2011/06/10

O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA E OS JORNALISTAS (III)

Continuando a responder à apologia da censura do cacete (para protecção de criminosos) feita no discurso trazido a esta página. "NOTÍCIAS SEM CENSURA" pelo Carlos Tomás em texto com o mesmo título publicado mais abaixo, "roubei" esta Nota do mural de Guilherme Pereira designado "Portugal é fixe". Leia a Nota com atenção que eu já explico o motivo do "roubo":

"Soube, ontem, por duas FONTES INSUSPEITAS do Tribunal da Relação de Lisboa, que o chamado “Processo Casa Pia” tem fortes possibilidades de voltar à estaca zero.
Ou seja: já foram detectadas “nulidades insanáveis” na produção da prova, na primeira instância. Não é previsível um acórdão antes do final do ano ( civil) e, segundo as mesmas fontes, há recursos para outras instâncias que poderão, uma vez divulgados os respectivos acórdãos, precipitar a anulação do julgamento.
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, vá lá saber-se porquê, disse publicamente, antes de ser conhecida a decisão do colectivo da primeira instância, que este processo iria limpar ( suponho que foi este o verbo) a cara da Justiça.
Parece que sim, Ilustre Magistrado, mas pelas piores razões.
São públicas as minhas posições sobre este processo vergonhoso que, aliás, me custou duas acusações ( ambas arquivadas) de dois investigadores ( da treta) que estiveram na base desta monstruosidade jurídica, que enlameou o nome de vários cidadãos, destruíu a vida de outros, em nome de um suposto combate à pedofilia que é cada vez mais visível, pujante e impune.
Há mais pedofilia além do Parque Eduardo VII, no interior do país inclusivamente.
Este processo visou decapitar a direcção do Partido Socialista, com sucesso, e de permeio lançar nas ventoinhas da lama as chamadas figuras mediáticas, para isso recorrendo aos petiscos Herman José, Paulo Pedroso ou Carlos Cruz.
Os dois primeiros acabariam por ser inocentados.
Carlos Cruz, que está nossa lista de Amigos, com muita Honra, tal como a filha, a Marta, e a Raquel, mãe da sua filhota Mariana, carrega ainda a cruz de uma condenação iníqua e selvagem aos ombros.
Cedo ou tarde, far-se-à justiça.

Espero ainda estar cá para ver.

2.

Nos anos noventa, malhei com os ossos na cadeia por conta de um processo igualmente monstruoso, fruto de uma mera vingança. Eu tinha denunciado, no então “Semanário”, uma rede de tráfico de droga, de que faziam parte Inspectores da PJ de Faro. Não descansaram enquanto não me montaram uma armadilha. Com sucesso e muita ingenuidade minha. Os meus advogados recorreram sucessivamente.
O Supremo Tribunal de Justiça acabaria por anular o julgamento e mandar repeti-lo.
Assim foi. Fui absolvido em 3 dias.
Depois, os meus advogados queixaram-se ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que demorou a decisão visto que era um ex-arguido em liberdade.
Recebi ontem a notícia.
O Estado Português foi condenado a pagar-me 597 mil euros.
Espero que a crise não seja motivo para se atrasarem a pagar-me os carcanhóis.
Por falar neles, os carcanhóis.
Foi justamente na cadeia que escrevi o livro, editado pela PRESENÇA, de seu nome PRISÃO MAIOR, hoje livro oficial em sete faculdades deste país.

(...)
Guilherme Pereira"

Portanto, temos que um Processo que custou milhões ao estado, o "Processo Casa Pia", está de tal maneira minado de "nulidades insanáveis"... que nem o Tribunal da Relação consegue ignorar. Nós já sabíamos há muito tempo, mas daí a ver o facro reconhecido pela "Relação"...
Mas o sr. presidente do supremo continua na sua saga de "caça às bruxas" dirigida a tudo quanto é jornalista que ousou dizer o óbvio, ou ousou, de algum modo, "por em causa" aquela monstruosa conspiração: O "Processo Casa Pia", conspiração em que o sr. presidente vem agora confessar o que já sabíamos também: que está implicado até ao pescoço.
Este proccesso vai estoirar, cedo ou tarde (quanto mais tarde pior). Quem vai devolver ao Estado a delapidação do erário público usada para custear esta monstruosidade? Nós, como de costume? E aos conspiradores, aos investigaddores, aos magistrados, aos juízes? Não acontece nada como de costume?
Isso tem de acabar, não acha sr. presidente do supremo?
Quem vai indemnizar as vítimas; as pessoas acusadas e persseguidas injustamente? Nós, como de costume? e aos conspiradores, investigadores, juízes, magistrados implicados na conspiração, não acontece nada? São todos inimputáveis?


Acresce que, mais uma vez, o Estado Português voltou a ser condenado a indemnizar um injustiçado (Guilherme Pereira), que foi vítima duma cilada montada por inspectores da PJ TRAFICANTES DE DROGA. Quem vai pagar a indemnização? Nós, como de costume? E aos inspectores traficantes de droga, não acontece nada? E aos juízes e magistrados que, SABENDO o que estavam a fazer, ainda assim prenderam e condenaram em primeira instância e... Não acontece nada? Esses criminosos malditos podem cometer os seus crimes livremente, com a conivência dos juízes e quejandos e a gente é que paga? Quando é que "isto" passa a ser um País a sério, ACABANDO-SE com essa impunidade garantida a tudo quanto é criminoso a usar as nossas instituições para cometerem os seus crimes e retaliarem sobre quem os denuncie?
Eu ainda tenho mais resposta para si, sr, presidente do supremo. "Me aguarde"...





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