É por estas e por outras que nunca mais consigo “pôr em dia” os assuntos que quero abordar. Esta gente não “intervala”!
Há dias era Mário Soares a falar, da nossa realidade, como se não tivesse qualquer responsabilidade no facto de termos chegado a este descalabro. Agora é o Cavaco. Pelo rumo que as coisas levam, quer-me parecer que outros se lhe seguirão, numa espécie de desfile de múmias, que nada trazem, de novo, para a resolução dos nossos problemas.
O que mais me impressionou no que ouvi desta última “aparição”, foi a “solução”, que todos os meios de comunicação social se apressaram a reproduzir. Mas comecemos, como convém, pelos “entretanto´s”.
Quando Cavaco estava no poder, eu disse, para quem quis ouvir, (ou seja, no círculo restrito das pessoas com quem contactava) que a forma como ele governava o País, nos iria conduzir, inevitavelmente, à situação que temos agora. Não fui só eu que disse isso, porque me lembro de alguns, raros, comentários com o mesmo conteúdo. Estava-se no período “áureo” do afluxo de verbas do “Fundo de Coesão”, verbas que foram malbaratadas, inclusive em coisas inúteis, mas que não foram aplicadas para promover, de facto, o progresso. Foram feitas estradas e vias de comunicação, que sustentaram o “crescimento” da economia; foram promovidos eventos pontuais; mas quanto a organização da economia e dos recursos do País, promoção de desenvolvimento, que nos permitisse dar passos seguros na via do progresso, zero! Como agora se pode constatar.
Será que esta gente não percebe que vias de comunicação são infra-estruturas, indispensáveis para o desenvolvimento, mas não são desenvolvimento?
Isto nem é uma “descoberta”, uma ideia bizarra, acabada de “inventar”. Ainda há umas semanas, um outro “blog” abordava a questão, exemplificando com o “queijo Limiano”, duma forma que me pareceu “esclarecida”. É que, analogamente, a melhoria das estradas que levam à fronteira, tanto favorece a saída de produtos, como a entrada de produtos. Se entram ou saem mais, é uma questão que tem que ver com o desenvolvimento específico. E o deles é maior que o nosso, não por culpa deles, mas por culpa da incompetência dos nossos políticos.
O mais interessante, a razão porque lhe chamo cinismo, é a conclusão que nos pretende impor: Os políticos competentes devem expulsar os incompetentes (como se não fosse tudo a mesma máfia); Tem de se aumentar os vencimentos dos políticos, para atrair os competentes. Esta última parte, cheirou-me a: “déjà vu”, com as desastrosas consequências que conhecemos.
Quero “BERRAR”, daqui, bem alto, mais uma vez, que os políticos ganham demais, que o país tem dois milhões de pessoas a viver abaixo do limiar de pobreza; que não são uns iluminados, apelidados de “competentes”, que podem resolver os nossos problemas; que isso exige o envolvimento e mobilização da maioria da população; que esses aumentos não só não resolvem os nossos problemas, como são mais um entrave à sua resolução, porque impedem o envolvimento e a mobilização da maioria da população. Além disso, quem terá sido que disse, a este espécime, que “disponibilizar mais alimento, afasta as vespas”?
Mas o que se podia esperar de Cavaco? Vejamos como se concretiza o seu critério de “políticos competentes”.
Quando ouvi esta “conversa” (do Cavaco), não pude deixar de me lembrar deste padeço de texto que escrevi, nos meus, já conhecidos, “apontamentos para memória futura”, no dia 1993-03-30, a propósito duma entrevista de João Salgueiro. É só para ilustrar os critérios de “competência” de Cavaco, e o que penso (sempre pensei) deles.
Transcrição:
“Achei elucidativo que atribua a maioria das asneiras do governo a "azares"; e, quando o repórter lhe pergunta se não serão erros de política responde, tão-somente, que não é possível prever, porque umas vezes fazem-se as coisas e saem bem; e outras vezes saem mal.
Ou seja: esta gente faz as coisas, não a partir de objectivos e do conhecimento concreto das situações; seguindo a melhor via de resolução dos problemas, mas jogando com as decisões, como se se tratasse de jogo de fortuna e azar. Que grande azar o nosso, eles serem tão incompetentes! E é isto uma figura grada do partido do governo!”
Pois, nessa altura, o Primeiro Ministro era, exactamente, Cavaco. É que eu quero desmentir a “bojarda”, tão utilizada por essa gente, de que “o povo tem memória curta”.
Mas há mais! Ele não define, nem os outros que lhe secundaram as palavras, quem são, ou como se reconhecem, os políticos competentes (serão os que ganham muito? Mentira!). A esse propósito, lembro-me de, na mesma altura, quando comentava, com um colega meu, o facto de conhecer pessoas, com grande fama de muito competentes, mas que, afinal, se revelavam uns autênticos “calhaus com olhos”, ele me ter dito: “essa é a forma como a maçonaria promove, e coloca em lugares relevantes, os seus membros. Eu sei porque já me convidaram e conheço pessoas envolvidas!”
Será que estamos, apenas, a assistir a uma campanha prévia, de “condicionamento da opinião pública”, para manter, a todo o custo, o poder da maçonaria, apesar do descalabro que tem resultado desse facto?
Pois eu reafirmo que não é possível dar passos seguros no desenvolvimento, sem que se criem mecanismo de responsabilização dos políticos e demais organizações! Que esse controle tem de ser exercido, directamente, pela população, uma vez que as instituições estão minadas de gente que não presta e não cumprem esta sua obrigação! E que, uma forma de implementar esses mecanismos é valorar a abstenção e fazê-la reflectir, em lugares vazios, no parlamento e na duração dos mandatos!
E agora!? Não acham que eu tenho o direito de exigir, para esta minha opinião, o mesmo destaque que foi dado às cretinices do Cavaco? Tanto mais que, a partir daqui, até pode ser que encontremos o caminho para a resolução dos nossos problemas.
Mas o que se podia esperar de Cavaco? Vejamos como se concretiza o seu critério de “políticos competentes”.
Quando ouvi esta “conversa” (do Cavaco), não pude deixar de me lembrar deste padeço de texto que escrevi, nos meus, já conhecidos, “apontamentos para memória futura”, no dia 1993-03-30, a propósito duma entrevista de João Salgueiro. É só para ilustrar os critérios de “competência” de Cavaco, e o que penso (sempre pensei) deles.
Transcrição:
“Achei elucidativo que atribua a maioria das asneiras do governo a "azares"; e, quando o repórter lhe pergunta se não serão erros de política responde, tão-somente, que não é possível prever, porque umas vezes fazem-se as coisas e saem bem; e outras vezes saem mal.
Ou seja: esta gente faz as coisas, não a partir de objectivos e do conhecimento concreto das situações; seguindo a melhor via de resolução dos problemas, mas jogando com as decisões, como se se tratasse de jogo de fortuna e azar. Que grande azar o nosso, eles serem tão incompetentes! E é isto uma figura grada do partido do governo!”
Pois, nessa altura, o Primeiro Ministro era, exactamente, Cavaco. É que eu quero desmentir a “bojarda”, tão utilizada por essa gente, de que “o povo tem memória curta”.
Mas há mais! Ele não define, nem os outros que lhe secundaram as palavras, quem são, ou como se reconhecem, os políticos competentes (serão os que ganham muito? Mentira!). A esse propósito, lembro-me de, na mesma altura, quando comentava, com um colega meu, o facto de conhecer pessoas, com grande fama de muito competentes, mas que, afinal, se revelavam uns autênticos “calhaus com olhos”, ele me ter dito: “essa é a forma como a maçonaria promove, e coloca em lugares relevantes, os seus membros. Eu sei porque já me convidaram e conheço pessoas envolvidas!”
Será que estamos, apenas, a assistir a uma campanha prévia, de “condicionamento da opinião pública”, para manter, a todo o custo, o poder da maçonaria, apesar do descalabro que tem resultado desse facto?
Pois eu reafirmo que não é possível dar passos seguros no desenvolvimento, sem que se criem mecanismo de responsabilização dos políticos e demais organizações! Que esse controle tem de ser exercido, directamente, pela população, uma vez que as instituições estão minadas de gente que não presta e não cumprem esta sua obrigação! E que, uma forma de implementar esses mecanismos é valorar a abstenção e fazê-la reflectir, em lugares vazios, no parlamento e na duração dos mandatos!
E agora!? Não acham que eu tenho o direito de exigir, para esta minha opinião, o mesmo destaque que foi dado às cretinices do Cavaco? Tanto mais que, a partir daqui, até pode ser que encontremos o caminho para a resolução dos nossos problemas.