2006/01/12

Porque Detesto O PCP, Porque Não Voto Jerónimo.

Neste post referi os motivos porque não voto em Cavaco nem em Soares. Neste outro, estão alguns dos motivos porque não voto Alegre, nem Louçã, nem Soares. Daqui podem-se inferir, também, razões que me levam a negar o meu voto a Cavaco, Soares e Alegre. Aqui dei outros motivos para não votar em Cavaco, tal como aqui. Ali, estão mais motivos, de monta, para eu não votar Soares… Já neste post, mais antigo, refiro alguns dos motivos porque não voto em Louçã, ou Jerónimo.
Enfim, por todo este meu blog existem muitos textos que "explicam" porque me abstenho e me bato pela valoração da abstenção...

Hoje decidi explicar outros motivos que me levam a repudiar a candidatura de Jerónimo, à Presidência.
Jerónimo, a meu ver, é um mero “papagaio” do PCP.
Este meu génio irreverente (alguns dirão malcriado), inconformista, rebelde, “desalinhado”, não é de agora. Se tiverem isso em conta, não estranharão a história que vou contar.

Pouco depois do 25 de Abril, frequentava eu o “Liceu” Pedro Nunes, elegeram-me para representar a turma, tendo a eleição decorrido na minha ausência.
Na primeira reunião de delegados de turma, estrutura que estava totalmente dominada por caciques do PCP (havia mesmo um, exterior à Escola, que vinha apenas para controlar), apresentou-se, também, um colega meu, de turma (que não tinha sido eleito), elemento do PCP, que estava ali para sancionar, tutelar, ou não, as minhas posições.
E sabem porquê?
Porque, segundo ele, o (ou a) autor da ideia da minha eleição terá “justificado” a escolha dizendo que “eu falava muito…”. E, com este estratagema, tentaram me manipular e humilhar, me afectar psicologicamente, de modo a que consentisse na cabala.
Portanto, segundo as opiniões deste meu colega de turma e do cacique, eu devia permitir a presença daquele (o meu colega de turma), na reunião de delegados, com direito a opinião.
Quem me conhece um pouco melhor já está a ver o resultado deste golpe… Mas para quem não imagina, eu conto.
Logo que me confrontaram com a situação, nos termos que descrevi, respondi que fora a mim que a turma elegeu, se o outro queria contestar a eleição que o fizesse, na turma. Portanto, na reunião, ou ficava eu ou o outro “intrometido”; mas os dois é que nunca! “Caiu o Carmo e a Trindade”; submeteram-me a todo o tipo de coacção, com insultos e injúrias pelo meio. Como, mesmo assim, eu recusasse ceder, o “cacique” virou-se para mim e disse-me, no meio de impropérios: - “tenho um wolkswagen (naquela altura, um carocha), com a matrícula ….?..., de cor …?...; quando te apanhar a atravessar uma rua atropelo-te e mato-te!”…
Não me lembro de, em qualquer outra altura, ter sido alvo de ameaças, terroristas, assim tão claras e explícitas como esta…
Abandonei a reunião (porque o outro teimou em ficar) e fui colocar a questão à turma, obviamente. Voltaram a eleger-me e proibiram o outro de participar nas reuniões, em representação da turma. Este “outro” desistiu, (deixou de frequentar a escola) em pouco tempo. E o cacique também desapareceu…
A mim a experiência serviu para compreender a natureza, pérfida, do PCP; o seu comportamento reaccionário e incompatível com a democracia…
Mas não é só por isso que eu não voto em Jerónimo. É que, ao longo dos anos, “a natureza” do PCP não se alterou, pelo contrário.
Vejamos os motivos, próximos, da minha repulsa (que são apenas repetições, exemplos, do que o PCP tem feito, sempre, ao longo destes 30 anos de “democracia”):
Todos conhecem a “novela” do referendo sobre a lei do aborto. A meu ver, essa lei, absurda e ilegítima, pelos motivos que explico aqui, continua em vigor porque nesta “novela conspirativa” estão envolvidos o actual Presidente (que recusou este referendo pretextando a “necessidade” de realizar um outro, tão importante, que nem chegou a acontecer… este presidente é um homem de visão); envolve também o TC (que rejeitou a nova convocação do referendo com pretextos absurdos, com a colaboração do seu elemento afecto ao PCP); e, até pelo que fica dito, envolve também, e muito, o PCP.
Este é um exemplo, mais um, em que o PCP demonstra que, para afirmar o seu “poder” e se afirmar na política, não olha a meios. É um exemplo, mais um, onde o PCP demonstra que só está interessado em se afirmar, nem que, por esse objectivo, colabore em cabalas e viole as regras da democracia. Ah! O PCP apressou-se a “justificar” a decisão, absurda, do Presidente, quando recusou o referendo (pelo tal outro, que não aconteceu)… Tudo farinha do mesmo saco. Entretanto, as pessoas que estão a ser molestadas, ilegitimamente, com esta lei absurda, continuam a sofrer… devido à lógica, cretina, que o PCP usa para decidir as suas atitudes e se afirmar…
Todos conhecem aquela coisa escabrosa que tem sido designada como “Processo Casa Pia” e, no seu âmbito, os muitos abusos de poder, distorções e omissões (para não entrar em detalhes mais escabrosos), cometidos ou consentidos e “apadrinhados” pelo PGR. Qualquer pessoa minimamente digna reconhece que o PGR devia ser responsabilizado por todos os abusos cometidos e consentidos e, no mínimo, devia ser demitido. São muitos os exemplos, na blogoesfera e não só, de pessoas que subscrevem esta opinião. Neste link e neste, (donde destaco: De Sousa Franco encarregou-se o destino, do resto tratou Souto Moura. Nunca tão poucos decidiram o destino de uma democracia), estão dois exemplos do que digo, mas há mais…
Como todos sabem, o candidato Jerónimo visitou, recentemente, o PGR, tendo atribuído as “culpas” do desenrolar do escândalo da Casa Pia, “a pressões partidárias” e defendido que “o PGR deve cumprir o mandato até ao fim”…
Eu concluo, daqui, que o PCP é um partido sem dignidade. Quem foi que disse que os actos do PCP se pautam por critérios dignos e idóneos da sociedade?
É claro! A “dignidade” dos actos do PCP desaparece quando existem elementos seus envolvidos nas cabalas e/ou quando as cabalas atingem outros partidos e o próprio é poupado… O que faz com que "a conversa" do PCP seja apenas demagogia, da mais primária...
Como eu acho que os nossos principais problemas estão no não funcionamento da justiça e na impunidade garantida à alta criminalidade (por estas vias), bem se vê que não acredito nas “boas intenções”, nas falácias, do PCP, que assim tem demonstrado a sua verdadeira natureza e a sua cumplicidade com os nossos piores flagelos…
São apenas alguns dos MUITOS motivos que me fazem não votar Jerónimo.
Acerca destas questões, e não só, o candidato que assume posições mais dignas, que merecem a minha concordância, é Garcia Pereira. Em próximo post explicarei porque não voto Garcia…

Nota: Não pretendo influenciar as opções de ninguém (não é necessário: os abstencionistas são, já, em número suficiente), apenas explicar os MEUS motivos…