Este blog está há muito tempo sem actualizações regulares "minhas" e, no entanto, tenho-me fartado de escrever.
O comentário que publico a seguir, copiado desta "discussão", no Facebook, é um exemplo disso.
Fica aqui também porque eu acho que merece que reflitamos sobre o assunto e passemos a adoptar as atitudes correctas e positivas, construtivas, que urge serem adoptadas generalizadamente, para se recuperar a esperança e a confiança mútua.
Subscrevo, QUASE na íntegra, o seu comentário que me parece bem clarividente e objectivo... Falta o quase.
O "quase" está ns divergências, fundamentalmente, em 3 pontos
1. O primeito "pomo de discórdia" é: "é preciso é que os portugueses TODOS se mobilizem".
Lamento "informar" mas isso NUNCA vai acontecer, simplesmente porque isso do "TODOS" nunca existiu nem vai existir... E mesmo assim as soluções existem e são possíveis. A tarefa que a realidade nos impõe é a de sermos capazes de dar "o empurrão certo".
O regime está podre e não passa, no actual momento, dum castelo de cartas à espera de que se dê o ligeiro toque, no sítio certo, para ruir completamente. Já lá vamos!
2. O segundo "ponto de discórdia" está no derrube do regime pela força (coisa que, a meu ver, teremos de tentar evitar a todo o custo). Nas actuais circunstâncias, a confusão e a desorientação da generalidade das pessoas abre caminho a todo o tipo de oportunistas (os mesmos do costume, da mesma laia) que tratariam de implementar um "novo" regime igual ou pior do que o actual. Depois dum período de instabilidade e, quiçá, de violência, só poderíamos esperar um regime pior, para nos fazer pagar, a todos, os custos do período de instabilidade.
É típico! E muitos dos actuais "tubarões" que controlam a nossa sociedade até "clamam" por uma coisa parecida porque lhes vinha mesmo a calhar...
3. A terceira questão em que discordamos é quanto ao papel Institucional do Presidente da República.
O Presidetne da República não necessita ter mais poderes nem atribuições para "deitar mão" a isto. Nestes círculos e nestas discussões as críticas e as acusações vão todas, quase por inteiro, para a classe política e sua actuação.
As pessoas esquecem-se de que o que realmente faz as nossas maiores e mais decisivas desgraças é o BANDITISMO institucionalizado, actualmente agravado pela mentalidade "liberal" (melhor dizendo: libertina no pior sentido) do modelo económico (e da globalização).
Quando eu falo de banditismo, conhecido de todas as instituições e seus titulares, tolerado por todas as instituições, não estou a falar em sentido figurado; é em sentido concreto e objectivo.
Claro que a classe política tem todas as culpas, porque devia exercer correctamente o poder e cercear, punir e banir esse banditismo. Mas, na nossa sociedade, são os bandidos que mandam nos políticos e não o contrário. E, no entanto, alguns desses bandidos fazem coro com as críticas à situação actual e aos políticos, cinicamente... É a chamada "canção do bandido". Claro que todos eles perfilham essas "teorias da treta" de que "a culpa é dos outros", a culpa é dos "portugueses", etc., etc., etc. (já todos conhecem a cantiga, que me enoja, e por isso não vale a pena me alongar). Todos fazem coro porque isso é uma maravilha, para eles, que podem continuar a ser bandidos, sem culpa nenhuma. É a chamada "canção do bandido".
Mas deixemos os comentários e vamos ao raciocínio principal.
O Presidente tem conhecimento disso tudo (todas as instituições e seus titulares têm) e das suas desastrosas consequeências económicas e sociais, até porque recebe as exposições, denúncias e queixas dos cidadãos... E os cidadãos dirigem-se ao Presidente porque sabem que ele pode actuar. E pode!
Se as instituições não funcionam e se se instala o banditismo, compete ao Presidente socorrer os cidadãos e actuar.
O presidente pode actuar e tem como fazê-lo e devia fazê-lo... mas o presidente (os presidentes que já lá estiveram) é um deles, não vai actuar contra os seus, contra os que lhe permitiram aceder ao cargo.
Digamos que, em meu modesto entender, o que o Presidente não pode fazer é o que todos os salafrários que já lá estiveram fizeram: ver o país a afundar-se mercê da ignomínia criminosa de quem exerce os cargos mais relevantes e assistir, impávido e sereno, cúmplice, ignorando as queixas dos cidadãos a quem envia respostas cínicas e desmoralizadoras.
A constituição está mal em muitas coisas (quanto ao sistema eleitoral, por exemplo que devia permitir um maior controlo dos cidadãos) mas, nestes casos, não é a constituição que está mal. O que está mal e a actuação dos titulares dos cargos públicos.
Vamos então à questão das mudanças que urgem e da forma como lá chegar.
Actualmente, tudo se decide (ou se obstrui, como é o caso das soluções para a sociedade) através da propaganda. Temos de nos especializar em contra-propaganda. Temos de saber acabar com as mistificações, temos de saber "chamar os bois pelos nomes". Tudo o que escrevi anteriormente é, afinal, um exemplo do que é necessário fazer, mas há mais:
Este sistema não sobrevive sem a máscara, a aparência de democracia. Pois desmacaremos! Este sistema é nazi, a começar pela forma como são apurados os resultados eleitorais; a começar no sistema eleitoral... e acabando na propaganda, seus métodos e slogans.
Sabe? Eu ando nestas andanças dos blogues há 6 anos. Sempre fui vítima de censura, a todos os níveis, por causa do que digo e da forma como o digo, mas essa censura intensificou-se, recentemente, quando publiquei uma petição para valoração da abstenção... E, todavia, essa questão da valoração da abstenção pode dar um contributo decisivo para a resolução dos nossos problemas colectivos, porque iria permitir e forçar o aparecimento das pessoas competentes e sérias, que agora são cilindradas pelos mafiosos, que depois não sobreviveriam sem esses (nem com eles, esperamos, e temos de pressionar muito para isso)...
O tempo urge, mas também é o tempo ideal para se executar esta tarefa: desmistificar e desmascarar o sistema, berrar aos 4 ventos que existem as soluções e as vias de lá chegar, fora da demagogia dos partidos e seus mentores, que não levam a lado nenhum; denunciar que essas soluções não aparecem porque o sistema é nazi e a actuação das instituições é, as mais das vezes, criminosa... E porque as pessoas competentes, dignas, sérias, capazes, são cilindradas pelos referidos mafiosos.
É preciso encurralá-los. Amandar as culpas para os cidadãos não ajuda em nada. Por esse caminho, às tantas, andamos todos a dizer exactamente o mesmo, mas como a nora, andamos á roda e não vamos a lado nenhum, PORQUE NÃO DIZEMOS O QUE É NECESSÁRIO DIZER.
Dizendo o que é necessário, apontamos caminhos e soluções, encurralamos "o sistema" e desmistificamos a sua demagogia e as suas falácias, o seu cinismo.
Cada um apontando culpas à suposta inércia dos outros, dizemos todos os mesmo (o que nos é incutido pela mais elaborada (mas primária) propaganda) mas não vamos a lado nenhum... porque não existe nenhum caminho percorrível (nem sequer ao nível dos conceitos).
Encurralando e desmascarando o sistema este não tem como sobreviver. Até entre os políticos aparecerá quem adira, se não porque interiorizou a justeza das críticas, ao menos porque percebeu, quiçá instintivamente, que só assim poderá "sobreviver". Depois, o desaparecimento deste sistema será uma questão de tempo e oportunidade... que pode muito bem surgir do agravamento da instabilidade social...
Doutro modo, o que nos espera é "mais do mesmo" e "mais do mesmo" ...
APELO!
Participação Cívica e Direitos Fundamentais:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
-- Assine a petição AQUI, ou AQUI ou AQUI, ou AQUI, ou AQUI
-- Denúncia de Agressão Policial
-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa