Publicado também em Editorial
Este artigo é acerca de Dan Brown, o Código Da Vinci, o cristianismo (a vida de Cristo) e a maior e mais bem sucedida falsidade imposta à “civilização” ocidental.
Antes de mais tenho de declarar que não li “O código Da Vinci”, nem estou a pensar ler, por agora...
O conteúdo do livro tem sido tão amplamente comentado, tão amplamente revelado que me desinteressa, de todo. Espero conseguir explicar porquê até ao final deste artigo.
Em boa verdade, este livro corrobora o que eu considero ser a maior e mais bem sucedida impostura da história da civilização ocidental: Jesus Cristo, a sua existência e vida, a sua condição divina, e todas as outras “ideias feitas” e dogmas (patranhas) cimentados ao longo de séculos de mistificações, impostas como verdades incontestáveis, com recurso a todo o tipo de atrocidades, a medidas repressivas, destruidoras da humanidade e da civilização.
A Igreja Católica ainda não ajustou contas com a história em relação a todos os crimes abomináveis que cometeu, em nome desta falsidade sem tamanho. A Igreja Católica não tem como escapar a esse ajuste de contas!
A vantagem do “Código Da Vinci” foi reacender a discussão pública à volta da verdade história destes factos e suas diferentes versões.
Num comentário transmitido no canal 2 da RTP, foi referida a existência duma grande variedade de evangelhos, nos primeiros tempos do cristianismo, de cujos foram descobertos, recentemente, no Egipto, alguns exemplares. Terão sido escondidos por monges que deles se serviam, quando a “classe dominante”, na Igreja Católica, decidiu decretar como válidos apenas os 4 evangelhos que fazem parte do Novo Testamento e banir todos os outros, mandando-os destruir.
Porém, a existência doutros evangelhos, semelhantes a estes, já tinha sido referida noutros documentários sobre achados arqueológicos…
Como poderão verificar pelo teor deste artigo, recebi educação (e formação) católica durante toda a minha infância e boa parte da adolescência. A vantagem é conhecer bem o tema que, afinal, quer se queira quer não, se misturou com as nossas referências sociais e históricas, condicionando-as.
Da descoberta dos textos, acima referida, pode-se concluir que, nos primeiros tempos do cristianismo, existiam muitos “evangelhos”, certamente elaborados como forma de registo e transmissão de conhecimentos e preceitos, por parte dos que os professavam, cultivavam e divulgavam. A existência de todos esses escritos evidencia que estas comunidades eram “centros” de cultura, de divulgação cultural, duma cultura e princípios que calavam fundo no sentir das gentes, justificando a enorme adesão que registavam. Até por isso, por se tratar de gente culta, é inexplicável o desconhecimento de elementos concretos da vida de Cristo… a não ser pelo facto dessa figura nunca ter existido tal como a igreja a paresenta, tratando-se duma lenda.
Como todos saberão, os evangelhos eleitos para fazerem parte do Novo Testamento terão sido “feitos” (ou adaptados?) cerca de dois séculos depois dos “acontecimentos”… Logo, a sua fiabilidade (a fiabilidade da "versão oficial") é, no mínimo, discutível.
Nestes outros evangelhos, agora encontrados, são desmentidos, claramente, alguns “preceitos” impostos à comunidade cristã (e a toda a sociedade ocidental durante a longa ditadura, déspota, do papado) como autênticos; isto é: como tendo sido definidos por Jesus. Um desses preceitos diz respeito ao afastamento das mulheres em relação ao exercício do sacerdócio.
Mais grave! Um desses evangelhos terá tido origem nos ensinamentos de Maria Madalena, identificada neles como discípula muito próxima de Cristo, sua preferida; e “identificada” por alguns conhecedores desses escritos (ou doutros semelhantes) como sendo companheira e esposa do próprio Cristo, a confirmar aquela máxima de que: “atrás dum grande homem está, sempre, uma grande mulher”.
Para “apagar” a sua influência (de Maria Madalena) e banir as mulheres dos cargos decisórios, o carácter vil da “classe dominante” da Igreja católica transformou-a em “prostituta”, dois séculos depois de, ao que parece, ter sido uma preciosa auxiliar da obra de Cristo (qualquer que seja o significado, real, que esta palavra possa ter…).
Aliás, se lermos, com atenção, os 4 evangelhos seleccionados para fazerem parte do Novo Testamento, tem-se, frequentemente, a ideia de que se referem a pessoas (mestres) diferentes, com características pessoais diferentes. Eu acho que é isso mesmo: a lenda construída à volta da figura de Cristo resultou de várias figuras diferentes, de mestres, líderes, dos cristãos.
Maria Madalena pode muito bem ter sido companheira, colaboradora, ou esposa dum desses líderes. Mas isso não faz dela a progenitora de “sangue real”, mesmo que tenha concebido desse líder, como pretende fazer crer o “Código Da Vinci” atribuído-lhe a maternidade da descendência de Cristo, conotando com esse facto o termo “Santo Graal”… e por aí fora.
Donde eu concluo que este livro assume como verdade factos de autenticidade histórica duvidosa. Porquê esta minha crítica?
Recentemente, alguém que me está próximo, sabendo do meu vício da leitura, ofereceu-me um livro que versa sobre o papel das lendas e da mitologia e sua interligação com a cultura helénica, na “construção” da história da fundação de Roma, cidade que deu origem ao Império Romano, como todos sabem.
Os relatos que servem de base a este tipo de estudos resultam de “histórias” descritas pelos escritores e historiadores clássicos, recolhidas da tradição oral ou de registos mais antigos. Pode-se observar que todos os “factos”, com veracidade histórica ou não, são contados na forma de lendas, incluindo elementos fantásticos. Nalguns casos existe até uma grande promiscuidade entre deuses e personagens históricas. Não raro é referido que estes eram “preceitos” seguidos pelos escritores e por muitos historiadores, em relação à descrição, propagandística, dos “acontecimentos” do passado. Em Roma, as famílias patrícias eram descendentes directas de deuses…
Porém, na época em que se diz que Cristo terá existido, estava-se em plena antiguidade clássica, romana, e havia registos históricos, desde havia já vários séculos, desde, pelo menos, a época dourada da civilização grega…
Se tivesse existido, realmente, um Cristo, de origem divina, com tantos feitos extraordinários, como o que a Igreja impingiu e impôs à humanidade durante todo este tempo, não para seguir e aplicar a sua doutrina mas como forma de “legitimar”, pela fé e respectivos dogmas, os seus crimes, seria impossível não existirem referências, por parte dos historiadores da época, a vários factos correlacionados. Essas referências não aparecem em lugar algum, ou são-nos ocultadas...
Logo, o Cristo que foi imposto, durante séculos, à humanidade, à custa de repressão e de atrocidades, o Cristo que “justificou” “a longa noite de dez séculos”, vivida na Europa: a idade média, com toda a sua ignorância, obscurantismo e perseguição da cultura, da ciência e da dignidade humana, sob o domínio, déspota e criminoso, do papado, esse Cristo nunca existiu!
Tenho ideia de ter ouvido ou lido, há muito tempo, não sei quando nem onde, que terá existido um historiador grego (?), dessa época, que refere a existência, no Médio Oriente, duma organização que lutava contra a ocupação romana, com características próximas das que são atribuídas a Cristo e seus discípulos, nomeadamente a condição predominantemente celibatária dos seus elementos... Porém, seria uma organização de guerrilheiros (hoje designados como “terroristas”) cujos membros terão sido todos condenados à morte e executados (crucificados), pelos romanos…
Se alguém souber algo mais sobre este assunto…
Com ou sem essa referência histórica, a impostura é evidente, Já vou explicar porquê!
Tentei explicar, acima que, nas circunstâncias históricas dos “acontecimentos” e tendo em conta, também, o carácter de “centros culturais” das próprias comunidades cristãs, não há como explicar a total ausência de referências dos historiadores da época e o desconhecimento de elementos básicos da vida de Cristo, a não ser por se tratar duma lenda, talvez baseada em factos (a crucificação dum elevado número de membros da tal organização?) distorcidos de modo a criar um herói, a introduzir o elemento religioso e divino, tão comum naquela época, essencial a qualquer doutrina que se prezasse, a ponto de ser um “preceito” a respeitar por qualquer escritor e por muitos historiadores, pelo menos em relação ao passado… Era assim na tradição grega, adoptada pela tradição romana… Mas existem também muitas semelhanças entre as lendas gregas, as lendas romanas e as “histórias” da própria bíblia, a denunciar estas coincidências de critérios…
Portanto, se essas comunidades queriam granjear a adesão de pessoas habituadas às culturas romana e grega, esses elementos teriam de aparecer. Podem ter aparecido como “argumentos” ilustrados usando os elementos culturais de então, ao jeito do que fazem, actualmente, com a própria religião cristã, os ateus?
Curiosamente, o próprio Cristo explica, nos evangelhos “escolhidos”, como se criam este tipo de lendas e se divinizam os seus protagonistas… É apenas mais um exemplo a ilustrar que, desde há muitos séculos, a melhor forma de enganar é usando a verdade. Assim ao estilo de: “com a verdade me enganas!”.
Seja como for, eu acho que essa cedência dos pregadores cristãos aos “padrões” da época, como forma de se fazerem entender, forneceu os ingredientes que permitiram transformar uma linda doutrina social e humana, que pregava a igualdade e a fraternidade, num poderoso instrumento de opróbrio da sociedade, tão magistralmente usado, pelos DONOS da Igreja Católica e sua doutrina, durante séculos!
Há quem afirme e jure que o Vaticano esconde, ciosamente, todos os escritos que dão uma visão realista dos factos, porque eles negam as patranhas em que assentou o seu poderio e os fundamentos da sua legitimidade e “ensinamentos” que ainda hoje impõem aos ingénuos, aos incultos (que são cada vez menos).
Terá a classe dominante da igreja católica banido e escondido todas as referências históricas fidedignas, da época, assim como baniu os inúmeros registos usados pelas próprias comunidades cristãs, os tais “evangelhos” agora descobertos?
Ou será que esses “elementos secretos” escondidos, ciosamente, pelo Vaticano, são exemplares destes evangelhos que, em qualquer caso, por si sós, denunciam a enorme fraude em que assentou o domínio da Igreja e o seu carácter criminoso?
Não há dúvidas de que existiu uma organização com um ou vários líderes (Cristos) de carácter excepcional. A questão que eu colocaria, em primeiro lugar, é se as características que fizeram o êxito dessa doutrina são mérito dum único homem ou dum vasto conjunto de pessoas, da tal organização e seus membros. Eu prefiro a segunda opção, porque é a única objectivamente credível. O facto de haver(?) um historiador grego que, de tão longe, diz que os membros da tal organização (admitindo que seja a mesma) foram todos assassinados pelos romanos, pode resultar, apenas, da propaganda romana e não corresponde exactamente à verdade. As características atribuídas a essa organização, à distância, também não oferecem maior garantia de fiabilidade…
Homens (ou mulheres?) muito dignos e de excepcional valor, de enorme clarividência, alguns visionários (que o senso comum classifica de adivinhos?) até, sempre houve e sempre vai haver. É um fenómeno raro mas que, na imensidão do número de seres humanos, tem ocorrência garantida. Porém, estes, sozinhos, não conseguem “desempenhar o seu papel”. Eu diria que é porque não conseguem uma sintonia de esforços, dum grupo com elevadas características, que o permita. As sociedades humanas são mesmo assim. Faz parte da nossa condição de seres gregários; é uma característica nossa, incontornável.
A ocorrência destes “seres de eleição” é tão normal e provável como a ocorrência de loucos, facínoras, igualmente visionários mas “senhores das trevas e da desgraça”, como são exemplo Nero, Napoleão, Hitler, Bush e respectivas trupes, para citar apenas alguns.
Não há como explicar o êxito destes e a eficiência na neutralização dos “seres de eleição”, a não ser devido ao facto de a humanidade ainda não ter conseguido libertar-se desta grande impostura (construída à volta de Cristo) e da sua influência funesta e pérfida…
Os facínoras sabem-no muito bem porque, sempre que se sentem ameaçados, procuram eliminar, fisicamente, todos aqueles que lhes parecem ter características de “seres de eleição”, com a máxima prioridade. É essa prática criminosa, que se mantém até aos nossos dias e de cuja temos novos exemplos, todos os dias, que tem garantido o seu êxito, até agora…
Portanto, resta-nos, como explicação lógica e credível para o fenómeno do cristianismo e sua expansão, que a obra se tenha devido à grandeza e justeza dos ensinamentos, mas também à eficácia, ao esforço, ao empenho e à contribuição dos muitos homens e mulheres que dedicaram a sua vida, esforço e saber a esta causa e que, em muitos casos, deram a vida por ela. Reparem que eu não estou a atribuir os ensinamentos a uma só pessoa!
Todos esses seres humanos de carácter e dignidade excepcionais não mereciam a traição dos bandidos que se apoderaram da direcção da Igreja Católica e a humanidade também não… nós também não!
Por tudo isto me interessa pouco o “Código Da Vinci”, que dá credibilidade a uma versão inverosímil, nomeadamente quando pretende sugerir a existência de “sangue real” para “provar” que Cristo deixou descendência. O fundamento desta ideia até é incompatível com os ensinamentos da doutrina cristã, na sua pureza original, aquela que fez o seu enorme êxito e lhe garantiu uma tão elevada adesão. Não se esqueçam que esta era a doutrina da IGUALDADE… Têm razão os que relacionam os ensinamentos cristãos com o socialismo…
Antes de mais tenho de declarar que não li “O código Da Vinci”, nem estou a pensar ler, por agora...
O conteúdo do livro tem sido tão amplamente comentado, tão amplamente revelado que me desinteressa, de todo. Espero conseguir explicar porquê até ao final deste artigo.
Em boa verdade, este livro corrobora o que eu considero ser a maior e mais bem sucedida impostura da história da civilização ocidental: Jesus Cristo, a sua existência e vida, a sua condição divina, e todas as outras “ideias feitas” e dogmas (patranhas) cimentados ao longo de séculos de mistificações, impostas como verdades incontestáveis, com recurso a todo o tipo de atrocidades, a medidas repressivas, destruidoras da humanidade e da civilização.
Os ciprestes são árvores que têm um aspecto "misterioso, místico" natural. Talvez por isso abundam nos cemitérios. Certamente "conhecem" alguns "segredos" que nós ignoramos...
A Igreja Católica ainda não ajustou contas com a história em relação a todos os crimes abomináveis que cometeu, em nome desta falsidade sem tamanho. A Igreja Católica não tem como escapar a esse ajuste de contas!
A vantagem do “Código Da Vinci” foi reacender a discussão pública à volta da verdade história destes factos e suas diferentes versões.
Num comentário transmitido no canal 2 da RTP, foi referida a existência duma grande variedade de evangelhos, nos primeiros tempos do cristianismo, de cujos foram descobertos, recentemente, no Egipto, alguns exemplares. Terão sido escondidos por monges que deles se serviam, quando a “classe dominante”, na Igreja Católica, decidiu decretar como válidos apenas os 4 evangelhos que fazem parte do Novo Testamento e banir todos os outros, mandando-os destruir.
Porém, a existência doutros evangelhos, semelhantes a estes, já tinha sido referida noutros documentários sobre achados arqueológicos…
Como poderão verificar pelo teor deste artigo, recebi educação (e formação) católica durante toda a minha infância e boa parte da adolescência. A vantagem é conhecer bem o tema que, afinal, quer se queira quer não, se misturou com as nossas referências sociais e históricas, condicionando-as.
Da descoberta dos textos, acima referida, pode-se concluir que, nos primeiros tempos do cristianismo, existiam muitos “evangelhos”, certamente elaborados como forma de registo e transmissão de conhecimentos e preceitos, por parte dos que os professavam, cultivavam e divulgavam. A existência de todos esses escritos evidencia que estas comunidades eram “centros” de cultura, de divulgação cultural, duma cultura e princípios que calavam fundo no sentir das gentes, justificando a enorme adesão que registavam. Até por isso, por se tratar de gente culta, é inexplicável o desconhecimento de elementos concretos da vida de Cristo… a não ser pelo facto dessa figura nunca ter existido tal como a igreja a paresenta, tratando-se duma lenda.
Como todos saberão, os evangelhos eleitos para fazerem parte do Novo Testamento terão sido “feitos” (ou adaptados?) cerca de dois séculos depois dos “acontecimentos”… Logo, a sua fiabilidade (a fiabilidade da "versão oficial") é, no mínimo, discutível.
Nestes outros evangelhos, agora encontrados, são desmentidos, claramente, alguns “preceitos” impostos à comunidade cristã (e a toda a sociedade ocidental durante a longa ditadura, déspota, do papado) como autênticos; isto é: como tendo sido definidos por Jesus. Um desses preceitos diz respeito ao afastamento das mulheres em relação ao exercício do sacerdócio.
Mais grave! Um desses evangelhos terá tido origem nos ensinamentos de Maria Madalena, identificada neles como discípula muito próxima de Cristo, sua preferida; e “identificada” por alguns conhecedores desses escritos (ou doutros semelhantes) como sendo companheira e esposa do próprio Cristo, a confirmar aquela máxima de que: “atrás dum grande homem está, sempre, uma grande mulher”.
Para “apagar” a sua influência (de Maria Madalena) e banir as mulheres dos cargos decisórios, o carácter vil da “classe dominante” da Igreja católica transformou-a em “prostituta”, dois séculos depois de, ao que parece, ter sido uma preciosa auxiliar da obra de Cristo (qualquer que seja o significado, real, que esta palavra possa ter…).
Aliás, se lermos, com atenção, os 4 evangelhos seleccionados para fazerem parte do Novo Testamento, tem-se, frequentemente, a ideia de que se referem a pessoas (mestres) diferentes, com características pessoais diferentes. Eu acho que é isso mesmo: a lenda construída à volta da figura de Cristo resultou de várias figuras diferentes, de mestres, líderes, dos cristãos.
Maria Madalena pode muito bem ter sido companheira, colaboradora, ou esposa dum desses líderes. Mas isso não faz dela a progenitora de “sangue real”, mesmo que tenha concebido desse líder, como pretende fazer crer o “Código Da Vinci” atribuído-lhe a maternidade da descendência de Cristo, conotando com esse facto o termo “Santo Graal”… e por aí fora.
Donde eu concluo que este livro assume como verdade factos de autenticidade histórica duvidosa. Porquê esta minha crítica?
Recentemente, alguém que me está próximo, sabendo do meu vício da leitura, ofereceu-me um livro que versa sobre o papel das lendas e da mitologia e sua interligação com a cultura helénica, na “construção” da história da fundação de Roma, cidade que deu origem ao Império Romano, como todos sabem.
Os relatos que servem de base a este tipo de estudos resultam de “histórias” descritas pelos escritores e historiadores clássicos, recolhidas da tradição oral ou de registos mais antigos. Pode-se observar que todos os “factos”, com veracidade histórica ou não, são contados na forma de lendas, incluindo elementos fantásticos. Nalguns casos existe até uma grande promiscuidade entre deuses e personagens históricas. Não raro é referido que estes eram “preceitos” seguidos pelos escritores e por muitos historiadores, em relação à descrição, propagandística, dos “acontecimentos” do passado. Em Roma, as famílias patrícias eram descendentes directas de deuses…
Porém, na época em que se diz que Cristo terá existido, estava-se em plena antiguidade clássica, romana, e havia registos históricos, desde havia já vários séculos, desde, pelo menos, a época dourada da civilização grega…
Se tivesse existido, realmente, um Cristo, de origem divina, com tantos feitos extraordinários, como o que a Igreja impingiu e impôs à humanidade durante todo este tempo, não para seguir e aplicar a sua doutrina mas como forma de “legitimar”, pela fé e respectivos dogmas, os seus crimes, seria impossível não existirem referências, por parte dos historiadores da época, a vários factos correlacionados. Essas referências não aparecem em lugar algum, ou são-nos ocultadas...
Logo, o Cristo que foi imposto, durante séculos, à humanidade, à custa de repressão e de atrocidades, o Cristo que “justificou” “a longa noite de dez séculos”, vivida na Europa: a idade média, com toda a sua ignorância, obscurantismo e perseguição da cultura, da ciência e da dignidade humana, sob o domínio, déspota e criminoso, do papado, esse Cristo nunca existiu!
Tenho ideia de ter ouvido ou lido, há muito tempo, não sei quando nem onde, que terá existido um historiador grego (?), dessa época, que refere a existência, no Médio Oriente, duma organização que lutava contra a ocupação romana, com características próximas das que são atribuídas a Cristo e seus discípulos, nomeadamente a condição predominantemente celibatária dos seus elementos... Porém, seria uma organização de guerrilheiros (hoje designados como “terroristas”) cujos membros terão sido todos condenados à morte e executados (crucificados), pelos romanos…
Se alguém souber algo mais sobre este assunto…
Ainda os ciprestes...
Com ou sem essa referência histórica, a impostura é evidente, Já vou explicar porquê!
Tentei explicar, acima que, nas circunstâncias históricas dos “acontecimentos” e tendo em conta, também, o carácter de “centros culturais” das próprias comunidades cristãs, não há como explicar a total ausência de referências dos historiadores da época e o desconhecimento de elementos básicos da vida de Cristo, a não ser por se tratar duma lenda, talvez baseada em factos (a crucificação dum elevado número de membros da tal organização?) distorcidos de modo a criar um herói, a introduzir o elemento religioso e divino, tão comum naquela época, essencial a qualquer doutrina que se prezasse, a ponto de ser um “preceito” a respeitar por qualquer escritor e por muitos historiadores, pelo menos em relação ao passado… Era assim na tradição grega, adoptada pela tradição romana… Mas existem também muitas semelhanças entre as lendas gregas, as lendas romanas e as “histórias” da própria bíblia, a denunciar estas coincidências de critérios…
Portanto, se essas comunidades queriam granjear a adesão de pessoas habituadas às culturas romana e grega, esses elementos teriam de aparecer. Podem ter aparecido como “argumentos” ilustrados usando os elementos culturais de então, ao jeito do que fazem, actualmente, com a própria religião cristã, os ateus?
Curiosamente, o próprio Cristo explica, nos evangelhos “escolhidos”, como se criam este tipo de lendas e se divinizam os seus protagonistas… É apenas mais um exemplo a ilustrar que, desde há muitos séculos, a melhor forma de enganar é usando a verdade. Assim ao estilo de: “com a verdade me enganas!”.
Seja como for, eu acho que essa cedência dos pregadores cristãos aos “padrões” da época, como forma de se fazerem entender, forneceu os ingredientes que permitiram transformar uma linda doutrina social e humana, que pregava a igualdade e a fraternidade, num poderoso instrumento de opróbrio da sociedade, tão magistralmente usado, pelos DONOS da Igreja Católica e sua doutrina, durante séculos!
Há quem afirme e jure que o Vaticano esconde, ciosamente, todos os escritos que dão uma visão realista dos factos, porque eles negam as patranhas em que assentou o seu poderio e os fundamentos da sua legitimidade e “ensinamentos” que ainda hoje impõem aos ingénuos, aos incultos (que são cada vez menos).
Terá a classe dominante da igreja católica banido e escondido todas as referências históricas fidedignas, da época, assim como baniu os inúmeros registos usados pelas próprias comunidades cristãs, os tais “evangelhos” agora descobertos?
Ou será que esses “elementos secretos” escondidos, ciosamente, pelo Vaticano, são exemplares destes evangelhos que, em qualquer caso, por si sós, denunciam a enorme fraude em que assentou o domínio da Igreja e o seu carácter criminoso?
Não há dúvidas de que existiu uma organização com um ou vários líderes (Cristos) de carácter excepcional. A questão que eu colocaria, em primeiro lugar, é se as características que fizeram o êxito dessa doutrina são mérito dum único homem ou dum vasto conjunto de pessoas, da tal organização e seus membros. Eu prefiro a segunda opção, porque é a única objectivamente credível. O facto de haver(?) um historiador grego que, de tão longe, diz que os membros da tal organização (admitindo que seja a mesma) foram todos assassinados pelos romanos, pode resultar, apenas, da propaganda romana e não corresponde exactamente à verdade. As características atribuídas a essa organização, à distância, também não oferecem maior garantia de fiabilidade…
Homens (ou mulheres?) muito dignos e de excepcional valor, de enorme clarividência, alguns visionários (que o senso comum classifica de adivinhos?) até, sempre houve e sempre vai haver. É um fenómeno raro mas que, na imensidão do número de seres humanos, tem ocorrência garantida. Porém, estes, sozinhos, não conseguem “desempenhar o seu papel”. Eu diria que é porque não conseguem uma sintonia de esforços, dum grupo com elevadas características, que o permita. As sociedades humanas são mesmo assim. Faz parte da nossa condição de seres gregários; é uma característica nossa, incontornável.
A ocorrência destes “seres de eleição” é tão normal e provável como a ocorrência de loucos, facínoras, igualmente visionários mas “senhores das trevas e da desgraça”, como são exemplo Nero, Napoleão, Hitler, Bush e respectivas trupes, para citar apenas alguns.
Não há como explicar o êxito destes e a eficiência na neutralização dos “seres de eleição”, a não ser devido ao facto de a humanidade ainda não ter conseguido libertar-se desta grande impostura (construída à volta de Cristo) e da sua influência funesta e pérfida…
Os facínoras sabem-no muito bem porque, sempre que se sentem ameaçados, procuram eliminar, fisicamente, todos aqueles que lhes parecem ter características de “seres de eleição”, com a máxima prioridade. É essa prática criminosa, que se mantém até aos nossos dias e de cuja temos novos exemplos, todos os dias, que tem garantido o seu êxito, até agora…
Portanto, resta-nos, como explicação lógica e credível para o fenómeno do cristianismo e sua expansão, que a obra se tenha devido à grandeza e justeza dos ensinamentos, mas também à eficácia, ao esforço, ao empenho e à contribuição dos muitos homens e mulheres que dedicaram a sua vida, esforço e saber a esta causa e que, em muitos casos, deram a vida por ela. Reparem que eu não estou a atribuir os ensinamentos a uma só pessoa!
Todos esses seres humanos de carácter e dignidade excepcionais não mereciam a traição dos bandidos que se apoderaram da direcção da Igreja Católica e a humanidade também não… nós também não!
Por tudo isto me interessa pouco o “Código Da Vinci”, que dá credibilidade a uma versão inverosímil, nomeadamente quando pretende sugerir a existência de “sangue real” para “provar” que Cristo deixou descendência. O fundamento desta ideia até é incompatível com os ensinamentos da doutrina cristã, na sua pureza original, aquela que fez o seu enorme êxito e lhe garantiu uma tão elevada adesão. Não se esqueçam que esta era a doutrina da IGUALDADE… Têm razão os que relacionam os ensinamentos cristãos com o socialismo…
Há cerca de 200 anos existiu um homem, Karl Marx, que lançou os alicerces duma doutrina que começou por se denominar Social Democrata, depois Socialista e finalmente Comunista: o marxismo. Hoje, passados duzentos anos, o que resta, na prática social, destes ensinamentos?
Os dirigentes S.D. assumem-se como capitalistas e comportam-se como sendo de direita, os dirigentes Socialistas são uns bandidos, traidores que se comportam, igualmente, como sendo de direita; o Comunismo é arrastado pela lama… e a desesperança das pessoas permanece e agrava-se. Restam, portanto, os ensinamentos de “O Capital” ensinado nas Universidades, para formar acólitos da ditadura económica e da espoliação dos povos. Até por analogia com este exemplo se pode compreender o que se passou com a doutrina cristã… Tudo o mais é arrasado e ridicularizado com o epíteto de UTOPIA. Ms, na verdade, utopia, começa a ser a probabilidade de prolongamento deste descalabro de coisas, por muito mais tempo…
O motivo que me levou a escrever este artigo é o facto de estarmos a viver, novamente, a reedição duma grande impostura, de características catastróficas semelhantes, a qual seja a conspiração de 11 de Setembro de 2001 e os seus objectivos.
Não admira que Bush se diga imbuído de missão divina e reivindique a defesa dos valores ocidentais e da religião católica… Está apenas a reclamar o direito de fazer o mesmo que fez a igreja católica, durante séculos.
A nós compete-nos lutar por condições que tornem impossíveis tais intentos, nomeadamente contribuindo para criar uma opinião pública forte e esclarecida, uma cultura de democracia que impeça a apropriação do domínio da sociedade e do Mundo por facínoras e bandidos, como tem acontecido até agora.
É por isso que eu defendo a valoração da abstenção e a alteração das regras de decisão da ONU, com a introdução da obrigatoriedade de serem fundamentadas em resultados de referendos internos as posições assumidas por cada país quando se trate de conflitos armados internacionais.
Muitos estranharão o arrojo, mas não há como, nem por quê, calar estas reflexões.
Aviso:
- Este blog está contra o encerramento das maternidades e apoia, incondicionalmente, a luta das respectivas populações para impedir mais esse crime do governo.
Os dirigentes S.D. assumem-se como capitalistas e comportam-se como sendo de direita, os dirigentes Socialistas são uns bandidos, traidores que se comportam, igualmente, como sendo de direita; o Comunismo é arrastado pela lama… e a desesperança das pessoas permanece e agrava-se. Restam, portanto, os ensinamentos de “O Capital” ensinado nas Universidades, para formar acólitos da ditadura económica e da espoliação dos povos. Até por analogia com este exemplo se pode compreender o que se passou com a doutrina cristã… Tudo o mais é arrasado e ridicularizado com o epíteto de UTOPIA. Ms, na verdade, utopia, começa a ser a probabilidade de prolongamento deste descalabro de coisas, por muito mais tempo…
O motivo que me levou a escrever este artigo é o facto de estarmos a viver, novamente, a reedição duma grande impostura, de características catastróficas semelhantes, a qual seja a conspiração de 11 de Setembro de 2001 e os seus objectivos.
Não admira que Bush se diga imbuído de missão divina e reivindique a defesa dos valores ocidentais e da religião católica… Está apenas a reclamar o direito de fazer o mesmo que fez a igreja católica, durante séculos.
A nós compete-nos lutar por condições que tornem impossíveis tais intentos, nomeadamente contribuindo para criar uma opinião pública forte e esclarecida, uma cultura de democracia que impeça a apropriação do domínio da sociedade e do Mundo por facínoras e bandidos, como tem acontecido até agora.
É por isso que eu defendo a valoração da abstenção e a alteração das regras de decisão da ONU, com a introdução da obrigatoriedade de serem fundamentadas em resultados de referendos internos as posições assumidas por cada país quando se trate de conflitos armados internacionais.
Muitos estranharão o arrojo, mas não há como, nem por quê, calar estas reflexões.
Aviso:
- Este blog está contra o encerramento das maternidades e apoia, incondicionalmente, a luta das respectivas populações para impedir mais esse crime do governo.
- Este blog luta contra este sistema eleitoral vigarista, pela valoração da abstenção, como condição de elementar democracia, porque permite a responsabilização dos políticos, que terão de passar a ter em conta o querer e o sentir dos cidadãos; mas também porque permite poupar muito dinheiro, com a exclusão dos 87 deputados que NÃO foram eleitos.