Tal como em vida, até na morte Saddam está a servir os objectivos da CIA (Chamemos-lhe CIA, para simplificar, embora pareça que estes, a CIA, são apenas mais uns moços de recados dos neo-cons, neo-nazis, dessa escumalha maldita que domina e destrói o Mundo). Isto se pudermos acreditar que Saddam tenha sido, realmente, assassinado…
Reparem que eu disse: “se pudermos acreditar”; e também: “assassinado”. Porque, nestas coisas, em nada se pode acreditar e também porque, a ser verdade, “aquilo” não foi uma execução, mas um assassinato.
Este foi morto para o filme mas, em contrapartida, o outro, Osama Bin Laden, não está autorizado a morrer... mesmo que já tenha sido enterrado há muito.
Os serviços que Saddam prestou, em vida, aos Facínoras que controlam o Mundo, são enumerados AQUI, podendo ser acedidos através deste post de Sofocleto.
A sua condenação à morte serviu os interesses da agenda eleitoral americana e a sua execução (ou, ao menos, a notícia) servem para incentivar a guerra no Iraque. Nem podia faltar um escândalo: a notícia dum “polémico” vídeo, ilegal, atribuído aos radicais Shiitas (que todos sabemos serem uns reles agentes da CIA).
Os que teimam em ver estas questões da política internacional a preto e branco, ao jeito da guerra-fria, nunca conseguirão compreender a GRANDE utilidade deste tipo de actos de banditismo e provocação.
Mas, se fizerem um esforço, conseguem chegar lá!
É voz corrente, e tido como dado adquirido, que a guerra é um “mercado”. Para que este “mercado” funcione e dê lucros é necessário fomentar guerras… Este tipo de provocações têm vindo a ser usadas, desde há décadas, com total êxito, para fomentar Guerras…
Esta é uma forma simplista (adequada à mentalidade dos que vêem as coisas a preto e branco) de explicar este tipo de coisas, visto que elas servem, também e de forma excelente, os objectivos de dominar o Mundo e subjugar os povos, sequestrando-os através do terror, da miséria, da violência, da fome…
Nesta quadra festiva (à semelhança do que vem acontecendo, de forma sistemática desde, pelo menos, o 11 de Setembro de 2001) os “operacionais” da Campanha de Medo e Desinformação tiveram o cuidado de nos brindar com várias notícias e reportagens, como as que são referidas neste comentário:
“Mas o "aviso" mais preocupante não é este do vídeo: foi anteontem, salvo erro, nos noticiários da noite, terem reeditado os episódios das "ameaças de atentados terroristas" (inventadas), agora no túnel do canal da Mancha, envolvendo polícias britânicos e franceses.No noticiário da SIC a receita foi completa: ameaça de atentado, gripe das aves (e nem sei bem mais o quê).”
Para “temperar a receita”, começaram os patifes do Conselho de Segurança da ONU por ameaçar o Irão com sanções e até com o uso da força…
Do “prato principal” trataram os outros bandidos que controlam a Administração Americana, que controlam a ONU e mais uma chusma de lacaios por todo o Mundo. Foi a execução de Saddam, com cuja se pretende estabilizar, definitivamente, a situação de Guerra Civil, no Iraque, de modo a “justificar” a perpetuação da ocupação militar imperialista.
A ementa não estaria completa sem outra guerra: A tão esperada e incentivada guerra na Somália. E, mais uma vez, as referências ao Sudão e ao genocídio no Darfur, minuciosamente “reportado”, como convém…
Para compreender esta questão (do Sudão e do Darfur), bem como os objectivos e urgência da “intervenção humanitária”, basta termos em conta isto:
“Newly discovered resources have made Sudan of great interest to U.S. corporations. It is believed to have oil reserves rivalling those of Saudi Arabia. It has large deposits of natural gas. In addition, it has one of the three largest deposits of high-purity uranium in the world, along with the fourth-largest deposits of copper”
Traduzindo: Descobertas recentes despertam o “grande interesse” das corporações americanas em relação ao Sudão. Acredita-se que tem reservas petrolíferas que rivalizam com as da Arábia Saudita. Tem, ainda, ricos depósitos de gás natural. Acresce que tem, também, um dos três maiores depósitos de Urânio de elevada pureza existentes no Mundo, juntamente com a quarta maior reserva de minério de cobre…
Percebem agora quem como e porquê, está a fomentar (quando não a inventar) o genocídio no Darfur e a clamar pela necessidade urgente de intervenção humanitária, como forma de ocupação, domínio e controlo dos recursos naturais?
Basta olhar para os nomes de alguns dos “promotores” desta campanha:
“But it wasn’t just Zionist groups that called it. The rally was sponsored by a coalition of 164 organizations that included the National Association of Evangelicals, the World Evangelical Alliance and other religious groups that have been the strongest supporters of the Bush administration’s invasion of Iraq. The Kansas-based evangelical group Sudan Sunrise helped arrange buses and speakers, did extensive fund raising and co-hosted a 600-person dinner.
“U.S. Ambassador to the UN John Bolton, former Secretary of State Gen. Colin Powell, Secretary of State Condoleezza Rice, Gen. Wesley Clark and British Prime Minister Tony Blair have all argued in favour of intervention in Sudan.
These leading architects of imperialist policy often refer to another model when they call for this intervention: the successful “humanitarian” war on Yugoslavia that established a U.S./NATO administration over Kosovo after a massive bombing campaign”
Ao menos os nomes não precisam de tradução…
Resumindo: Enquanto “a civilização ocidental” se desdobrava em votos de felicidade, paz e amor; em votos de reconciliação e harmonia, esta escumalha maldita que domina e destrói o Mundo continua a sua saga de perfídia e de infâmia.
Matam-se dois coelhos duma cajadada: por um lado aproveita-se a azáfama e a distracção provocadas pela “quadra festiva” para “ganhar vantagem” sobre as vozes discordantes e suas denúncias; por outro lado aproveita-se o facto de as pessoas estarem psicologicamente desarmadas (pensando e desejando coisas boas) para aumentar o impacto da “Campanha de Medo e Desinformação”.
No meio de tanta perfídia, será que vamos ser capazes de nos garantirmos um FELIZ ANO NOVO?
É para ver se se acaba com tanta perfídia que eu defendo A VALORAÇÃO DA ABSTENÇÃO...
e defendo, também, a alteraçãop das regras de decisão da ONU, no que concerne às intervenções e conflitos armados internacionais