Mensagem da Associação 25 de Abril - 25 de Abril de 2014
Por aqui já há muito que nos deixámos de "tretas", de "gastar o nosso latim" para nada. Por isso passou-nos ao lado mais um 25 de Abril. Passaram 40 anos!
A situação que o País vive actualmente nem sequer nos surpreende. Não é preciso ser adivinho para tê-la previsto há anos... como o fizemos aqui. Todavia, embora saibamos bem qual o diagnóstico e o tratamento (diverso de tudo o que ouvimos por aí e que provocou o "nosso" silêncio), daqui para a frente é que não arriscamos "adivinhar"...
Na essência, os diagnósticos começam a uniformizar-se... as soluções é que não porque nada do que se preconiza por aí é solução... a nosso ver.
Isto que acabámos de escrever serve como intróito para a publicação do comunicado da Associação 25 de Abril nos 40 anos da efeméride. Também aqui concordamos com o diagnóstico mas não com as soluções.
Esse é o nosso grande drama: ninguém, com visibilidade, aponta AS SOLUÇÕES acertadas, capazes de mobilizarem a população.
Genericamente falando, as pessoas só dizem disparates... mas nenhum dos disparates que se dizem consegue MOBILIZAR "o povo" e, por isso, cada um fica dizendo os seus disparates e preconizando "soluções" que o próprio não sabe, não pode nem quer implementar e em que nem se quer meter... Talvez apareçam uns loucos... Mas os loucos têm outras preocupações... ou nenhumas.
Enfim; deixo-vos com a mensagem sem mais comentários... por inúteis.
Mensagem da Associação 25 de Abril
MENSAGEM
Passados 40 anos depois da
madrugada que deu origem a
“o dia inicial inteiro e limpo/
onde emergimos da
noite e do silêncio/
e livres habitamos a substância do tempo”
qual o tempo que
hoje nos é dado?
Cada dia que passa, assistimos à
destruição do positivo que foi construído, em resultado da acção libertadora de
há 40 anos!
O país está vendido, em grande
parte e a pataco, ao estrangeiro!
A emigração de muitos
portugueses consuma-se, levando consigo muito do saber e da capacidade
indispensáveis à desejada recuperação de Portugal!
Os roubos permanentes a que os
portugueses são sujeitos, da parte dos que deviam protegê-los e prover pelo seu
bem-estar estão a destruir a esperança no futuro!
A ausência de uma justiça igual
para todos provoca o descrédito do que deveria ser um Estado de Direito!
Os detentores do poder
assumem-se, cada vez mais, como herdeiros dos vencidos em 25 de Abril de 1974!
As desigualdades, consumadas no
aumento do enriquecimento dos que já têm tudo e no cada vez maior
empobrecimento dos mais desfavorecidos, transforma a nossa sociedade num barril
de pólvora que apenas será sustentável numa nova ditadura opressiva, com o
desaparecimento das mais elementares liberdades.
O medo, pelo futuro, cada vez
mais, propaga-se em variados sectores da sociedade!
Como há já alguns anos,
manifestamos a nossa indignação face aos acontecimentos que se estão vivendo em
Portugal e configuram, sem a menor dúvida, um enorme e muito grave descrédito
dos representantes políticos, um logro à confiança dos cidadãos e um
desprestígio para o nosso País.
A Democracia baseia-se num pacto
social, onde os cidadãos elegem os que consideram os mais indicados para gerir
os assuntos públicos e para os representar durante um período de tempo
previamente acordado.
A Democracia não é, nem pode ser
jamais, a concessão a uns quantos de uma patente de pilhagem para se
enriquecerem durante quatro anos ou mais!
A Democracia tem o seu
fundamento na confiança que os representados têm nos seus representantes e na
lealdade destes perante quem os elegeu.
Quando essa confiança é traída e
essa lealdade desaparece, o prestígio e a legitimidade moral da classe política
desmoronam-se e o cimento da Democracia apodrece.
Tudo isto tem-se agravado, cada
ano que passa.
Porque continuamos a considerar
que a antecâmara do totalitarismo surge quando num Estado de Direito a classe
política perde o seu prestígio, porque se transforma numa espécie de casta que
deixa de servir os interesses de todos para servir apenas os seus próprios
interesses.
E, porque queremos lutar pela
manutenção da Democracia, que apenas será viável pela reafirmação dos valores
de Abril, proclamamos a imperiosa necessidade de:
Assunção de um compromisso
nacional na defesa e manutenção do Estado Social que legitimamente satisfaça as
necessidades básicas, erradique a pobreza “vergonha de nós todos”, e abra um
caminho de esperança e de luz para o sector mais desprotegido da sociedade
portuguesa que lhe possibilite o acesso à formação, educação e emprego.
Assunção de um compromisso
nacional para a promoção de um duradouro programa de educação e investigação
científica, para qualificação dos jovens nas áreas fundamentais da
globalização.
Assunção de um compromisso
nacional para a promoção de um programa duradouro do sistema judicial, de forma
a tornar a justiça mais célere e mais próxima dos cidadãos, sem descriminação
entre pobres e ricos.
Assunção de um compromisso
nacional duradouro de um programa de emprego agregador e integrador dos vários
saberes e competências acumuladas, que incentive o regresso de milhares de
“cérebros” forçados à emigração, que incorpore jovens licenciados, agregue
adequados programas de formação para jovens que abandonaram os estudos, e para
trabalhadores activos que necessitem actualizar e melhorar saberes e
competências.
Assunção de um compromisso
nacional e duradouro de um programa de desenvolvimento económico sustentável à
adopção dos objectivos enunciados para a manutenção do Estado Social e dos
programas de educação, justiça e emprego.
O governo e a cobertura que lhe
é dada pelo Presidente da República protagonizam os fautores do “estado a que
isto chegou” razão pela qual não serão eles a quem possa continuar a confiar-se
os destinos de Portugal.
Torna-se, por isso, urgente uma
ampla mobilização nacional para sermos capazes de aproveitando as armas da
Democracia mostrar aos responsáveis pelo “estado a que isto chegou” um cartão
vermelho, que os expulse de campo!
Temos de ser capazes de expulsar
os “vendilhões do templo”!
Os desmandos e a tragédia da
actual governação não podem continuar!
Igualmente, temos de ser capazes
de retornar às Presidências de boa memória de Ramalho Eanes, Mário Soares e
Jorge Sampaio!
O 25 de Abril foi libertação e
festa, passou por participação e desenvolvimento, mas passou também por
retrocesso e desilusão, fruto da corrupção e esbanjamento.
Hoje sofre revanchismo, roubo e
destruição.
Que se consubstancia em
despudorados ataques à saúde pública, à educação, à segurança social, ao
direito ao trabalho, ao direito a uma velhice sossegada, e aponta para o fim
das liberdades, da soberania e da democracia.
Temos de ser capazes de
ultrapassar os sectarismos, temos de ter a capacidade de, contrariamente ao que
normalmente acontece, e reconhecer o inimigo comum, mesmo antes de sermos
totalmente derrotados.
Vencendo o conformismo, temos de
ser capazes de resistir de novo, reconquistar as utopias, arriscar a rebeldia e
renovar a esperança!
Recolocados os valores da
madrugada libertadora, nessa altura, vencido o medo, poderemos então retomar a
esperança de continuar a construir Abril!
Viva Portugal!
Viva o 25 de Abril!
25 de Abril de Abril de 2014
Por mim não vos ofereço cravos, mas "um molho" de rosas. Lindas, cheirosas... Para mim as rosas são as rainhas das flores... mas têm espinhos; e eu "não estou aqui para (vos) enganar".
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APELO!
Participação Cívica e Direitos Fundamentais:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
--- Assine a petição AQUI ou AQUI, ou AQUI, ou AQUI
(Nota: Alguns dos sites "linkados" começaram por boicotar a petição impedindo as pessoas de assinar e, mais recentemente, suprimiram a página com as assinaturas. Apenas "Gopetition" se mantém acessível sempre)
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-- Denúncia de Agressão Policial
--- Com actualizações AQUI e AQUI
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-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa
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