2005/11/30

"Longe Daqui"

Álvaro José Ferreira costuma me brindar com os seus mail, que agradeço. Desta vez enviou-me este, dirigido a Rafael Correia, que reproduzo, porque concordo com a defesa que faz da música portuguesa. Caramba! Há tanta e tão bonita música portuguesa e é um drama ouvir as nossas rádios...
"Caro Sr. Rafael Correia"
Como não perco uma das suas emissões também ouvi a de sábado passado em que conversou com um meu homónimo, criador de porcos alentejanos, algures perto de S. Pedro das Cabeças, concelho de Castro Verde, local apontado como o provável cenário da lendária Batalha de Ourique.
Delicio-me sempre com as suas saborosas conversas, mas o que me motivou a escrever-lhe, desta vez, foi ter passado o tema "Longe Daqui", de Pedro Barroso. Soube-me muito bem ouvir esta belíssima e tocante obra poético-musical, ainda mais porque já não a ouvia há longo tempo na rádio.
Como já nos habituou, o caro Rafael Correia escolheu a música muito a propósito atendendo ao lugar e ao conteúdo da música.
Devo confessar-lhe que fiquei muito contente e até sensibilizado por voltar a passar Pedro Barroso, um dos maiores vultos do nosso meio musical e que tem sido alvo de um escandaloso ostracismo pelas rádios nacionais, entre elas a rádio pública.
Faço questão de felicitá-lo por continuar a passar Pedro Barroso, José Afonso, Janita Salomé, Amélia Muge, Amália Rodrigues, Luiz Goes, Paco Bandeira, etc. porque estes nomes, entre outros de reconhecido mérito, foram incluídos num index dos proibidos de figurar nas 'play lists' da Antena 1.
É muito triste e deveras revoltante constatar que, num regime formalmente democrático, onde supostamente não existe censura, seja recusado o lugar que os artistas maiores de Portugal (vivos e falecidos) deveriam ocupar, por direito, na rádio que todos pagamos e, ao invés, sejamos insistentemente massacrados com músicas pré-fabricadas e descartáveis do género mastiga e deita fora.
Algo vai muito mal neste Portugal dito democrático!
Bem haja por continuar a facultar-nos nos preâmbulos das suas interessantíssimas conversas a audição do melhor da música de Portugal.
Força, amigo Rafael Correia!
Aceite um abraço deste seu admirador,
Ass.: Álvaro José Ferreira"

2005/11/29

A Arte (Perversa) de Argumentar!

Deixei, no blog "O Eleito", um post onde defendia a alteração do Sistema Eleitoral e a introdução da valoração da Abstenção.
O Pedro respondeu com: O Povo é quem mais referenda!
Escrevi, em cima do joelho, um comentário, no post do Pedro, que reproduzo aqui:
“Como as coisas são... (relativas)!!!
Pois eu é que me fartei de rir com tanto disparate. Mas acredito que seja perda de tempo estar a responder, no que diz respeito aos seus próprios conceitos. Quem "pensa" assim, não tem capacidade (não quer?) ouvir e avaliar, com bom senso, os argumentos dos outros. Tá bem! Haja democracia!Só que, a minha proposta não é para SUA apreciação, mas para divulgação e apreciação da população.
Ah pois! Já sei! A população não se pode pronunciar sobre isso, nem sobre nada (a não ser sobre questões menores e menos mobilizadoras), porque isso provoca instabilidade.
Decididamente temos vivido em países diferentes... Estabilidade?! Chama a isto estabilidade? Meu Deus! Você tem um qualquer problema de autismo. Vive alheado da realidade e nem sequer quer vê-la. Atão não se tá a ver tanta estabilidade?! O país tem progredido que é um regalo, com toda esta estabilidade. E os Desígnios nacionais? Os resultados de estudos e projectos e pareceres e... Não são logo levados à prática e resolvidos os respectivos problemas, com a ajuda da “nossa” estabilidade?
E a agitação social? E o descontentamento generalizado? E a descrença no futuro? E a ausência de esperança e de perspectivas?
Deixe lá, não se preocupe! São delírios meus! Isto é um país estável, desenvolvido, com um excelente nível de vida, com uma estabilidade que até chateia...
Oh meu caro! O que eu tentei enunciar foi um conjunto de propostas que, a serem adoptadas...
Pensando melhor vou responder em post, porque isto promete.Só quero sublinhar que, quando digo "você", me refiro às ideias e ao que de pérfido resulta, para a realidade, da sua adopção. Não me refiro à pessoa. Convém frisar para evitar mal entendidos...”
O Pedro apressou-se a me desafiar a que rebatesse os seus argumentos, um por um, prevenindo-me de que: “é difícil”. Não concordo!
Retomando o “discurso”
O que eu tentei enunciar foi um conjunto de propostas que, a serem adoptadas, possam resultar numa alteração da forma de fazer política, numa aproximação dos eleitos aos eleitores, COM UTILIDADE PRÁTICA PARA A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS CONCRETOS, SENTIDOS PELA POPULAÇÃO.
Ao invés, os seus argumentos são um amontoado de falácias absurdas, assentes em conjecturas, caricaturas exageradas, que não conseguem esconder a sua inaptidão para “ser útil”. Daí que você sobrevalorize esta sua aptidão “inútil”… e defenda a situação actual onde esse tipo de “artes” têm boa cotação no mercado… Veja-se o exemplo do DGCI, que tem feito um trabalho deplorável, destrutivo para a sociedade, à frente da DGCI, mas que ganha cerca de 23 mil euros, apenas porque é exímio nessa arte. De vez em quando lá somos nós insultados, agredidos, com mais uma notícia, falsa, com os números “que provam a competência” do DGCI… Apetece dizer que, quem tem de se preocupar e perder tempo a inventar números para “se justificar”, não tem condições, mínimas, para fazer um bom e sério trabalho. O “meu” mercado e os meus critérios de valor são outros…
A técnica que você usou para argumentar contra as minhas propostas é muito conhecida, é velha, e já está gasta… Mas continua a fazer estragos, porque esses “argumentos”, em forma de falácias, monopolizam todo o nosso espaço de debate público, obstruindo as hipóteses de construção do que quer que seja e desesperando todos…
Vejamos então, com as suas próprias palavras, como eu tenho razão.
Começando pelo fim, você diz, tentando achincalhar: “Com esta proposta, as decisões políticas seriam as melhores, porque tomadas pelo povo sábio” (o destaque é seu).
Nós já sabíamos que, para pessoas que vivem de “argumentar”, (há muita gente dessa por aí; demais!) parasitando o labor da sociedade, só os próprios é que devem ter valor, e conhecimento e legitimidade para decidir… O povo é burro e como burro deve continuar, não tem nada que decidir de coisa nenhuma, porque não sabe fazê-lo, porque a sua missão é trabalhar para sustentar esa gente... e ser mal pago. Ora, quem serve só para isso, não deve decidir de coisa nenhuma. Depois quem é que trabalha?
Quase que nem precisaríamos de mais citações para demonstrar a perfídia de todos os argumentos do seu post… Mas eu não desisto assim tão facilmente. Nem você consegue imaginar a dimensão da minha resistência…
Nem precisaríamos de mais citações porque esta, por si só, demonstra que, para quem partilha essas ideias, o povo é o inimigo, gente perigosa… Pois eu digo-lhe que isso é pura misantropia vossa, inadaptação, incapacidade de lidar com a realidade da democracia, vocês devem tratar-se…
Mas é claro que você sabe que está, apenas, a apelar a uma certa mensagem subliminar que abunda por aí, que fomenta instintos primários e o individualismo que tanto nos destrói como nação… Aquela treta de: “a culpa é dos outros”; ou do: “há que mudar as pessoas, a partir do interior” (os anónimos, nunca quem manda e tem de mudar); ou ainda: “tudo isto é fruto da maldade humana”. Tudo isso para provocar a desconfiança mútua, entre os cidadãos, numa palavra: dividir para reinar; TRETAS de quem nada sabe construir e, por isso, se entretém a destruir… e acha que deve ser bem pago por isso, porque contribui para beneficiar quem muito ganha, chulando o país…
Neste país há mais de 8 milhões de eleitores, a quem compete decidir, quer você queira quer não. Oito milhões de eleitores dos quais a esmagadora maioria são pessoas muito dignas, uma boa parte são pessoas esclarecidas e, no conjunto, até sabem como se resolvem os nossos problemas. Mas também é facto que a maioria deles é vítima dos desmandos dos políticos… eu sei do que estou a falar… Imagine-se como um deles, ou imagine-se a conversar com cada um deles e verá que não consegue manter os seus argumentos…
O que eu não tenho dúvidas é que os eleitores sabem decidir, bem; que as decisões colectivas são dignas e adequadas aos superiores interesses do país. Não há uma única decisão, ou medida governativa criminosa que mereça o apoio ou a concordância da maioria da população.
Vá lá, faça um esforço, você consegue imaginar toda essa gente como pessoas, seus iguais (porque o são), que merecem tanto respeito e consideração como você quer para si… Essa sua dificuldade chama-se Agorafobia e tem tratamento…
No “nosso” sistema, os “eleitos” são apenas representantes desses oito milhões, com cujo veredicto se devem conformar. É isso que eu pretendo, nada mais. Ao invés, nem à verdade dos números eleitorais temos direito, porque eles são deturpados e ocultados, para “tornar aceitável” a “vigarice”.
Toda a gente reconhece que os eleitos não representam nada e que isso é o nosso maior drama, a origem de todos os nossos males, exactamente porque os restantes “eleitos” pensam como você, em relação “à gentalha ignara”. Mas o nosso drama, a vigarice da actuação dos políticos, começa na vigarice e nas mentiras em que assenta o nosso sistema eleitoral e a própria eleição, quando os abstencionistas são, pura e simplesmente, eliminados do rol dos cidadãos, de forma perfeitamente nazi. Até porque, doutro modo, gente assim não teria possibilidades de ser eleita, porque é contra natura…
Gentalha só o somos por (ainda) tolerarmos tanta infâmia, da parte de quem nos devia representar e, ao invés, se apropriou do país e dos seus recursos, que exaure em proveito próprio, sem querer prestar contas a ninguém… Portanto, é a ignomínia dos políticos que nos “emporcalha” o prestígio e a dignidade colectivos.
Mas vamos à questão principal: a questão dos custos e da exequibilidade da minha proposta:
1. O principal objectivo da proposta é moralizar a vida pública e a actuação dos políticos, criar as condições para responsabilizar quem deve ser responsabilizado, como forma de “colocar as pessoas certas nos lugares certos”, única forma de podermos progredir e ver resolvidos os nossos problemas.
2. Para suportar a “lógica” dos seus argumentos, você transformou o actual sistema, pessoas incluídas, em coisas imutáveis, num cenário de pedra, de estátuas, assim como fez com as próprias pessoas do povo. Ou seja: passamos a ter: “candidatos esfinges”; “candidatos múmias” e “argumentadores estátuas”.
3. A minha proposta é para gente viva, com inteligência suficiente para perceber a dinâmica das sociedades, a sua capacidade de mudar, de se adaptarem, de evoluírem, de aprenderem. Numa penada você enunciou os motivos profundos, inconfessáveis, que levam muita gente a apostar no “quanto pior melhor”, em matéria de insucesso escolar, de incultura, de ausência de formação tecnológica e profissional (onde se opta, sistematicamente, pela inutilidade dos conhecimentos transmitidos).
4. Com a minha proposta, o que se pretende é que as coisas mudem, que sejam eleitos os melhores, verdadeiros líderes, gente sincera e digna, com capacidade adequada para os cargos, de modo a que os problemas do país possam ser resolvidos. Candidatos assim têm de ter capacidade (antes ou depois de “mostrarem o que valem”) de mobilizar as pessoas para votarem neles, para os elegerem e se sentirem representados, coisas que hoje não acontecem. Mas você não quer nem imaginar que estes “monos” possam ser substituídos e se altere a maneira de fazer política, que haja mais honestidade, verdadeira “representatividade”. Eu acho que você sente que, nesse contexto, os seus talentos nada valem porque, objectivamente, do ponto de vista produtivo, eles nada valem, de facto. Temos pena, mas o país está primeiro! Adapte-se, recicle-se, aprenda outras coisas. Ou será que, quando você argumenta como se políticos e povo fossem imutáveis e nada conseguissem “aprender”, era devido ás suas próprias limitações? Há muita gente assim (não é o seu caso, pessoal, que me preocupa).
5. Acontecendo isso, o seu cenário dantesco, catastrófico, deixa de existir e teremos verdadeira estabilidade e progresso, sem necessidade de referendos, que permaneceriam como último recurso, em situações de crise, para inibir os abusos…
Não há estabilidade possível sem a resolução dos nossos magnos problemas. Resolvidos os problemas poderemos, então, ter boa e duradoira estabilidade, antes não. A minha proposta permite resolver os problemas; a actual situação não permite, por culpa dos políticos. Quem nos obriga e exigir formas de responsabilização credíveis, são os políticos, com a sua forma de actuar indigna, por opção própria.
Mas faço notar que, tal como acontece em qualquer conjunto de argumentos próprios de “forças de bloqueio”, você não indica uma única via segura, objectiva, para resolver os nossos problemas. Pois é! Para si e para os seus “está bem, assim”. O que você não quer é “inovação”. O tipo de argumentos que usou, são possíveis de serem usados para “arrasar qualquer proposta ou projecto.
6. Mas voltemos à estabilidade que é um tema que me apaixona! Há décadas que se ouve falar de “definir desígnios nacionais” que não fiquem à mercê dos caprichos da “alternância” governativa. (quando muda o governo, mudam todos os “nomeados” e os assuntos e projectos importantes não têm seguimento). É fácil perceber que, se esses projectos fossem referendados, isso não poderia acontecer, acabavam-se os caprichos…
7. Finalmente os gastos! É possível fazer referendos quase sem custos. Mas, é claro, com os actuais políticos, isso não acontecerá, porque não lhes convém, porque é o próprio tacho e mordomias que estão em jogo. De qualquer forma, o país não é seu, o PIB também não é seu e as pessoas, o tal povo que você abjura, mas que existe para além das eleições e que é a verdadeira razão de existir dum país, permanecem tendo o direito de decidir sobre isto tudo: se se deve ou não adoptar este sistema eleitoral.
8. Quanto ao custo dos referendos, mesmo admitindo a hipótese, absurda, de imutabilidade de todas as pessoas envolvidas (a probabilidade disso acontecer é zero), sempre lhe direi que sai muito mais barato e é muito mais útil, fazer referendos que permitam acabar com os desmandos dos políticos, do que sustentar toda a chulice actual de: deputados a mais (devem ser reduzidos para, no máximo, 150): vencimentos escandalosos pagos a incompetentes, agiotas, acumulações de reformas com vencimentos, de vencimentos com vencimentos (de cargos que as mesmas pessoas não podem exercer, a não ser que tenham o dom da omnipresença – é mais do que ubiquidade), de reformas avultadíssimas pagas a pessoas que continuam a trabalhar, que estão muito longe da idade da reforma, etc… A quantidade de recursos económicos que se poupariam é muito superior aos gastos, isso eu posso garantir
Finalmente só um pequeno comentário, acerca destas palavras do Pedro: “Deixe-me dizer-lhe que eu pertenço à população”.
É? Quem diria? Pela sua maneira de falar não se nota nada!
Mas é bom, que interiorize essa sua condição… Vai aprender umas coisas interessantes. Até porque você pertence à população, mas não é a população, não pode se substituir à população. A sua opinião é apenas uma opinião… Não se esqueça disso.
Também por isso, desculpe qualquer coisinha. São as ideias e o que representam, o mal que fazem, quando adoptadas, que me incomoda, não as pessoas ou o facto de pensarem como querem ou lhes convém…

2005/11/25

Os Bons, Os Maus E Os Agiotas!

Publicado também em "O Eleito"
Acerca do post de Pedro Cardoso
Em relação aos vencimentos e regalias dos políticos e gestores apetece-me dizer, parafraseando Eça:
- se estes são os "bons e competentes", que venham os "incompetentes".
Pedro Cardoso diz que tem de ser assim para garantir o interesse dos melhores. A julgar pelo estado, deplorável, da nossa economia, não encontraremos, nem com um milhar de candeias, um único “competente”, nesse lote. Se estes vencimentos não são para pagar competência e eficácia, então para que são?
Defender, numa altura destas, que os políticos devem ganhar mais, referindo o DGCI, como exemplo, porque “tem feito um bom trabalho” (avaliação com que eu discordo, em absoluto), dá a ideia de que, neste país, os coitadinhos dos políticos e gestores públicos ganham mal. No entanto, basta passar a fronteira para encontrarmos um exemplo dum país com melhor nível de vida e onde os políticos ganham menos que os “nossos”.
Em relação ao nível de vida, podemos dizer, sem margem para erro, que temos os políticos mais caros da Europa (e também os mais ineficientes). Assim como na Justiça, na Educação… em tudo…
Estou absolutamente contra esta forma, demagógica e retrógrada, de colocar a questão.
Os vencimentos e regalias dos políticos e gestores públicos são escandalosos, sim. E as acumulações de reformas com reformas (de valores escandalosos), de vencimentos com vencimentos, ou de vencimentos com reformas, são inaceitáveis, pérfidas, um autêntico insulto à população, que impede a resolução dos nossos problemas, até pela indignação que provoca. Na maior parte dos casos estas situações prefiguram agiotagem, gangsterismo…
Não há um único "argumento" válido, no texto do Pedro que possa justificar tal vergonha. Ao invés, há uma enorme quantidade de princípios de boas e recomendáveis práticas de gestão, modernas, que desaconselham tais situações. Para além do facto de os elevados vencimentos não garantirem (pelo contrário) a qualidade e a eficácia dos seus titulares.
Pessoas com este nível de responsabilidades públicas devem ter um mínimo de sentido de decência, de vergonha. Até ao nível internacional esta questão é abordada, em termos que, embora comedidos, revelam bem o escândalo dos autores dos comentários.
A situação económica do País não justifica tais mordomias, os desempenhos dos seus titulares muito menos, os ganhos, para o país e para a economia são nulos… Além disso, esta gente nem sequer se submete a quaisquer controlos ou mecanismos de responsabilização pelos seus desempenhos… como é que alguém pode ter a inconsciência de defender tais práticas?
Em nome de quem ou do quê?
Em nome da eficiência, da eficácia, não é; porque “isso” não existe!
Para garantir a concorrência dos melhores também não é, porque estes até são os piores, toda a gente reconhece, inclusive o candidato à Presidência Cavaco Silva!
Em nome da população também não é, porque a população (única “entidade” que devia ter o direito de decidir sobre estas questões) está contra estes escândalos, sobretudo por beneficiarem gente que não presta…

Vejamos, com calma e objectividade, os “meus” principais motivos, que se resumem numa simples e pequena frase: Estas práticas impedem o progresso e desenvolvimento do país, porque exaurem recursos que o estado não tem e porque tornam impossível a mobilização dos cidadãos para resolver os problemas, para colaborar com os responsáveis.
Na verdade, “eles” não resolvem os problemas e os cidadãos não ajudam, porque acham que não têm de ajudar a chulice. Se eles ganham tanto, eles que resolvam os problemas. Mas, em muitos casos, são os próprios que impedem a colaboração, até para “justificarem” o que ganham.
Desde a década de 80 do século passado que, ao nível das estratégias de gestão, se estabilizaram “novas técnicas” que, genericamente receberam o nome de: “Gestão por Projecto”.
Sem correcta gestão de recursos humanos, não há técnica de gestão que possa ser eficaz. Ao nível da gestão de recursos humanos, há dois factores que se têm revelado essenciais para a produtividade. São eles:
- A motivação (que pressupõe a participação, esclarecida dos trabalhadores, de modo a conquistar o seu empenho);
- A colocação das pessoas certas nos lugares certos.
A gestão por projecto pretende maximizar esses dois factores e pode ser descrita, resumidamente, da seguinte forma:
Constituição de “equipas de projecto” a cujas são entregues tarefas específicas, com objectivos pré-determinados. É claro que os objectivos devem ser passíveis de obter o empenho dos trabalhadores envolvidos.
Nestas equipas, as tarefas de coordenação são rotativas (até como forma de conhecer os melhores “talentos”), embora se reconheça que, ao fim de algum tempo, pode acontecer que as equipas passem a entregar estas tarefas apenas a alguns, se isso for importante para alcançar os objectivos.
Por mais patranhas que os falaciosos inventem, não há forma de constituir equipas, em perfeita sintonia e cooperação, para colaborar com gente que ganhe vencimentos escandalosos, muito acima da média, enquanto que outros se matam a trabalhar para nem sequer terem com que suprir as necessidades básicas, suas e dos seus…
Para quem tenha um mínimo de inteligência e de honestidade intelectual, é fácil perceber que também a solidariedade institucional, no país, deve envolver todos os cidadãos e obedecer às mesmas "técnicas de gestão" e de motivação; e que a existência desses vencimentos, dessas mordomias, é um entrave à resolução dos problemas.
Curiosamente, a evidenciar bem o primarismo, a ignorância, a falta de “inspiração”, dos nossos políticos e economistas, as “estratégias” seguidas para “resolver” as crises, são, ainda e sempre, as “ideias” velhas e ultrapassadas, de Keynes… (na sua versão portuguesa: apostas no betão), cujos resultados desastrosos estão à vista de todos.
De facto, ao invés de se constituírem equipas motivadas pelos objectivos, o que se vê, neste país, é trabalhadores desmotivados e mal pagos submetidos a cumprir ordens, quantas vezes absurdas e más, dadas por gente que ganha demais, para se entreter a fazer asneiras e a destruir… Que se entretém, pelo menos, a impedir a resolução dos problems do país, é óbvio...

É assim a ausência de cultura, de capacidade de raciocinar dos nossos notáveis. Só sabem “adoptar” soluções feitas, empíricas, e mesmo assim muito velhas, porque as suas pobres cabeças não dão para mais. As coisas “teorias” modernas e eficientes, que podem, de facto, resolver os nossos problemas, eles desconhecem; até porque exigem um pouco mais de nível intelectual e de competência, não são coisas ao seu nível de “burgessos”. Burgessos, convencidos, presunçosos, é o que "eles" são. Ciosos das suas ordens (e falsos prestígios), cuja legitimidade provém, exactamente, dos respectivos vencimentos e não da sua bondade ou adequabilidade…
Os que reivindicam vencimentos desmedidos não estão interessados nas condições para resolver os problemas, apenas estão interessados nos seus vencimentos. Depois, para se “justificarem”, exibem-se como se fossem “Messias”, favorecidos por inspiração e poderes divinos, a quem baste falar… para que tudo se resolva. E se não resolve, a culpa é dos outros, porque eles já disseram…
É de deitar as mãos à cabeça! Como é que ainda há gente a pensar que as sociedades modernas podem aceitar ou tolerar isto!?… Bem se vê que ninguém (de entre estes) está interessado em inovação, ou em melhoria do nível de formação tecnológica e profissional. Só estão interessados enquanto isso der para ganhar uns trocos em “seminários”. Conversa e mais conversa; é do que é feita a “competência” nacional, instituída.
Na verdade, estes políticos e notáveis, não têm competência, nem instrução, nem nível intelectual. Por isso nem sequer conseguem reconhecer as soluções, mesmo que tropecem nelas todos os dias.
Há formas, métodos de actuar, que permitem chegar às soluções (porque elas existem, na sociedade). Mas não se espere, de gente tão tacanha e presunçosa, que os adoptem, ou que eles resultem, porque esta gente “não vê um boi”…
Talvez seja melhor mesmo que os vencimentos dos políticos e gestores baixem, para que os cargos deixem de ser tão cobiçados e possam ser exercidos por gente com a motivação certa; a qual seja: conseguir resolver os problemas do país… pelo país…
Mas eu não defendo, em absoluto, a redução dos vencimentos dos políticos e gestores públicos. O que eu defendo é que devem ser estabelecidos (decididos através de consulta à população) limites superiores de vencimentos, indexados ao vencimento mínimo. Por exemplo: o vencimento máximo não poder ser superior a dez ou doze vezes o salário mínimo… Assim é que é democracia e se criam as condições para a efectiva solidariedade nacional.
Por outro lado, os responsáveis até poderiam ganhar 15 mil euros… desde que o vencimento mínimo fosse de mil e quinhentos euros…
Acabava-se a chulice de os que mais destroem e menos valem serem os que mais ganham. E veriam como os nossos políticos e gestores correriam atrás das soluções para o País, em vez de "ignorarem", como fazem agora.
Mas, é claro, poderemos chegar a tudo isso se se reduzir o número de deputados e se se valorar a abstenção… porque assim é que é democracia (e boa gestão). É apenas uma outra forma, mais demorada talvez, de atingir o mesmo objectivo…

2005/11/24

Com um ano de atraso!

Publicado também em Editorial
Recentemente tem-se ouvido falar muito dos aviões, fretados pela CIA, usados para transportar cidadãos, aleatoriamente escolhidos, que a CIA decide torturar, maltratar de forma prepotente e arbitrária, com o objectivo de os “transformar” em TERRORISTAS.
Esta história é antiga, tem pelo menos um ano, e já nessa altura as denúncias encontraram eco na blogoesfera, tendo sido tema, inclusive, do Programa “60 minutos”…
Também neste blog o assunto foi referido várias vezes…
É claro que os aeroportos portugueses foram utilizados. A “Humans Rights Watch” (finalmente acordaram) identifica três escalas, destes aviões, no aeroporto Sá Carneiro. Os aeroportos nacionais foram utilizados e, a julgar pelas declarações dos nossos governantes, com o conhecimento e consentimento de todos eles… Gente abjecta!
Achei curiosas as declarações de Mário Soares, a propósito deste assunto:
Ele acha que está “preso” a uma candidatura presidencial e, por isso, diz: - “não nos devemos precipitar”…
Todavia, se estivesse “livre” até era capaz de escrever uns artigos sobre o assunto… Se for verdade é muito grave, diz.
“Se for verdade”, porque, depois de tantos factos conhecidos, de tantas denúncias durante tanto tempo e de tantas evidências, ele não sabe se será verdade. A “verdade” dele é, sempre, outra…
Eu bem vos disse que ele só participou nas “manifestações anti guerra” porque não estava no poder. Se estivesse teria feito exactamente o mesmo que Durão Barroso… É por estas e por outras que este indivíduo sempre me meteu nojo!
O que é a vontade e os sentimentos da população portuguesa não interessa nada. As manifestações anti guerra? São só folclore, que não deve ter quaisquer consequências, no entender desta escumalha …
Quanto a Cavaco Silva, certamente que não se lhe ouvirá uma palavra de repúdio, como é natural (da sua natureza), porque para esse, o que pensa a população portuguesa não interessa, nem nisto nem em qualquer outro assunto…
De Sampaio nem vale a pena falar. Esse acha que “estamos bem onde estamos”: subjugados, pelas mãos dos nossos políticos, traidores, a servir de capacho aos americanos, sem direito a opinião própria, autónoma, como se não fôssemos um país independente… Grande contribuição para a auto estima do País... que não é tratado como País, nem pelos seus próprios governantes.

2005/11/22

Para Meditar...

Publicado também em O Eleito
Qual o futuro da “nossa” democracia, quando se sabe que cerca de 70% dos jovens, com menos de 30 anos, não votam (e alguns nem sequer se recensearam)?
Isto segundo sondagens realizadas nas Universidades, entre “gente” instruída.
Aproveito para responder a TMA, a comentários que vêm a propósito deste post e deste outro, porque esta resposta vem a propósito desta “negra realidade” e também porque o comentário, escrito “em cima do joelho” não saiu muito bem…
Os posts linkados estão publicados em O Eleito, onde existe uma sondagem presidencial. Vão até lá e indiquem a vossa escolha.

As pessoas não se podem sentir responsáveis por "uma coisa" de que são excluídas, onde "não contam". A meu ver, o “sentido de responsabilidade” dos cidadãos, é aniquilado, todos os dias, pela forma como as opiniões desses mesmos cidadãos são ignoradas, quer as individuais, quer as colectivas…
Ao contrário do que possa parecer, muita gente luta e reclama e denuncia os seus problemas e escreve exposições e... Qual é o resultado disso tudo? ZERO!
Mesmo quando as instituições são obrigadas a responder, ou não o fazem, ou dão respostas vazias de conteúdo e “surdas” às razões dos cidadãos.
No que é essencial, nas questões e problemas concretos que influenciam e condicionam a vida dos cidadãos, as pessoas nada conseguem, não conseguem ser ouvidas, por mais que lutem e denunciem e reclamem e se manifestem... ou por mais que lhes assista a razão. Há sempre “outras razões” que se sobrepõem, prepotentemente, sem que seja possível perceber com que legitimidade. Porque hão-de, então, votar os cidadãos? Porque é que hão-de achar que a sua participação é importante, quando as instituições e responsáveis passam o tempo a impor-lhes a sua insignificância? A total ausência de importância dos seus critérios?
Haverá sempre quem não possa votar, ou não queira votar? Mas o que se passa, actualmente, é que essa atitude é adoptada por mais de 35% dos cidadãos, nas legislativas e por cerca de 45% nas restantes eleições. Chegados a este ponto, temos que compreender, rapidamente, as causas (mesmo que elas incluam o individualismo), saber como se instalaram e como actuar para inverter a situação.
Veja-se o funcionamento, anacrónico, da justiça, como exemplo. Mas apenas como exemplo, porque nos restantes sectores passa-se o mesmo... Até por isso, para que os cidadãos passem a ser ouvidos e os problemas CONCRETOS resolvidos com dignidade, se deve valorar a abstenção. Os cidadãos que temos e as sua atitudes "são produto do meio em que são criados", que é como quem diz: "são produto da forma, vil, como são mal tratados pelas instituições e pelos poderes". Não adianta apelar à responsabilização dos cidadãos, quando eles comprovam, todos os dias, que não valem nada (quando confrontados com os interesses e as decisões, infames, dos políticos, ditadas pelos criminosos e mafiosos dos compadrios e dos tráficos de influências). A realidade é uma só e os cidadãos também. Não há uma realidade infame e aviltante a que os cidadãos se devem submeter e uma "realidade política" onde os cidadãos devem ser actores (ainda por cima para votar nos mesmos). As pessoas, ou têm importância e o sentem, actuando em conformidade, ou não têm importância, nem obrigações sociais de participar…
Acordem! E analisem as coisas como elas são, porque as abstracções não servem para nada... O que motiva as pessoas são as realidades e não as abstracções idealizadas por cada um... Ou “assimiladas” por via da repetição, absurda, desse tipo de falácias, por parte de quem tem responsabilidades na situação e o quer esconder…

A Europa nas Mãos de Traidores...

Ou: como os USA controlam umas marionetas europeias, que têm a missão de sabotar a União Europeia... a começar pelo Presidente da Comissão Europeia (que eu nunca percebi "por que raio de carga d'água" foi escolhido para o cargo)...
Ver as declarações de Freitas do Amaral AQUI...
Ou clickando no título deste post

2005/11/21

"Tamiflu" mata… "Aspartame" envenena…

Publicado também em Editorial
Na sexta-feira da semana passada li, no jornal "Metro", esta notícia. Depois procurei-a, na NET, para reproduzir, mas não encontrei. Agora, Sofocleto publicou-a neste post, com chamada para este site:
Aqui fica a minha versão:
O Ministro da Saúde do Japão disse que tenciona reemitir um aviso alertando para os perigos dos efeitos secundários relacionados com o Tamiflu.
Existem relatórios que referem a morte de várias crianças, no Japão, ocorridas depois de terem sido medicadas com a droga (Tamiflu).
(…)
O Ministro diz que está a investigar vários relatórios de mortes súbitas de crianças e jovens, ocorridas depois de tomarem as dosagens prescritas de Tamiflu. Acrescentou ter podido confirmar que um rapazinho morreu devido aos efeitos secundários do Tamiflu.
Também identificou 64 casos de doença mental (confusão, perda de orientação e de capacidades mentais, etc.) provocados por esta droga, nos últimos 4 anos.
O Dr. Rokuro Hama, responsável pelo Instituto de Farmaco-Vigilância, disse que investigou as mortes, suspeitas, de oito crianças entre os 2 e os 17 anos, durante os últimos três anos, que acha estarem relacionadas com a toma do Tamiflu.
Dr. Hama disse, numa conferência, que o Tamiflu parece ser similar a outras poderosas drogas que podem provocar alterações comportamentais. “São tranquilizantes, sedativos ou hipnóticos, que causam descontrolo ou anormalidades no funcionamento do sistema nervosa central. Portanto, pode ter efeitos secundários muito “bizarros”, ao nível do comportamento. …

A Roche (fabricante do Tamiflu) reconhece a existência de casos “psicológicos” semelhantes mas, como em relação a muitos outros efeitos secundários, declara: “não é possível determinar que estejam relacionados com o uso do Tamiflu”.…

Já agora, atentem nisto também:

It should be remembered that Rumsfeld loves pharmaceutical scams. It was after all Rumsfeld, as chairman of G.D. Searle, who pressured the FDA to get Aspartame approved.

(Devemos recorder que Rumsfeld adora escórias farmacêuticas. Afinal de contas foi ele que pressionou a FDA para aprovar os ASPARTAME)

The FDA blocked its approval for ten years before Rumsfeld twisted arms and broke who knows how many legs at the FDA. Now Aspartame, an artificial sweetener as ubiquitous as it is toxic, continues to poison America and the world.

(A FDA bloqueou a aprovação durante 10 anos, até que Rumsfeld torceu braços e partiu as pernas não se sabe a quanta gente, na FDA.
Agora "Aspartame", um adoçante artificial com tão diversos usos como tem de toxicidade, continua a envenenar a América e o Mundo)

So here's an advertising tagline.
Tamiflu -- It's the Bird-Flu Scam-Drug For You.

(Portanto aqui fica um aviso em forma de slogan:
Tamiflu – É a escória da droga da gripe das aves para si)... É assim mais ou menos. Soa muito melhor em Inglês…
Nota: Encontram AQUI um artigo mais completo e actualizado acerca do Aspartame ou Aspartamo, ou ainda E951.
Este Tema: Gripe das Aves é retomado AQUI: Pandemia ou Paranóia (Gripe das Aves)? (H5N1)
E, mais recentemente, acerca da Gripe suína (Gripe dos Porcos), H1N1, Ver este texto: Gripe Suína, H1N1, e Tamiflu: Campanha Nazi.

Discutindo a Educação!

Comentário que deixei, neste post de Congeminações:
...

No que se refere às aulas de substituição estou inteiramente de acordo com a ministra.
As crianças, quando vão para a escola é para terem aulas e para aprenderem.

Defender que os professores têm o direito de faltar à custa dos alunos é um conceito facista, prepotente, indigno, socialmente perverso.
Dir-me-ão que os professores "não defendem" mas é isso que têm feito, e isso não se faz... sejam quais forem as falácias usadas como desculpa e desresponsabilização.
Se os professores são irresponsáveis não podem nem devem sê-lo.

Resolvam os seus problemas com o governo, mas não à custa dos alunos. É uma covardia! Nem percebo como é que as pessoas se sentem bem com esse tipo de bandalheiras...
Nos professores existe de tudo como em todo o lado, mas isso não justifica que a classe, como um todo, seja conivente com os que não sabem nem querem saber ser professores.

Quanto ao resto não me pronuncio, porque asneiras é o que mais este governo faz. Mas os professores devem ter cuidado... porque, quanto a esta matéria (das aulas de substituição) já perderam a razão, há muito. Se fossem espertos teriam sido os primeiros a reivindicar e aplicar a medida...
Mas uma parte dos professores não quer saber dos alunos, nem dos pais, nem das consequências para a educação da sua falta de civismo, nem têm espírito cívico. Os cheliques corporativos dos sindicatos são absurdos porque, como em qualquer outra classe, mas aqui por maioria de razão, devido à sensibilidade do tema, há que separar o trigo do joio e não apostar no "quanto pior melhor"!
Os professores não são diferentes dos outros?
Pois não!
Mas são uma classe com maiores responsabilidades (e mais culta), de cuja deveríamos esperar mais.
Não são diferentes, mas é pena: porque poderiam ser uma boa alavanca para que as coisas mudassem para melhor...
Se não são diferentes, nem querem ser, no conjunto, preferindo os actos corporativistas cegos, acabam por assumir responsabilidades na situação do país e serão alvo da mesma revolta e indignação que a população tem para com os demais responsáveis...
Chegámos a um ponto em que todos e cada um temos de escolher de que lado estamos, em todos os nossos actos.
O pior que cada um pode fazer é comprometer nisto o seu prestígio pessoal, porque o corporativismo não o merece e porque acabará por "pagar" pelas culpas dos outros.

2005/11/20

É Tempo de Honrar os Mortos!

Com esta geração de políticos, será a Espanha capaz de se reconciliar com a verdade da sua história?
Que será capaz, eu não tenho dúvidas... Como também não tenho dúvidas de que Franco não permanecerá no seu mausoléu, para indignação e opróbio da memória dos povos.
O texto que se segue, é a tradução (livre) do texto publicado, por M&D, em Editorial, no original francês de Cécile Thibaud:

"Invocando o passado histórico, há encontros no bar onde se engendrou o golpe de estado, falhado, contra a jovem democracia espanhola quando, a 23 de Fevereiro de 1981, um punhado de oficiais, nostálgicos de Franco, sequestrava (fazia refém) o parlamento, na esperança de restabelecer um poder militar.
Mas Emílio Silva não veio falar disto. Há 4 anos fundou, com alguns amigos, a Associação para a recuperação da memória histórica, cuja vocação é ajudar as famílias dos «desaparecidos» durante a guerra civil a recuperar os corpos dos seus.

Quem eram os desaparecidos?
Todos aqueles de quem os franquistas se quiseram «desembaraçar», logo que entravam nas aldeias : os militantes socialistas ou comunistas, os sindicalistas, as figuras republicanas locais, ou os elementos das diferentes instituições, os professores, que fossem supostos «progressistas». Por vezes eram apenas os que sabiam ler e faziam a leitura pública do jornal… Não eram militares, mas civis, presos em suas casas ou nos locais de trabalho, vítimas de execuções sumárias.

Quantos são?
São, no mínimo, 30 000, se nos limitarmos às grandes valas comuns. Tendo em conta algumas histórias obtêm-se números muito mais elevados… A ideia dos franquistas era «agir depressa», impor o terror através da eliminação de todo e qualquer foco de resistência e submeter as populações, localidade a localidade, impondo-lhes as novas autoridades.
Recuperar estes números é difícil, porque não existem registos nem vestígios «oficiais» das múltiplas pequenas valas comuns, com 6 ou 8 cadáveres, como a de «Vadocondes» que foi encontrada graças a buscas persistentes dos parentes ou conhecidos ainda vivos. Constatou-se que existiram execuções sumárias em quase todas as localidades

Porquê remexer no passado, agora?
À partida, era uma história pessoal: procurava o rasto do meu avó, Emilio Silva, de cujo possuía o nome, professor na região de Leon, fusilado juntamente com outros 13 homens, a 16 de Outubro de 1936.
Quando a minha avó morreu, há 7 anos, quis enterrá-los juntos. Durante toda a sua vida, ela nos falou dele, da sua rectidão de carácter e da sua crença na causa republicana. E nós não sabíamos para onde o tinham atirado… Inquiri pessoas que o conheceram, de modo a reconstituir o que se passou… Quando contei a minha história num jornal local, muitas pessoas me contactaram para que as ajudasse a encontrar os seus parentes.

Porquê estas pessoas esperaram tanto tempo?
Por medo!
Depois da guerra, o regime franquista «honrou» os seus mortos e distribuiu indemnizações. As famílias dos republicanos «receberam» humilhações e represálias. Elas tiveram que se calar e viver, lado a lado, com os assassinos. A geração seguinte, a minha, quer refazer os traços da memória, sem ódio nem espírito de vingança.
Mas Franco morreu em 1975. A Constituição estabeleceu a democracia Espanhola em Dezembro de 1978…
Amnistia e reconciliação foram as palavras d’ordem da «transição democrática». Os partidos da esquerda pediram aos seus militantes que fossem generosos e que evitassem os «ajustes de contas». Isto é politicamente louvável. Mas as famílias é que pagaram o preço desta «doce» transição.
Portanto, a partir do fim dos anos 70, em inúmeras localidades, houve quem começasse a abrir as valas comuns, transportando os corpos para os cemitérios, colocando as placas comemorativas… As iniciativas familiares e locais passaram sob o silêncio das instâncias dirigentes dos partidos. Depois tudo parou com a tentativa de golpe de estado de 23 de Fevereiro de 1981.

Porquê?
Porque foi o momento em que se propagou a ideia de que o exército era uma instituição ainda frágil, e que era preferível não reavivar as «chamas» da guerra civil.

Não será macabro remexer em todos estes ossos?
Alguns pensam que é preferível deixar as coisas como estão ; outros acham que é imperdoável abandonar um ente querido que foi atirado, como um cão, para uma vala comum. Nós temos um dever de memória. É tempo de honrar os mortos, todos os mortos.
Imaginem os quatro presidentes da democracia inclinando-se diante das famílias… Nós devemos-lhes, no mínimo, isso.
Porquê o ditador «repousa» num mausoléu, enquanto que Manuel Azaña, Presidente da República que morreu no exílio, permanece no cemitério de Montauban?”
Comentário:
A isto chama-se: compactuar com os crimes do passado, ser cúmplice dos crimes do passado! Assumir responsabilidades nos crimes do passado!
Uma nação que não se liberta das sombras e dos ressentimentos provocados pelos seus criminosos, não pode ser livre nem democrática.
A história não perdoa e os povos também não! Porque o perdão, nestes casos, é traição à humanidade!
O mausoléu de Franco é uma afronta à humanidade e à memória dos que morreram, às suas mãos, lutando por nobres ideais, contra um facínora, como demonstrou ser, até ao fim dos seus dias...

2005/11/18

Basta desta Bandalheira!

Os dirigentes e responsáveis, deste País, parecem umas “baratas tontas”, sem rumo, sem referências, sem sentido ou instrumentos de orientação. Os comentadores e jornalistas integram o “folclore” deplorável, empenhados “de alma e coração”. Por isso o País não progride...
Há momentos em que me chego a questionar se tudo isto é premeditado, ou se será mesmo resultante da tacanhez de espírito de todos eles; se terão consciência das consequências, destruidoras, da sua maneira de actuar, dos crimes que cometem. Os medíocres, presunçosos, têm muitas dificuldades em reconhecer que o são. A “culpa” é sempre dos outros. O mal é que há sempre quem explore isso, para os piores fins…
No conjunto, a situação que vivemos e que nos desespera um pouco mais, todos os dias, nada tem de “espontâneo”. No essencial, tudo isto é premeditado e faz parte duma estratégia, pérfida, onde a vontade dos cidadãos e o respeito pelos cidadãos (ou pelo país, ou pela humanidade) não têm lugar…
Vem isto a propósito de mais um absurdo:
Um relatório da Procuradoria-geral da República aponta para graves falhas de meios e instalações em departamentos ligados ao Ministério Público, como por exemplo no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
Neste relatório, de mais de 400 páginas, a PGR, que lembra que outros países da Europa têm apostado em unidades especializadas para combater este tipo de crimes, fala ainda na falta de dinheiro… O DCIAP não tem verbas para equipamento informático, licenças para bases de dados, para além de ser impossível contratar peritos, intérpretes ou tradutores…
Quanto ao facto de termos a “justiça” mais cara da Europa (e também a mais ineficiente), quanto aos sucessivos escândalos e ao dinheiro gasto em cabalas monstruosas, como é exemplo o Processo Casa Pia, o caso da Joana, e vários ligados ao tráfico de droga, nem uma palavra… Porque o próprio PGR (e as gentes a quem garante cumplicidade e impunidade) é um dos principais problemas da credibilidade da justiça…
“Outros países da Europa têm apostado em “unidades especializadas”. O País sabe no que deu a “unidade especializada” no combate ao tráfico de droga, que fez mais apreensões, em 2004, que as suas congéneres europeias, ao mesmo tempo que o consumo e tráfico têm aumentado… porque é a própria PJ quem trafica a droga, desde há muitos anos…
Convém relembrar o relatório do GOVD, que continua sem investigação, a cujos implicados nos crimes descritos continua a ser garantida total impunidade e cumplicidade, de todos os outros agentes e responsáveis da justiça (e também dos restantes poderes, incluindo o actual governo e o Presidente da República). Estamos a falar de máfias, de gangs, do pior tipo de criminalidade que as sociedades modernas enfrentam… neste caso, a actuar, impunemente e exibindo-se descaradamente, de dentro das instituições da justiça.
Quais são os verdadeiros problemas da justiça, do ponto de vista dos cidadãos?
Américo Sousa Pereira relatou, no fórum do programa da manhã da RDP1, estas três histórias, com a acutilância e a clarividência própria dos cidadãos comuns:
Com pretexto que eu não ouvi, foi apreendida uma carrinha, ao Sr. Américo (ou à empresa de sua propriedade), à ordem do Tribunal Cível(??). O Sr. Américo foi ao processo, reclamar da ilegalidade do acto, ilegalidade que foi também aduzida pelo Ministério Público. Porém, a carrinha desapareceu, como também desapareceram, do processo, partes dos documentos a ele destinados, que eram enviados (de propósito?) para outros edifícios, ou mesmo para outras Comarcas, ao que diz o Sr. Américo (e eu acredito porque há muitas evidências de que seja verdade) de forma premeditada, por parte de agentes do próprio tribunal….
O facto é que o Sr. Américo continua desapossado da carrinha, num caso sem fim à vista…
Um empregado da empresa foi apanhado a roubar e, por isso, foi despedido. Mas a empresa foi condenada, em cerca de três meses, a pagar-lhe uma indemnização, enquanto que continua, há 6 anos, a aguardar a devolução dos cerca de 40 mil contos roubados… Para quem, como eu, foi alvo de despedimento, por pura perseguição, por crime de opinião, tendo o tribunal sancionado a infâmia, mesmo tendo-se provado: “que sempre exerceu as sus funções com dedicação e competência”… mas… não era isso que estava em causa…
Percebem-me? O que é, realmente, importante, nunca é o que está em causa nos nossos tribunais…
Noutra altura, ao assistir, através da TV, ao serem mostrados vários objectos apreendidos, numa acção policial de monta, relacionada com criminalidade organizada, reconheceu, entre os objectos, um fio d’ouro, com um pendente feito dum dente de sua filha., que lhe tinha sido roubado havia tempo. Logo se apresentou para reclamar o que lhe pertencia, mas sem resultado.
Um outro ouvinte contou, noutro programa, que tem uma carrinha parada, à porta de casa, sem poder usá-la, há quatro anos, porque na inspecção lhe disseram que tinha de mandar regravar os números do chassis, que estavam gastos, mas o representante diz que não tem ferramentas para fazer a gravação…
A nossa justiça está transformada na pior e mais pérfida instituição criminosa da nossa sociedade. As outras instituições seguem no mesmo cortejo…
Na semana passada foi conhecida a sentença do “Caso Joana”, confirmando a condenação daqueles dois desgraçados, que foram acusados de assassinar a criança, sem qualquer suporte factual, apenas por dedução delirante dum qualquer desequilibrado mental, armado em psicólogo louco, que viu a mãe a falar na televisão e que esbanjou meios e recursos desmedidos, para “impor”, à realidade, a sua tese, contra todas as evidências. Igualmente no Processo Casa Pia, veio o Tribunal da Relação confirmar a ausência de indícios par acusar três pessoas, mas a monstruosidade continua, (a custar um ror de dinheiro ao país), porque as mesmas testemunhas e as mesmas histórias só são “inconsistentes” para uns, conforme os compadrios…
Para os agentes da justiça consumarem estes crimes horrendos, não faltam meios, nem dinheiro… E a impunidade dos verdadeiros criminosos permanece.
Como que a tentar redimir as suas responsabilidades nestas monstruosidades, a SIC, estação que emitiu as imagens “inspiradoras” para o louco, contou-nos a história dum jovem de pouco mais de 20 anos, condenado a 4,5 anos de cadeia, por ter sido acusado de roubar um telemóvel, embora tendo-se provado que está inocente. Alguém devia dizer à SIC que a sociedade não funciona assim. Que há infâmias de cujas não há remissão possível…
No livro de Carlos Cruz “Preso 374” são referidos vários outros casos, semelhantes. Também neste blog já foram relatados outros casos, sem que alguns deles tenha sido objecto do tratamento devido…
Se andarmos por aí, ouvirmos o que os cidadãos dizem, as suas experiências e as histórias que contam, perceberemos a verdadeira dimensão desta tragédia nacional, que os notáveis e os OCS silenciam, mas que está latente no desespero de cada um, a impedir-nos de sermos felizes.
Mas estas situações, que fazem a verdadeira ausência de credibilidade da justiça, não preocupam o PGR, cujos serviços precisam dum relatório de 400 folhas para mistificar o lodaçal em que estão atolados. É típico dos nossos juízes e não só, desperdiçarem tempo e papel a tentar esconder o óbvio. Se se cingissem ao essencial e actuassem de forma digna, como se tornariam eficazes…
Gente monstruosa esta… políticos monstruosos que nós temos…

2005/11/15

Os que não falam... E os que falam demais...

Publicado também em "O Eleito"
Não sei qual dos defeitos será maior: se falar demais, se remeter-se ao silêncio, alimentando todo o tipo de equívocos. O que sei é que estes são os menores dos defeitos dos dois candidatos à Presidência.
Falo de Soares e de Cavaco, obviamente.
É caso para dizer que, em matéria de sondagens, na corrida Presidencial, os patéticos vão à frente, (porque têm menos bagagem?). Só os tolos votam em patéticos. Se não fosse o elevado nível de abstenção a evidenciar o contrário, poderíamos recear se: será “isto” um país de tolos? Mas vale a pena esperar para ver.
Soares criticou Cavaco, por não falar, numa boa demonstração de que, ele próprio, fala demais, mesmo que seja para dizer asneiras.
Então vejamos o que tem Soares, de tão importante, para dizer ao País:
Soares critica Cavaco “porque não é consensual, à direita”!
Devem estar a brincar comigo (os que “desencantaram” esta múmia para candidato a Presidente). O Homem não tem espelhos! Ele é consensual aonde? À Esquerda? Com, pelo menos, 6 candidatos a disputar esse espaço?
E a palhaçada continua:
Soares acha que Cavaco é dum “messianismo revanchista”.
Esta é demais! Um maçon assumido, com as mãos sujas de tudo quanto é maquinação e manipulação (e até em negócios “duvidosos”, para usar um eufemismo) protagonizadas pela dita “sociedade secreta”, a cujos membros garante total impunidade, que é um simples representante, manobrado e manobrável, desses “interesses inconfessáveis”, que viola as leis, com todo o despudor, publicamente… É um grande democrata… Que ideia haverá naquela cabeça de DEMOCRACIA? Uma coisa bem tenebrosa, certamente.
Parece-me que há pessoas, na nossa sociedade, que deviam ser inibidas da política por perturbações mentais. Só por demência, por desequilíbrio (que provoca incapacidade de avaliação isenta e imparcial) se pode compreender que uma pessoa com o currículo de Soares assaque a outros revanchismo. Por favor, alguém ofereça um espelho ao Homem!
Enfim, escuso-me de falar sobre “cultura humanista”. Mas sempre gostaria que alguém me explicasse onde está a cultura humanista dos vencimentos escandalosos e outras mordomias, acumulação de pensões com vencimentos, etc. que os políticos se atribuem e aos seus amigos. Soares nada tem a ver com isso? Eu acho que ele é um dos principais responsáveis… embora Cavaco integre o grupo dos responsáveis também… Até porque ambos usufruem delas: ambos recebem e acumulam reformas e vencimentos...
O que é que Soares tem para oferecer ao País, para além do currículo deplorável?
Diz ele: “Têm de ser encontradas soluções”.
Grande novidade! Se ele não dissesse ninguém perceberia… Dizer isto sem especificar uma via, sequer, significa, tão somente, que ele não faz a menor ideia de o que é que deverão ser essas soluções e nem das vias para “chegar às soluções”.
Essa (desorientação) ausência de conhecimento de quais as soluções, deve ser um sentimento comum a mais de 80% dos portugueses. Mas também há os que sabem como chegar às soluções. Então porque é que há-de ser ele candidato? É a costumeira liderança da mediocridade e ausência de “inspiração”…
As afirmações de Cavaco, quanto a estas matérias colocam-no ao mesmo nível…
Considero este Primeiro Ministro uma aberração, quer como pessoa, quer como político e muito mais como P.M. Mas também não será por aí que conseguirei decidir qual dos dois candidatos é melhor. Eles conseguem ser cada um pior que o outro. Até nisso: ambos elogiam Sócrates!
O silêncio de Cavaco não me incomodaria (em boca fechada não entra mosca nem dela sai asneira), se não fosse os antecedentes do dito evidenciarem que a atitude já foi caracterizada, por Eça de Queiroz, no século antepassado, a propósito dum político seu contemporâneo, cujos silêncios de ignorância eram interpretados como sendo sublime e transcendente meditação… próprios dum espírito e inteligência “superiores”.
O silêncio de Cavaco serve para isso mesmo: para alimentar equívocos, para que cada um faça dele o seu candidato ideal, sem ter oportunidade de se desiludir antes de votar…
Cavaco diz que se candidatou “pelo futuro do País”.
Sr. Prof., pelo futuro do país devia se ter escusado a tão deplorável papel.
Mas poderemos nós censurar a presunção destes pobres de espírito, ou devemos censurar a má-fé de quem, cinicamente e hipocritamente, lhes alimenta e ilude o ego, porque acha que isso serve os respectivos piores interesses?
Vejamos o que é que, de tão transcendente, para o país podemos esperar de Cavaco:
Cavaco diz que:
Portugal vai continuar a empobrecer!
Portugal vai continuar a afastar-se da convergência europeia!
Caramba! Se ele não dissesse nós nunca conseguiríamos perceber isso…
E eu digo que Portugal SÓ vai continuar a empobrecer graças à tacanhez dos políticos, à sua incompetência e à sua actuação criminosa.
Não tem de ser assim; os nossos problemas têm soluções que urgem. Esta situação pode-se inverter, rapidamente, desde que se tomem as medidas adequadas e se resolvam os problemas mais prementes e devastadores…
Como vêem, Cavaco fala! Não me digam que não! A meu ver até fala demais, porque dizer disparate é, sempre, falar demais.
Deixem-me contar aqui 2 episódios que, a meu ver, caracterizam Cavaco Silva (marcaram, decisivamente, a minha opinião e avaliação de Cavaco):
(1) No início da 1ª guerra do Golfo, quando, tarde da noite, se assistia àquele espectáculo, absurdo e degradante, da “guerra em directo”, um jornalista abordou Cavaco e pediu-lhe a opinião, um comentário. Cavaco respondeu, tão somente, qualquer coisa parecida com isto: “Não sei! O Presidente vai falar, daqui a pouco, vamos ouvir o que ele vai dizer”. O “Presidente” era Bush pai, então presidente dos USA… Um individuo com esta subserviência não pode representar uma nação, porque o conceito de nação é incompatível com tais atitudes… Não gosto das frases feitas, enganadoras, mas isso não pode desculpar estas atitudes. Elas ferem, muito, e destroem, a auto-estima dum povo. Naquele caso teria sido preferível a “frase feita”, politicamente correcta, para evitar a nossa humilhação colectiva…
(2) No início da década de 90, do século passado, eu trabalhava na EDP (onde constatei a enorme quantidade de crimes, com consequências desastrosas ao nível económico, que se cometem nestas empresas). Cavaco prometera que privatizaria a Empresa e, com esse objectivo, procedeu ao seu saneamento financeiro. Com uma administração escolhida e nomeada por Miguel Cadilhe, a empresa passou, em pouco tempo (assim como eu digo que é possível fazer em relação à economia nacional…) de um dos maiores e crónicos “elefantes brancos” da nossa economia, para uma empresa lucrativa. Logo após, mercê da cobiça suscitada pela apropriação privada dos respectivos lucros, Cadilhe foi corrido do governo, através da cabala que todos conhecem e, com ele, foi também “corrida” a dita administração, cujos elementos mais valiosos foram “arrumados” e deles nunca mais se ouviu falar. A nova administração nomeada (igual às anteriores à recuperação e a todas as administrações que enxameiam este tipo de cargos, com resultados desastrosos) empenhou-se, como primeira medida de relevo, em comprar os votos de todos os quadros da EDP (e são muitos), para a reeleição de Cavaco Silva, atribuindo-lhes mordomias desmesuradas, que chegaram a ser denunciadas, nos anos mais recentes, como exemplos escandalosos. O que aconteceu, depois, com a EDP (cujas acções foram todas vendidas acima dos 6 euros e valem agora pouco mais de 2 euros) todos sabem…
Não posso deixar de fazer notar a atitude, cínica, dos nossos governos e a sua ausência de idoneidade e de patriotismo, que só se dispõem a nomear administrações competentes quando se trata de privatizar. Isto tem um nome: sabotagem, conspiração. É o que eu penso de Cavaco e também dos que o antecederam e lhe sucederam… O exemplo que relato ilustra que existem as pessoas adequadas…
Por outro lado, não se pode confiar num indivíduo para quem são comprados votos, desta forma, por gente cujos interesses obscuros são integralmente garantidos pelo seu desempenho nestes cargos.
Não admira que Cavaco seja apoiado por Valentim Loureiro, pelo Alberto João, por Luís Delgado, pelo “idiota útil” (não será também por Vasco Rato?). Embora este não seja o meu critério decisivo, neste caso acho que os apoios se justificam. E não tenho dúvidas de que, onde “cabe”, e se justifica, o apoio de gente desta, não cabe, nem se justifica porque é contra-natura, o meu apoio…
Depois há uma outra coisa que me irrita, sobremaneira, em Cavaco: é aquele ar fingido, que ele assume, de “Madalena arrependida”, incoerente com o que se conhece dele, que me faz pensar, logo, na Opus Dei.
Soares nunca me inspirou confiança. Por isso, a irritação que me provoca “já vem de longe”, embora se tenha agravado devido ao agravar das circunstâncias...

2005/11/11

Um passo em frente!

A importância da Liberdade de expressão e das denúncias através da NET!

A propósito da violência em França, encontrei este artigo, em Prison Planet.

Para mim, contém os indícios necessários e suficientes para confirmar as “minhas” teses, acerca do assunto.
Todos sabemos que estas coisas da violência são sempre assuntos de minorias, que contam com a oposição da maioria dos cidadãos. Isso não tem impedido, até agora, o êxito deste tipo de conspirações, nem a concretização das suas desastrosas consequências… São inúmeros os conflitos violentos e as guerras que se prolongam, sem motivo, mesmo os que têm lógicas impenetráveis, artificiais (sem fundamento).
Porém, registo, com agrado, que a violência em França “já era”!
As conspirações precisam, sempre, do secretismo, da manipulação e da demagogia, da propaganda enganosa, como condições essenciais para o seu êxito! Têm tudo isso garantido, nos OCS. Felizmente que existem sítios, na NET, onde esse cerco criminoso, nazi, é furado.

Aqui fica um excerto do artigo:

“The National Security Agency and other signals intelligence agencies that monitor French communications are likely in possession of intercepts that would point to interesting outside interference in coordinating and promoting the French violence and the resultant counter-actions by Sarkozy.
It would be interesting to read the transcripts of Sarkozy's recent telephone conversations with his co-ideologists in Washington, London, Brussels, Jerusalem, and Rome.
A few years ago, a senior inspector with the French DST (FBI) told this editor that his agency's wiretaps of Richard Perle's home in the south of France had yielded some interesting information, all of which was passed to the FBI in Washington.
Perhaps it is time that raw intercepts of international phone calls and e-mail among the neo-cons be leaked in order to hang them using their own past tactics. With their fingerprints beginning to appear on the French rioting, the neo-cons are proving that they will not be put down easily.”

E a tradução (livre):
A Agência de Segurança Nacional e outras agências secretas, que monitorizam as comunicações em França, possuem registos de intercepções de comunicações que revelam interessantes interferências na coordenação e promoção da violência e da respectiva “resposta” de Sarkozy.
Seria interessante conhecer as transcrições das recentes conversações telefónicas de Sarkozy com os seus “correligionários” ideológicos em Washington, Londres, Bruxelas, Jerusalém e Roma…
Há poucos anos, um Inspector sénior do DST (o FBI francês), relatou a este editor (autor do artigo) que a sua "agência" na casa de Richard Perle, no Sul da França, obteve informação muito interessante que foi fornecida ao FBI, em Washington.
Talvez seja altura de se terem em conta e se conhecerem as intercepções de contactos internacionais, por e-mail e telefone, entre “neo-cons”, de modo a desmascará-los, usando as suas próprias tácticas. Com as suas “impressões digitais” a aparecerem nestes acontecimentos em França, os “neo-cons” provam que não serão facilmente derrotados…”

E pronto. A meu ver, “isto” sempre foi óbvio…
Basta analisar bem os acontecimentos e procurar perceber a sua lógica (ou ilógica), com objectividade (coisa que é muito difícil para uma grande parte dos actuais “intelectualoides”).
É claro que, para isso, não podemos acreditar em fábulas, ou em falácias; temos que julgar os outros por nós próprios… Se as pessoas “acreditam” na maldade humana, imaterializável, em fantasmas, em conjecturas inverosímeis; nos “perigos” amarelos, árabes, verdes, imigrantes, emigrantes, ou… (o caraças), nada feito! É tudo uma questão de nível intelectual. Os primários acreditam em todas as falácias… quase não sabem viver nem pensar sem elas.

2005/11/09

Fechemos Guantanamo!

Via "a outra face do espelho", encontrei este link, que permite dizer de viva voz a Bush, o que pensamos sobre Guantanamo.
Não percam!
Para aceder basta clickar no link, ou no título deste post.

P.S.: Mais uma vez tenho que sublinhar bem a minha convicção de que, quer Guantanamo quer os outros centros de detenção, pelo Mundo, nas mãos dos USA, servem apenas para FABRICAR TERRORISTAS; as pessoas ali detidas não são suspeitas de coisa alguma, como se pode comprovar pelos relatos contidos no site linkado.
Mas, juntarmo-nos a este protesto, é o que temos... há que aproveitar!
Justifica-se correr os riscos, que alguns consideram existir, inerentes a estes abaixo-assinados...

2005/11/08

Enterrar a Cabeça na Areia!

Publicado também em Editorial
“Enterrar a cabeça na areia” é uma expressão muito em voga, que ouvimos a cada passo e que, cada vez mais, nos invade o quotidiano, sobretudo a propósito da resolução dos nossos magnos problemas, políticos, económicos e sociais.
A sensação que tenho é que cada um fala de “enterrar a cabeça na areia” em relação à não adopção de soluções e medidas mas, quando se trata de concretizar as medidas e soluções, faz exactamente o mesmo; isto é: “enterra a cabeça na areia”, debitando conceitos que já raiam o absurdo. De concreto, nada!
Reparem só neste excerto:
“Este preocupante cenário requer uma urgente e dedicada concentração de esforços visando apropriadas medidas de contenção orçamental (com uma estrita selectividade das despesas públicas), de incentivo económico a favor dos sectores produtores de bens transaccionáveis, de promoção da eficiência económica (nomeadamente através da redução das ineficiências geradas pelo próprio Estado) e de uma moderação da despesa colectiva.”
Retirei-o dum chamado “manifesto dos treze” publicado, há tempos, nos OCS.
Agora digam-me: se alguém fosse encarregado de “passar à prática”, estas propostas, que medidas, concretas, devia tomar? Sim porque os problemas resolvem-se com medidas concretas e concretizáveis.
Vem tudo isto a propósito dumas “medidas”, estúpidas e estéreis, ineficazes, que o governo tomou em relação a “magnos” problemas que nos afectam. São eles:
- Os incêndios florestais;
- Os escândalos na justiça;
- Reforma da Administração Pública…
- etc.
Este País é governado como se não fôssemos pessoas, mas sim robots.
É um País onde nada se pode fazer sem uma lei.
É um país onde as leis não servem para regulamentar a vida em sociedade e permitir resolver os problemas mas, ao contrário, as leis só servem para impedir a resolução dos problemas.
É uma aberração de País, portanto...
Até é comum, a propósito de qualquer problema, se alguém reclama uma resolução, inquirir-se quais as respectivas alterações a fazer nas leis... ´É assim uma espécie de "epidemia" na forma de pensar das pessoas (se é que isto se chama "pensar"; eu tenho dúvidas)
Quando será que esta gente acorda para a realidade e percebe que LEIS não resolvem coisa alguma?
Até há uns, como o Presidente que devem achar que “conversa” serve para alguma coisa; que não têm que resolver os problemas, basta diagnosticá-los e censurar e apelar e… conversa. Devem pensar que são Deus e, por isso, basta falarem.
É uma situação excelente para os prevaricadores que, para cada desmando que cometem, premeditadamente, argumentam com as omissões das leis, ou com o rigoroso cumprimento das regras que existem… e com o mais que as suas mentes perversas de gente vil lhes inspira, como forma de se garantirem impunidade. Pior! Até a recusa em resolver os problemas reais, única via para sermos uma sociedade civilizada, se escuda na lei… E, quando existe lei, não existe regulamentação que, premeditadamente, não é feita, porque isto é um país governado por gente muito vil.
Por tudo isto eu defendo que os deputados deviam ter funções de verificação do rigoroso cumprimento das leis, quer como forma de garantirem a sua eficiência, de não verem a sua acção anulada e boicotada por outros órgãos, quer como forma de perceberem quais as alterações que a prática determina devam ser introduzidas nas leis. Isto, e não só, seria um país digno, governado por gente de bem e honesta, a funcionar. Mas não! Aos problemas concretos cada um vira as costas e arenga uma desculpa. Ninguém tem nada a ver com nada. Eles só têm a ver com os escandalosos vencimentos e mordomias que recebem… para serem uns inúteis.
Vejamos cada um dos problemas acima:
Quanto aos incêndios florestais, foi criada uma lei que atribui, a 500 efectivos da GNR a missão de patrulhar as matas…
Ainda me recordo de, no início deste ano, ter ouvido falar duma certa brigada de acção rápida, heli-transportada, com cerca de 30 elementos, apresentados em sucessivas reportagens televisivas, como a grande inovação no combate aos incêndios. Mas aquando dos incêndios, e depois deles, essa brigada desapareceu, como por encanto.
Esta medida, agora anunciada, é do mesmo estilo.
E é necessário dizê-lo com todas as letras: nem esta medida nem as cedências do governo à chantagem dos responsáveis dos bombeiros irá mudar o que quer que seja. Recordo aquele caso de que já aqui falei, que foi relatado na TSF por um bombeiro, de os bombeiros de Lisboa terem sido enviados para Viana do Castelo, enquanto lavravam grandes incêndios na região de Santarém e de Coimbra. Nada, quanto ao combate aos incêndios (ou quanto a qualquer outro problema) mudará, neste país, enquanto actos de boicote e sabotagem como este, cometidos pelos responsáveis, não tiverem o devido tratamento e punição. A impunidade destes actos criminosos é a origem de todos os nossos problemas.
O mesmo se pode repetir, acerca dos outros “temas” referidos.
Duma vez por todas: leis e conversa nada resolvem; o que resolve são os actos concretos e a punição CONCRETA dos CRIMES concretos, para que se não voltem a repetir.
Neste país, este tipo de crimes, nem sequer determinam o afastamento dos seus autores.
Em relação à investigação criminal, por exemplo, o ministro “justificou” a medida com o facto de terem sido libertados autores de actos atentatórios da integridade pessoal (os acusados de terem assassinado um agente da PJ), porque não foi dado seguimento em tempo útil, por causa doutros processos de menor importância.
Quanta falácia! Alguém, no seu juízo perfeito acredita numa desculpa assim, de mau pagador? Então não se vê logo que estas coisas são premeditadas? Se o Sr. Ministro desse atenção às denúncias e queixas que recebe dos cidadãos, certamente encontraria um milhar de casos a desmentir o argumento. O ministro só pode estar de conluio…
Enquanto as falhas não forem punidas e se aceitarem estas desculpas, nada mudará. Quando se esgotarem estas desculpas outras serão inventadas…
É assim parecido com as violações do segredo de justiça…
Portanto, só podemos concluir que esta azáfama de “fazer leis” é uma desculpa esfarrapada de quem não quer resolver os problemas, mas insiste em fingir e pretende nos fazer acreditar nos seus sinceros esforços, mesmo sabendo que não têm utilidade.
“Eles” pensam que somos todos estúpidos…
O diabo que os carregue!

Finalmente Conseguiram!

As notícias desta manhã diziam que: "a França tem MEDO"... que se estende ao resto da Europa.
Dominar o Mundo pelo medo e pelo terror, instigando o terror para praticar mais terror, com o pretexto de combater o terror... Isto faz-vos lembrar o quê?
Pois é! "Cheira" a "déjà vu"... recentemente, nos USA e na década de 30 do século passado na Alemanha, com a ascensão dos nazis.
Mas a estratégia é muito antiga! Já Nero, imperador romano do início dos actuais séculos, a usou, mandando incendiar Roma.
Quando será que o Mundo e os cidadãos civilizados se conseguem livrar destes loucos da época da barbárie e dos outros loucos, mais sofisticados, que os conduzem ao poder e que exercem o poder por seu intermédio?
Será que não chega já, de equivocos destes e de sermos vítimas de tanta perfídia?
Vocês não estão fartos disto?

2005/11/07

Agravamento da violência em Paris!

Publicado também em Editorial
Comentário que deixei em “Congeminações”:
Estes acontecimentos são um chorrilho de disparates... sem explicação lógica ou racional.
À medida que o tempo vai passando e se vai sabendo mais, começa a ser óbvio que existem, aqui, provocação e reacção, premeditadas e planeadas.
Segundo a leitura de um luso-descendente que detém o pelouro da juventude numa autarquia próxima do foco dos acontecimentos, em entrevista a uma rádio, a polícia actuou, desde o início, de forma provocatória e a resposta não se fez esperar.
Dizia ele que viu a polícia a invadir os bairros, com arrogância, fazendo barulho desmedido, o que teve como resposta, após a passagem da polícia, os actos de vandalismo.
Acrescentou que, a seu ver, o ministro do interior, Nicolas Sarkozy, está a usar os incidentes para fazer a sua campanha para as próximas presidenciais, de modo a mobilizar os votos da extrema direita afecta a Le Pen.
Tudo isto é dum absurdo inaudito e não colhe. Pessoas dignas e esclarecidas não respondem a provocações, não embarcam em violências gratuitas, muito menos desta forma, tão pouco com esta sofisticação de organização e insistência. A resposta tem de ter sido organizada, quer por máfias criminosas, quer por outro tipo de provocadores, da extrema direita, quer por agentes secretos, coniventes com os objectivos.
Para mim, a tese dos "coitadinhos" dos marginalizados que reagem, assim, às provocações não pega.
Há muitas coisas a que se justifica que as pessoas reajam, de forma civilizada mas eficiente, sem que as reacções "espontâneas" apareçam.
Isto não tem nada de espontâneo, é manipulação, e é-o contra os interesses das pessoas.
Será que estamos apenas a assistir a mais um exemplo da forma como se usam o vandalismo e a violência para manipular eleições e "condicionar" as escolhas dos cidadãos?
Tudo indica que sim!

Comentário que deixei em “Tadechuva”:
Que esta violência (em Paris) está a ser orquestrada, que evidencia organização e premeditação, já todos sabem; tornou-se óbvio!
Que envolve provocação e conspiração eu sempre soube.
De quem?
Dos que vivem de fomentar o terrorismo como forma de dominar o Mundo, que contam, para estas coisas, com a ajuda de todo o tipo de rafeiros mentecaptos, desde as organizãções nazis e mafiosas até aos "paladinos" das revoluções como via exclusiva e exclusora de resolução dos problemas do Mundo. Coitados!
As pessoas que têm problemas procuram resolvê-los e isto não é via de resolução de coisa alguma. As pessoas não querem isto, que é terrorismo indiscriminado, ameaçando todos.
Este terrorismo, só interessa a uns poucos, portanto é anti-democrático e promovido com vários objectivos; entre os quais o de impôr a aceitação das propostas que implicam a supressão dos direitos liberdades e garantias individuais e colectivas.
Se o governo francês procurar bem vai encontrar rastos da Al Qaeda; que é como quem diz: da CIA, MI5 ou MI6, Mossad, etc. Mas não foi para isto mesmo que o governo francês celebrou, há pouco tempo, um acordo de cooperação, com a CIA, no âmbito do combate ao terrorismo? Aí têm o "acordo" a funcionar...
É claro que, quando o governo procura interlocutores, não há... São só provocadores, criminosos...
Estas provocações só se concretizam quando se aliam com interesses e objectivos “autóctones”, de gente má, mas instalada...

A conjugação destas duas abordagens contém a chave para explicar este absurdo?
Deixo à vossa consideração.

2005/11/06

Como as pessoas mudam…

De vez em quando dou uma espreitadela nos programas de entrevistas das TV’s.
Recentemente, Belmiro de Azevedo foi o convidado do programa: “Diga lá Excelência”.
Nem quis acreditar quando o ouvi dizer que “eles” (julgo que sejam os dirigentes das empresas do Grupo Sonae) estão a fazer uma “pedagogia” que consiste em “convencer” os licenciados de que o facto de terem uma licenciatura não lhes dá o direito à respectiva colocação (emprego “compatível”) e que existem muitas funções vulgarmente pouco consideradas (só pode ser pelo facto de serem mal pagas) que são funções “muito nobres”, a exigir competências e formação específicas (exemplificou com a tarefa da secção de peixaria, ou na caixa dum supermercado).
Será que o Engº Belmiro aplica esta sua tese nos vencimentos que paga aos seus trabalhadores? Eu sei que os supermercados da Sonae pagam vencimentos muito baixos…
Caiu-me o queixo ao ouvir o Engº Belmiro a dizer estas coisas. É que o Engº Belmiro, há anos, era conhecido por dizer qualquer coisa parecida com isto: “Engenheiro que não tenha a sua própria empresa, de sucesso, quando chega aos 40 anos, demonstra que não é competente, que é um falhado…”.
Grande mudança Sr. Engº Belmiro! Então agora já se dedica a convencer os licenciados de que devem “pegar no pesado”? Tem andado muito distraído! Nós por cá, já há muito que sabemos que existem licenciados em todo o tipo de funções, incluindo a varrer ruas…
Sabe? Mas isso devia significar a abolição dos vencimentos escandalosos, como os que têm sido denunciados aqui neste blog… Se não, como é que justifica, perante os que não têm acesso a esses tachos, tais “vencimentos”? Não é pela competência, certamente, porque a ausência dela, a incompetência, está bastamente provada…
Está visto que, neste país, não existe lugar para que as pessoas bem formadas possam viver com dignidade, sem se sentirem ultrajadas. O argumento de falta de formação é uma patranha de mentes obtusas, para desculparem os efeitos dos seus repugnantes actos, para entreterem os imbecis com promessas de “apostar na formação” e promover a formação, como se isso tivesse alguma influência na resolução dos nossos problemas…

2005/11/05

Como se Fabricam Terroristas!

Publicado também em EDITORIAL
Antes de aceder aos sites das notícias eu leio os blogs. E não consigo chegar a toda a parte; perco muita coisa. Mas as notícias dos blogues, para mim, têm um valor inestimável…
Isto é a propósito deste artigo de Sofocleto, em Um Homem das Cidades, que faz referência a uma notícia “Washington Post”.
Diz-se, no artigo:
“A CIA terá escondido e interrogado alegados membros destacados da Al-Qaeda em instalações secretas na Europa de Leste (Polónia e Roménia)”
E ainda:
“A rede secreta de centros de detenção será apenas uma parte do sistema encoberto criado pela CIA, há quatro anos”
Mas não só:
“O sistema terá incluído centros de reclusão em oito países, entre eles a Tailândia, o Afeganistão e algumas democracias do leste europeu (Polónia e Roménia).
Em causa estão operações da CIA que dependem, segundo o diário, da cooperação dos serviços secretos estrangeiros e da manutenção da confidencialidade.
Apenas um pequeno grupo de altos funcionários norte-americanos, o Presidente e alguns membros dos serviços secretos internacionais terão conhecimento da existência destas prisões secretas da CIA ou "lugares negros", como serão conhecidas na gíria dos serviços secretos.
… os prisioneiros estarão a ser… “mantidos isolados do mundo exterior, em celas subterrâneas e terão contacto, apenas, com os próprios agentes da CIA”.
Neste artigo deixei o seguinte comentário:
“Nos finais de Maio, já havia notícias deste tipo de factos. Na altura, escrevi:"O que ninguém quer dizer, nem o referido programa, é que esta história ilustra e comprova que este é um dos procedimentos, adoptados pela CIA, para "fabricar TERRORISTAS" neste post.
Esta não foi a primeira vez que se falou do assunto. Existiram outras notícias referenciadas nos blogs, como se pode ver neste post, datado de 2004/12/30. Neste blog existem vários outros artigos sobre "isto".
No intervalo, ou algumas semanas antes, se não meses, um documentário do canal 2 apresentou um ex-recluso de Guantanamo que fugiu, desde um dos países dos balcãs, para o Canadá, onde tem família, porque a CIA o libertou de Guantanamo, sob seu compromisso de ir para o Iraque, "infiltrar-se entre terroristas", trabalhando para a CIA. O pior foi quando ele percebeu que isso implicava praticar actos terroristas e, eventualmente, transformar-se em "suicida". Este fugiu, e todos os outros?
Por isto tudo eu acho que estas notícias escondem mais do que revelam, que se sabe muito mais, que pretendem "adoçar a pílula", que escondem a verdadeira dimensão dos factos, nomeadamente por referirem 100 pessoas. É mentira! O procedimento é massivo... porque o resultado é aleatório e a necessidade de "terrorirstas" é grande. Veja-se a quantidade de atentados no Iraque... E os recentes actos de vandalismo, em França.
Toda esta gente sabe que a CIA está a usar estes procedimentos, exclusivamente, para fabricar terroristas. Toda esta gente sabe que as pessoas presas não são suspeitas de coisa alguma e que o Paquistão é o maior fornecedor de candidatos a terroristas, como se viu na sequência dos atentados de Londres. Foram entregues à CIA mais de 200 cidadãos paquistaneses...
Só não vê quem não quer, mas toda esta gente teima em silenciar, de forma pérfida, estas infâmias.
Deve estar prestes a "rebentar" outro qualquer escândalo e então vão dando estas notícias, a conta gotas, tentando justificar o injustificável, para que nos “habituemos à ideia”, para minorar o impacto e os efeitos.
Não será de esperar, nunca, destes jornais que façam senão isso mesmo: preparar os caminhos da perpetuação da impunidade dos USA.
O que eu quero que percebam, bem, é que estas pessoas, que são sujeitas e estes tratamentos desumanos, não são suspeitos de coisa alguma. São cidadãos, escolhidos ao acaso e submetidos aos piores maus tratos, a horrores, para se transformarem em terroristas; quer por aceitarem "colaborar" com a CIA, quer pelo ódio e revolta, desejo de vingança, que lhes sobrevenha.
É caso para dizer: "com meias-verdades nos enganam" e tentam adormecer.
É para isso (para enganar) que se começa a notícia dizendo que: “a CIA terá interrogado alegados membros da Al Qaeda”; demais sabem, eles todos, sabemos todos, que isso é mentira; é uma “alegação falsa”, os torturados não são suspeitos de coisa alguma. É assim um pouco como os autores dos atentados de 11 de Setembro, que nunca embarcaram nos respectivos aviões e dos quais alguns estão vivos e a reclamar do facto de as suas identidades terem sido assim abusadas…As organizações dos direitos humanos não sabem disto? Ou estas notícias destinam-se a desculpabilizar essa gente?”
A meu ver, o teor de notícias destas, destinam-se a tornar o odioso "tolerável"! Chamemos os bois pelos nomes!
Este comentário tem, no original, imprecisões que aqui foram corrigidas. Peço desculpa!
Só acrescentar uma “coisinha”: já o disse, noutras alturas, e repito! Uma grande parte das pessoas que ainda acreditam na existência real da ameaça terrorista, é capaz de contemporizar (tolerar) este tipo de crimes, de tortura, de infâmias, se eles forem exercidos sobre “suspeitos de terrorismo”. Não nos iludamos, porque a realidade é mesmo assim. Além disso, a existência destes “suspeitos” dá consistência à autoria dos atentados, ilibando os seus verdadeiros executores: a CIA e cia. Por isso é tão importante dar, a estes factos, a sua verdadeira dimensão e dizer abertamente que eles se destinam unicamente a fabricar terroristas, para “alimentar” os pretextos da manutenção da guerra e da invasão do Iraque. Este tipo de horrores, com a sua verdadeira dimensão nazi, ninguém tolera, hoje em dia.

2005/11/04

Tenha vergonha sr. Sócrates!



Vejam só como é feita a "contenção" de despesas na Administração Pública. Deve haver umas centenas de funcionários que podem ocupar cargos destes:


É para isto que o governo persiste em roubar os cidadãos de todas as formas possíveis e imaginárias, e persiste até conseguir esgotar e exaurir toda sociedade.
Não percebem que estão "a matar a galinha dos ovos de ouro"!

Entretanto muita gente sofre e é destruída. Tenham vergonha todos os políticos.
Também publicado em: Céus de Abril

Violência e vandalismo em Paris!

Acerca deste assunto, justifica-se reproduzir, aqui, o comentário que deixei em "Congeminações":
"Cá para mim estes incidentes trazem à tona as mil e uma maneiras de provocar motins e instigar actos de vandalismo gratuítos e injustificados...
Deve ser o resultado do acordo de cooperação entre a CIA e o governo francês, na "luta contra o terrorismo".
Se não houver terrorismo, para que servem os acordos? Por isso há que fomentar e instigar e promover a violência.
Claro que não é de excluir a colaboração e envolvimento dos grupos se extrema direita, na sua conhecida estratégia de destruir, de aterrorizar, como forma de alcançar o poder. São factos conhecidos, já desmascarados, noutras alturas e é preciso ter muito cuidado com as demagogias subjacentes.
É assim um pouco como acontece nas manifestações anti-globalização, onde aparecem sempre uns provocadores (da CIA ou nazis, tanto faz) a tentar aviltar e desacreditar as pessoas íntegras. A estratégia é antiga e já está gasta de tão usada. Só persiste por complacência dos que deviam ser os primeiros e denunciá-la e a punir os responsáveis.
Quem pratica crimes deve ser punido, porque os crimes nada resolvem. Violência gratuita e indiscriminada nada resolve, pelo contrário... actos de vandalismo não!
As sociedades democráticas só conseguirão sê-lo se não ficarem reféns destas demagogias. Assim não é democracia, é bandalheira, que leva, directamente, à aceitação dos regimes autoritários, por saturação do vandalismo indiscriminado e da violência. O que "eles" querem, portanto...
Abrandou o terror da publicidade enganosa à "gripe das aves" tinham que iniciar outros incidentes quaisquer. Quem ganha com isto? Os marginalizados não, com certeza!
É preciso mudar muita coisa, mas "isto" só faz "mudar" para pior. Para manter o domínio absoluto e incontestado dos USA?

2005/11/02

Vamos ver então se "isto" arranca.

Neste post (e respectivos comentários), foi formulada a proposta de avançarmos para alguma forma de divulgação das nossas ideias fora da blogoesfera.
Como acho que nada mudou, entretanto (que a necessidade permanece) nem se me afigura que alguma coisa venha a mudar, enquanto estivermos sujeitos (todos nós cidadãos) à actual, e pérfida, forma de censura e de silenciamento de todas as ideias e propostas que não agradam aos donos do poder, proponho:
(1) - que avancemos para algumas formas de romper o cerco do silêncio, nazi, dos OCS
(2) - que todos e cada um dos que estiverem dispostos a participar me enviei, através de "e-mail", as suas ideias e sugestões, o que estão dispostos a fazer, o que acham que se deve fazer e como, para se poder começar a fazer alguma coisa...
As ideias e propostas que eu acho que devem ser divulgadas, já todos conhecem; mas é uma luta que, ou é de todos, ou não se justifica...
Vamos ver se conseguimos "valer mais do que apenas palavras"...
Não adianta esperar por alguém que "toque a corneta"! Não adianta falar e depois esperar que os outros oiçam e façam o que é necessário fazer... Ou metemos mãos à obra, ou então bem podemos "carpir lágrimas de corcodilo" para o resto da vida e por muitas mais décadas... de novos equívocos e de desenganos.
Há que meter mãos à obra, sem vacilar! Sem vacilar ao sabor dos muitos engodos que surgem, a cada momento, apenas para distrair, sejam eleições, festividades, ou outros.
É pela determinação e clarividência que se distingue o verdadeiroa carácter e valor dos HOMENS e das suas ideias!

2005/11/01

Sondagens.

Resultados duma sondagem (presidencial) realizada à porta do edifício da RTP/RDP, entre jornalistas e apresentadores:
Cavaco Silva ---- 95%
Outros ---------- 5%
Os diferentes profissionais do serviço público de rádio e televisão (pagos por todos nós, através da taxa de radiodifusão) têm em marcha uma acção que consiste em produzir as 1001 maneiras de nos fazerem engolir um "veneno" comercializado com a designação de Cavaco Silva...
Assim á semelhança do bacalhau, que escasseia...
Esta campanha, aliás, é muito mais ampla. Nas demonstrações públicas, à frente da malta, vai José Sócrates, com a batuta... logo seguido dos candidatos da oposição, afinados e a compasso...
Já vou ali vomitar...

Debates de "mete nojo"!

Quem é que me pode explicar o que se passou ontem no "Prós e Contras"?
É que eu, como o "debate" (monólogo) metia nojo, para não variar, decidi variar, e apanhei a cena do "intruso" a meio, sem conseguir perceber o que se passou...
Só ouvi o comentário, abjecto, da apresentadora, a achincalhar a iniciativa do "intruso". Fiquei sem saber a que se deveu, mas achei ilucidativo do apego à democracia de todos os participantes, que compactuaram com a atitude vil da apresentadora do programa...
A conversa já tinha deixado de me interessar, há m uito.

Aeroporto na Ota? Porquê?

Esta texto recebi, via "e-mail", da Helena:
...
Uma história de 2 aeroportos:
Áreas:
Aeroporto de Málaga: 320 hectares
Aeroporto de Lisboa: 520 hectares
Pistas:
Aeroporto de Málaga: 1 pista
Aeroporto de Lisboa: 2 pistas
Tráfego (2004):
Aeroporto de Málaga: 12 milhões de passageiros, taxa decrescimento, 7 a 8% ao ano
Aeroporto de Lisboa: 10,7 milhões de passageiros, taxa decrescimento 4,5% ao ano
Soluções para o aumento de capacidade:
Málaga: 1 novo terminal, investimento de 191 milhões de euros,
capacidade 20 milhões de passageiros/ano.
O aeroporto continua a 8 Km dacidade e continua a ter uma só pista.
Lisboa: 1 novo aeroporto 3.000 a 5.000 milhões de euros,
solução faraónica a 40Km da cidade
É o que dá sermos ricos com o dinheiro dos outros e
pobres com o próprio espírito
Ou então alguém tem de tirar os dividendos dos terrenos
comprados nos últimos anos.
Ninguém investiga isto?
E sabem quem é o dono dos terrenos da Ota?.....
Pois é... o Dr. Mário Soares...
...