesmo! Ao fim desses dez anos a areia era o produto mais importado.

Pronto! Já estão todos a dizer que é um absurdo, que é mania minha, que é vontade de dizer mal, que não faz sentido…

Então eu vou contar-vos a história, devagarinho:
Quando os “governantes" portugueses, nomeados para gerir o Saara, se instalaram nas suas funções pensaram:
- Qual é o produto mais abundante no Saara?
- Areia!
- Então vamos instalar fábricas que usem areia como matéria prima!
Encomendaram os projectos, construíram as fábricas e, no final disso tudo (de toda aquela despesa) chegaram à conclusão de que a areia do deserto não podia ser usada pelas fábricas instaladas, porque não tinha as características necessárias.
Para que o investimento não se perdesse, para pôr as fábricas a funcionar, passaram a importar a areia adequada.
E agora? Já faz sentido? Quantas vezes é que já fomos confrontados, particularmente e publicamente, com coisas parecidas?
Eu conheço algumas pessoas que decidem assim, tal e qual como nesta história. E vocês?
E quando é que alguém põe gente desta no seu lugar e nomeia apenas quem deve ser nomeado?
É que existem as pessoas indicadas para cada cargo e função. Basta colocar “a pessoa certa no lugar certo”.

2005/04/17

Parabéns p'a mim!

Oh pessoal! Ninguém me dá os parabéns? Olhem que faço, hoje, seis mesitos (até eu me tinha esquecido)...

As Coisas Como Elas São!

Ora então leiam lá, com calma e atenção como convém ao fim-de-semana, este artigo, publicado em CAFÉ EXPRESSO, da autoria de Francisco Nunes, do Planície Heróica.
Depois venham-me dizer se não tenho razão em propor profundas alterações no sistema eleitoral... É a lógica do próprio sistema eleitoral que permite a existência deste tipo de coisas.
Para que servem 230 deputados, no parlamento, alguns deles que ninguém elegeu? Qual é o efeito deste tipo de exemplos na conduta dos cidadãos? Com isto o que é que se incentiva? A produtividade e o empenho dos cidadãos, ou a "busca" pelo melhor tacho?

2005/04/16

“Decidir” o Destino do Mundo e da Humanidade!

Em “O Mundo nas Mãos de Criminosos”, escrevi:
“Acho que as próprias associações cívicas, e respectivos dirigentes, são apenas "falsos amigos" do mundo e da dignidade humana... De contrário não estaríamos numa situação tão pérfida (e perigosa).”
Vivemos num mundo de tal agitação, de tal confusão, que ficam muitas coisas por dizer, todos os dias, acerca dos mais variados temas. A este tema eu tinha que regressar.
Dei notícia, neste blog, da realização da Audiência Portuguesa do Tribunal Mundial sobre o Iraque (TMI). Este tema foi discutido, na segunda-feira, no programa do canal 2 “Clube de Jornalistas”. Ao que pude perceber o programa pretendia fingir que iria ser “uma pedrada no charco”, neste tipo de discussões. Acabou por ser “um exemplar” da hipocrisia de quem quer aparentar ser o que, realmente, não é. Acabou por ser “um exemplar”, mais um, a evidenciar que tenho razão quando digo que, mais que os inimigos, são os “falsos amigos” quem nos “derrota”.
Há muito tempo que não tenho dúvidas (à medida que o tempo passa mais se arreigam as minhas certezas) de que a situação actual, no mundo e também neste país, se deve, exclusivamente, à ausência de democracia. Quer na realidade política, (deste país e dos restantes países do mundo) na representatividade de quem toma as decisões governamentais nacionais e internacionais, quer (ou talvez sobretudo) na manipulação infame feita através da comunicação social, feita através da cultura.
Neste segundo caso, tem um peso, enorme, o que já se transformou numa convenção intransponível (para as respectivas covardias intelectuais) do que são ou podem ser as “opiniões” toleráveis e dizíveis em público, para o grande público. As outras opiniões, as que não fazem parte do “lote aprovado”, podem ser ditas e reditas, em particular, até se podem transformar nas opiniões maioritárias, mas nunca passarão o crivo da censura (ou da auto censura), quando se trata dos grandes meios de comunicação.
Pois no tal programa, que temava sobre a audiência portuguesa do TMI, quem teve o maior “tempo de antena” e total liberdade para repetir as suas opiniões e análises abjectas e tendenciosas (para não dizer criminosas), foram José Manuel Fernandes, director do Público e Carlos Fino, ex-jornalista da RTP. Para além doutros “comentadores” já amplamente ouvidos.
Em contrapartida, o jornalista que esteve presente na Audiência Portuguesa do TMI, quase não abriu a boca; e, quando o fez, também não conseguiu “fazer a diferença”. Talvez à semelhança dos documentos finais da própria audiência…
Estou aqui a falar disto porque são bons exemplos de como nos “vendem gato por lebre”, (a quem compra, que são muitos) a toda a hora, na comunicação social, e não só. Estou aqui a falar disto para ilustrar os motivos por que “continuamos a perder esta luta (e outras)”; para ilustrar os motivos que me levam a dizer que “os nossos piores inimigos são os nossos falsos amigos”.
Na audiência portuguesa do TMI, houve quem afirmasse, abertamente e sem covardia, que:
- Os atentados de 11 de Setembro foram preparados e executados na América, por (instruções de) responsáveis americanos;
- As prisões arbitrárias e abusivas, feitas pelas tropas americanas e também pelos respectivos serviços secretos, das pessoas que são levadas para Guantanamo, para as prisões no Iraque e no Afeganistão, se destinam a “produzir” novos terroristas, para serem facilmente manipulados pelos provocadores da CIA, para executarem novos atentados terroristas que permitam, à América, manter o pretexto da “luta contra o terrorismo” e, com ele, a guerra e a ocupação do Iraque
.
Eu estava lá, na Audiência Portuguesa do TMI, eu também ouvi dizer isto (e concordei). Curiosamente, outros (dois) dos presentes se manifestaram no mesmo sentido. Um deles foi o General Vasco Lourenço. Mais! Ninguém, naquela sala cheia de gente, levantou a voz para refutar, rebater ou contraditar tal opinião.
Porém, acerca desta “opinião” fundamentada em todas as evidências (analisadas por gente que use a cabeça), que ganha cada vez mais adeptos e que se ouve, facilmente, em conversas particulares, nem uma palavra se ouviu, no referido programa. Então isto não é censura? Isto não é tendenciosismo subserviente e covarde, ao serviço dos criminosos do mundo?
Mas não fica por aqui, a traição com que nos presenteiam estes “nossos (falsos) amigos”. Nas próprias decisões e considerandos da Audiência Portuguesa do TMI, nem uma palavra aparece, acerca destas opiniões. É que, compreendam: aquilo é um Tribunal de Opinião Pública, onde apenas são consentidas as opiniões inócuas, imbecis, manipuladas; aquelas que não vão ao cerne da questão; as daqueles que não “vêem um boi”. Quem pensar de forma diferente é censurado. Ora, quando os que “decidem” tomar a dianteira da luta pelos direitos universais dos cidadãos e contra estas infâmias, tratam assim os próprios cidadãos, arvorando-se o direito de impor à “opinião pública que julga”, os limites da sua própria tacanhez e covardia (ou do respeito pelos interesses dos patifes), censurando as restantes opiniões, estamos conversados. Afinal, o que eles são mesmo, é a “guarda avançada” da manipulação da opinião pública e respectiva censura das ideias discordantes. Com “amigos” assim…
Assim, não admira que Durão Barroso tenha apoiado a guerra contra a vontade, manifesta, da maioria da população portuguesa, não admira que o mesmo tenha acontecido em Espanha e na Inglaterra e até talvez nos próprios USA. Não admira que não consigamos avançar um passo no sentido de mais democracia, de autêntica democracia, que permita ao mundo viver em paz, como merece, como é necessário e como temos direito. Não admira porque quem se devia indignar com isso não se indigna (apenas finge) e quem se indigna é silenciado, até pelos que dizem “estar do nosso lado” e se aprontam a conduzir a respectiva luta (para a derrota, obviamente).
Eu acho que quem tem legitimidade para decidir o destino do Mundo e da Humanidade (porque é disso que se trata) é a própria humanidade. Para isso é necessária autêntica democracia; que permita, aos cidadãos, tomarem parte em decisões desta natureza. Internamente, defendo a valoração da abstenção, nos moldes que estão em “Resultados Eleitorais”; no plano internacional, defendo que a tomada destas decisões e o apoio a estas decisões tem de ser fundamentado em referendos internos, em cada país, a exigir pela ONU. É que, até hoje, ainda ninguém me conseguiu convencer (me apresentar provas irrefutáveis) de que a maioria dos americanos estão a favor da guerra. Mesmo que estivessem, seguramente que o resto do mundo está contra…
Quando comecei este artigo tinha intenção de fazer referência à nomeação de Bolton, a um recente relatório da ONU sobre o Iraque e a vários outros artigos e opiniões publicados em vários “blogs”, mas acho que não me vou alongar mais, porque se não, ninguém me lê…

Relatos do Quotidiano!

Em "Tou na Lua" está um relato que vale a pena ler. O artigo tem link aqui.
Se um blog não serve para publicar este tipo de histórias que vivemos (e sobre cuja autenticidade não temos dúvidas); se um blog só servir para expressar, em abstracto, os nossos sentimentos e, no mais, ficarmos dependentes e acorrentados ao que são as notícias "oficiais", então de pouco serve um blog. Não é o caso de "Tou na Lua", que publica coisas muito inspiradas, mesmo quando abstractas.
Sobre esta questão gostaria apenas de acrescentar o seguinte: é um dos problemas que me parece de muito fácil resolução. Um dos problemas em que a lei é entrave à resolução, sem qualquer motivo, que não seja a protecção da própria criminalidade. Neste tipo de coisas, os cidadãos têm o direito (mesmo que, como é o caso, lhes seja recusado pela legislação) de exigir eficiência às instituições judiciais e policiais; e, na ausência dessa eficiência e respectivas garantias, assegurarem a sua própria segurança.
O que se passa, actualmente, é que as "forças da ordem" não têm obrigações indeclináveis (podem, sempre, usar uma qualquer desculpa, mesmo que infundada e cúmplice) e os cidadãos não têm direitos (não vêem os seus direitos garantidos nem podem actuar no sentido de assegurá-los), resultando a perfeita bandalheira, usada pelos responsáveis (da sociedade) para proteger e fomentar a criminalidade.
Que existem cumplicidades mal explicadas entre as forças policiais e a criminalidade é facto que todos sabemos e de cujo conhecemos alguns exemplos. É facto, comentado e assumido por todos, em particular. É tempo de se o dizer abertamente, de exigir que se acabe com isso e se garantam, aos cidadãos, os seus direitos. Há muitas formas, civilizadas e socialmente dignas, de o fazer...

2005/04/15

Afinal, Quem é Que Nos Governa?

Pelo conteúdo deste “blog” facilmente se percebe que não faço parte do grupo de pessoas que estão na blogoesfera “para fazer número”; ou para “desabafarem as suas angústias pessoais”; ou para “entrar na onda” de comentar as “notícias” oficiais e “falar sobre o que está na moda”; ou para “dizer umas coisas e aparecer”. O “papel” que escolhi (ou que “o destino” me deu?) é outro e não vou “virar as costas”! Afinal, se falamos de liberdade de expressão, nada como assumi-la em toda a sua plenitude.
Vem isto a propósito “das minhas angústias”, daquelas que me ficam depois de, às vezes por mero acaso; ouvir as enormidades, os disparates (para não lhes chamar coisa pior), daqueles que nos entram pela casa dentro, à hora do jantar, ou durante a intimidade do serão, sem pedir licença (porque lhes seria recusada, sem sombra de dúvidas). Falo das “avantesmas” que se ouvem na televisão e que tentam, a todo o custo, manipular-nos até a consciência, baralhar-nos as ideias ou, pelo menos, inibir-nos de expressar as nossas próprias opiniões. De qualquer modo a sua arrogância demonstra que, para estes, só eles e as suas perversas vontades é que contam. O que me pergunto é: porque é que um serviço de televisão que deveria ser público, que é pago por nós, e que deveria ser democrático, apenas tem lugar para este tipo de gente, todos escolhidos a dedo, entre o pior que há?
Estas são “as minhas angústias”! Quando ouço tanto disparate e “comparo” com o descalabro da realidade à nossa volta (e com o que deveria ser feito para o corrigir, ao descalabro), vejo, com clareza, que o descalabro tem origem na actuação desses espécimes (dos que eu não convidei) e que as soluções tardam e nunca virão, enquanto estivermos sujeitos a, ou condicionados por, esses mesmos farsantes (e pelo que dizem e fazem de forma prepotente). “Espécimes”, “farsantes” serão os termos adequados?
Na segunda-feira (e desde então), lá fiquei eu, novamente, com aquela minha “azia” e com a colite irritada, por causa do que ouvi, no “Prós e Contras”. Mesmo tendo sido muito pouco o que ouvi. Até parece sina…Má sina, obviamente; porque não consigo fingir que não é nada comigo e “deixar para os outros resolverem”, sobretudo porque não encontro “outros” que estejam “dispostos” a resolver, entre os que têm essa possibilidade…
O referido programa tinha como tema a criminalidade, (ou seria a segurança?), ou coisa parecida. Sei que, num dos poucos momentos em que dei atenção ao que diziam, ouvi o responsável do Sindicato dos Magistrados (uma daquelas estruturas que o advogado António Marinho Pinto considera “contra-natura”, com toda a razão) dizer que, para combater a grande criminalidade, o que há a fazer é “punir severamente” a pequena criminalidade, aplicar penas efectivas mais severas “porque esses é que vão transformar-se em grandes criminosos”.
Portanto, podemos concluir que, para o “ilustre” magistrado, a alta criminalidade deve ser deixada em paz; e até incentivada com este tipo de actuação sobre a pequena criminalidade, em cuja as cadeias “fazem” o resto do trabalho. Reparem que o homem não falou de “prevenir”, nem de actuar, corrigir, acompanhar, recuperar; não! Falou de “punir severamente”. Impressionante como este tipo de discurso “se encaixa” nos interesses duns esquemas estranhos, existentes na nossa sociedade, que permitem, a criminosos que actuam de dentro do aparelho judicial, “dispor” de “mão d’obra” abundante, entre os marginaizecos. Falei disso num dos artigos “Partilhando Informação”, publicado já há muito tempo.
Curiosamente, neste programa, não ouvi falar das sentenças absurdas, injustas e criminosas; nos crimes que se cometem de dentro das instâncias judiciais, sua detecção, correcção e punição dos respectivos autores. Dos direitos das pessoas inocentes molestadas pelas instâncias judiciais, das pessoas condenadas à prisão e que estão inocentes; nada disso. Sobre este tipo de situações, que são o que molesta e destrói a sociedade, nem uma palavra. Ou seja, prevaleceu o “critério”, nazi, de que as instâncias judiciais se justificam a si próprias; que os respectivos titulares têm direitos discricionários sobre a sociedade e devem gozar de total impunidade, mesmo quando se dedicam, descaradamente, à criminalidade…
O amigo Rajodoas, de “Congeminações”, publicou um post com o Título: “Autênticas “Forças de Bloqueio” é a reacção dos responsáveis dos magistrados judiciais”, com link aqui. Nesse artigo deixei o seguinte comentário:
“É só uma amostra. É apenas "a ponta do iceberg". Mas o governo está a perder a sua oportunidade de ouro, para inverter, definitivamente, esta situação (e outras). Se eu mandasse, punia, severamente, o dirigente do sindicato dos magistrados, apenas pelo que disse na televisão, na segunda-feira. Uma vergonha sem tamanho, uma autêntica infâmia, uma confissão, descarada, de envolvimento no pior tipo de criminalidade deste país.
Entretanto continuam a usar o Processo Casa Pia, para manietar toda a gente, para prosseguirem na alta chantagem. O "www.reporterx.com" tem um artigo sobre isso, com que eu estou inteiramente de acordo. As pressões são de todo o lado e de todos os tipos (dos piores tipos) e o governo continua a adiar o que tem de ser feito, dando mais tempo e "margem de manobra" a estes abutres... Isto assim não vai longe. A convocação de eleições permitiu, a alguns dos piores criminosos, ganharem tempo para obstruírem as investigações que não lhes convinham. Agora é só "continuar o trabalho". E, dessas investigações, nem vestígios se vêem. Até o PGR se mantém em funções... O que é que se espera? Está tudo nas mãos de criminosos! Nas mãos de máfias da pior espécie!”
O amigo Hammer, acrescentou: “Este é o verdadeiro poder instalado. Passando ao largo do que é comum, no meio do pó dos arquivos... decidem segundo as suas normas. Aqui está uma reforma, a sério, a fazer! Resta saber se este governo vai em frente ou não. São os poderosos...”
Pela minha parte referia-me àquelas “ideias nazis”, propagandeadas na televisão, perante a passividade de todos os presentes. Isto é absolutamente inadmissível!
Já o disse, várias vezes, e repito: se, nos nossos tribunais se fizesse, bem feito, apenas metade do que se faz, não estaríamos numa situação tão calamitosa. Mais de 60% dos processos, recursos e quejandos, que existem nos tribunais não têm qualquer razão de existir e evitar-se-iam com actuação efectiva e adequada, atempada, das instituições judiciais (com outras colaborações, eventualmente, nomeadamente ao nível do acompanhamento psicológico e da assistência social; enfim: um mínimo de organização; a sociedade a funcionar como tal).
No que se refere aos tribunais de família, é vê-los a “fazer tudo ao contrário” e a contribuir para gravar as situações reais e os seus efeitos perniciosos. Mas o mais importante é mesmo recuperar o prestígio destas instituições todas.
Portanto, Sr. Primeiro Ministro, antes de colocar os magistrados a acompanhar as diligências policiais, trate de fazer cumprir a lei, no que se refere à actuação dos próprios magistrados e polícias. Trate de corrigir, imediatamente, as situações criminosas, aberrantes, já detectadas, para que possamos acreditar em si (e na justiça, também). De nada vale criar mais leis e mais formalismos, se a realidade evidencia que, no essencial, nada mudou, que esses formalismos serão aplicados pelos mesmos criminosos e podem ser usados, de igual forma, para prosseguir os crimes actuais, praticados por agentes das instâncias judiciais.

2005/04/14

O Mundo nas mãos de criminosos!

Em Hammer, encontrei esta artigo acerca da nomeação de Bolton, para embaixador dos USA, na ONU. Contém o essencial e, por isso, aqui fica o LINK
Fantástico! Imbecis e gente infame a governar o mundo...
Aonde é que vamos parar, por este caminho?
De facto, a pressão está do nosso lado e parece que não sabemos lidar com ela...Ou então temos mais falsos amigos do que inimigos...
Acho que as próprias associações cívicas, e respectivos dirigentes, são apenas "falsos amigos" do mundo e da dignidade humana... De contrário não estaríamos numa situação tão pérfida (e perigosa).

2005/04/13

Pirataria?

Ultimamente venho percebendo que, frequentemente, depois de actualizar o meu blog e sair da NET, se, por mero acaso volto, pouco depois, o blog deixa de ser visível, por algum tempo, até que volte a fazer o "republish".
Gostaria de saber se mais alguém notou esse facto.
Curiosamente, ao reverificar o facto, vem-me à ideia uns misteriosos telefonemas, coincidentes com esta "ocorrência". Será tudo mero acaso?
Ou será que, como temos denunciado, insistentemente, quem devia executar as suas funções para combater a criminalidade, se está a utilizar delas para proteger a criminalidade e exercer criminalidade sobre os cidadãos, como a nossa situação política, económica, social e de descalabro na justiça evidencia???

Por Terras de Vera Cruz!

O nosso amigo Raúl, de Congeminações, cita um artigo de "Cavaleiros do Jornalismo" que vale a pena ler. O site tem link directo aqui. "Linko" o site, porque existem outros artigos que merecem uma "espreitadela"
Por mim, vou citar "Um olhar crónico" e o artigo "O Fim dos Pardais", que acho inspiradíssimo. Podem obter o respectivo link directo aqui.
Reparem só neste bocadinho:
"Nossa cozinha não tem forro. Já tivemos alguns hóspedes nela, inclusive uma simpática família de morcegos, cujo único incómodo era "bater boca" na hora do jogo. Imperdoável! Mas bastava um berro e calavam-se. Bichos comportados.
Mas não devem ter gostado dos meus modos, pois logo mudaram-se. Foi quando o primeiro casal de pardais chegou. Montaram ninho, e era um cocozinho aqui, outro acolá. Chilreavam de manhã cedo, mas nada demais. Criaram. Devem ter feito boa propaganda do condomínio, bico a bico, que é a melhor propaganda que existe, todo mundo sabe disso, menos o governo Lula que continua gastando perto de um bilhão em peças laudatórias."
Quando os nossos governos são mais estúpidos que os pardais, gastam dinheiro inútil, em vez de fazerem o que tem de ser feito, só nos resta entregarmo-nos a estes davaneios bucólicos... Aliás bem agradáveis.

2005/04/11

Que dignidade para as mulheres?

Em "Crónica do Planalto", com o título "Palavras dos Outros" e sub-título "João Paulo II e as Mulheres", está um artigo a não perder. Para aceder directamente, basta clickar no título; ou aqui

A "Utilidade" das Profecias!

As Profecias de Nostradamus. Ver para crer


Por razões que já nem eu sei bem explicar, tomei-me de curiosidade pelas “profecias” de Nostradamus.
Em boa verdade eu até sei explicar as “minhas razões”:
(1) Porque me faz muita confusão a forma (sempre indisfarçadamente reaccionária) como estas coisas são “explicadas”;
(2) Porque, quando quero ter opiniões, sobre um dado assunto, gosto de “ver para crer”; isto é: de aprofundar e indagar e me informar e investigar, para me fundamentar;
(3) Porque tenho milhões de razões para desconfiar da comunicação social, dos ideólogos a quem é dado espaço público e da bondade e honestidade das suas respectivas motivações. Penso sempre que, tal como as minhas (as nossas) opiniões não tem espaço, nos espaços públicos, também pode acontecer o mesmo em quaisquer outros tipos de assuntos, com as opiniões mais honestas.
(4) Porque, de vez em quando, (cada vez com mais frequência), este tipo de assuntos desperta muita curiosidade, provocando os mais diversos sentimentos, todos eles (ou quase todos) eivados do mais profundo primarismo e obscurantismo (campos férteis para a demagogia e a manipulação).

Antes de prosseguir tenho que “confessar-vos” um segredo: Já por várias vezes dei por mim a viver episódios (alguns bem triviais), com que tinha sonhado havia tempo. Em contrapartida, também já sonhei com os números do totoloto, mas não consigo acertar, por mais que me esforce. Isto para dizer que, quando acordo e me lembro de com o que é que sonhei, nunca sei se o sonho é pura fantasia, ou é premonitório. Esta noite, por exemplo, sonhei com um problema grave num pé (que nem sei dizer de quem era), sonho que espero nunca se venha a concretizar. Resultam de tudo isto as minhas dificuldades em dar importância a este tipo de coisas, por absoluta inutilidade do esforço; mas também para ilustrar que “este tipo de coisas existem” e que, lá porque eu não sei fazer as distinções necessárias, não significa que não haja quem saiba.

Também é verdade que aprendi, depois de muito penar, a perceber os pressentimentos, bons e maus, que frequentemente “me assaltam”. Curiosamente, já verifiquei que alguns se devem a intenções ou acções de terceiros e, consequentemente, o que mais acontece é que os “bons” pressentimentos nunca se “concretizam” (suficientemente), o mesmo não se podendo dizer dos maus, que conseguem transformar a nossa vida num inferno. Assim bem “à medida” da situação social em que vivemos… onde apenas existe espaço de concretização para o que é perverso..

Para que, quem me lê, melhor possa perceber o que procuro explicar, publiquei, no post anterior, um artigo que escrevi para “Na Mesa do Costume”, acerca da minha posição sobre as religiões e crendices. E também sobre a forma como eu acho que se deve lidar com “o desconhecido”. Quem quiser ir até lá tem link aqui.

Sobre este assunto, especificamente, aconselho uma visita a “Marketing Axiológico” e a leitura do artigo intitulado: “Inteligência Espiritual – QE”, com link directo aqui.

Embora eu não concorde, na totalidade com a forma como o tema é tratado, nesse artigo, é bom que se divulguem este tipo de coisas, para que as pessoas não se sintam “anormais”, apenas porque sentem coisas “estranhas”, que os outros não sentem (ou sentem e não dizem, ou não sabem) e de que é proibido falar; ou para que não haja tanta gente a “acreditar em almas do outro mundo”, por causa de fenómenos que ocorrem, vulgares, entre as pessoas.

Toda a gente “sente” este tipo de coisas; talvez aconteça que nem todos as saibam interpretar correctamente… E mais não digo, porque, de contrário, nunca mais chego “aos finalmente”. Cada um que interprete como quiser, porque estas coisas são mesmo assim, por enquanto: Onde a ciência ainda não chegou, estamos no domínio da filosofia e, em boa verdade, “toda a especulação é legítima” (desde que bem intencionada e respeitando um mínimo de sensatez).

Passemos, então, às profecias!
As mais comentadas são as de Nostradamus, embora se diga que existem outras menos obscuras. É isso mesmo: as profecias são obscuras. Se o são propositadamente (como alguns pretendem), ou se o são por inerência do facto de serem profecias não sei dizer, nem me interessa.
Acerca de Nostradamus comprei dois livros, de dois autores diferentes: J. Fontbrune e S. Hutin. Constatei esta coisa fantástica:

A quadra 81 da V Centúria diz, segundo J. Fontbrune:

A Ave real sobre a cidade solar
Sete meses diante fará nocturno augúrio:
Muro do oriente cairá trovão relâmpago,
Sete dias às portas os inimigos à hora.

Este autor afirma que esta quadra se refere à queda do Muro de Berlim; à invasão do Koweit pelo Iraque e ao correspondente ataque Americano.

Esta mesma quadra, que apenas difere em “diante”, substituído por “adiante”, e “inimigos à hora”, que passa a ser: “inimigos na hora”, é interpretada, por S. Hutin, como: “As tropas Napoleónicas invadem a Europa. Campanha da Rússia, cujo ponto culminante será a efémera conquista (apenas alguns dias) de Moscovo.”...

Parecido não é?

Não resisto a transcrever, aqui, a quadra que terá sido usada para prever o que seria o desastre de Chernobyl:
IV, 67
O ano em que Saturno e Marte iguais combusto,
O ar muito seco, longa trajecção:
Por fogos secretos de ardor grande lugar adusto,
Pouca chuva, vento quente, guerra, incursão.

Nesta quadra, segundo J. Fontbrune, o primeiro e o segundo versos localizam os acontecimentos no tempo, referindo a passagem do cometa Halley e a respectiva posição astral (entre Saturno e Marte igual combusto).
O terceiro verso refere a explosão em Chernobyl; o quarto verso refere o bombardeamento de Tripoli, por dezoito bombardeiros F-111, saídos de Inglaterra, com o objectivo de assassinar Kadafi, ocorrido no mesmo mês da passagem do cometa, pouco antes da explosão. S. Hutin apenas diz que a quadra se refere a “bombardeamentos aéreos, combates encarniçados”... Enfim.

Fazendo a leitura comparada destes dois livros (de J. Fontbrune e S. Hutin), encontram-se inúmeros exemplos como estes, alguns bem mais desconcertantes.

O primeiro destes autores reconhece, todavia, que precisou de 17 anos de trabalho, assíduo, para encontrar, na história, os pormenores “descritos” nas centúrias; e separar o passado do futuro. E especifica: “Depois de ter memorizado o texto (de Nostradamus), era necessário “devorar” numerosos livros de história, para tentar reencontrar os pormenores”, acrescentando: “É procedendo por eliminação e avançando, passo a passo, que se “desfia a meada” das quadras. Isto mostra que os textos não podem ter mais do que um significado, mas quão difícil de descobrir”.

Este autor tem a vantagem de reunir conhecimentos de astronomia (ou astrologia?) que lhe permitem localizar, no tempo, os acontecimentos, quando as quadras têm esse tipo de precisões. Vantagens (utilidade) de todo esse trabalho?

Num outro passo ele mesmo diz que, perante as suas explicações: “Em vez de se arrefecer a mediatização dum acontecimento que não teria lugar, ninguém me escutou. O Pânico foi alimentado… Fui mesmo acusado de me desdizer, sem que tenha mudado uma vírgula…”

Embora eu não veja a sua utilidade prática, tenho que reconhecer mérito a quem se dedica, com honestidade, a qualquer “empreendimento”, por isso, se quisesse consultar este tipo de obras, certamente preferiria este autor (J. Fontbrune); mas teria sempre em conta que, como toda a gente, tem a sua probabilidade de erro e que, também como toda a gente, fará reflectir, nas suas interpretações, os seus próprios conceitos filosóficos ou sociais. De facto, e apesar de tudo o que o próprio diz acerca dos restantes, não consigo deixar de me aperceber de que:
As interpretações destes dois autores (em acontecimentos não ocorridos) reflectem as suas respectivas concepções filosóficas e sociais, manifestando, um deles, sentimentos (ou preconceitos) anti-árabes e o outro o mesmo tipo de sentimentos/preconceitos, mas anti-chineses. Num caso e noutro quase se pode falar de xenofobia. Evidentemente, a essas interpretações acresce esse "condicionalismo" o que, consequentemente, aumenta a probabilidade de falha; ou seja: o que está escrito nas quadras é o que for; o que cada um destes autores diz acerca delas é apenas o que a suas ideias pré-concebidas permite. Haverá alguma semelhança? Talvez sim, talvez não.

Mas não foi só por isso que me dei a este trabalho todo. O que pretendo “pôr em causa” é, não só a validade das próprias interpretações, mas também os conceitos obscurantistas, demagógicos e falsos que se espalham por aí, sabe-se lá com que tenebrosos objectivos, a pretexto destas coisas. De cujas os mais incultos são “presas fáceis”. Eis algumas quadras cuja interpretação não me oferece dúvidas, em vista dos acontecimentos actuais, embora não sejam interpretadas assim, por nenhum destes autores:

VI, 23
“Desprezo do reino numismas desacreditadas,
E serão povos movidos contra seu Rei:
Paz, facto novo, santas leis pioradas
Rapis nunca foi em tão duro desarranjo”

III, 26
“Reis e Príncipes erguerão simulacros,
Augúrios, ocos elevados arúspices:
Corno vítima dourado, e de azul, de acres
Interpretados serão os extípices”

A primeira quadra fala de problemas financeiros (numismas) e de indignação popular, que se estende às questões da Paz, da aplicação das leis e da desordem extrema e generalizada. A segunda quadra fala, claramente, de gente importante envolvida em “simulacros” e também, vejam só, de “previsões sem fundamento (augúrios, ocos)” emitidas por essa mesma gente “elevados arúspices”… As vítimas serão a sociedade e o seu bem-estar. Mas aqueles logros serão denunciados "interpretados" (e não o serão, certamente, por Nostradamus...).
Olhem bem para a realidade à vossa volta. Isto faz-vos lembrar alguma coisa? Então vamos lá a insistir nas denúncias, façamos bem o nosso papel, porque ninguém o fará por nós (até porque, ao que parece, cada vez há menos gente "disponível" para isso).

Vejamos mais 3 exemplos:
III, 3
Marte e Mercúrio, e dinheiro todos juntos
Para o sul extrema secura:

Sextilha 46
O provedor porá tudo em derrota,
Sanguessuga e Lobo meu dizer não escuta
….
X, 66
O chefe de Londres por reino o Américo,
A ilha de Escócia tempesterá por gelo:
Rei Reb terão um tão falso anticristo,
Que os porá muito todos na refrega

No primeiro caso, Marte significa guerra, Mercúrio, a simulação, corrupção, ladroagem (Mercúrio é o deus dos ladrões), encaixando-se, perfeitamente na disputa entre países pobres (sul) e ricos, “decidida” pelo poder do dinheiro e da falsidade, pela exploração, obstruídos pela corrupção, misturados com as guerras, as ameaças (actos de provocação).
No segundo caso, “o provedor” é o fautor da guerra. Aplica-se perfeitamente a “quem governa o mundo”, sem ser necessário grande esforço interpretativo (que porá tudo em derrota). E mais uma vez aparece a exploração, a especulação (sanguessuga). Lobo referir-se-ia à Alemanha; ou seja aos países ricos, que não sabem escutar Nostradamus (mas sabem tentar usá-lo a seu favor, para aumentar a confusão e a susceptibilidade das gentes simples).
A terceira quadra eu deixo à vossa livre interpretação, apenas com umas observações:
No tempo de Nostradamus a América não existia, sendo, muitas vezes identificada como a ilha de Escócia (para o lado da Inglaterra), embora se possa também interpretar como referência à actual aliança entre a América e a Inglaterra. Quem é que vocês acham que eu acho que seja este “Rei Reb”? Não se esqueçam que a América é a terra dos “peles-vermelhas”. Quem mais está a pô-los “muito todos na refrega”, com falsidade, usando as piores mentiras (e praticando os mais abjectos actos de crueldade, de guerra)?
Reparem na seguinte quadra:

Presságio 11, Setembro
Chorar o céu ai isso faz fazer,
O mar se apresta. Aníbal faz suas astúcias:
Dinis fundeia classe tarda não calar,
Não soube segredo, e em que te divertes

O que é que vocês acham que eu leria, aqui, se me aventurasse a interpretá-la? Há um céu que chora, interpretado como significando que “de nada serve lamentar a má sorte”, ou talvez também como recusa do fatalismo em que se transformou a existência do terrorismo e a respectiva “luta”, ou talvez a denunciar a hipocrisia dos "pretextos" da luta contra o terrorismo?. Também há astúcias, há um segredo usado para enganar incautos que, inconscientes disso tudo e da sua gravidade, até se divertem… E, ainda por cima, um “não calar”, que tarda. O presságio é 11, relativo a Setembro. Acho que Nostradamus quis foi divertir-se à nossa custa… Ou então alguém anda a tentar manipulá-lo…

Para além disto e a retratar, com precisão, os nossos dias, há também referência a governantes objecto de troça e escárnio, a gente estúpida em Assembleia, etc.

Mas não desesperem, porque existe também um papel a desempenhar pela NET (interpretação minha, porque se Nostradamus usou expressões desconhecidas no seu tempo, como holocausto, também pode ter dito Nerte, significando NET).

Há uma quadra que acaba com a expressão: “socorro Lusitânia”, que nos cria grandes responsabilidades e deve fazer com que procuremos, com persistência, o caminho certo e intensifiquemos as denúncias de tudo o que é errado.

A quem interesse, há um papel especial reservado a uma(?) mulher
Mas também há previsões que não se concretizaram, nas datas indicadas, havendo quem diga que isso se deveu ao facto de os “erros” terem sido corrigidos a tempo (o livre arbítrio da humanidade??).

Finalmente, o que é mais importante: Estas profecias não anunciam o fim do Mundo, mas sim o seu próprio limite temporal; ou seja: uma data limite para a qual são válidas. Depois de muitas desgraças (por bem ou por mal, diria eu) a humanidade aprenderá a viver neste planeta e a preservar a paz e a sua sobrevivência (dizem as profecias). Aliás, há quem defenda que daqui até ao final das profecias, (por volta de 2025) tanto se pode viver um período de grande destruição (atingindo cerca de dois terços da humanidade, que desaparecerá), como se pode viver um período conturbado, mas de construção das condições necessárias para a tão almejada paz universal (o demónio acorrentado por mil anos, segundo se diz que profetizam as profecias de S. Malaquias, onde o próximo Papa será o último). Acham isso possível sem que se promovam profundas alterações no funcionamento das instituições (nacionais e internacionais)? Quem é que vai lutar por isso? Os governantes, os políticos? Os dirigentes da ONU? Vê-se! Poderemos esperar que caiam do céu essas transformações?

Com isto tudo não pretendo molestar as convicções de ninguém; nem dos que crêem nestas coisas, que são muitos, muito menos dos que não crêem. Apenas pretendi contribuir para desfazer alguns mal entendidos e para acabar com o pavor que se espalha de cada vez que se diz que está anunciado o fim do Mundo e respectivas tragédias. Sobretudo pretendo desfazer aquela ideia determinista, fatalista, ou comodista, de que, se tudo está previsto, não adianta lutar, ou fazer o que quer que seja. A meu ver, o preço a pagar pela paz, depende do que fizermos e da forma como o fizermos (teremos que aprender, a bem ou a mal, então que seja a bem. Para isso é preciso lutar muito e com muita determinação).

Gostaria que todos e cada um mantivessem uma outra clarividência de pensar e um espírito mais aberto, aceitando o desconhecido como tal, sem pretenderem ter o domínio da verdade absoluta, seja na interpretação destes tipo de fenómenos, seja negando-os, (e escarnecendo dos outros) porque isso facilita a tarefa aos manipuladores. Que estes fenómenos existem, é um facto.

Só quero, aqui, frisar uma verdade, absolutamente indesmentível: tal como o facto de uma pessoa ser inteligente, ou não (ter, ou não, elevadas capacidades), não tem nada a ver com a bondade ou maldade de carácter dessa pessoa, nem com a bondade ou maldade das suas convicções (sejam elas de que tipo forem), também o facto de qualquer pessoa ter, ou não, capacidades nestes domínios (do QE), dá qualquer indicação ou garantia, acerca do carácter dessa pessoa, ao contrário do que acreditam, invariavelmente, as pessoas menos instruídas. Não se podem avaliar as pessoas, nem acreditar nas pessoas, apenas por isto.