2005/10/30

A novela do Referendo!

Publicado também em Editorial
O referendo à lei do Aborto está transformado numa novela, com características de conspiração, envolvendo o Presidente da República… e agora também o TC, com a palhaçada que protagonizaram, na respectiva decisão.
"Isto" a que estamos a assistir, só revela o poder descricionário de algumas máfias e a enorme quantidade de "recursos" a que deitam mão para atingirem os seus objectivos. Gente que não percebe que o seu tempo se está a esgotar... Pudera! Controlam as decisões do P.R., do T.C. e até as do P.M., tornando "impraticáveis" quaisquer "promessas"...
Estão todos de conluio, envolvidos na conspiração que persiste em nos impor a infâmia da situação actual, até o Primeiro Ministro, cujo decisão foi ditada pelos interesses e objectivos da conspiração.
Na verdade, não é o rigor de cumprimento das promessas eleitorais que move o Primeiro Ministro… porque as promessas eleitorais essenciais, aquelas que lhe deram a vitória (com 29,3% dos votos dos eleitores, já há muita gente que não se deixa enganar, nem com falsas promessas), como seja o compromisso de não aumentar os impostos, o P.M. não cumpriu.
Mesmo em relação a esta “promessa”, aquilo que se esperava (que era legítimo esperar) era que se acabasse com a infâmia, como “alegou" o P.M. em campanha. Agora, na hora de decidir, “outros valores mais baixos se levantaram”. A decisão não concretiza a promessa eleitoral e seus pressupostos. Ouçam a promessa e verão que sou eu que tenho razão.
Por tudo isto, justifica-se que transcreva um comentário que deixei à consideração do Jumento, acerca deste assunto:

Não somos um País de hipócritas (embora, nestas coisas, cada um só possa falar por si...). Somos um País intelectualmente dependente, de gente que não sabe usar a cabeça, manipulável... como no resto do Mundo (se não, nem a "indústria da manipulação" existiria, porque não teria futuro...). Somos um país onde os líderes (os políticos) não lideram coisa alguma, onde não existem critérios de dignidade, nem vergonha, onde se silenciam (se perseguem e se destroem) todos os que têm ideias próprias e um pouco mais de dignidade. Tudo isto a propósito do Aborto, é claro.
Para aplicar a actual lei é necessário molestar (e muito) direitos fundamentais de alguns cidadãos, que são discriminados: todos são mulheres, sem posses para se deslocarem ao estrangeiro...
Para que o Estado e a Justiça tenham legitimidade para molestar cidadãos, é necessário uma legitimação da sociedade bem expressiva. A actual lei tem a concordância expressa de cerca de 15% do eleitorado... E tem, actualmente, a discordãncia, manifesta de mais de 70% da população...
O que está mal é que o Estado seja um mero executor do arrivismo, absurdo e primário, de alguns grupos sociais, como o demonstra o resultado do referendo, em vez de se conformar com as regras, estritas, da democracia...
Por isso, todos os procedimentos judiciais deveriam ser suspensos, por ausência de legitimidade, até novo referendo... O que daria uma machadada definitiva na manipulação demagógica da igreja e doutros grupos mafiosos, que apenas conseguem gerar confusão e, com isso, inibir as pessoas de se lhes oporem, mas não conseguem "mobilizar" para os seus mórbidos propósitos...
Acabavam-se as novelas como a que assistimos, com características de conspiração, envolvendo o próprio Presidente; e agora com aquela palhaçada protagonizada pelo TC... que até se pronunciou sobre questão que não lhe foi colocada, segundo percebi do que disse o Presidente. É de supor que estejam todos de conluio, contra os princípios básicos da democracia.
Esta lei não está legitimada e a sua aplicação, efectiva, em cada caso concreto, é uma prepotência, arrivista e pérfida, de quem detém o poder e controla a justiça...

que molesta apenas alguns cidadãos (todos mulheres) dos muitos que cometem “o crime”.