2006/05/13

Com A “Verdade” Me (Nos) Enganas!

Esta expressão: “com a verdade me enganas!”, caracteriza um tipo de artimanha manipuladora que qualquer pessoa razoavelmente informada identifica.
O exemplo mais trivial que se pode usar é o do marido que regressa a casa tarde e que, inquirido pela mulher sobre onde esteve, responde: “estive com a outra!”. O senso comum estabelece que ninguém assume um tal acto e, por isso, a resposta deve ser entendida como tratamento de choque para pôr fim à conversa, dizendo uma verdade que só pode ser interpretada como mentira. Nestas situações, as mulheres mais avisadas respondem, frequentemente: “com a verdade me enganas!”

Ninguém acredita que o fundamento desta conversa toda seja a preocupação de criticar, ou tipificar, situações de infidelidade conjugal.
A questão é bem outra! Nesta história são os cidadãos do Mundo que andam a fazer “papel de corno!”
Neste artigo de Rumsfeld, publicado no New York Times a 27 de Setembro de 2001, o autor reconhece:
“Há quem acredite que a primeira vítima de qualquer guerra é a VERDADE”.
Para acrescentar:
“Mas, nesta guerra, a primeira vitória deve ser dizer a verdade.”
É caso para dizer: grande lata!!!
É importante atentarmos na “verdade” de Rumsfeld, a que nos põe, a todos, a fazer “papel de corno”.
Acrescenta este “paladino da “verdade” (a dele, obviamente): “A verdade é que esta guerra vai ser diferente de todas as outras”.
Mas reconhece: “será mais fácil descrever o cenário futuro em função daquilo que ele não irá ser”.
Na verdade, Rumsfeld esqueceu-se de considerar a nossa inteligência, individual e colectiva, e de “aprender” as lições da História quanto a estas matérias. Esqueceu-se de muita coisa e acreditou, demais, cegamente, estupidamente, na “nova” estratégia traçada para esta guerra. Todavia, há muita gente simples que encara estas denúncias da mesma forma que a mulher traída encara (ou se consaidera que deve encarar) a confissão do marido: "não é suposto que seja assim; é demasiado monstruoso e inacreditável para ser verdade!". Por isso temos de reconhecer o êxito da estratégia... embora reconhecendo que é, apenas, uma questão de tempo.

Qual é essa nova estratégia? Ele mesmo explica, num bom exemplo de que “com a “verdade” nos pretende enganar”:
“Esta guerra não vai ser levada a cabo por uma grande aliança cujo propósito seja vencer um eixo composto por potências hostis. Implicará, na realidade, “coligações móveis”, susceptíveis de (…). Diferentes países terão diferentes papéis (…). Alguns ajudar-nos-ão publicamente, ao passo que outros o farão em privado e em segredo (…)”

E, mais adiante, para que não restem dúvidas:
“Os fatos riscados dos banqueiros e as roupas usadas dos programadores informáticos serão os uniformes deste conflito, tanto quanto o serão os camuflados do deserto. (…)
Quando “invadirmos um território inimigo” poderá muito bem ser o seu espaço cibernético”.

Aqui deixem-me fazer um parêntesis para vos recordar que, por estes dias, foram dadas instruções aos agentes da CIA para criarem blogs e “invadirem” este espaço… Portanto, devemos estar preparados para a intensificação das provocações que todos bem conhecemos...

Mas há mais:
“O público assistirá, talvez, a um qualquer conflito militar espectacular (…) tal como viverá na ignorância de outras acções que conduzem a grandes vitórias

E, finalmente, a sua própria “sentença de morte”: “A vitória será dos americanos!”.
Eu acrescentaria: depois de “tratarem da saúde” a bandidos como Rumsfeld, ou Kissinger, como eles (americanos) tão bem sabem fazer… e farão, certamente, cedo ou tarde. Logo que se libertem dos manipuladores e falsos “amigos”.

Este documento merece toda a atenção. Ele cumpre várias funções, ao mesmo tempo, e nós devemos estar preparados e avisados. Afinal o documento até foi publicado; seria tolice desprezar o seu conteúdo e toda a preciosa informação que contém:
- Em primeiro lugar é a assumpção, clara e prepotente, da capacidade e da determinação de “impor uma verdade”, ao arrepio da lógica e das evidências, usando aquela máxima de que: uma mentira mil vezes repetida se transforma em verdade… sobretudo se não for desmentida ou contestada. Daí o muro, cerrado, de censura a todas as denúncias, que conta com a colaboração de todos os governos que conhecemos.
- Fornece uma série de pistas e instruções para os acólitos, os lacaios, os agentes da CIA, os "stay behind" e seu terrorismo, no que concerne à respectiva participação.
- Define, como estratégia, as posições de apoio, ou não, em cada momento, dos vários governos, como forma de controlo e de manipulação da opinião pública, como forma de neutralizar contestações mais genuínas. Por isso todos os governos ocidentais permanecem calados e subservientes, apesar de conhecerem, bem, aquilo que uma grande parte dos cidadãos só está a perceber agora: a dimensão, obscena e cruel, da monstruosa conspiração que foi o 11 de Setembro, os seus autores e objectivos; assim como a perversidade da actual “luta contra o terrorismo” empreendida pelos piores facínoras, terroristas, nazis, que a história conheceu, até hoje.

Na verdade, esta guerra é diferente de todas as outras e também tem de ser derrotada com novas armas…
- Aplica, afinal, as mais modernas técnicas de marketing, que determinam a criação de produtos concorrentes entre si, pela mesma empresa, de modo a manter o controlo do mercado, no final do ciclo de vida de cada produto. Portanto, muita atenção às “contestações”. Algumas podem ser encomendadas, tendo como único objectivo manter, em mãos “amigas, manipuláveis e controláveis” a liderança das manifestações de indignação e revolta dos povos…
Finalmente, comete alguns erros decisivos:
- Despreza a inteligência e a dignidade dos povos, a sua capacidade de resistência e de luta; a sua clarividência, porque despreza os próprios povos, começando pelo povo americano.
- Considerando todos os outros bandidos (governos) de quem recebem apoio e colaboração como meros lacaios, esqueceram-se das respectivas expectativas de participação no saque, de partilharem da “importância” dos grandes e poderosos, de se “garantirem” colaborando. E alguns já começam a se revoltar e a reivindicar “o seu quinhão”, porque não perceberam (nem aceitam) o seu papel de “aliados descartáveis”, que podem ser transformados em inimigos e atacados, se a evolução da situação assim o exigir.
Estes erros (que as circunstâncias e os pérfidos objectivos do “empreendimento” tornam inevitáveis) vão-lhes ser fatais!

Aviso:- Este blog está contra o encerramento das maternidades e apoia, incondicionalmente, a luta das respectivas populações para impedir mais esse crime do governo.

- Este blog luta contra este sistema eleitoral vigarista, pela valoração da abstenção, como condição de elementar democracia, porque permite a responsabilização dos políticos, que terão de passar a ter em conta o querer e o sentir dos cidadãos; mas também porque permite poupar muito dinheiro, com a exlusão dos 87 deputados que NÃO foram eleitos.