2004/10/25

Partilhando Informação!

Partilhando Informação!
A forma como cada um interpreta o que ouve, o significado que dá aos factos da vida de que tem conhecimento, a análise que faz de cada situação, estão condicionados, sempre, pelas suas próprias experiências, conhecimentos e conceitos. De todos estes factores, a experiência é o que deixa “marcas” mais profundas.
Não admira que uma mesma “informação” tenha inúmeras interpretações, quando ouvida por muita gente. É por isso que os políticos, quando em campanha eleitoral, dizem generalidades (tal como os adivinhos). É que, depois, cada um interpreta como quer e “ouve” aquilo que gostaria de ouvir, interpreta segundo as suas simpatias (ou necessidade de acreditar que alguma coisa vai melhorar).
Infelizmente, na nossa política, o leque de interpretações reduz-se, cada vez mais, com vantagem para as mais pessimistas, devido aos inúmeros enganos, logros, em que as pessoas já acreditaram, em vão.
Não há dúvida de que “as conversas são como as cerejas”! Neste caso, os pensamentos. Vinha tudo isto a propósito (ninguém consegue adivinhar) dum comentário que deixei, salvo erro em www.bde.weblog.com.pt, num artigo que referia uma notícia de capa dum certo pasquim que dá pelo nome de “O Crime”, dizendo que Manuel Mª Carrilho financiou obra da pedofilia, segundo relatório dos Serviços de “inteligência”.
Vejamos, segundo os dados de que disponho, quem protegeu, ocultou e deixou impune, (oculta, protege e deixa impune) o quê e porquê.
Quando eu estudava no Técnico, no final da década de oitenta do século passado, havia lá um laboratório de análises de águas (não sei se ainda existe), dirigido por um indivíduo de meia idade, homossexual, que gostava muito de rapazinhos! Para dispor de dinheiro, para poder satisfazer os seus gostos, usava e abusava das análises urgentes. O esquema era o seguinte: Empresa que pedisse uma análise, ou pagava urgência, ou nunca mais tinha a análise feita. A urgência custava muito mais, mas, embora o recibo fosse passado pelo valor total, na cópia para a Universidade, figurava, apenas, o valor da análise normal. Ou seja: os valores da cópia e do recibo não coincidiam. A diferença era embolsada pelo analista, que repartia uma parte com a funcionária mais antiga. O pretexto era que “o valor da urgência é para o analista”. Seria, possivelmente, para pagar trabalho extra; mas, com o esquema acima, todas as análises se transformavam em urgentes; e o trabalho “extra”, era feito nas horas normais de serviço.
Haverá por aí alguém, com conhecimentos, para me dizer como é que se chama isto de fazer um original dum recibo com um valor e a cópia, para a instituição, ter um valor diferente? Menor? Isto passou-se durante muitos anos e toda a gente sabia, não apenas do facto, mas também do destino que era dado ao dinheiro assim apropriado. Pelo menos enquanto tive contacto directo com o assunto, nada aconteceu!
A história que se segue, é mais recente e ouvi-a à D. Eugénia. Prometo que vos hei-de apresentar a D. Eugénia, noutra altura. Ela não se chama Eugénia, mas eu preciso dum nome, porque não posso estar aqui a escrever os nomes exactos das pessoas.
A Dra. Eugénia contou, muito indignada, na minha presença, já há mais de 4 anos, a propósito dos desmandos da justiça e da impunidade dos juízes, que uma sua explicanda, que trabalhava, então, no Centro Comercial Espaço Chiado, terá dito, numa conversa a quatro, que havia um juiz que se encontrava com rapazinhos, lá no C.C. Destes encontros resultavam, com frequência, cenas de violência e desacatos, que os seguranças abafavam, não chamavam a polícia, porque se tratava dum juiz. Faço notar que, quando tive conhecimento destas histórias, não se falava em pedofilia.
Este tipo de protecção, a este tipo de situações e a este tipo de gente, contrasta, flagrantemente, com a história das pessoas que trabalhavam na Santa Casa e que foram corridas, apenas por serem honestas e dizerem o que realmente pensavam. Casos de que existem exemplos, às montanhas, na nossa sociedade. Só eu, à minha parte, posso contar, relatar, algumas centenas de exemplos, alguns vividos por mim. Ou seja, só ter opinião e assumi-la, sendo honesto, é que é crime, passível da mais terrível punição: o despedimento!.
Por isto tudo, mas não só, sempre achei que o Processo da Casa Pia é uma “história muito mal contada”. Até porque também aí (na Casa Pia) existiu sempre gente que se queixou e tentou denunciar e que foi silenciada, quando não punida! Isto torna mais repugnante o papel (e o desplante) da comunica social, porque é aí que se silencia tudo, neste país!
Não admira que, quando me caiu nas mãos o conteúdo do “blog” Muito Mentiroso, eu tivesse gritado: “Eureca”! Assim a história faz muito mais sentido.
Recordo que o “Muito Mentiroso” contém os “outros” nomes de gente “importante” referidos pelas “testemunhas frágeis e protegidas”, como é o caso do prisioneiro da cadeia de Setúbal. Para quem esteja mais desatento, recordo que, nesse documento, figuram nomes como: Paulo Portas (que seria conhecido como “Catherine Deneuve”); Luís Filipe Pereira, Valente de Oliveira, Eurico de Melo; Paes do Amaral ("patrão" da TVI), etc. Para além dum tal juiz Caramelo e de outros.
Quando vi, no “Muito Mentiroso”, a história do juiz Caramelo, com tantos pormenores, tão coerentes e verosímeis, exclamei: “Se se chama Caramelo, não sei, mas não tenho dúvidas de que existe pelo menos um “caramelo” dum juiz, envolvido nestes circuitos, talvez tanto ou mais do que o embaixador”. O "Bibi" até tinha, e alardeava, protecção judicial (e tem, os inocentes é que não)!
Ah! Deixem-me recordar que o embaixador é um “ilustre” condecorado deste país. É assim; as pessoas cometem os mais infames crimes, durante toda a vida e ninguém sabe, ninguém dá por nada (ninguém ouve as denúncias, quando é o caso de ser verdade), a ponto de serem, até, “condecorados”. Onde é que andavam, nessa altura, os Serviços de Inteligência? Se não servem para prevenir estas coisas e nos livrar disto, para que servem? Então isto não são enxovalhamentos do País e da sociedade, extremamente prejudiciais, que lançam o descrédito entre as pessoas (e perante os outros países)? Então esta gente só serve para fazer relatórios, a pedido, quando convém, com o que convém? Eles é que deviam ter evitado e prevenido tudo isto, actuando adequadamente e a tempo!
Não sei, nem isso interessa para o caso, se estes nomes (os dos “notáveis” referidos acima) são ou não os dos grandes criminosos, dos grandes pedófilos, cuja existência a comunicação social incutiu nos cidadãos portugueses. Nem, sequer, se são culpados ou não. Até porque os seus nomes aparecem como tendo sido referidos pelas mesmas “testemunhas” que acusaram pessoas como Carlos Cruz e Paulo Pedroso, que eu acredito estarem inocentes. O que sei, e vem ao caso, é que, sendo todos referidos pelas mesmas “testemunhas”, não se explica que uns tenham sido acusados e outros não; o que sei, e vem ao caso, é que todos estes nomes, e outros, estão no Processo desde, pelo menos, o verão de 2003 (e ainda lá estarão, se entretanto não desapareceram, muito convenientemente, com o pretexto dos extractos para processos separados, por exemplo). O que sei, e vem ao caso, é que foram referidos, na comunicação social, (através das famigeradas violações, selectivas, do segredo de justiça) nomes como os do Presidente da República e de António Vitorino, como constando de cartas anónimas, mas estes nunca foram referidos.
Se tivermos em conta isto tudo; o que isto tudo indicia de manipulação torpe e perversa da comunicação social; o que isto indicia de difamação conspirativa de dirigentes do P.S., e as pessoas todas que, desde o início, estiveram implicadas nisto tudo, bem se compreende como é “difícil”, para o Procurador, a investigação das violações do segredo de justiça.
Isto tudo só pode meter muito nojo e provocar muita indignação e revolta! Até porque indicia que uma boa parte destas pessoas (as notáveis), estão “protegidas”, sob chantagem, como é o caso, evidente, de Paulo Portas. Não se podem manter em cargos de altíssima responsabilidade pessoas que estão, claramente, sob chantagem, venha ela donde vier!
Bem, vou terminar por aqui! Isto não contém todas as informações que tenho, sobre o assunto, nem tudo o que, de escabroso, acho que este caso indicia, mas já contém alguns dados, destinados a desmascarar o comportamento, conspirativo e tendencioso, do SIS, ou lá o que é! Estas pessoas são tão arrivistas, que se denunciam, sem pudor, apenas para cumprirem a sua missão maior: conspirar, maquinar, aviltar-nos a todos!