O “Passeio” dos Militares.
Este País é caricato! O Descontentamento e a contestação Social crescem e generalizam-se, atingindo novo patamar…
Mas, como é bom de ver, os diferentes sectores sociais e de actividades vão todos para a Rua… mas separados, cada um por sua vez; porque assim garante-se melhor a derrota, para gáudio do governo.
Desta vez foram os militares que decidiram “ir passear”…
E, para cúmulo do nosso espanto, com tanta pouca vergonha e arrivismo, ficámos a saber que, neste País, há cidadãos a quem pode ser proibido “passear”, à semelhança do que se fazia no tempo do OUTRO Fascismo. A Pide também dizia que “é proibido estacionar parado mais de 2 pessoas, porque já é ajuntamento e são priobidos ajuntamentos”...
Ora bolas! Agora reparei que, afinal, o nazi/neo-con/bilderberger Sócrates vai mais longe do que a Pide; para estes só “estacionando parados” é que era ajuntamento; mas para o nazi Sócrates, nem passear se pode. Não é uma questão de “proibidos ajuntamentos”; é mais uma questão de “proibidas intenções”.
Nesta palhaçada patética o nosso espanto não tem descanso. A uma informação civilizada de “passeata”, por parte de militares na reserva, responde uma acéfala “Governadora Civil” que ninguém elegeu, proibindo… Mas alguém lhe pediu alguma autorização?
E logo vem uma chusma de subservientes, igualmente acéfalos, conjecturar sobre os perigos de passear, fazer processos de intenção absurdos e despropositados, próprios das sua mentalidades de marginais e, para cúmulo, estigmatizar os militares ou ex-militares, acenando-nos, a nós, com “o bicho papão” (do perigo do militarismo) berrando a necessidade de preservar a disciplina a todo o custo…
Falácias, tretas! Nesta bandalheira em que vivemos, sem lei nem ordem, esta gente só se lembra da disciplina quando se trata de desculparem o seu arrivismo e suas inevitáveis consequências.
Mais sensatos e idóneos, os militares lá arranjaram maneira de exercer os seus direitos básicos de cidadania e de “irem passear” para onde entenderam, civilizadamente, ordeiramente, respeitando, portanto, os direitos de todos os outros cidadãos de poderem estar ali também, ou não estarem, sem problemas.
Já por parte do governo e dessa gentalha que sequestrou a nossa democracia não se viu o mesmo civismo, mas sim o MESMO arrivismo fascista… e logo vieram as ameaças de represálias e de sanções.
Eu acho muito bem que os militares exijam e exerçam os seus direitos de cidadania… até para que a sociedade lhes possa exigir que se assuma como cidadãos, na eventualidade de lhes serem dadas ordens pérfidas, que não devam cumprir. È salutar, para qualquer democracia, que todos e cada um exerça os seus direitos de cidadania. A civilização só pode crescer com isso e a democracia se fortalecer… Mas isso digo eu! Deve ser loucura minha.
O que mais me surpreende, nisto tudo, é a passividade das outras organizações cívicas e de classe, perante os abusos e prepotências do poder. A meu ver, a exibição de prepotência do governo deveria lhe custar um período de contestação de todas as organizações cívicas e sindicais, à semelhança da contestação ao CPE, em França.
Choca-me, consterna-me, ver a passividade dos dirigentes dessas organizações perante tamanho arrivismo do governo, como se a liberdade, a democracia e o respeito pelos direitos de cidadania não lhes dissessem respeito.
Apetece dizer: Vive la France!
A minha incondicional solidariedade aos militares!