2005/12/27

Cuidem Da Vossa Saúde!

Não se esqueçam de cuidar da vossa saúde e da dos que vos são próximos!

2005/12/23

BOAS FESTAS!














Então "interrompamos as hostilidades" que o tempo é de paz.
A quadra merece!
Bom! Não sei se "a quadra" merece, mas a humanidade e o Mundo merecem e necessitam, de certeza.
Portanto, deixemo-nos "ir na onda", no que a onda tem de bom!
Façam o favor de ser felizes, porque a felicidade nunca fez mal a ninguém!
Boas Festas para TODOS!
Que o Novo Ano nos permita ter uma sociedade melhor, um Mundo sem guerras!
Que permita recuperar a nossa esperança e a confiança, de cada um, no Mundo e na vida!

PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE!

Com Soares, Já Não Há Moral Para Criticar...

Este extenso relato, que se segue, eu encontrei, por aí, perdido nuns comentários.
Uma das razões que me leva a publicá-lo é que tentei comprar o livro de Rui Mateus e não consegui porque "está esgotado". Não se compra nem encomendando. Por isso aqui fica para que todos possam ler.
Mas a principal razão pela qual publico este artigo é porque tudo o que se diz é verosímil... explica, bem, os motivos em que assenta o descalabro de situação que se vive neste país, permitindo identificar os protagonistas e procedimentos responsáveis pela nossa desgraça colectiva...
...
"Com Soares, já não há moral para criticar Ferreira Torres, Isaltino, Valentim ou Felgueiras.

Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta distingue esta candidatura de Mário Soares, a Belém, das anteriores:
surge após a edição de Contos Proibidos – Memórias de Um PS Desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus.
O livro, que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial, veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de Soares e foi ignorado pelos poderes da República.
Em síntese, que diz Mateus?
- Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares fundou, com alguns amigos políticos, um grupo empresarial destinado a usar os fundos financeiros remanescentes da campanha.
- Que a esse grupo competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança.
(Comentário meu: será para calar e garantir a “colaboração” de Constâncio, que lhe foi atribuído o cargo que ocupa, com o vencimento escandaloso, de gangsters, que tem agora?)
- Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a reeleição de Soares.
- Que, não podendo presidir ao grupo por razões óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse amiúde com eles, para orientar a estratégia das empresas, tanto em Belém como nas suas residências particulares.
- Que, no exercício da sua «magistratura de influência» (palavras suas, noutro contexto), convocou alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi, Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal.
Note-se que o «Presidente de todos os portugueses» não convidou os empresários a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar de os contribuintes suportarem despesas da estada.
Que moral tem o país para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim Loureiro ou Fátima Felgueiras se acha normal uma candidatura presidencial manchada por estas revelações?
E que foi feito dos negócios do Presidente Soares?
Pela relevância do tema, ficará para próximo desenvolvimento.
(Publicado na «Grande Reportagem» nº 243, de 3 de Setembro de 2005)

O POLVO (2)
A ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem.

A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente (ver esta coluna na anterior GR) foi sedeada na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica, Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.
A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas de que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém – relata Mateus em Contos Proibidos.
Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro no grupo empresarial.
Diz Mateus que o Presidente queria investir nos “media”: daí o convite inicial para Silvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas ainda longe de conquistar o governo) visitar Belém. Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento.
Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa munido de um memorando interno sobre a sua associação a «amigos íntimos e apoiantes do Presidente Soares», com vista a «garantir o controlo de interesses nos media favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos, apoiar a sua reeleição». Interpôs-se porém outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas. Soares daria ordem para se fazer o negócio com este. O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais. Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu «mensalão».
Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção.
Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não prescrevem.
Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares.
O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das autoridades judiciais - episódio a merecer análise própria.
(Publicado na «Grande Reportagem» nº 244, de 10 de Setembro de 2005)

O POLVO (3)
O dinheiro do fax de Macau destinava-se «a quem o Presidente decidisse»

A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou pouco após a sua eleição (ver esta coluna na anterior GR) e, segundo Rui Mateus, em Contos Proibidos, contava «com muitas dezenas de milhares de contos ‘oferecidos’ por [Robert] Maxwell (...), consideráveis verbas oriundas do ‘ex-MASP’ e uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos».
Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia, Soares permite juntar no território administração pública e negócios privados.
Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a promessa de fabulosas receitas publicitárias. Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como «um dos grandes vigaristas internacionais», recua.
O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a empresa.
O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas sucedeu noutro contexto a Manuel Alegre.
Mas antes resiste, recusando devolver as acções e emperrando a reformulação do negócio.
E, quando uma empresa alemã reclama por não ter contrapartida dos 50 mil contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio de um fax a Melancia exigindo a devolução da verba.
O governador cala-se.
Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala.
Então Mateus dá o documento a O Independente, daqui nascendo o «escândalo do fax de Macau». Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia, de urgência, a Lisboa, Almeida Santos (membro da sua comitiva) para minimizar os estragos.
Mas o processo é inevitável.
Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores.
Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o eufemismo de «dávida política») não se destinou de facto a Melancia mas «à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse». Quem, afinal, devia ser réu?
(Publicado na «Grande Reportagem» nº 245, de 17 de Setembro de 2005)

O POLVO (4)
Inverosímil? Nada foi desmentido pelos envolvidos, nem nunca será.
Ao investigar o caso de corrupção na base do «fax de Macau» (ver esta coluna na anterior edição), o Ministério Público entreviu a dimensão da rede de negócios então dirigida pelo presidente Soares desde Belém.
A investigação foi encabeçada por António Rodrigues Maximiano, Procurador-Geral adjunto da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de inquirir o próprio Soares. Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então Procurador-Geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues.
Dar esse passo era abrir a caixa de Pandora, implicando uma investigação ao financiamento dos partidos políticos, não só do PS mas também do PSD – há quase uma década repartindo os governos entre si. A previsão era catastrófica: operação «mãos limpas» à italiana, colapso do regime, república dos juízes.
Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a apurar se o governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno de 250 mil euros.
Entretanto, já Robert Maxwell abandonara a parceria com o grupo empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio Presidente.
Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao grupo soarista, intenção que, segundo relata Rui Mateus, em Contos Proibidos, o magnata dos casinos de Macau lhe comunica «após consulta ao Presidente da República, que ele sintomaticamente apelida de "boss".»
Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o próprio Soares, durante uma «presidência aberta» na Guarda.
Acrescenta Mateus, no livro, que o grupo de Soares queria ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau, lançado ainda por Melancia, e onde estavam «previstos lucros de alguns milhões de contos».
Com estas operações, esclarece ainda Mateus, o presidente fortalecia uma nova instituição: a Fundação Mário Soares.
Inverosímil? Nada foi desmentido pelos envolvidos, nem nunca será.
(Publicado na «Grande Reportagem» nº 246, de 24 de Setembro de 2005)

O POLVO (CONCLUSÃO)
O anúncio da recandidatura de Soares veio acordar velhos fantasmas

As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em Contos Proibidos (ver anteriores edições desta coluna), tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos.
Em vez de investigar práticas porventura ilícitas de um chefe do Estado, os jornalistas preferiram crucificar o autor pela «traição» a Soares (uma tese académica elaborada depois por Estrela Serrano, ex-assessora de imprensa em Belém, revelou as estratégias de sedução do Presidente sobre uma comunicação social que sempre o tratou com indulgência).
Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio: comentar o tema era dar o flanco a uma fragilidade imprevisível.
Quando o livro saiu, a RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus – todos recusaram.
A omertá mantém-se: o desejo dos apoiantes de Soares é varrer para debaixo do tapete esta história (i)moral da III República, e o próprio, se interrogado sobre o assunto, dirá que não fala sobre minudências, mas sobre os grandes problemas da nação.
Com a questão esquecida, Soares terminaria em glória uma histórica carreira pública, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar velhos fantasmas.
O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwell.
Na cerimónia do Altis, viam-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos ou Ilídio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell.
Dos notáveis próximos da candidatura do «pai da pátria», há também homens da administração de Macau sob tutela de Soares, como António Vitorino e Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino, conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma fundação formada com dinheiros de Stanley Ho.
Outros ex-«macaenses» influentes são o ministro da Justiça, Alberto Costa, que, como director do Gabinete de Justiça do território, interveio para minorar os estragos de um caso judicial que destapou as ligações entre o soarismo e a Emaudio, ou o presidente da CGD por nomeação de Sócrates, Santos Ferreira, que o governador Melancia pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.
Será o polvo apenas uma bela teoria da conspiração?
(Comentário meu:
Porra!!! Para “Teoria da Conspiração” tem realismo e verosimilhanças a mais…)

(Publicado na Grande Reportagem nº 247, de 1 de Outubro de 2005)
gualter mimoso

Desmentido!

Desmentido!
O amigo Luís Bonifácio deixou, no post anterior, o seguinte comentário:

"Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.”
Esta afirmação é MENTIRA, pelo que aqui se escreve neste postal é uma CALÚNIA.
O primeiro cargo ministerial de João de Deus Pinheiro foi o de Ministro dos Negócios Estrangeiros já no 1º governo de Cavaco Silva (1985). Apenas mais tarde foi Ministro da Educação.
Antes de ocupar a pasta ministerial João de Deus Pinheiro era Professor e Reitor da Universidade do Minho. Como professor era responsável pela cadeira, entre outras, de "Mecânica de Fluidos", onde foi meu professor."

Claro que a minha primeira tentação foi devolver “a questão” à origem; que é como quem diz: ao autor do artigo que transcrevi.
Mas como é muito fácil confirmar estas coisas com uma simples busca, decidi “indagar” e encontrei o seguinte:

Extraído duma página dedicada a Deus Pinheiro e confirmado no respectivo curriculum para as eleições europeias:

PINHEIRO, João de Deus.
Nasceu em Lisboa (S. Sebastião da Pedreira) em 11 de Julho de 1945. Professor universitário e político. Licenciado em Engenharia Química Industrial pelo Instituto Superior Técnico (1970), obteve o seu doutoramento em Engenharia Química na Universidade de Birmingham, Inglaterra, em 1976. Iniciou a sua carreira académica na Universidade de Lourenço Marques, em 1970, transitando para a Universidade do Minho, em 1975, onde foi de Assistente a Professor Catedrático. Exerceu aí também as funções de Vice-Reitor e Reitor.
Eleito Deputado em 1985,1987 e 1991, foi:
- Secretário de Estado da Educação e Administração Escolar no VIII Governo Constitucional,
- Ministro da Educação no IX Governo Constitucional,
- Ministro da Educação e Cultura no X Governo Constitucional
e Ministro dos Negócios Estrangeiros nos XI e XII Governos Constitucionais. Entre 1993 e 1999, exerceu funções de Comissário Europeu. É desde o ano 2000, Reitor da Universidade Moderna, Administrador da Galpenergia, Presidente do Conselho de Administração da Lusotur-Golfes, membro do Conselho Superior da Fundação Ilídio Pinho, do Conselho Consultivo do Banco Privado Português, Presidente da Assembleia Geral da World Monument Fund e do Conselho Fiscal da SAPAS

Vejamos as datas de vigência dos governos referidos:
VIII Governo Constitucional (1981- 1983) P.M.: Pinto Balsemão
IX Governo Constitucional (1983-1985) P.M.: Mário Soares
X Governo Constitucional (1985-1987) P.M.: Cavaco Silva

E agora, Luís? Como é?

É óbvio que o facto de João de Deus Pinheiro não ser Ministro, mas apenas secretário de Estado (se for o caso), não permitiria concluir, como faz o Luís, que o que se escreve no artigo é calúnia. Na verdade, o respeito mínimo pelas regras da lógica não permite concluir pela calúnia, nem mesmo que Deus Pinheiro não fosse, exactamente, detentor de qualquer dos cargos…
Mas o caso é mais grave, porque o Luís diz que não e o curriculum do próprio diz que sim…

Sabe, Luís? Tirou-me um peso das costas. Porque eu odeio notícias falsas e caluniosas, que ainda me indignam mais se, por mero acaso, as reproduzo.
Já aconteceu isso com os terrenos da OTA, por exemplo. Mas, a julgar por este exemplo, deve-se duvidar, também, dos desmentidos…
Não se preocupe! Se Cavaco ou algum dos outros envolvidos merecesse, realmente, o meu apoio, consideração e confiança, não seria pelo facto de se publicar uma notícia assim que deixariam de o ter, mesmo que houvesse alguma réstia de verdade nela. Isto porque, quando avaliamos as pessoas, devemos ter em conta o peso relativo de defeitos e virtudes (que sempre existem) e o peso de cada um destes factores para a eficiência no exercício dos cargos… O problema, aqui, é que este tipo de coisas é coerente com o perfil dos envolvidos. ..
Que maçada! Não era nada disto que eu ia “postar” hoje…

2005/12/20

Uma Dívida De Gratidão!

Por imperativo de imparcialidade (e não só) aqui fica a transcrição dum post, obtido via "A Correspondência de Fradique Mendes"
...
O Luis Grave dá hoje notícia duma "imensa gratidão".
A não perder:
"Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.
Ora, embora esta acumulação de funções, muito certamente, nunca lhe tivesse suscitado dúvidas ou, sequer, provocado quaisquer enganos, o que é facto é que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco Silva.
Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova, na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por acumulação de faltas injustificadas.
Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia uma decisão definitiva sobre o assunto.
Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.
O facto é que o processo disciplinar instaurado ao Prof. Aníbal Cavaco Silva, e que conduziria, provavelmente, ao seu despedimento do cargo de docente da Universidade Nova, foi andando aos tropeções, de serviço em serviço e de corredor em corredor, pelos confins do Ministério da Educação. Até que, ninguém sabe bem como nem porquê... desapareceu sem deixar rasto... E até ao dia de hoje nunca mais apareceu.
Dos intervenientes desta história, com um final comprovadamente tão feliz, sabe-se que entretanto o Prof. Cavaco Silva foi nomeado Primeiro-ministro.
E sabe-se também que o Prof. João de Deus Pinheiro veio mais tarde a ser nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros de um dos Governos do Prof. Cavaco Silva, sem que tivesse constituído impedimento a tal nomeação o seu anterior desempenho, tido geralmente como medíocre, à frente do Ministério da Educação.
Do mesmo modo, o seu desempenho como ministro dos Negócios Estrangeiros, pejado de erros e sucessivas “gaffes”, a tal ponto de ser ultrapassado em competência e protagonismo por um dos seus jovens secretários de Estado, de nome José Manuel Durão Barroso, não constituiu impedimento para que o Primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva viesse mais tarde a guindar João de Deus Pinheiro para o cargo de Comissário Europeu.
De qualquer modo, e como é bom de ver, também não foi o desempenho do Prof. João de Deus Pinheiro como Comissário Europeu, sempre pejado de incidentes e críticas, e de quem se dizia que andava por Bruxelas a jogar golfe e pouco mais, que impediu, mais tarde, o Primeiro-ministro Cavaco Silva de o reconduzir no cargo.
A amizade é, de facto, uma coisa muito bonita...”
....
Comentário: vulgarmente, a isto chama-se "compadrio e tráfico de influências"... Gratidão é outra coisa...

2005/12/19

Expressão Eleitoral???

Acerca deste post, do Pedro, e respectivos comentários:
...
Concordo com Albizzia. Se o critério fosse seriedade não teríamos candidatos.
Podemos discutir isso, caso a caso, se for necessário... ou deixar a avaliação à consideração da população...
Portanto, quanto a esse requisito, estão todos em pé de igualdade...
Isto é tudo uma palhaçada, não agrava nem desagrava com a participação, nos debates, desses referidos pelo Pedro.
Outra questão, bem diferente, é a formalização da candidatura, que, essa sim, deve ser condição para participar nos debates...
Mas, o que me parece mais interessante nesta discussão é mesmo a "expressão eleitoral" de cada candidato.
Que grande treta, Pedro!
Expressão eleitoral?
Sem dúvida!
Desde que todos e cada um assumam, com seriedade, a sua verdadeira "expressão eleitoral". Não se esqueça de que existem mais de 45% dos eleitores que não se revêem nestes candidatos...
Está claro que os "candidatos do sistema", e o sistema, têm todo o interesse em avaliar, à priori, a expressão eleitoral dos outros que não podem tê-la porque são desconhecidos, sem se preocuparem com o repúdio de que são alvo, por parte dos eleitores, que se manifesta através da sua, reduzida e decrescente, "expressão eleitoral"...
O restante "trabalho" de legitimação dos desmandos duns quantos patifes com representatividades diminutas é feito pela vigarice do próprio sistema eleitoral.
O que me preocupa, no meio disto tudo, é que não é possivel resolver os problemas do país sem a população do país e, de entre ela, sem os seus elementos mais válidos e íntegros, que estão totalmente excluídos do actual panorama político.
Por isso tenho dito e repito: é necessário e imperioso valorar a abstenção, com todas as consequências.
Não se pode ter esperança na melhoria da "qualidade" da classe política, enquanto se mantiver um sistema eleitoral, vigarista e nazi, que necessita de excluir, do mapa dos cidadãos com direitos, tão elevadas percentagens de eleitores, para se "legitimar".
É apenas uma, simples, questão de introduzir, nos critérios, a isenção e objectividade necessários, com correspondência nos sentimentos da população.
A política tem de deixar de ser o domínio de "extra-terrestres" com legitimidade para validarem os seus próprios critérios, absurdos!
...

2005/12/17

Galeria(s) De Horrores!

As notícias:

Uma bebé de um mês e meio de idade, vítima de maus tratos, melhorou, nas últimas horas, e foi-lhe retirada a ventilação…

Jeni Canha revelou que lhe foram detectadas hemorragias intracranianas e na retina de um dos olhos, provocadas por "maus tratos severos". As "lesões extremamente graves", segundo a médica, "deixarão sequelas, designadamente neurológicas, sensoriais e outras".
"Maus tratos severos" desde que nasceu.
"Este é um caso extremamente chocante", referiu, lembrando que a menina tem 3,6 quilos de peso e apenas um mês e três semanas de idade
A pediatra aludiu ainda à existência de "equimoses antigas na face". Foi também identificada na criança "uma anemia aguda, por perda sanguínea".
Jeni Canha admitiu que a vítima "foi sujeita a maus tratos severos" no seio da família "pelo menos desde que foi para casa", após o nascimento.
Entretanto, o Hospital de São Teotónio, em Viseu, revelou hoje que pediu há cerca de um mês à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens da cidade para apoiar e acompanhar a bebé vítima de maus-tratos internada desde sexta-feira da semana passada, em Coimbra.

Comentário:
O termo “galeria de horrores” foi publicitado na comunicação social, como tendo sido usado pelo então bastonário da O.A., em relação à situação da justiça e suas vítimas.
Por maioria de razão se pode e deve usar aqui.
De facto, os estes casos dramáticos sucedem-se, sendo cada vez mais graves. Neste caso trata-se duma recém-nascida, que já tinha sido levada, noutras ocasiões, ao Hospital, sendo, SEMPRE, devolvido aos maus tratos. Até estava a ser acompanhada… (por cúmplices dos maus tratos)
O agravamento contínuo, destes casos, revoltantes, é, um pouco, o espelho da situação real do País, em todos os campos, SEM QUE OS GOVERNANTES FAÇAM ALGUMA COISA; façam o que devem, o que lhes compete, para acabar com as nossas calamidades “institucionais”…

A reacção do Ministro

O ministro da Solidariedade Social, Vieira da Silva, considerou "lamentável e chocante" o caso da bebé, mas disse também ser prematuro responsabilizar os técnicos da Comissão Protecção de Crianças e Jovens em risco de Viseu

Comentário:
De facto, Sr. Ministro, não são só as Comissões de Protecção de Menores que devem ser responsabilizadas…
Devem ser responsabilizados, também, ou sobretudo e principalmente, quem as nomeia.
Que raio de gente é esta?

Os comentadores:
Perante as referências de deficiência mental e violência feitas aos pais da bebé vítima de maus-tratos, o psiquiatra Manuel Guerreiro considera incompreensível a actuação institucional neste caso e lança um alerta ao funcionamento das comissões de protecção de menores .

Comentário:
Deve ser outro a achar que, se “isto” está mal, a culpa não é dos protagonistas…
Eles são protagonistas só mesmo para isso: para serem protagonistas; não para cumprirem com as suas obrigações, nem para serem responsabilizados pelas suas falhas, por mais graves que sejam; tão pouco para fazerem seja o que for.

Veja-se o caso da pequena Joana: a criança desapareceu, da Aldeia da Figueira, no Algarve.
A P.J. (investigação), de conluio com a justiça (Tribunais), montou uma cabala monstruosa para acusar, sem provas, os familiares de assassinato. Condenaram-se os familiares pelo assassinato, apesar de estarem inocentes… Mas a criança continua desaparecida.
E não há uma, sequer, “comissão de protecção de menores” que exija saber o que de facto aconteceu (ou ainda está a acontecer) à criança…
É no que dá quando se juntam, e se conluiam, duas galerias de horrores: a Justiça e a “protecção” de menores.

Os "poderes" do Presidente!

Publicado também em Editorial
Comentário que deixei em "O Eleito", acerca do "papel" do Presidente, a propósito de debates eleitorais e das "funçõeS" presidenciais"
...
Tenho dito, várias vezes (e mantenho) que sei como resolver os nossos piores problemas, em pouco tempo.
Não é novidade: basta pôr as instituições a funcionar, dar resposta adequada aos problemas concretos, NO TERRENO... ter um pouco de imaginação, de clarividência e de firmeza para implementar, duma só vez, um conjunto de medidas que façam inverter a situação que vivemos de forma irreversível...
E, mesmo respeitando os limites dos "poderes presidenciais", se alguém me perguntasse qual o cargo mais adequado para "alavancar" todas essas transformações, eu responderia, sem hesitar: "o do Presidente".
Porque é o cargo mais abrangente e mais influente e porque as medidas necessárias têm de "ser abrangentes"... para além de ser necessário garantir uma "postura de sentido de estado", de forma a acabar com os problemas salvaguardando as pessoas; não existe país sem povo... Isso só se pode fazer a partir da presidência...
Com o "nosso" panorama político, todas essas coisas, simples, que poderiam mudar, de vez, a nossa vida, são apenas MIRAGENS!
Basta olhar para a cara dos candidatos e escutar os absurdos que dizem para o perceber...

2005/12/15

Peixeiradas Vergonhosas!

Publicado também em "Editorial".
Publicado também em "O Eleito"
Se eu fizesse uma escala dos piores políticos da nossa praça, os menos dignos, os mais repugnantes, poria, em primeiríssimo lugar; Mário Soares;
A seguir colocaria, a par, José Sócrates e Jorge Sampaio (apenas porque Sampaio está no fim do seu mandato; já vai tarde!);
Em terceiro lugar, colocaria Cavaco Silva e a respectiva trupe;
E só depois colocaria Santana Lopes e afins… seguido de todos os outros.

O que não há dúvida é que isto é tudo gente nojenta!
Na generalidade, eles respondem aos problemas concretos, da sociedade e dos cidadãos, da mesma maneira que Maria Antonieta (a tal que “perdeu a cabeça”) respondia quando lhe diziam que os franceses não tinham pão. Dizia ela: “se não têm pão, comam “croissants””…
Não resisto a referir aqui, como exemplo, aquela afirmação, absurda, se Sampaio, acerca do PGR, dizendo que, se a justiça funciona mal, não é devido aos protagonistas???
É assim que eu vejo, também, as tiradas absurdas de Mário Soares, em todos os debates onde tem participado, nomeadamente no último (que eu vi em segunda mão), com Manuel Alegre.
É, de facto, Mário Soares igual a si próprio; tão demagogo e despudorado como sempre. Um verdadeiro “artista” da falta de dignidade (própria e colectiva)…
Na generalidade, eles falam dos problemas como se fossem marcianos, como se tivessem acabado de aterrar, vindos doutro planeta, sabendo nada acerca da realidade daqui...
Mas o cúmulo das tiradas absurdas, intelectualmente perversas, primárias, pertence (como é inevitável) a Mário Soares, como se pode ver aqui, tendo sido referenciado aqui.

Primeiro o cinismo, a hipocrisia. Soares disse:
“Nestas eleições presidenciais, gostaria muito que a renovação se fizesse pela geração de políticos que hoje tem 50 anos, mas isso não foi possível",
A seguir o primarismo abjecto, pérfido e odioso:
“Infelizmente, não temos maneira de fazer políticos em barro, como nas Caldas se fazem..."
Não tenhamos dúvida! Mário Soares é o refugo dos políticos "feitos nas Caldas". Só assim se compreende que, relembrando as suas origens, desse uma resposta destas...

Não adianta questionar, porque há pessoas cuja lógica é uma batata; mas sempre gostaria de saber o que dizem a isto os “aprendizes de feiticeiros” que costumam achincalhar o facto de nos referirmos aos políticos e outros responsáveis como “ELES”, em oposição a “NÓS”, os cidadãos.
Como vêem, para esta escumalha, os políticos têm de ser fabricados, como nas Caldas; os cidadãos não servem…
Ou seja: “Eles” são “eles” e “nós” somos “nós”, não há confusão possível, nem misturas, nem nada…
Como estas coisas são, SEMPRE, recíprocas, compreende-se melhor, assim, porque é que os políticos são tão desprezados pelos cidadãos. Bem o merecem!

Como todos vocês sabem, eu defendo que os nossos problemas não se resolvem porque não são colocadas as pessoas certas nos lugares certos. Existem as soluções e também existem as pessoas adequadas para as "implementar". Pessoas que os "políticos" profissionais destroem, sem dó nem piedade, como forma de conservarem a "exclusividade".
Os nossos problemas não se resolvem porque “Eles”, como políticos profissionais, pertencentes a outra "dimensão", acham que nada têm a ver com isso e porque ignoram e desprezam os cidadãos e as suas opiniões.
Mas, sobretudo, os nossos problemas não se resolvem porque não é possível “arrumar” uma casa sem remover o lixo. E, no nosso caso, está tudo entulhado de lixo; os cargos políticos e os outros. Por isso não “aparecem” as pessoas adequadas para cada cargo e função.

Mário Soares faz parte do lixo e pretende nos impor, como única escolha possível, o lixo… Os cidadãos não são opção… por isso ele tanto "valoriza" a experiência no desempenho de cargos políticos e governatios. Pode limpar-se à experiência, porque, para nós, tem sido uma experiência traumatizante...
É essa mesma: a nossa experiência, deplorável, do quão maus todos eles são, que me inibe de votar, tal como acontece a mais de 45% dos cidadãos eleitores...

2005/12/11

Coisas Que Eu Não Compreendo…

Não consigo compreender a “objectividade” dos mercados financeiros. E, talvez à semelhança de todos os outros seres humanos, acho que “a culpa” é dos mercados financeiros; acho que isso se deve ao facto de se tratar de circuitos especulativos, onde não há objectividade…
Mas hoje decidi desabafar estas minhas angústias.
Para perceber melhor qual a “minha culpa” fui consultar as cotações do PSI20.
Constatei que mais de metade das acções incluídas no índice têm cotações inferiores a 5 euros. Há até casos, como o das acções da Pararede cuja cotação é de 0,29€ (Vinte e nove cêntimos), menos de 60 escudos
Seguem-se as acções da Corticeira Amorim, a valer 1,48€, depois vem a Sonae SGPS (1,51€), seguida do BCP R (2,09€) e da EDP Energias (2,54€). Há ainda 4 outros títulos com cotações na casa dos 3 euros e mais dois títulos com cotação na casa dos 4 euros, perfazendo um total de 11 títulos com valor inferior a 5 euros…
Mas eu pensava que todas as acções tinham o valor nominal de 5 euros (mil escudos na moeda antiga)…
No entanto, o PSI20 “admite” cotações que são, apenas, 5% do respectivo valor nominal (Pararede). E ainda, como no caso da EDP, BCP e da Sonae, cotações que são, em média, cerca de 50% do valor nominal. Porém, incluem-se, neste “lote”, algumas das “nossas” maiores empresas… de gente muito rica e com grandes lucros, com “administradores” pagos “a peso d’ouro”. Há qualquer coisa, aqui, que eu não entendo…
Eu explico os porquês desta prosa:
No reinado de D. Cavaco, nos tempos áureos da especulação bolsista, uma pessoa que me estava próxima insistiu comigo para que “investisse”, na Bolsa. Dizia que, na sua família, várias pessoas tinham ganho muito dinheiro com isso... Apesar do meu cepticismo (não gosto de me meter em coisas de que não percebo e, se calhar, nem quero perceber) tanta foi a insistência que acabei por pegar nuns míseros tostões (cerca de 60 contos) e ir comprar umas acções. O bancário que me atendeu disse-me que só havia, para venda, acções duma dada empresa (que julgo já nem tem cotação na Bolsa) e lá dei a ordem. Foi quanto dinheiro perdi!
Cerca de 2 ou 3 semanas depois, D. Cavaco veio à televisão, fazer o favor (o frete) aos especuladores e dizer que as cotações eram especulativas.
A partir daí, todas as cotações desceram e, no caso das acções que eu tinha comprado, transformaram cada dez acções em uma, com uma desvalorização brutal. Acabei por vendê-las por menos de um décimo do valor que paguei.
Grande negócio que foi, para os especuladores, a conversa de D. Cavaco.
E assim se apropriaram das parcas economias de muitos pequenos investidores que ficaram esclarecidos, até hoje, acerca da idoneidade e fiabilidade dos “mercados financeiros”.
A situação da EDP, cuja recuperação económica acompanhei de perto, cujas acções foram todas vendidas acima do valor facial, é outro caso paradigmático, desta questão…
Também aí houve muita gente, incluindo trabalhadores da Empresa, que comprou julgado que estava a adquirir um valor seguro (à semelhança das anteriores obrigações da mesma empresa) e agora possuem cerca de um terço do valor investido. Os que venderam, já perderam, assim, as suas parcas economias.
Estes factos levantam-me outra questão e outras dúvidas:
Tenho afirmado, por aqui, algumas vezes, que os nossos problemas não se resolvem com retóricas, nem com discursos, sequer com boas intenções ou com promessas eleitorais. É comum eu dizer que a “conversa” não interessa nada, para resolver os problemas; que são necessárias ACÇÕES, tomar as medidas adequadas…
Agora imaginem a confusão que vai na minha cabeça ao perceber que, afinal,” a conversa” (como esta que refiro, de D. Cavaco, ou a outra “conversa da tanga” do Cherne (Durão), que nos mergulhou na recessão e provocou um aumento, brutal, do desemprego) até tem influência… sempre negativa, desastrosa…
Mas porque será que, neste País, as conversas (especulações) só conseguem ter consequências reais negativas…
Será porque estamos no domínio do especulativo, como no caso do “crash” (premeditado e conveniente) da bolsa, que prejudicou tanta gente e beneficiou alguns outros; ou será porque a realidade, desastrosa, só permite a concretização das desgraças?
É que, depois dos dicursos bonitos, dos apelos e das “preocupações”, não se vê aumentar, em proporção, a alegria e confiança e auto-estima das pessoas…
De facto, enquanto os nossos políticos e responsáveis teimarem em manter a actual estrutura económica (de impostos, etc.) absurda, recusando dar ouvidos ao bom-senso, só as “conversas” da desgraça têm reflexos na realidade. Os discursos “bonitos”, as promessas enganosas e falsas, não produzem efeito porque não podem produzir; a actuação das instituições e do Estado não deixam, os políticos não permitem…
E os candidatos? O que têm a dizer a isto? Mais conversa fiada, ou têm ideias claras quanto às medidas necessárias e seus efeitos?
Dos respectivos discursos, ou discussões ou debates, nada transparece, a não ser a habitual desorientação, que tanto nos tem prejudicado.
Eu sei avaliar a conversa, deles, porque tenho ideias, claras, sobre tudo isso!
Desculpem ter abusado da vossa paciência com este meu desabafo…
Publicado também em "Editorial"
Publicado também em "O Eleito"

2005/12/08

Rituais De Iniciação???

Publicado também em "O Eleito"
Publicado também em "Editorial"
Este post volta a colocar a questão da existência de líderes e da muralha de censura erguida (pelos OCS e pelos próprios políticos) à volta das ideias DISCORDANTES, diferentes.
É facto, generalizadamente reconhecido, que os políticos e deputados não representam nada nem ninguém, a não ser a si próprios e respectivos grupos de interesses.
É facto, generalizadamente reconhecido, que os cidadãos detestam os políticos, com um monte infindável de razões para os detestarem.
Portanto, concluiria qualquer pessoa minimamente bem-intencionada e honesta, é necessário que mude a forma de estar na política, mude a forma de governar, (sejam alterados os respectivos pressupostos) em função do sentir dos cidadãos, das opiniões da maioria das pessoas e para que os nossos problemas colectivos possam ser resolvidos.

Estamos em plena campanha eleitoral, para eleger mais um palhaço!
Em campanha eleitoral, o que se espera dos candidatos é que, no mínimo, finjam estar preocupados com os problemas reais e com a sua resolução… Em vez disso o que é que vemos?

Vemos Manuel Alegre (reconhecida a sua incapacidade para mobilizar os abstencionistas, a verdadeira maioria), dizer e repetir, como um disco rachado, que as medidas, pérfidas e criminosas, destrutivas, que o governo tem tomado devem continuar, mas que têm de ser EXPLICADAS, aos cidadãos.
Que tristeza, sr. Alegre!
Meta as explicações num sítio que você sabe, porque CRIMES não são passíveis de explicação, apenas de punição.
Que tal propor a valoração da abstenção e deixar ser o povo a decidir? Explicações precisa você mas é do significado da palavra DEMOCRACIA. Vá para o raio que o parta!

Por seu lado, Louçã (outro que nunca me enganou) entretém-se a EXPLICAR as atitudes perversas de Sampaio de “colaborar” com o governo de Durão, no apoio à guerra do Iraque, ignorando o sentir e a opinião manifesta da maioria da população Portuguesa e Mundial.
Diz ele que é como determina a constituição…
Mas eu pensava que o Presidente, tal como o parlamento, eram garantes da DEMOCRACIA, sendo mesmo função, explícita, do Presidente, “garantir o regular e adequado funcionamento das instituições”…
Será que se deve considerar que “as instituições” funcionam, quando a generalidade da população está contra? Afinal isto é uma democracia, ou é o quê?
Nestas história, quem é que está a precisar de EXPLICAÇÕES?

Entretanto Soares entretém-se com a sua demagogia falsa e despudorada, a sua argumentação falaciosa (o significado e interpretação das leis e regras é diferente a até antagónico conforme os seus próprios interesses…). Já não surpreende. Soares sempre foi assim. Por isso o país e a democracia estão no descalabro em que vivemos…

Ou seja, com estes (com qualquer destes) as grandes mudanças políticas e sociais, que podem permitir resolver os nossos prementes problemas resumem-se a: “mais do mesmo” e a “EXPLICAÇÕES”, tal e qual como defende qualquer demagogo, mafioso, bem instalado nos circuitos do compadrio e do tráfico de influências que enxameiam a “nossa” classe política, exaurindo os recursos do País para apropriação e proveito próprio.
É típico! Afinal eles são apenas POLÍTICOS, farinha do mesmo saco.

No caso destes dois (Alegre e Louçã) estas atitudes assemelham-se a “rituais de iniciação”, para serem aceites e tolerados pela escumalha que controla e decide os resultados eleitorais (detêm as “máquinas de manipulação” e controlam os manipuladores), provada que está a sua inaptidão (e ausência de vocação) para verdadeiros líderes, para mobilizarem a MAIORIA; ISTO É: OS ABSTENCIONISTAS.
Candidatos apartidários… Sei…

Qualquer candidato que consiga mobilizar a maioria dos abstencionistas, não precisa dos partidos para nada, ganha as eleições com a maior das facilidades e reúne condições para “promover” as medidas necessárias para resolução dos nossos problemas.
Estamos a falar de LÍDERES, de verdadeiros líderes (que existem), de gente que mereça, realmente, os vencimentos que os políticos auferem

Esta eleição será mais uma oportunidade perdida de resolver os magnos problemas do País…

2005/12/07

Justiça ao Serviço de Criminosos!

NoSilence, do blog "Muimentiroso" deixou, em comentário, um texto que publicou com este título.
Justifica-se reproduzi-lo, até porque, segundo tiveram a amabilidade de me informar, este blog "Sociocracia", é um dos que são vastamente referidos em, pelo menos um, processo(s) existentes no DIAP. Admito que seja (também?) am algum destes, ou em ambos.
Se não fosse o facto de a falta de idoneidade deste tipo de gente fazer com que não merecam qualquer consideração, seria caso para dizer que temos poucos leitores, mas de "qualidade", uma vez que, ao que parece, os textos deste blog estão, amplamente, reproduzidos nesse(s) processos.
Assim, só nos resta continuarmos a lamentar a pouca audiência deste blog e o factro de as nossas ideias não chegarem à esmagadora maioria da população...
...
Transcrição:
A Justiça, neste País, continua ao serviço de criminosos, que a usam para se garantirem impunidade, para punirem o crime de OPINIÃO.
Nete país os cidadãos não têm direito à indignação, nem a denunciarem os crimes a que assistem, nem...
Essa é a principal razão porque somos obrigados, por aqui, a manter o anonimato.
Este post deve-se ao facto de terem aparecido, no DIAP, dois processos, por denúncia caloniosa e difamação, etc. onde consta o documento que se transcreve abaixo.
Um dos processos: nº 13158/04.OTDLSB-0700, é da autoria de José Maria Martins, o mafioso, nazi, advogado do Bibi, contra as 12 pessoas que assinam o documento publicado neste post de Sociocracia;
O outro processo: nº3186/04.1JFLSB, é de autoria de Dias André e Rosa Mota, inspectores da P.J., (outros dois mafiosos, que tanto destroem o prestígio da P.J. e da Justiça) tendo por base o documento que se segue:
...
"À Procuradoria Geral da República
Rua da Escola Politécnica
LISBOA
DENÚNCIA
Fulana (seguem-se os elementos de identificação),

Vem denunciar os actos de conspiração contra o Estado de Direito, contra a democracia e contra a própria segurança do Estado que têm vindo a ser praticados por associações criminosas, através do aparelho do Estado, das Instâncias Judiciais e da comunicação Social. Constituíndo o resultado daquilo que a denunciante designa “CRIMINALIDADE INSTITUCIONALIZADA”, já há muito tempo.
Esta criminalidade tornou-se mais despudorada, arrivista e prepotente, com o desenrolar do “Escândalo de Pedofilia” actuando à vista de todos, de dentro das instâncias governamentais e judiciais, protegendo criminosos e prendendo inocentes; ao mesmo tempo que prossegue, através dos orgãos de comunicação social, uma cabala política, tendenciosa, que pretende, claramente, condicionar as escolhas eleitorais da população, inibindo o voto no principal partido da oposição; com o objectivo, óbvio, de perpetuar no poder o actual governo; numa espécie de golpe de estado institucional, contra a democracia, contra o Estado de Direito, contra os direitos dos cidadãos e contra a segurança do Estado.
Neste momento, pode-se dizer com realismo, que o País sofoca, refém deste TERRORISMO, exercido indescriminadamente sobre qualquer cidadão, através do aparelho do Estado e das instâncias Judiciais.
Um dos últimos exemplos desta conspiração é a divulgação do escândalo de pedofilia, nos Açores (governado pelo PS), quando se sabe, já há muito tempo, que este tipo de criminalidade actua impunemente na Madeira (governada pelo PSD), sendo mesmo abordada, pelo respectivo presidente do governo regional, como se se tratasse duma qualquer atracção turística.
O documento anexo nº 3, ilustra esta situação.

O grande problema é que o PS não percebe que os cidadãos não estão dispostos a votar num partido que se acovarda perante uma situação destas, não conseguindo resolver os seus próprios problemas, muito menos os do País. Sr. Dr. Ferro Rodrigues, não conte com nenhuma maioria absoluta!
E para que o Sr. Procurador Geral da República (cujo grau de implicação se desconhece, mas existe), não volte a desculpar-se, como fez, acerca dum artigo publicado numa revista estrangeira (artigo publicado no "Le Point"), que não se justificava actuar, porque não eram referidos os nomes, junta-se o documento anexo nº 1, retirado da Internet, porque o seu conteúdo é indesmentivelmente verosímil e é confirmado, todos os dias, por mais algum acontecimento tenebroso e racionalmente inexplicável.
Também se transcrevem alguns dos nomes referidos no anexo nº 1, como implicados nesta monstruosa conspiração e em tráfico de droga, para que não restem pretextos de desculpa:
Alguns dos denunciados são:

- Dias André, inspector da Polícia Judiciária, que, para além do mais, reconheceu publicamente estar envolvido num assassinato, quando ameaçou processar Raquel Cruz, por uma das suas crónicas, que não o identificavam claramente;
- Rosa Mota, inspectora da Polícia Judiciária
- Paulo Rebelo, chefe de Dias André
- Dr. Cunha Rodrigues
- Dr. Gonçalves Pereira e Bonina
- Procurador Agostinho Homem
- Juiz Trigo de Mesquita
Todos eles nos termos que melhor são descritos no documento anexo nº1

Também os abaixo enumerados, como sendo alguns dos envolvidos em criminalidade pedofila e, portanto, protegendo, com os seus cargos e funções, os autores destes crimes, através de compadrio e tráfico de influências consentido, ou, porventura, sob chantagem:
- Paulo Portas, ministro da defesa, referenciado como “Catherine Deneuve”, nos meios da criminalidade pedofila;
- Luis Filipe Pereira, ministro da saúde, também referido pelas fontes do citado artigo;
- Valente de Oliveira, ex-ministro, idem
- Engº Pais do Amaral
- Juiz Carlos Lobo
- Juiz Caramelo
- Eurico de Melo

- Dr. José Maria Martins, advogado de Carlos Silvino, que chantageou publicamente Paulo Portas, para obter impunidade do Tribunal da Relação, dizendo, na comunicação social, que gostava que “Catherine Deneuve” fosse preso.
- Dr. Pedro Strecht, pedopsiquiatra
- Dr. Pedro Namora
- João Paulo Lavaredas, melhor identificado no Processo da Casa Pia;
- Francisco Guerra, idem
- Mário Pompeu, Francisco Andrade e Márcio Necho, Idem, idem.
Igualmente como melhor é descrito no documento anexo nº 1.

E ainda, como sendo alguns dos envolvidos na propaganda e manipulação criminosa, da opinião pública, através da comunicação social:
- Felícia Cabrita, jornalista do “Expresso”
- Manuela Moura Guedes, jornalista da “TVI”
- Octávio Lopes, jornalista do “Correio da Manhã”

Repete-se que estes serão apenas alguns dos nomes implicados, porque os factos demonstram que existem muitos mais.
O importante é que o País deixe de ser refém deste TERRORISMO, que nos mergulhou na profunda crise económica e social que vivemos, justificando o enorme desespero, angústia, depressão e desconfiança da generalidade dos cidadãos.
No documento anexo nº 2, enviado a orgãos de comunicação social estangeiros, elaborado pela denunciante, antes de ter tido acesso ao documento anexo nº 1, estão fundamentados os motivos que justificam esta denúncia, a que a autora se vê forçada, porque as nossas instituições não funcionam.
E a Justiça, cujo bom funcionamento é fundamental, para permitir o progresso de qualquer País, só funciona para proteger a criminalidade institucionalizada.
Pelo exposto, nesta denúncia e nos seus anexos, requerem-se as seguintes medidas preventivas imediatas:
- Que a Dra. Catalina Pestana seja afastada do cargo de Provedora da Casa Pia, pelos motivos expostos no anexo nº 2; medida que se mostra indispensável para proteger as crianças da Casa Pia.
- Que sejam libertados imediatamente todos os inocentes, nomeadamente Carlos Cruz, relativamente ao qual não restam quaisquer dúvidas. Como forma de impedir, pelo menos por esta via, o prosseguimento da conspiração aqui denunciada, e também porque a prisão de inocentes é um crime social hediondo, cometido pelas instituições, em nome dos cidadãos, mas que nos avilta a todos.
- Que seja instaurado inquérito público e que todo e qualquer cidadão possa dizer tudo o que sabe, sobre tudo isto, incluindo sobre o tráfico de droga.
- Que sejam inquiridas todas as pessoas que estão presas por tráfico de drogas, ou estiveram presas nos últimos dez anos; e respectivos familiares. Incluindo os familiares dos que foram assassinados nas cadeias.
- Nomeadamente, pretende-se que sejam ouvidos, também, todos os agentes da Polícia Judiciária e do SIS; porque acreditamos que a maioria são gente honesta. Formulamos votos de que saibam ter a coragem necessária, na hora certa.
- Que seja investigada a existência, denunciada na televisão, duma máfia que controla as clínicas de recuperação de toxicodependentes, impedindo a recuperação dos internados.
E, uma vez que as instituições não têm funcionado e não podemos saber se a condução do inquérito não vai ser entregue a algum dos implicados, nem o tipo de envolvimento de todas as testemunhas, requere-se que o andamento deste inquérito seja publicado periodicamente e corrigido, se necessário, para que o SEGREDO DE JUSTIÇA não continue a ser usado e abusado, como até agora, exclusivamente ao serviço da conspiração.
Esta denúncia vai ser entregue também, ao Presidente da República, à Assembleia da República, à comunicação social nacional e internacional, à Comissão Europeia e ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Mas mantém-se endereçado apenas à Procuradoria, para evitar o habitual “jogo do empurra”, e consequente imobilismo, com que se tem protegido esta criminalidade..
Como as instituições não funcionam, como deviam, impõe-se tomar medidas, também, nesse sentido. Assim requere-se:

- Que seja referendada a composição da Assembleia da República, passando a ser de cem (100) o número máximo de deputados e que a eleição seja feita por proporcionalidade directa entre a percentagem de eleitores e o número de deputados, correspondendo um deputado a cada um por cento de votos e ficando vagos (e contando para as votações) os lugares relativos à abstenção.
Na actual situação isto implicaria a redução do número de deputados para cerca de sessenta e dois (62), número mais do que suficiente para o pouco (ou nada) que fazem.
Esta medida destina-se a prevenir os objectivos da conspiração aqui denunciada, porque deixa de ser possível invocar maioria, com apenas trinta por cento dos votos, como acontece actualmente. Além disso é fundamental para a mobilização dos cidadãos (indispensável para vencer a crise) e para a responsabilização do parlamento e dos políticos.
- Que sejam referendadas, obrigatoriamente, as decisões com incidência na Constituição e sobre a participação ou apoio do País em conflitos armados.
- Que sejam referendadas as condições de elegibilidade do presidente do governo e do responsável máximo pelo funcionamento e idoneidade do aparelho judicial, que devem passar a ser eleitos por escrutínio directo, depois de declararem publicamente, sob compromisso de honra, não pertencer a partido ou organização submetida a filosofia específica, a disciplina e/ou interesses de grupo, como é o caso da maçonaria.
- Que os respectivos programas eleitorais constituam compromissos de honra e contenham prazos de realização, que passem a ser obrigatoriamente respeitados, sob pena de perda de mandato e repetição da eleição.
- Que os deputados e o governo sejam inibidos de decidir sobre os seus vencimentos e regalias, que terão de ser, obrigatoriamente, referendados.
Requere-se, ainda, que este documento seja divulgado e posto à disposição de todos, para poder ser subscrito, no todo ou em parte, por qualquer cidadão eleitor.
Com esta denúncia a sua autora pretende repudiar esta vil situação que tem vindo a ser imposta à população portuguesa, abusando da paciência e do civismo da generalidade dos cidadãos deste país.

Mas tudo tem um limite! E, tal como há dez anos atrás era óbvio que a situação actual seria inevitável, também o momento que vivemos conduzirá a reacções desesperadas, com consequências imprevisíveis, que podem afectar, por exemplo, a segurança do Euro2004. Esperemos que a UEFA se aperceba a tempo!
Em todo o caso a denunciante pretende não prescindir do direito de, no limite, repudiar a sua cidadania, se a actual situação se mantiver, como forma de recusar uma cidadania que considera aviltante e que tem sido impedida de exercer, por esta criminalidade institucionalizada, aqui denunciada.
Lisboa, 15 de Dezembro de 2003.
Anexos:
- 1. Documento de 9 páginas retirado da Internet, designado “Blog
- 2. Carta à Imprensa Estrangeira, de 14.Nov.2003, com 12 páginas.
Fim de transcrição.

Esta denúncia e seus anexos, foi entregue a todas as “entidades” que refere. Como se vê, nada foi feito quanto à situação real, cujos reflexos na calamitosa situação do País, se agravam todos os dias, mas as perseguições aí estão, tal e qual como convém a qualquer organização Pidesca, usada para os mais perversos fins.
Segundo é voz corrente, no DIAP, a autora deta denúncia tem vários outros processos semelhantes, de autoria doutras pessoas, mas conluiados no mesmo propósito de a punir por dizer o que pensa e se justifica...
Nestes processos, existem várias páginas de textos publicados em blogs, para fundamentar as acusãções...
Talvez assim se compreende porque é que a indignação, generalizada, dos cidadãos, não se manifesta...
...

2005/12/06

Queremos Um Presidente Digno!

Publicado também em "O Eleito"
Publicado também em "Editorial"
Quanto ao "debate", (entre Cavaco e Alegre) nada de novo. O que me interessa são as aptidões para resolver os problemas do País. Mas, no essencial... tudo como dantes.

De "o Jumento", recuperei este texto:
"Cavaco não gostou das críticas que lhe dirigiu Miguel Cadilhe e mostrou duas das suas faces melhor disfarçadas: a incapacidade de aceitar críticas e o recurso à sacanice política. Cavaco Silva sabe muito bem que Miguel Cadilhe foi o melhor ministro que ele teve. Pode-se mesmo dizer que foi o único ministro de quem ele teve ciúmes. Assim como sabe, que a saída de Miguel Cadilhe do governo resultou de uma sacanice jornalística. Responder agora às crítica de Miguel Cadilhe recordando que foi ele que o afastou do governo, é não ter o mínimo de reconhecimento pelo trabalho do que os ajudaram a ser alguém na vida. E, pior do que isso, não hesitar em recorrer à sacanice como argumento político. Porque estará Cavaco tão nervoso se as sondagens quase o dispensam de eleições?"

Todavia, neste post de "AmnestesiaCanibal", pode-se ver como Cavaco, num golpe de antecipação, manipulou e condicionou tudo e todos para evitar se ver denunciados... por fuga ao fisco!

Em Novembro de 2004, foi publicado, neste blog, este post, de cujo transcrevo:
"Esta gente não “intervala”!
Há dias era Mário Soares a falar, da nossa realidade, como se não tivesse qualquer responsabilidade no facto de termos chegado a este descalabro.
Agora é o Cavaco!
Pelo rumo que as coisas levam, quer-me parecer que outros se lhe seguirão, numa espécie de desfile de múmias, que nada trazem, de novo, para a resolução dos nossos problemas.
O que mais me impressionou no que ouvi desta última “aparição”, foi a “solução” preconizada, que todos os meios de comunicação social se apressaram a reproduzir.
Mas comecemos, como convém, pelos “entretanto´s”.
Quando Cavaco estava no poder, eu disse, para quem quis ouvir, (ou seja, no círculo restrito das pessoas com quem contactava) que a forma como ele governava o País, nos iria conduzir, inevitavelmente, à situação que temos agora.
Não fui só eu que disse isso, porque me lembro de alguns, raros, comentários com o mesmo conteúdo. Estava-se no período “áureo” do afluxo de verbas do “Fundo de Coesão”, verbas que foram malbaratadas, inclusive em coisas inúteis, mas que não foram aplicadas para promover, de facto, o progresso.
Foram feitas estradas e vias de comunicação, que sustentaram o “crescimento” (artificial) da economia; foram promovidos eventos pontuais; mas quanto a organização da economia e dos recursos do País, promoção de desenvolvimento, que nos permitisse dar passos seguros na via do progresso, zero! Como agora se pode constatar.
Será que esta gente não percebe que vias de comunicação são infra-estruturas, indispensáveis para o desenvolvimento, mas não são desenvolvimento? Isto nem é uma “descoberta”, uma ideia bizarra, acabada de “inventar”.
Ainda há umas semanas, um outro “blog” abordava a questão, exemplificando com o “queijo Limiano”, duma forma que me pareceu “esclarecida”. É que, analogamente, a melhoria das estradas que levam à fronteira, tanto favorece a saída de produtos, como a entrada de produtos. Se entram ou saem mais, é uma questão que tem que ver com o desenvolvimento específico. E o deles é maior que o nosso, não por culpa deles, mas por culpa da incompetência dos nossos políticos.
O mais interessante, a razão porque lhe chamo cinismo, é a conclusão que nos pretende impor: Os políticos competentes devem expulsar os incompetentes (como se não fosse tudo a mesma máfia); Tem de se aumentar os vencimentos dos políticos, para atrair os competentes. Esta última parte, cheirou-me a: “déjà vu”, com as desastrosas consequências que conhecemos.

Quero “BERRAR”, daqui, bem alto, mais uma vez, que os políticos ganham demais, que o país tem dois milhões de pessoas a viver abaixo do limiar de pobreza; que não são uns iluminados, apelidados de “competentes”, que podem resolver os nossos problemas; que isso exige o envolvimento e mobilização da maioria da população; que esses aumentos não só não resolvem os nossos problemas, como são mais um entrave à sua resolução, porque impedem o envolvimento e a mobilização da maioria da população. Além disso, quem terá sido que disse, a este espécime, que “disponibilizar mais alimento, afasta as vespas”?
Mas o que se podia esperar de Cavaco? Vejamos como se concretiza o seu critério de “políticos competentes”.
Quando ouvi esta “conversa” (do Cavaco), não pude deixar de me lembrar deste padeço de texto que escrevi, nos meus, já conhecidos, “apontamentos para memória futura”, no dia 1993-03-30, a propósito duma entrevista de João Salgueiro. É só para ilustrar os critérios de “competência” de Cavaco, e o que penso (sempre pensei) deles.

Transcrição:
“Achei elucidativo que atribua a maioria das asneiras do governo a "azares"; e, quando o repórter lhe pergunta se não serão erros de política responde, tão-somente, que não é possível prever, porque umas vezes fazem-se as coisas e saem bem; e outras vezes saem mal.
Ou seja: esta gente faz as coisas, não a partir de objectivos e do conhecimento concreto das situações; seguindo a melhor via de resolução dos problemas, mas jogando com as decisões, como se se tratasse de jogo de fortuna e azar. Que grande azar o nosso, eles serem tão incompetentes! E é isto uma figura grada do partido do governo!”
Pois, nessa altura, o Primeiro Ministro era, exactamente, Cavaco. É que eu quero desmentir a “bojarda”, tão utilizada por essa gente, de que “o povo tem memória curta”.
Mas há mais!
Ele não define, nem os outros que lhe secundaram as palavras, quem são, ou como se reconhecem, os políticos competentes (serão os que ganham muito? Mentira!).
A esse propósito, lembro-me de, na mesma altura, quando comentava, com um colega meu, o facto de conhecer pessoas, com grande fama de muito competentes, mas que, afinal, se revelavam uns autênticos “calhaus com olhos”, ele me ter dito: “essa é a forma como a maçonaria promove, e coloca em lugares relevantes, os seus membros. Eu sei porque já me convidaram e conheço pessoas envolvidas!”
Será que estamos, apenas, a assistir a uma campanha prévia, de “condicionamento da opinião pública”, para manter, a todo o custo, o poder da maçonaria, apesar do descalabro que tem resultado desse facto?
Pois eu reafirmo que não é possível dar passos seguros no desenvolvimento, sem que se criem mecanismo de responsabilização dos políticos e demais organizações! Que esse controle tem de ser exercido, directamente, pela população, uma vez que as instituições estão minadas de gente que não presta e não cumprem esta sua obrigação! E que, uma forma de implementar esses mecanismos é valorar a abstenção e fazê-la reflectir, em lugares vazios, no parlamento e na duração dos mandatos!
E agora!?
Não acham que eu tenho o direito de exigir, para esta minha opinião, o mesmo destaque que foi dado às cretinices do Cavaco? Tanto mais que, a partir daqui, até pode ser que encontremos o caminho para a resolução dos nossos problemas.
....
É este tipo de gente que temos como candidatos à Presidência da República. Alguém acredita que o País vai melhorar com esta eleição?
Vai ser mais uma "oportunidade perdida", para sairmos da fossa...

2005/12/02

September, 11.

Vejam, com atenção, este vídeo. Também podem aceder "clickando" no título deste post.

Convém dispor de algum tempo. Demora cerca de hora e meia.

Se preferirem a versão em inglês, sem legendas em francês, é so carregar no link, que aparece abaixo das imagens

Nota: No final do vídeo pede-se para assinar a petição, neste site. Mas parece-me que é apenas para cidadãos americanos...

2005/11/30

"Longe Daqui"

Álvaro José Ferreira costuma me brindar com os seus mail, que agradeço. Desta vez enviou-me este, dirigido a Rafael Correia, que reproduzo, porque concordo com a defesa que faz da música portuguesa. Caramba! Há tanta e tão bonita música portuguesa e é um drama ouvir as nossas rádios...
"Caro Sr. Rafael Correia"
Como não perco uma das suas emissões também ouvi a de sábado passado em que conversou com um meu homónimo, criador de porcos alentejanos, algures perto de S. Pedro das Cabeças, concelho de Castro Verde, local apontado como o provável cenário da lendária Batalha de Ourique.
Delicio-me sempre com as suas saborosas conversas, mas o que me motivou a escrever-lhe, desta vez, foi ter passado o tema "Longe Daqui", de Pedro Barroso. Soube-me muito bem ouvir esta belíssima e tocante obra poético-musical, ainda mais porque já não a ouvia há longo tempo na rádio.
Como já nos habituou, o caro Rafael Correia escolheu a música muito a propósito atendendo ao lugar e ao conteúdo da música.
Devo confessar-lhe que fiquei muito contente e até sensibilizado por voltar a passar Pedro Barroso, um dos maiores vultos do nosso meio musical e que tem sido alvo de um escandaloso ostracismo pelas rádios nacionais, entre elas a rádio pública.
Faço questão de felicitá-lo por continuar a passar Pedro Barroso, José Afonso, Janita Salomé, Amélia Muge, Amália Rodrigues, Luiz Goes, Paco Bandeira, etc. porque estes nomes, entre outros de reconhecido mérito, foram incluídos num index dos proibidos de figurar nas 'play lists' da Antena 1.
É muito triste e deveras revoltante constatar que, num regime formalmente democrático, onde supostamente não existe censura, seja recusado o lugar que os artistas maiores de Portugal (vivos e falecidos) deveriam ocupar, por direito, na rádio que todos pagamos e, ao invés, sejamos insistentemente massacrados com músicas pré-fabricadas e descartáveis do género mastiga e deita fora.
Algo vai muito mal neste Portugal dito democrático!
Bem haja por continuar a facultar-nos nos preâmbulos das suas interessantíssimas conversas a audição do melhor da música de Portugal.
Força, amigo Rafael Correia!
Aceite um abraço deste seu admirador,
Ass.: Álvaro José Ferreira"

2005/11/29

A Arte (Perversa) de Argumentar!

Deixei, no blog "O Eleito", um post onde defendia a alteração do Sistema Eleitoral e a introdução da valoração da Abstenção.
O Pedro respondeu com: O Povo é quem mais referenda!
Escrevi, em cima do joelho, um comentário, no post do Pedro, que reproduzo aqui:
“Como as coisas são... (relativas)!!!
Pois eu é que me fartei de rir com tanto disparate. Mas acredito que seja perda de tempo estar a responder, no que diz respeito aos seus próprios conceitos. Quem "pensa" assim, não tem capacidade (não quer?) ouvir e avaliar, com bom senso, os argumentos dos outros. Tá bem! Haja democracia!Só que, a minha proposta não é para SUA apreciação, mas para divulgação e apreciação da população.
Ah pois! Já sei! A população não se pode pronunciar sobre isso, nem sobre nada (a não ser sobre questões menores e menos mobilizadoras), porque isso provoca instabilidade.
Decididamente temos vivido em países diferentes... Estabilidade?! Chama a isto estabilidade? Meu Deus! Você tem um qualquer problema de autismo. Vive alheado da realidade e nem sequer quer vê-la. Atão não se tá a ver tanta estabilidade?! O país tem progredido que é um regalo, com toda esta estabilidade. E os Desígnios nacionais? Os resultados de estudos e projectos e pareceres e... Não são logo levados à prática e resolvidos os respectivos problemas, com a ajuda da “nossa” estabilidade?
E a agitação social? E o descontentamento generalizado? E a descrença no futuro? E a ausência de esperança e de perspectivas?
Deixe lá, não se preocupe! São delírios meus! Isto é um país estável, desenvolvido, com um excelente nível de vida, com uma estabilidade que até chateia...
Oh meu caro! O que eu tentei enunciar foi um conjunto de propostas que, a serem adoptadas...
Pensando melhor vou responder em post, porque isto promete.Só quero sublinhar que, quando digo "você", me refiro às ideias e ao que de pérfido resulta, para a realidade, da sua adopção. Não me refiro à pessoa. Convém frisar para evitar mal entendidos...”
O Pedro apressou-se a me desafiar a que rebatesse os seus argumentos, um por um, prevenindo-me de que: “é difícil”. Não concordo!
Retomando o “discurso”
O que eu tentei enunciar foi um conjunto de propostas que, a serem adoptadas, possam resultar numa alteração da forma de fazer política, numa aproximação dos eleitos aos eleitores, COM UTILIDADE PRÁTICA PARA A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS CONCRETOS, SENTIDOS PELA POPULAÇÃO.
Ao invés, os seus argumentos são um amontoado de falácias absurdas, assentes em conjecturas, caricaturas exageradas, que não conseguem esconder a sua inaptidão para “ser útil”. Daí que você sobrevalorize esta sua aptidão “inútil”… e defenda a situação actual onde esse tipo de “artes” têm boa cotação no mercado… Veja-se o exemplo do DGCI, que tem feito um trabalho deplorável, destrutivo para a sociedade, à frente da DGCI, mas que ganha cerca de 23 mil euros, apenas porque é exímio nessa arte. De vez em quando lá somos nós insultados, agredidos, com mais uma notícia, falsa, com os números “que provam a competência” do DGCI… Apetece dizer que, quem tem de se preocupar e perder tempo a inventar números para “se justificar”, não tem condições, mínimas, para fazer um bom e sério trabalho. O “meu” mercado e os meus critérios de valor são outros…
A técnica que você usou para argumentar contra as minhas propostas é muito conhecida, é velha, e já está gasta… Mas continua a fazer estragos, porque esses “argumentos”, em forma de falácias, monopolizam todo o nosso espaço de debate público, obstruindo as hipóteses de construção do que quer que seja e desesperando todos…
Vejamos então, com as suas próprias palavras, como eu tenho razão.
Começando pelo fim, você diz, tentando achincalhar: “Com esta proposta, as decisões políticas seriam as melhores, porque tomadas pelo povo sábio” (o destaque é seu).
Nós já sabíamos que, para pessoas que vivem de “argumentar”, (há muita gente dessa por aí; demais!) parasitando o labor da sociedade, só os próprios é que devem ter valor, e conhecimento e legitimidade para decidir… O povo é burro e como burro deve continuar, não tem nada que decidir de coisa nenhuma, porque não sabe fazê-lo, porque a sua missão é trabalhar para sustentar esa gente... e ser mal pago. Ora, quem serve só para isso, não deve decidir de coisa nenhuma. Depois quem é que trabalha?
Quase que nem precisaríamos de mais citações para demonstrar a perfídia de todos os argumentos do seu post… Mas eu não desisto assim tão facilmente. Nem você consegue imaginar a dimensão da minha resistência…
Nem precisaríamos de mais citações porque esta, por si só, demonstra que, para quem partilha essas ideias, o povo é o inimigo, gente perigosa… Pois eu digo-lhe que isso é pura misantropia vossa, inadaptação, incapacidade de lidar com a realidade da democracia, vocês devem tratar-se…
Mas é claro que você sabe que está, apenas, a apelar a uma certa mensagem subliminar que abunda por aí, que fomenta instintos primários e o individualismo que tanto nos destrói como nação… Aquela treta de: “a culpa é dos outros”; ou do: “há que mudar as pessoas, a partir do interior” (os anónimos, nunca quem manda e tem de mudar); ou ainda: “tudo isto é fruto da maldade humana”. Tudo isso para provocar a desconfiança mútua, entre os cidadãos, numa palavra: dividir para reinar; TRETAS de quem nada sabe construir e, por isso, se entretém a destruir… e acha que deve ser bem pago por isso, porque contribui para beneficiar quem muito ganha, chulando o país…
Neste país há mais de 8 milhões de eleitores, a quem compete decidir, quer você queira quer não. Oito milhões de eleitores dos quais a esmagadora maioria são pessoas muito dignas, uma boa parte são pessoas esclarecidas e, no conjunto, até sabem como se resolvem os nossos problemas. Mas também é facto que a maioria deles é vítima dos desmandos dos políticos… eu sei do que estou a falar… Imagine-se como um deles, ou imagine-se a conversar com cada um deles e verá que não consegue manter os seus argumentos…
O que eu não tenho dúvidas é que os eleitores sabem decidir, bem; que as decisões colectivas são dignas e adequadas aos superiores interesses do país. Não há uma única decisão, ou medida governativa criminosa que mereça o apoio ou a concordância da maioria da população.
Vá lá, faça um esforço, você consegue imaginar toda essa gente como pessoas, seus iguais (porque o são), que merecem tanto respeito e consideração como você quer para si… Essa sua dificuldade chama-se Agorafobia e tem tratamento…
No “nosso” sistema, os “eleitos” são apenas representantes desses oito milhões, com cujo veredicto se devem conformar. É isso que eu pretendo, nada mais. Ao invés, nem à verdade dos números eleitorais temos direito, porque eles são deturpados e ocultados, para “tornar aceitável” a “vigarice”.
Toda a gente reconhece que os eleitos não representam nada e que isso é o nosso maior drama, a origem de todos os nossos males, exactamente porque os restantes “eleitos” pensam como você, em relação “à gentalha ignara”. Mas o nosso drama, a vigarice da actuação dos políticos, começa na vigarice e nas mentiras em que assenta o nosso sistema eleitoral e a própria eleição, quando os abstencionistas são, pura e simplesmente, eliminados do rol dos cidadãos, de forma perfeitamente nazi. Até porque, doutro modo, gente assim não teria possibilidades de ser eleita, porque é contra natura…
Gentalha só o somos por (ainda) tolerarmos tanta infâmia, da parte de quem nos devia representar e, ao invés, se apropriou do país e dos seus recursos, que exaure em proveito próprio, sem querer prestar contas a ninguém… Portanto, é a ignomínia dos políticos que nos “emporcalha” o prestígio e a dignidade colectivos.
Mas vamos à questão principal: a questão dos custos e da exequibilidade da minha proposta:
1. O principal objectivo da proposta é moralizar a vida pública e a actuação dos políticos, criar as condições para responsabilizar quem deve ser responsabilizado, como forma de “colocar as pessoas certas nos lugares certos”, única forma de podermos progredir e ver resolvidos os nossos problemas.
2. Para suportar a “lógica” dos seus argumentos, você transformou o actual sistema, pessoas incluídas, em coisas imutáveis, num cenário de pedra, de estátuas, assim como fez com as próprias pessoas do povo. Ou seja: passamos a ter: “candidatos esfinges”; “candidatos múmias” e “argumentadores estátuas”.
3. A minha proposta é para gente viva, com inteligência suficiente para perceber a dinâmica das sociedades, a sua capacidade de mudar, de se adaptarem, de evoluírem, de aprenderem. Numa penada você enunciou os motivos profundos, inconfessáveis, que levam muita gente a apostar no “quanto pior melhor”, em matéria de insucesso escolar, de incultura, de ausência de formação tecnológica e profissional (onde se opta, sistematicamente, pela inutilidade dos conhecimentos transmitidos).
4. Com a minha proposta, o que se pretende é que as coisas mudem, que sejam eleitos os melhores, verdadeiros líderes, gente sincera e digna, com capacidade adequada para os cargos, de modo a que os problemas do país possam ser resolvidos. Candidatos assim têm de ter capacidade (antes ou depois de “mostrarem o que valem”) de mobilizar as pessoas para votarem neles, para os elegerem e se sentirem representados, coisas que hoje não acontecem. Mas você não quer nem imaginar que estes “monos” possam ser substituídos e se altere a maneira de fazer política, que haja mais honestidade, verdadeira “representatividade”. Eu acho que você sente que, nesse contexto, os seus talentos nada valem porque, objectivamente, do ponto de vista produtivo, eles nada valem, de facto. Temos pena, mas o país está primeiro! Adapte-se, recicle-se, aprenda outras coisas. Ou será que, quando você argumenta como se políticos e povo fossem imutáveis e nada conseguissem “aprender”, era devido ás suas próprias limitações? Há muita gente assim (não é o seu caso, pessoal, que me preocupa).
5. Acontecendo isso, o seu cenário dantesco, catastrófico, deixa de existir e teremos verdadeira estabilidade e progresso, sem necessidade de referendos, que permaneceriam como último recurso, em situações de crise, para inibir os abusos…
Não há estabilidade possível sem a resolução dos nossos magnos problemas. Resolvidos os problemas poderemos, então, ter boa e duradoira estabilidade, antes não. A minha proposta permite resolver os problemas; a actual situação não permite, por culpa dos políticos. Quem nos obriga e exigir formas de responsabilização credíveis, são os políticos, com a sua forma de actuar indigna, por opção própria.
Mas faço notar que, tal como acontece em qualquer conjunto de argumentos próprios de “forças de bloqueio”, você não indica uma única via segura, objectiva, para resolver os nossos problemas. Pois é! Para si e para os seus “está bem, assim”. O que você não quer é “inovação”. O tipo de argumentos que usou, são possíveis de serem usados para “arrasar qualquer proposta ou projecto.
6. Mas voltemos à estabilidade que é um tema que me apaixona! Há décadas que se ouve falar de “definir desígnios nacionais” que não fiquem à mercê dos caprichos da “alternância” governativa. (quando muda o governo, mudam todos os “nomeados” e os assuntos e projectos importantes não têm seguimento). É fácil perceber que, se esses projectos fossem referendados, isso não poderia acontecer, acabavam-se os caprichos…
7. Finalmente os gastos! É possível fazer referendos quase sem custos. Mas, é claro, com os actuais políticos, isso não acontecerá, porque não lhes convém, porque é o próprio tacho e mordomias que estão em jogo. De qualquer forma, o país não é seu, o PIB também não é seu e as pessoas, o tal povo que você abjura, mas que existe para além das eleições e que é a verdadeira razão de existir dum país, permanecem tendo o direito de decidir sobre isto tudo: se se deve ou não adoptar este sistema eleitoral.
8. Quanto ao custo dos referendos, mesmo admitindo a hipótese, absurda, de imutabilidade de todas as pessoas envolvidas (a probabilidade disso acontecer é zero), sempre lhe direi que sai muito mais barato e é muito mais útil, fazer referendos que permitam acabar com os desmandos dos políticos, do que sustentar toda a chulice actual de: deputados a mais (devem ser reduzidos para, no máximo, 150): vencimentos escandalosos pagos a incompetentes, agiotas, acumulações de reformas com vencimentos, de vencimentos com vencimentos (de cargos que as mesmas pessoas não podem exercer, a não ser que tenham o dom da omnipresença – é mais do que ubiquidade), de reformas avultadíssimas pagas a pessoas que continuam a trabalhar, que estão muito longe da idade da reforma, etc… A quantidade de recursos económicos que se poupariam é muito superior aos gastos, isso eu posso garantir
Finalmente só um pequeno comentário, acerca destas palavras do Pedro: “Deixe-me dizer-lhe que eu pertenço à população”.
É? Quem diria? Pela sua maneira de falar não se nota nada!
Mas é bom, que interiorize essa sua condição… Vai aprender umas coisas interessantes. Até porque você pertence à população, mas não é a população, não pode se substituir à população. A sua opinião é apenas uma opinião… Não se esqueça disso.
Também por isso, desculpe qualquer coisinha. São as ideias e o que representam, o mal que fazem, quando adoptadas, que me incomoda, não as pessoas ou o facto de pensarem como querem ou lhes convém…

2005/11/25

Os Bons, Os Maus E Os Agiotas!

Publicado também em "O Eleito"
Acerca do post de Pedro Cardoso
Em relação aos vencimentos e regalias dos políticos e gestores apetece-me dizer, parafraseando Eça:
- se estes são os "bons e competentes", que venham os "incompetentes".
Pedro Cardoso diz que tem de ser assim para garantir o interesse dos melhores. A julgar pelo estado, deplorável, da nossa economia, não encontraremos, nem com um milhar de candeias, um único “competente”, nesse lote. Se estes vencimentos não são para pagar competência e eficácia, então para que são?
Defender, numa altura destas, que os políticos devem ganhar mais, referindo o DGCI, como exemplo, porque “tem feito um bom trabalho” (avaliação com que eu discordo, em absoluto), dá a ideia de que, neste país, os coitadinhos dos políticos e gestores públicos ganham mal. No entanto, basta passar a fronteira para encontrarmos um exemplo dum país com melhor nível de vida e onde os políticos ganham menos que os “nossos”.
Em relação ao nível de vida, podemos dizer, sem margem para erro, que temos os políticos mais caros da Europa (e também os mais ineficientes). Assim como na Justiça, na Educação… em tudo…
Estou absolutamente contra esta forma, demagógica e retrógrada, de colocar a questão.
Os vencimentos e regalias dos políticos e gestores públicos são escandalosos, sim. E as acumulações de reformas com reformas (de valores escandalosos), de vencimentos com vencimentos, ou de vencimentos com reformas, são inaceitáveis, pérfidas, um autêntico insulto à população, que impede a resolução dos nossos problemas, até pela indignação que provoca. Na maior parte dos casos estas situações prefiguram agiotagem, gangsterismo…
Não há um único "argumento" válido, no texto do Pedro que possa justificar tal vergonha. Ao invés, há uma enorme quantidade de princípios de boas e recomendáveis práticas de gestão, modernas, que desaconselham tais situações. Para além do facto de os elevados vencimentos não garantirem (pelo contrário) a qualidade e a eficácia dos seus titulares.
Pessoas com este nível de responsabilidades públicas devem ter um mínimo de sentido de decência, de vergonha. Até ao nível internacional esta questão é abordada, em termos que, embora comedidos, revelam bem o escândalo dos autores dos comentários.
A situação económica do País não justifica tais mordomias, os desempenhos dos seus titulares muito menos, os ganhos, para o país e para a economia são nulos… Além disso, esta gente nem sequer se submete a quaisquer controlos ou mecanismos de responsabilização pelos seus desempenhos… como é que alguém pode ter a inconsciência de defender tais práticas?
Em nome de quem ou do quê?
Em nome da eficiência, da eficácia, não é; porque “isso” não existe!
Para garantir a concorrência dos melhores também não é, porque estes até são os piores, toda a gente reconhece, inclusive o candidato à Presidência Cavaco Silva!
Em nome da população também não é, porque a população (única “entidade” que devia ter o direito de decidir sobre estas questões) está contra estes escândalos, sobretudo por beneficiarem gente que não presta…

Vejamos, com calma e objectividade, os “meus” principais motivos, que se resumem numa simples e pequena frase: Estas práticas impedem o progresso e desenvolvimento do país, porque exaurem recursos que o estado não tem e porque tornam impossível a mobilização dos cidadãos para resolver os problemas, para colaborar com os responsáveis.
Na verdade, “eles” não resolvem os problemas e os cidadãos não ajudam, porque acham que não têm de ajudar a chulice. Se eles ganham tanto, eles que resolvam os problemas. Mas, em muitos casos, são os próprios que impedem a colaboração, até para “justificarem” o que ganham.
Desde a década de 80 do século passado que, ao nível das estratégias de gestão, se estabilizaram “novas técnicas” que, genericamente receberam o nome de: “Gestão por Projecto”.
Sem correcta gestão de recursos humanos, não há técnica de gestão que possa ser eficaz. Ao nível da gestão de recursos humanos, há dois factores que se têm revelado essenciais para a produtividade. São eles:
- A motivação (que pressupõe a participação, esclarecida dos trabalhadores, de modo a conquistar o seu empenho);
- A colocação das pessoas certas nos lugares certos.
A gestão por projecto pretende maximizar esses dois factores e pode ser descrita, resumidamente, da seguinte forma:
Constituição de “equipas de projecto” a cujas são entregues tarefas específicas, com objectivos pré-determinados. É claro que os objectivos devem ser passíveis de obter o empenho dos trabalhadores envolvidos.
Nestas equipas, as tarefas de coordenação são rotativas (até como forma de conhecer os melhores “talentos”), embora se reconheça que, ao fim de algum tempo, pode acontecer que as equipas passem a entregar estas tarefas apenas a alguns, se isso for importante para alcançar os objectivos.
Por mais patranhas que os falaciosos inventem, não há forma de constituir equipas, em perfeita sintonia e cooperação, para colaborar com gente que ganhe vencimentos escandalosos, muito acima da média, enquanto que outros se matam a trabalhar para nem sequer terem com que suprir as necessidades básicas, suas e dos seus…
Para quem tenha um mínimo de inteligência e de honestidade intelectual, é fácil perceber que também a solidariedade institucional, no país, deve envolver todos os cidadãos e obedecer às mesmas "técnicas de gestão" e de motivação; e que a existência desses vencimentos, dessas mordomias, é um entrave à resolução dos problemas.
Curiosamente, a evidenciar bem o primarismo, a ignorância, a falta de “inspiração”, dos nossos políticos e economistas, as “estratégias” seguidas para “resolver” as crises, são, ainda e sempre, as “ideias” velhas e ultrapassadas, de Keynes… (na sua versão portuguesa: apostas no betão), cujos resultados desastrosos estão à vista de todos.
De facto, ao invés de se constituírem equipas motivadas pelos objectivos, o que se vê, neste país, é trabalhadores desmotivados e mal pagos submetidos a cumprir ordens, quantas vezes absurdas e más, dadas por gente que ganha demais, para se entreter a fazer asneiras e a destruir… Que se entretém, pelo menos, a impedir a resolução dos problems do país, é óbvio...

É assim a ausência de cultura, de capacidade de raciocinar dos nossos notáveis. Só sabem “adoptar” soluções feitas, empíricas, e mesmo assim muito velhas, porque as suas pobres cabeças não dão para mais. As coisas “teorias” modernas e eficientes, que podem, de facto, resolver os nossos problemas, eles desconhecem; até porque exigem um pouco mais de nível intelectual e de competência, não são coisas ao seu nível de “burgessos”. Burgessos, convencidos, presunçosos, é o que "eles" são. Ciosos das suas ordens (e falsos prestígios), cuja legitimidade provém, exactamente, dos respectivos vencimentos e não da sua bondade ou adequabilidade…
Os que reivindicam vencimentos desmedidos não estão interessados nas condições para resolver os problemas, apenas estão interessados nos seus vencimentos. Depois, para se “justificarem”, exibem-se como se fossem “Messias”, favorecidos por inspiração e poderes divinos, a quem baste falar… para que tudo se resolva. E se não resolve, a culpa é dos outros, porque eles já disseram…
É de deitar as mãos à cabeça! Como é que ainda há gente a pensar que as sociedades modernas podem aceitar ou tolerar isto!?… Bem se vê que ninguém (de entre estes) está interessado em inovação, ou em melhoria do nível de formação tecnológica e profissional. Só estão interessados enquanto isso der para ganhar uns trocos em “seminários”. Conversa e mais conversa; é do que é feita a “competência” nacional, instituída.
Na verdade, estes políticos e notáveis, não têm competência, nem instrução, nem nível intelectual. Por isso nem sequer conseguem reconhecer as soluções, mesmo que tropecem nelas todos os dias.
Há formas, métodos de actuar, que permitem chegar às soluções (porque elas existem, na sociedade). Mas não se espere, de gente tão tacanha e presunçosa, que os adoptem, ou que eles resultem, porque esta gente “não vê um boi”…
Talvez seja melhor mesmo que os vencimentos dos políticos e gestores baixem, para que os cargos deixem de ser tão cobiçados e possam ser exercidos por gente com a motivação certa; a qual seja: conseguir resolver os problemas do país… pelo país…
Mas eu não defendo, em absoluto, a redução dos vencimentos dos políticos e gestores públicos. O que eu defendo é que devem ser estabelecidos (decididos através de consulta à população) limites superiores de vencimentos, indexados ao vencimento mínimo. Por exemplo: o vencimento máximo não poder ser superior a dez ou doze vezes o salário mínimo… Assim é que é democracia e se criam as condições para a efectiva solidariedade nacional.
Por outro lado, os responsáveis até poderiam ganhar 15 mil euros… desde que o vencimento mínimo fosse de mil e quinhentos euros…
Acabava-se a chulice de os que mais destroem e menos valem serem os que mais ganham. E veriam como os nossos políticos e gestores correriam atrás das soluções para o País, em vez de "ignorarem", como fazem agora.
Mas, é claro, poderemos chegar a tudo isso se se reduzir o número de deputados e se se valorar a abstenção… porque assim é que é democracia (e boa gestão). É apenas uma outra forma, mais demorada talvez, de atingir o mesmo objectivo…

2005/11/24

Com um ano de atraso!

Publicado também em Editorial
Recentemente tem-se ouvido falar muito dos aviões, fretados pela CIA, usados para transportar cidadãos, aleatoriamente escolhidos, que a CIA decide torturar, maltratar de forma prepotente e arbitrária, com o objectivo de os “transformar” em TERRORISTAS.
Esta história é antiga, tem pelo menos um ano, e já nessa altura as denúncias encontraram eco na blogoesfera, tendo sido tema, inclusive, do Programa “60 minutos”…
Também neste blog o assunto foi referido várias vezes…
É claro que os aeroportos portugueses foram utilizados. A “Humans Rights Watch” (finalmente acordaram) identifica três escalas, destes aviões, no aeroporto Sá Carneiro. Os aeroportos nacionais foram utilizados e, a julgar pelas declarações dos nossos governantes, com o conhecimento e consentimento de todos eles… Gente abjecta!
Achei curiosas as declarações de Mário Soares, a propósito deste assunto:
Ele acha que está “preso” a uma candidatura presidencial e, por isso, diz: - “não nos devemos precipitar”…
Todavia, se estivesse “livre” até era capaz de escrever uns artigos sobre o assunto… Se for verdade é muito grave, diz.
“Se for verdade”, porque, depois de tantos factos conhecidos, de tantas denúncias durante tanto tempo e de tantas evidências, ele não sabe se será verdade. A “verdade” dele é, sempre, outra…
Eu bem vos disse que ele só participou nas “manifestações anti guerra” porque não estava no poder. Se estivesse teria feito exactamente o mesmo que Durão Barroso… É por estas e por outras que este indivíduo sempre me meteu nojo!
O que é a vontade e os sentimentos da população portuguesa não interessa nada. As manifestações anti guerra? São só folclore, que não deve ter quaisquer consequências, no entender desta escumalha …
Quanto a Cavaco Silva, certamente que não se lhe ouvirá uma palavra de repúdio, como é natural (da sua natureza), porque para esse, o que pensa a população portuguesa não interessa, nem nisto nem em qualquer outro assunto…
De Sampaio nem vale a pena falar. Esse acha que “estamos bem onde estamos”: subjugados, pelas mãos dos nossos políticos, traidores, a servir de capacho aos americanos, sem direito a opinião própria, autónoma, como se não fôssemos um país independente… Grande contribuição para a auto estima do País... que não é tratado como País, nem pelos seus próprios governantes.