2013/09/30

Resultados Eleitorais Autárquicas 2013 e a Fraude. Ganhou o Quê?


Sonchus Asper, Serralha espinhosa.
Manuseada com cuidado a serralha espinhosa tem utilidade; os nossos políticos não têm qualquer utilidade, são apenas "espinhosos" malfeitores.


Nos tempos "aureos" deste blog "SOCIOCRACIA", quando era actualizado regularmente, tinha um número de visitas diárias quase "interessante" e fazia parte dos "roteiros de leitura" de muitos "bloguistas"... (e doutros que nunca quiseram que se soubesse), nos dias a seguir a cada Eleição, era tarefa obrigatória refazer e comentar os resultados eleitorais levando em linha de conta a Abstenção, como deve ser em democracia.

Foi nesse labor pós eleitoral regular que me apercebi da verdadeira dimensão da FRAUDE que é quem decide das eleições, entre nós. Fraude que é também o ÚNICO motivo que está a emperrar e a impedir a institucionalização do voto electrónico.

Depois fui perdendo o hábito devido a contratempos de vária ordem que perduram até hoje, contratempos que estão abundantemente documentados por aí...

Hoje volto aqui, não para refazer as contas como antigamente, mas para fazer 2 pequenas observações.

Volto aqui porque tive curiosidade de ver os resultados, o nível de abstenção e encontrei, por acaso, referências a um "discurso" de António José Seguro onde este afirma: "Nestas Eleições há um vencedor: o PS (...)"


Partidos% VotosVotantesMandatos
PS
36,27%1.793.165907
PPD/PSD
16,63%822.126521
PCP - PEV
11,05%546.467209
PPD/PSD.CDS-PP
7,66%378.520154
GRUPO CIDADÃOS
6,84%338.068109
CDS-PP
3,03%149.65144
47.41%
Inscritos Apurados:9.401.518
Não votaram: 4.457.419
























Para verificar o quanto o PS (e o Seguro) são vencedores peguei na calculadora e, querem ver o que obtive?

Dividindo "nº de votantes PS - 1 793 165" por "Total de inscritos - 9 401 518" obtém-se 0,19135.

Ou seja, a votação no PS quedou-se pelos 19,14% do total de eleitores.  Dezanove por cento, grande vitória do PS.

Sublinhe-se: vitória DO PS.

Como vê, se você decidiu ir votar para derrotar o governo não ganhou nada com isso porque a "VITÓRIA" é do PS...

Mas nem disso temos garantia absoluta, nem do nível de abstenção que ultrapassou os 47%, nem de nada porque a Fraude "engole" tudo, podem ter a certeza. É para favorecer a fraude e só por isso que existem e se mantêm os "eleitores fantasma", que se recusa e boicota, obstinadamente, a implementação do voto electrónico, etc.

Porém, quando eu falo de "valoração da abstenção" cuja importância, necessidade e valor os arautos da propaganda nazi (que são muitos nos meios "intelectuais") costumam achincalhar e ridicularizar, falo duma forma de reduzir as possibilidades de fraude:
Actualmente os membros das mesas de voto são indicados pelos partidos; e são esses membros das mesas que concretizam uma parte da fraude. Com a valoração da abstenção deixa de fazer sentido atribuir os lugares nas mesas de voto apenas a militantes partidários; qualquer cidadão poderia e deveria ser membro das mesas de voto. Isso faria com que a fraude fosse detectada e conhecida de muitas pessoas e acabaria por ser impossível. Mesmo a fraude pós contagem nas mesas passaria a ser mais difícil e mais facilmente detectável.

Mas convém não esquecer que a importância da valoração da abstenção vai muito para  além disso...

Uma outra questão que me chateia a sério é que o PS passou a ter, no "Processo Casa Pia" o seu "desastre de Camarate".

Até há bem pouco tempo, de cada vez que havia eleições, lá vinha o "Processo de Camarate" novamente à tona. Não para esclarecer "Camarate" (que toda a gente já sabe como aconteceu), mas para ser usado como demagogia eleitoral na tentativa de caçar "votos de piedade".

O PS fez o mesmo, nestas eleições, com o "Processo Casa Pia" usando declarações de Marinho e Pinto, as retratações das falsas vítimas, etc. num vídeo que tem feito furor nas redes sociais, principalmente entre os apoiantes de Carlos Cruz.

O PS, ao menos enquanto governo, é um dos principais responsáveis pelo facto de aquela aberração de processo, o "Processo Casa Pia", ter sido possível, ter tido o desfecho escabroso que teve... e por tudo o resto.
Na verdade, o PS tratou apenas de salvaguardar os seus militantes, in extremis, preservando-os de irem à barra do Tribunal depois de as cúpulas do PS terem conseguido os seus objectivos com a "cabala". Estou a afirmar que foi o PS (as cúpulas do PS) quem intrumentalizou a cabala contra o PS. Foram os únicos que realmente tiraram partido, embora a intenção (doutros) pudesse ter sido outra.

A "cabala" de que o PS foi vítima, foi instrumentalizada e utilizada pela cúpula do PS, com o envolvimento activo do Presidente Sampaio também ele PS, para afastar Ferro Rodrigues e fazer eleger Sócrates, a quem nunca se ouviu uma palavra sequer contra a monstruosidade que foi o "Processo Casa Pia". Nem uma palavra nem uma acção; nem do governo PS, nem do Presidente PS, COMO SE IMPUNHA em face da violação de todos os valores fundamentais duma sociedade democrática e em face dos atentados contra o "Estado de Direito". E vem agora o PS tentar ganhar votos com a vergonha que é o "Processo Casa Pia"???

Tenham dó e um mínimo de pudor.

O PS ganhou? Nem vergonha ganhou. Com 19% dos votos o PS não ganhou nada. Esse resultado só lhe permitiria ganhar vergonha, mas isso não ganhou porque não tem capacidade cívica para tanto.

O PS não ganhou e nós continuamos a perder às mãos dos políticos do PS e de todos os outros partidos. São todos iguais.

Eu sou apoiante de Carlos Cruz por uma questão de civismo e de integridade intelectual. Sou apoiante de Carlos Cruz como o sou de qualquer outro injustiçado, COMO EU TENHO SIDO. Mas não me peçam para divulgar e partilhar um vídeo em que os responsáveis pelo descalabro em que nos encontramos, onde o "Processo Casa Pia" teve um papel essencial, se arvoram o direito de tirar partido eleitoral da sua própria vilania, da sua própria actuação infame e conivência com toda a ignomínia que grassa na nossa sociedade.

Tenho pena de Carlos Cruz; com apoios tão vesgos e oportunistas não precisa de inimigos...


Esperemos que este texto seja o indício de que, por aqui, as coisas comecem a normalizar porque, pela certa, vêm aí eleições nacionais e falta gente que analise as coisas como elas são, que desmistifique a demagogia que nos intoxica e sufoca.

Até breve... espero!





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2013/09/14

Processo Casa Pia. Cabala ou Não Cabala, Eis a Questão.



Quando ando por aí gosto de me entreter a fotografar aquelas plantas a que ninguém liga importância... porque algumas são de extrema importância. É só para abstrair de cabalas...


Processo Casa Pia. Cabala ou Não Cabala, Eis a Questão.


Antes de mais o que realmente importa:

Neste texto vamos fazer referência a 2 acontecimentos importantes:

Carlos Pereira Cruz, mais conhecido como Carlos Cruz, a figura principal do Processo Casa Pia que se encontra actualmente a cumprir pena de prisão por crimes que NÃO cometeu, apresentou:

Documentos cuja leitura aconselhamos sobretudo aqueles que ainda têm dúvidas acerca das verdadeiras causas e origem do descalabro da nossa situação política, económica e social actual e acerca da monstruosidade que é o “Processo Casa Pia”.

O advogado de Carlos Cruz, Ricardo Sá Fernandes, autor de ambos os documentos (presumo relativamente à queixa apresentada ao TEDH), sempre negou a tese da cabala (que eu defendo porque outra explicação não existe para este estado de coisas).

Tanto quanto me tem sido dado perceber, o próprio Carlos Cruz rejeita essa tese; não sei se por convicção própria ou devido a influência do seu advogado.

Que Carlos Cruz se cinja à explicação das “invejas” ou outras banalidades semelhantes até é compreensível, mas que o seu advogado não veja o óbvio, apesar de o afirmar nas entrelinhas, para depois o negar na afirmativa, já pode ser grave na medida em que, para vencer uma guerra, convém conhecer o “inimigo” (e tudo sobre o “inimigo”).

Mas não posso afirmar que isso tenha sido decisivo para o facto de Carlos Cruz ter sido condenado e estar a cumprir pena, apesar de inocente. O que posso afirmar é o que sempre disse: não tenho a menor consideração por um advogado que não tire um inocente da cadeia, ou que deixe condenar um inocente. Acho que um advogado assim não merece o título.

Vejamos então, nas próprias palavras de Ricardo Sá Fernandes, como é que ele afirma e reconhece, nas entrelinhas, a cabala ou conspiração... para depois a negar na afirmativa.

Ricardo Sá Fernandes diz:


In ponto 40. Pág. 36

“Só a pobreza do debate intelectual em Portugal – em que um formalismo estéril afasta o aprofundamento das questões substanciais, favorecendo a condenação de inocentes e a absolvição de culpados – é que tem permitido a subsistência deste exotismo, que pode conduzir à barbaridade jurídica”(1)


In ponto 42. Pág. 37

“Só uma grande falta de vergonha e um desrespeito feroz pelos direitos do arguido e pelo apuramento da verdade é que têm permitido que este horror subsista, para tapar a mentira que não se quer deixar mostrar.”(2)



“O arguido não tem uma resposta que explique as motivações subjacentes a tão sinistro comportamento, resulte ele de sugestão, de inquinação, de enfabulação, de pura perversidade, ou de qualquer outra causa. Mas também não lhe cabe fazer essa indagação para o que não tem meios.”(3)


In Pág. 21

“Nunca se refugiou numa teoria da conspiração ou da cabala. Como seria simples encontrar um culpado, uma cadeia de comando, uma entidade malévola. Porém, este processo é tão somente o fruto de uma dinâmica espontânea que – tendo por pano de fundo o justo horror à pedofilia – cresceu de forma desorganizada até que – por uma lógica quase instintiva de estabilizar uma narrativa e de, através dela, dar segurança a um inconsciente colectivo que a brutalidade de uma pressão mediática crescentemente alimentava e instigava (...)”(4)

Notas:

(1)   À “pobreza do debate intelectual” eu chamo intoxicação da propaganda nazi (para permitir que) “um formalismo estéril afaste o aprofundamento das questões substanciais, favorecendo a condenação de inocentes e a absolvição de culpados”. Garanto que não há nada na lei que legitime tais coisas; e só por via de monstruosa conspiração (contra o Estado de Direito) é possível “condenar inocentes e absolver culpados”
(2)   “uma grande falta de vergonha e um desrespeito feroz pelos direitos do arguido e pelo apuramento da verdade é que têm permitido que este horror subsista, para tapar a mentira”.
- Falta de vergonha;
      - desrespeito feroz pelos direitos;
- têm permitido que este horror subsista, para tapar a mentira...
Nisto tudo estão envolvidos: elementos do poder político; da PJ; Juízes e MP; Desembargadores; Conselheiros, tudo sob a batuta da Comunicação Social, sem que se saiba bem quem nasceu primeiro: “se foi a galinha ou se foi o ovo”... e com a tolerância (quando não apoio activo) de todos os partidos políticos.
E aqui ficamos novamente “encurralados”: quer se trate de falta de vergonha, desrespeito pela legalidade e horror para encobrir a mentira, nesta situação concreta (que não é única; há muitos outros casos semelhantes) de todas as “entidades” referidas; quer se trate de “um mero circunstacialismo” que tenha permitido a ascensão de pessoas com essas características (falta de vergonha, etc.) a todos os cargos referidos, estamos em presença de conspiração, nua e crua... contra o Estado de Direito.
Ainda uma palavra acerca da “batuta da Comunicação Social”, que foi ao ponto de excluir e perseguir os jornalistas que não alinharam; que foi ao ponto de censurar e excluir dos comentários às notícias todos os que não alinhassem e de manter uma chusma de provocadores que comentavam dizendo as piores barbaridades e baboseiras, de forma orquestrada, para manipular a opinião pública e a leitura do conceitos dominantes nela (opinião pública). Censuraram-me muitas vezes e não só a mim, por isso sei do que estou a falar. Conspiração? Nããão. Fique descansado Sr. advogado... mas, com conspiração ou sem ela, trate de tirar o seu cliente da cadeia se quer ser respeitado.
(3)  “O arguido não tem uma resposta que explique as motivações subjacentes a tão sinistro comportamento”... nem precisa; os próprios já vieram a público “explicar” com o que deixaram de ser “credíveis”... porque a cabala está lá, nas explicações.

(4) “Nunca se refugiou numa teoria da conspiração ou da cabala. Como seria simples encontrar um culpado, uma cadeia de comando, uma entidade malévola”. Mas a conspiração não é uma teoria e nem serve de refúgio. Que ideia absurda, mas “prontos” o sr. advogado não gosta de coisas simples e elementares... prefere não ter explicação ou as explicações (desculpas?) inverosímeis e incoerentes. Acresce que este pedaço de texto não é necessário na queixa e nem se lhe vislumbra qualquer utilidade, para além da de negar o óbvio colaborando, afinal, com os conspiradores.



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