Neste post tentei explicar um pouco mais as minhas razões para não votar Jerónimo; e linkei os postes onde expressava as razões para não votar nos outros candidatos do G5 (Cavaco, Soares, Alegre e Louçã).
Também afirmei que, relativamente a alguns dos actuais problemas mais graves da nossa sociedade, o candidato que reúne um maior número de posições que merecem a minha concordância é o Prof. António Garcia Pereira. Como todos conhecem a minha opção abstencionista, prometi “revelar” os meus motivos para NÃO VOTAR GARCIA. Aqui estou a cumprir a promessa (no fim dum dia – de folga - chuvoso, daqueles em que apetece nada fazer…). Sim porque se eu achasse que se justificava, não teria qualquer problema em Votar Garcia e apoiar Garcia, mesmo continuando a clamar pela valoração da abstenção…
Há três assuntos relativamente aos quais estou inteiramente de acordo com as posições de Garcia Pereira. Três assuntos relativamente aos quais (pelo menos a algum deles) os outros candidatos têm posições com que não concordo, ou, no mínimo, ambíguas.
São eles:
Há três assuntos relativamente aos quais estou inteiramente de acordo com as posições de Garcia Pereira. Três assuntos relativamente aos quais (pelo menos a algum deles) os outros candidatos têm posições com que não concordo, ou, no mínimo, ambíguas.
São eles:
(1) A natureza dos magnos problemas da justiça e as responsabilidades dos respectivos “protagonistas”; os motivos concretos que nos conduziram até ao actual descalabro. O papel do processo Casa Pia e as responsabilidades do PGR (que já devia ter sido demitido há muito). A conclusão de que o "Estado de Direito" bateu no fundo.
(2) O tipo de opções políticas que nos podem permitir sair da crise e resolver os nossos problemas, garantir a sustentabilidade da segurança social, resolver os problemas do défice e das finanças públicas, etc.:
- não agravar as condições sociais, reduzindo vencimentos e pensões, nem agravar a carga fiscal, para colher impostos destinados a sustentar mordomias absurdas do políticos e quejandos, mas sim criar riqueza e emprego; organizar a economia; promover a produtividade nacional, implementar competência e rigor na gestão, e criar condições que garantam o ESCOAMENTO dos produtos portugueses.
(3) Atitudes que devem ser tomadas pelo Presidente em relação aos desmandos da governação, nomeadamente no que diz respeito às mentiras eleitorais do Primeiro Ministro e respectiva responsabilização. Neste particular, Garcia Pereira é o único candidato que tem uma posição digna e idónea; consentânea com o cargo a que se candidata.
E, perguntarão vocês: com tantos pontos de concordância, porquê não votar GARCIA?
Por dois motivos de monta:
(1) Porque há discordância em questões essenciais.
(2) Porque, se o voto é meu (e é) eu dou-o a quem entender que o merece POR INTEIRO, a quem reúna TODAS as minhas condições essenciais e não apenas algumas. Não voltarei a votar (no mal menor), desprezo o voto útil, e também não voltarei a votar “para expressar opinião”, ou em quem se candidata “para marcar posição”. Até porque eu não preciso doutros para expressar as minhas opiniões…
As questões de fundo que me separam de GARCIA começam na sua própria candidatura.
Eu não concordo com a apresentação de candidaturas partidárias, à Presidência da República. Acho que um candidato partidário não tem condições para ser “o Presidente de TODOS os portugueses”. Além disso, não voto em candidatos que sabem (e até o assumem) que não têm hipóteses de ganhar ou, de algum modo, influenciar o resultado da eleição. (Assim como só me candidataria para ganhar. Isto é para esclarecer uma discussão, lá de trás, com o Pedro, quando sugeriu que “podem sempre candidatar-se”).
Além de discordar da candidatura, em tais condições, também ouvi duas entrevistas do Prof. Garcia Pereira (aliás de grande qualidade e excelente conteúdo quando falou das questões enumeradas acima, que merecem o meu apoio), uma na TSF e outra no canal 1 da RTP, onde o candidato se referiu ao actual governo como tendo “maioria absoluta”. Um governo eleito com 29,3% dos votos dos eleitores, como este de Sócrates, não tem maioria absoluta... nem relativa.
Afirmar ou admitir isso é desprezar, ignorar, os abstencionistas e os seus direitos de cidadania e eu acho que não posso nem devo ter consideração por quem a não tem por uma tão grande percentagem dos seus concidadãos.
Portanto, o Prof. Garcia Pereira inclui-se no grupo daqueles que não se podem queixar de ser ignorados pelos “maiores”, visto que ele também ignora uma tão grande quantidade de gente. Acredito que seja “defeito” dos partidos, mas isso só me faz estar contra os partidos, que não conseguem ser civilizados, ocupar o lugar que lhes compete e não “ocuparem”, se apropriarem de, espaço alheio.
Os partidos já começaram, há muito e por opção própria, a ser mais prejudiciais à sociedade, do que úteis. Isso vai ser terrível, sobretudo para os próprios partidos...
Todavia, há questões mais profundas que me fazem Não votar GARCIA.
Destas a principal é não conseguir perceber, do que diz o candidato, (tal como acontece com todos os outros candidatos) a ideia que faz das medidas concretas, dos procedimentos objectivos que são necessários e que podem ser “impulsionados” pelo Presidente, para resolver os nossos magnos problemas. Como eu tenho ideias claras e objectivas acerca disso, procuro, em tudo o que os candidatos dizem, alguma pista que me permita perceber o que há de concreto nos seus discursos. Não há NADA! Acho que, se algum deles tivesse ideias claras e concretas, nesta matéria, eu perceberia…
No entanto, para além de os candidatos deverem “ter ideias claras e concretas” acerca do que é necessário fazer, de quais as medidas, também é necessário reunir as condições essenciais que permitam a concretização dessas medidas. Uma dessas condições, insubstituível, imprescindível, é o apoio da maioria da população; que é como quem diz, o reconhecimento, por parte da população, de que o candidato é um líder e de que as “ideias” são boas, são as adequadas…
Se o Presidente exige (do governo e das restantes instituições) cumprimento de promessas e “medidas”, ou implementação de “políticas”, mas não sabe “quais” as medidas concretas, nem “como”, e/ou se não tem apoio suficiente para enfrentar interesses instalados, facilmente pode ser torpedeado e/ou boicotado, ficando o país sem saídas e refém “das forças de bloqueio”.
No entanto, para além de os candidatos deverem “ter ideias claras e concretas” acerca do que é necessário fazer, de quais as medidas, também é necessário reunir as condições essenciais que permitam a concretização dessas medidas. Uma dessas condições, insubstituível, imprescindível, é o apoio da maioria da população; que é como quem diz, o reconhecimento, por parte da população, de que o candidato é um líder e de que as “ideias” são boas, são as adequadas…
Se o Presidente exige (do governo e das restantes instituições) cumprimento de promessas e “medidas”, ou implementação de “políticas”, mas não sabe “quais” as medidas concretas, nem “como”, e/ou se não tem apoio suficiente para enfrentar interesses instalados, facilmente pode ser torpedeado e/ou boicotado, ficando o país sem saídas e refém “das forças de bloqueio”.
É essa, aliás, a chantagem constante dessas mesmas “forças de bloqueio”, quando falam e insistem, sem cessar, na “estabilidade” que, como se vê, não é estabilidade nenhuma, nem para lá caminha.
Daí eu achar que só é possível mobilizar os cidadãos para o voto e para as mudanças necessárias e imprescindíveis, se eles perceberem a existência destas condições que enumero…
Estas condições são, sempre, importante. Mas são imprescindível, nas nossas condições, para sair da fossa. Doutro modo não é possível.
Estas condições são, sempre, importante. Mas são imprescindível, nas nossas condições, para sair da fossa. Doutro modo não é possível.
Aqui reside uma divergência de fundo entre mim e este candidato e é por isto que eu acho absurda e “ingénua” a sua tentativa de promover a candidatura de Freitas do Amaral. Este é um dos políticos portugueses que me merecem maior consideração, por evidenciar honestidade e idoneidade nas suas posições; mas nem por isso eu acho que seja o candidato a presidente que possa reunir as condições essenciais, quer quanto à capacidade de fazer TUDO o que é necessário fazer, quer quanto à mobilização e apoio dos cidadãos. Portanto, seria, igualmente, uma candidatura de continuidade, que não permitiria resolver coisa nenhuma, como acontece com todas as existentes…
O Prof. Garcia (e os outros) deviam perceber que o espaço político se esgotou, está completamente desacreditado, e que é necessário “renovar” e até talvez “procurar” noutros quadrantes. Por isso eu acho que os candidatos deveriam ser apartidários… E defendo uma maior liberdade de expressão, para que possam “aparecer” os líderes, as “referências” que nos faltam e existem, na sociedade…
É por tudo isto que eu acho tão importante defender e lutar pela valoração da abstenção, como forma de criar as condições (de responsabilização) que permitam vir a resolver, de facto, os nossos problemas. Não darei o meu voto a qualquer político que não assuma, como condição básica, esta questão, por inteiro e com todas as consequências. Todos os que “nos” ignorarem serão ignorados…
Em conclusão, como o voto é meu e tenho o direito de só o dar a quem o mereça, por inteiro, não voto, porque me recuso a participar em palhaçadas, a sancionar uma qualquer solução de “mais e pior do mesmo”, a contribuir para prolongar os nossos desesperos e angústias, porque nenhum dos candidatos vai contribuir para mudar o essencial, para resolver o que quer que seja.
A esmagadora maioria dos eleitores sabe disto e vota no que considera “o mal menor”, com plena consciência deste facto (amplamente reconhecido por todos), mas vota, na mesma, porque não percebe o caminho a seguir para encontrar a saída, as soluções…
Nesse contexto, tenho de confessar que o que eu realmente queria era que todos os que têm esta consciência não votassem… porque assim estaríamos mais perto da resolução dos nossos problemas… Embora sabendo que o que eu queria não vai fazer a menor diferença… sendo a abstenção da exclusiva responsabilidade dos candidatos, de todos os candidatos…
Nesse contexto, tenho de confessar que o que eu realmente queria era que todos os que têm esta consciência não votassem… porque assim estaríamos mais perto da resolução dos nossos problemas… Embora sabendo que o que eu queria não vai fazer a menor diferença… sendo a abstenção da exclusiva responsabilidade dos candidatos, de todos os candidatos…
Talvez sobretudo dos que concorrem para não ganhar, porque interiorizam e “impõem” aos seus apoiantes a sua total e absoluta “insignificância”. Com tanta gente descontente, e que está contra, é um “pecado” impor a alguém a sua própria insignificância. Nestas coisas a gente tem a importância que quiser (que for capaz de conquistar) sobretudo se souber “estar com” todos os que pensam e sentem o mesmo.
Por isso eu não compreendo que estes candidatos optem por ficar ao lado dos restantes partidos, sancionando os seus crimes, participando e colaborando na palhaçada, ao invés de estarem com a população mais indignada e inconformada, com a maioria.
Será que consegui me explicar convenientemente?
Por isso eu não compreendo que estes candidatos optem por ficar ao lado dos restantes partidos, sancionando os seus crimes, participando e colaborando na palhaçada, ao invés de estarem com a população mais indignada e inconformada, com a maioria.
Será que consegui me explicar convenientemente?