2006/10/07

Colin Powell And His “Fine Paper” (or Fake Paper?)

Existem milhões de pessoas (incluindo Americanos, Ingleses, Espanhóis e Portugueses) que estão contra a guerra no Iraque!

Existem milhões de pessoas (incluindo Americanos, Ingleses, Espanhóis e Portugueses) que se sentem enganados, ludibriados, vigarizados relativamente a esta situação, relativamente às “versões oficiais” e relativamente aos pretextos invocados.

Existe um sentimento generalizado de descrédito e de angústia relativamente às consequências desastrosas deste tipo de actuação dos políticos e dos governantes nacionais e internacionais.

Ainda assim, há muito poucas pessoas com acesso ao conhecimento concreto e objectivo dalguns dos casos escabrosos e escandalosos acontecidos durante esta “novela” infame.

É por isso, por haver muita gente que não conhece estas falsificações, que continuam a ser montadas falsificações, como por exemplo os episódios de alertas de atentados terroristas, como este, ou este.

Hoje decidi trazer ao conhecimento e análise dos que me lêem o episódio que se segue:

Colin Powell, no discurso que fez, ao Conselho de Segurança da ONU, em 5 de Fevereiro de 2003, apresentando argumentos para “justificar” a invasão do Iraque, disse:
“I would call my colleagues' attention to the fine paper that the United Kingdom distributed . . . which describes in exquisite detail Iraqi deception activities.”

Traduzindo: “Devo chamar a atenção dos meus colegas (do Conselho de Segurança) para o excelente documento que o Governo Inglês distribuiu… onde se descrevem, com cuidadoso detalhe, as actividades ilícitas do Iraque”

Este relatório (do Governo Inglês) reivindica-se “fundamentado em informações de diversas fontes, inclusive dos Serviços Secretos”.

Porém, como se pode ver neste documento, o tal relatório resultou dum simples acto de “copy/paste” de vários documentos existentes na NET, incluindo um artigo publicado na imprensa e na NET, da autoria de Ibrahim al-Marashi, elaborado em 1991, no âmbito dum trabalho de pós-graduação.

Os autores deste reles trabalho de falsificação (o documento do Governo Inglês) foram uns imberbes Assessores de Imprensa de Tony Blair.
Nem os serviços secretos nem os autores dos documentos plagiados tiveram conhecimento prévio, não autorizaram a utilização dos seus escritos, nem deram qualquer contribuição ou informação objectiva e actualizada.

Não se pode dizer que Blair e Powell (e seus comparsas) tenham sido enganados inadvertidamente, porque o próprio relatório se denunciava ao não indicar claramente as fontes das informações e afirmações (velhas de uma dúzia de anos). Isso mesmo se denuncia neste Contra-Relatório, publicado uma semana antes de o Governo Inglês ter distribuído a sua falsificação.
Portanto, restam duas e só duas hipóteses:
- Ou o Governo Inglês encomendou a falsificação, com ou sem encomenda prévia da Administração Americana, muito provavelmente COM.
- Ou o Governo Inglês recebeu a falsificação, encomendada e produzida por mafiosos, com indicações exactas e explícitas da utilização que lhe deveria ser dada…
Será este um caso em que os provocadores que controlam a CIA torpedearam os Serviços Secretos Ingleses?

Em qualquer caso, Tony Blair não tem desculpa para assumir e pavonear a sua função de rafeiro, de cúmplice subserviente de toda esta perfídia. Qualquer destes seus “papéis” é indigno dum Primeiro Ministro e enxovalha a nação e o povo Inglês.

E que dizer dum “Conselho de Segurança da ONU” que ouve um documento destes (que serviu de desculpa a tantos bandalhos para dizerem agora que apoiaram enganados, quando apoiaram premeditados…), tem conhecimento, passado pouco tempo, da dimensão da falsificação e se fica com o ultraje?
Quem é que essa gente representa? Que confiança se pode ter em gente que assim se revela tão sem carácter ou dignidade?

Acresce que, como também se refere neste artigo já linkado:

“Iraq has repeatedly asked for a clear timetable for the lifting of economic sanctions to be coupled with the weapons inspections system. This is not an unreasonable demand: in fact, it was the agreement made in the ceasefire that ended the Gulf War, and which the US in particular has done so much since 1991 to obscure.
The ceasefire agreement - Security Council Resolution 687 - lays out the elements of a political solution:
- An independent weapons inspectorate,
- An end to the threat of war,
- A clear timetable to lifting economic sanctions, and
- The creation of a weapons of mass destruction free zone in the Middle East (entailing the need for the end of Israel's nuclear arsenal).

On each of these four points, the US in particular stands in clear violation of the terms of the agreement

Aquela “organização” que dá pela sigla “ONU” é um autêntico forrobodó. Se colocassem lá palhaços em vez de “individualidades” custavam menos dinheiro ao Mundo e não faziam tão má figura… já eram palhaços, antes de o serem…

É para acabar com toda esta infâmia e respectivas consequências para o desespero das populações do Mundo, para a destruição do planeta e para a destruição da civilização, que eu defendo a ALTERAÇÃO DAS REGRAS DE DECISÃO da ONU, em matéria de conflitos internacionais, pelo menos…
Também é para acabar com estas infâmias e com a cumplicidade dos diferentes governos dos diferentes países do Mundo, contra a vontade manifesta da maioria das respectivas populações, que eu defendo A VALORAÇÃO DA ABSTENÇÃO e o fim do actual sistema eleitoral vigarista.