2008/04/07

Quando Os Animais Nos Pedem Socorro (I).

APELO!
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-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa

“A grandeza duma Nação e o seu progresso moral podem ser avaliados pela maneira como os seus animais são tratados”.

MAHATMA GANDHI

Se até as pessoas são tratadas “abaixo de cão”, é isso mesmo (e só isso) que, em muitos casos, têm para partilhar com os animais.

A União Zoófila é um antro de barbaridades, que está a exterminar os nossos animais domésticos. Na união Zoófila maltratam-se os animais e usam-se estes para maltratar as pessoas também. Aquela gente até se vangloria disso, como se pode ver nos comentários aí em baixo noutro texto.

Vejamos como é o Canil Municipal

As atrocidades do Canil Municipal de Lisboa

Acontece-me, às vezes, os animais me pedirem socorro.
Via de regra, ignorava os “pedidos”, com muita pena, porque tinha consciência de que não podia socorrer; não tinha como! Mas há situações em que é impossível ignorar ou recusar.

Diz quem sabe (ou julga saber) destas coisas que, quando os animais confiam nas pessoas é porque essas pessoas são confiáveis. O que os animais não sabem, coitados, é que nós seres supostamente humanos, vivemos numa coisa que se chama “sociedade” numa engrenagem maldita, dominada por gente pérfida que destrói tudo, até as condições mínimas de suporte à confiabilidade dos seus melhores elementos. Os animais não sabem porque ninguém lhes explicou e, se alguém lhes explicasse, eles também não entenderiam. Vão percebendo à custa de muito sofrimento, sujeitos à tirania, até dos que dizem defendê-los, como é o caso da União Zoófila.
A história que vou contar a seguir é mais uma História de Terror, agora protagonizada por animais. Já contei uma protagonizada por pessoas.

No dia 7 de Dezembro de 2003, domingo e véspera de feriado, encontrei, na rua, uma cachorrinha que não me largou mais. A falar verdade, foi mais “ela que me encontrou” do que o contrário.
Gosto muito de animais, principalmente de cães, e não consegui mais me desligar do problema da bichana.
Tentei encontrar-lhe dono, tentei que a veterinária da minha gata a examinasse e tratasse, mas como os meus esforços foram vãos, e como a cachorra se encontrava doente (até tinha febre), vi-me obrigada a levá-la para o canil municipal, não sem antes telefonar e perguntar se tinham veterinário e se a tratavam. Responderam-me que sim; que apenas teria que obter uma guia, numa esquadra de polícia. Assim fiz, e lá entreguei o animal, com muito constrangimento, mas porque não tinha qualquer hipótese de a manter e tratar.
Voltei ao canil, na quarta-feira seguinte, para saber como estava e encontrei-a um pouco melhor, mas ainda com febre. Entretanto soube da existência dum canil, em S. Pedro de Sintra, onde consegui, a custo, que a aceitassem, mediante uma contribuição; até que lhe conseguisse um dono, ou até que alguém a adoptasse.
No sábado seguinte, voltei ao Canil Municipal de Lisboa, para a resgatar, mas recusaram-me até o acesso a poder vê-la. Insisti, no Domingo. Fui para buscá-la, passados 8 dias da entrega como me tinham dito.
Achei-a bastante melhor e já sem febre, mais gordinha. Ainda a trouxe até à Secretaria para preencher os papéis; mas o “excesso de zelo” dum dos funcionários, do responsável, obrigou-me a deixá-la novamente, numa sala horrível, fechada dentro duma gaiola metálica, também horrível, porque ainda não tinham passado oito dias desde que fora entregue e, portanto, “a lei” não me permitia trazê-la; só no dia seguinte.
Sempre desconfiei e suspeitei de pessoas que necessitam, obstinadamente, de provar a si próprias que são “muito rigorosas”, mas só o fazem em situações de cujas resultam estes “actos criminosos”. O que tanto terão essas pessoas para disfarçar, para esconder, a ponto de serem assim malevolamente obstinadas, “rigorosas” quando não devem? Quando disso resultam coisas desastrosas, como neste caso?
Na segunda-feira não pude voltar lá e, na terça-feira, quando finalmente consegui ir buscá-la, encontrei-a demasiado magra (a jaula não tinha comida e acho que também não tinha água), escanzelada mesmo, triste, com o pêlo todo a cair. Já nem reagia: não ladrava nem gania, como fazia no início.
Mesmo assim, lá a levei para o outro canil, onde ela tratou imediatamente de arranjar um lugar ao sol, para passar o que seriam as suas últimas horas de vida.
Morreu no dia seguinte. Os responsáveis do canil dizem que não tinha salvação. E na minha alma ficou mais uma nuvem negra; que acentuou a minha revolta contra as instituições desta sociedade.
Ainda me estou perguntado como foi que aquela gente conseguiu “assassinar” a cadelinha em 48 horas…
Na minha alma ficou mais uma nuvem negra, mas também algum sentimento de culpa e remorso, por não ter conseguido socorrer a pobre bichinha, que me pareceu muito esperta e especial. Ficou remorso por ter acreditado numa instituição, o canil, e por tê-la lá deixado ficar.

Acredito mesmo que qualquer pessoa que já tenha constatado este estado de coisas achará que a culpa foi minha. Eu não estou de acordo! Acho que devíamos poder confiar nas instituições, ainda por cima as que são sustentadas com os nossos impostos.
Ficou-me remorso por não ter conseguido prever, a tempo, o que iria acontecer e não ter enganado o canil, levando comigo uma qualquer pessoa que dissesse tê-la perdido e a fosse buscar. Eu sou uma pessoa honesta; socialmente e intelectualmente honesta, mas não me causaria qualquer problema de consciência tê-lo feito, embora ache que as instituições não têm o direito de nos obrigarem a usar de falsidade, de estratagemas, porque não é necessário e, macroscopicamente falando, é pernicioso.
Até porque existem, sempre, outras soluções: neste caso, o canil podia, pura e simplesmente, ter devolvido a bichinha aos meus cuidados, com a condição de a entregar, caso fosse reclamada dentro do prazo (coisa que eles sabiam bem não iria acontecer, como não aconteceu); ou então tratavam-na convenientemente (eu até me prontifiquei a pagar), o que obviamente não fizeram.

O Canil Municipal de Lisboa é uma casa de terror. Terror que se exerce, indiscriminadamente sobre os bichos e que nem poupa aqueles que nós queremos socorrer.
Quando entreguei a cadelinha, conversando com o porteiro, a quem contei a história e a minha intenção de a resgatar logo que possível, ele, o porteiro, disse-me: “Mas então diga isso lá dentro, que quer vir buscar a cadelinha, porque senão eles aqui dão cabo dela. É o que fazem sempre.”
Eu segui o conselho, disse e redisse, afirmei e voltei, TRÊS VEZES, para resgatar a cadelinha. De nada serviu. Só ma entregaram quando já não tinha salvação. Foi mais uma vítima daquele “outro” antro.

É exactamente o mesmo que a União Zoófila está a fazer, em relação à gatinha Joana.

Se você tem alguma “ligação” com os animais, se tem alma, se ainda não se transformou, como muitos, num ser metálico com coração de pedra, se os animais também “lhe pedem socorro”, verifique, por si mesmo, o horror que é o Canil Municipal. Vá até lá! Os animais, sobretudo os cães mas também os gatos, percebem, sentem, a presença de um SER HUMANO, e gritam, berram, pedindo socorro, como só criaturas desesperadas sabem fazer. É uma experiência arrepiante e desoladora. Posso garantir, porque passei por isso. O pior é nós sabermos que os animais sabem que estão a ser ouvidos e compreendidos e nada podermos fazer para os socorrer.

E, no entanto, HÁ OUTRAS SOLUÇÕES, que têm de ser implementadas urgentemente.

Vivemos numa sociedade tão pérfida que a lei e as nossas instituições até obrigam os cidadãos a assistir ao suplício dos animais. Quem alimentar um animal abandonado pode ser multado. Portanto, a LEI permite que as instituições nos torturem, obrigando-nos a assistir ao sofrimento dos animais.

Se há leis que punem os maus-tratos a animais e se há uma declaração dos direitos dos animais PARA SER RESPEITADA, que punição não merecem as nossas instituições, pagas com os nossos impostos, QUE COMETEM ESTES CRIMES, ao invés de solucionarem os problemas dos animais e das pessoas?
Quem pune esta gente? Quem defende os nossos animais e o “progresso moral” da sociedade?
Quem ajuda a acabar com isto?