2011/05/05

Para CML. RECLAMAÇÃO MUITO URGENTE, Construção de Complexo desportivo

RECLAMAÇÃO MUITO URGENTE



Exmos. Senhores,


Estou, desde há 3 dias, a assistir, indignada e revoltada, a partir da casa do meu filho, a mais UM CRIME monumental sancionado por essa Edilidade.


Trata-se do início das obras para a edificação dum Complexo Desportivo, nos terrenos contíguos a estes prédios e que confinam com o Eixo Norte Sul.

Não é a obra, em si que motiva esta reclamação mas as suas dimensões megalómanas, A OCUPAR TODO O ESPAÇO que deveria ser zona verde para compensar e minimizar os efeitos do excesso de poluição provenientre do Eixo Norte Sul.


Na verdade esteve um aviso afixado, durante muito tempo, a anunciar o “empreendimento”. Eu vi-o e, certamente como MUITOS outros moradores daqui, não liguei porque pressupus que houvesse bom senso, racionalidade, civismo, empenho em melhorar as condições de vida e de saúde dos munícipes, quer por parte de quem projectou a obra quer por parte, OBRIGATORIAMENTE, de quem a apreciou e licenciou. NÃO HOUVE!


Não liguei porque, conhecedora dos muitos problemas destes terrenos, nomeadamente em materia de drenagem e escoamento de águas, achei que isso também seria tido em conta na racionalização do projecto, dando ouvidos e seguimento adequado aos avisos sensatos e prementes que o Arq. Ribeiro Telles fez durante muitas décadas.


Não liguei porque, duma vez por todas, os nossos edis e outros responsáveis têm de começar a compreender que devem fazer a sua obrigação SEMPRE, sem estarem à espera que sejam os cidadãos a reclamar e a dizer como, porque os cidadãos têm muito mais o que fazer, porque os cidadãos não têm de partir do princípio de que todos os responsáveis são INCOMPETENTES e mal formados, porque as coisas são para serem bem feitas. SE os senhores não fazem o vosso dever criteriosamente e bem como é que justificam os vossos vencimentos? Regateando as reclamações dos cidadãos? E respondendo insultuosamente como foi o meu caso já por duas vezes? Isso é pouco, melhor dizendo: é nada, para justificar os vossos vencimentos.


Não liguei porque existe já uma construção desportiva inacabada e degradada, com muito espaço para ser aproveitada e, consequentemente, pensei que se tratasse de reaproveitar esse espaço E NÃO DE USURPAR, DE FORMA OBSCENA, todo o espaço disponível para construir um conjunto excessivo de cortes de ténis, inútil e inadequado para o local. Tratando-se dum terreno contíguo a uma via rápida e, por isso, submetido a poluição atemosférica excessiva, é, certamente, o espaço menos apropriado para a prática de qualquer disporto ou exercício físico intenso... e nem tal se justifica com o Estádio Universitário aqui tão perto... e nem tal se justifica tendo em conta que, do outro lado do Eixo Norte Sul existe um corte de ténis ao abandono há muitos anos... estrutura que, certamente também custou dinheiro e pode evitar a destruição do correspondente espaço verde deste lado, sendo aproveitada e rentabilizada.


Portanto, não é contra o projecto que me pronuncio, mas contra o facto de ele ser megalómano, provavelmente inútil e para “ficar às moscas” dentro de algum tempo, depois de ter destruído o que resta de natureza neste espaço que deve ser dimensionado sim mas para servir de “pulmão” aos moradores.


Acresce que uma parte desse espaço está ocupada por hortas, há várias décadas, e choca ver a forma desumana e criminosa como o terreno foi completamente vedado e as pessoas privadas de aceder aos seus pertences dentro dessas hortas, cujos terrenos nem sequer deveriam estar incluídos no projecto se ele fosse minimamente equilibrado e sensato.



Acresce que esses terrenos têm sido utilizados pelos moradores para passearem os seus animais de companhia e para “estenderem as pernas”, ficando todos prejudicados e espoliados dum mínimo de espaço para esse fim a que têm direito.


O terreno não poderia continuar como estava, tinha de ser cuidado e plantado. Mas não são os moradores que têm de ser punidos pelo desleixo da edilidade, ficando sem um espaço que lhes pertence e de que necessitam (mais os seus animais que também têm direitos) para que o terreno não continue e ser uma lixeira imunda, com águas estagnadas a servir de viveiro de mosquitos causadores de doenças; a servir de viveiro de formigas que atacam as construções, a servir de viveiro de vespas e baratas em número excessivo (embora estas últimas, que começam a aparecer aos milhares, novamente, não se ressintam por serem privadas do terreno).

Eu não sei se concordo com as hortas como elas têm existido até agora e apesar de ter tido a colaboração do dono duma delas para cuidar dos animais... Mas também isso pode e deve ser racionalizado e integrado no uso destes terrenos, evitando-se o crime de arrasar todas as árvores existentes, que tanta falta fazem e cujo número devia ser quadriplicado e não reduzido, sendo esse objectivo possível num projecto equilibrado.


O terreno (e o projecto) devem contemplar todos esses direitos adquiridos, que deveriam ter sido considerados desde o início, se houvesse bom-senso:

- A área do projectro TEM DE SER reduzida para 2/3 (dois terços) da actual, porque nem se justifica nem é necessário mais do que isso (provavelmente até isso será excessivo);

- Deve continuar a existir (mesmo durante a construção) um corredor ecológico e circuito pedestre (e porque não pista de bicicletas?) em torno da totalidade do terreno destinado ao projecto, arvorizado e com alguns arbustos, acessível a pessoas e animais de companhia; As hortas podem e devem ser redimensionadas e racionalizadas, tendo como objectivo principal RESPEITAR os bens dos respectivos utilizadores e o seu direito a lhes terem acesso e também evitar o abate de TODAS as árvores;

- Os animais que andam à solta devem continuar a ter refúgio nesses terrenos, como têm tido até agora (mas isso consegue-se com os utilizadores das hortas).


E para já, como o meu tempo é escasso, é o que se me oferece dizer indignada e revoltada com tanto crime que se comete contra a natureza E CONTRA OS MUNÍCIPES, INJUSTIFICADAMENTE, com a certeza de que interpreto adequadamente os sentimentos da esmagadora maioria dos moradores de todos estes prédios que confinam com o referido terreno.



Espero que, por uma vez, V. Exas. tenham um pouco de pudor e de bom-senso e façam o que deve ser feito: racionalizar o projecto e cuidar devidamente do espaço e dos direitos dos munícipes afectados.

O embargo da obra durante mais dez anos, sancionando a destruição já concretizada e agravando a degradação do espaço NÃO SERVE, não é solução... e nem pode ser meio de chantagem e coacção sobre os moradores para que se calem com tamanhos atentados às suas condições de vida e aos seus direitos.


Atenciosamente


Uma imagem da faixa de terreno de que se fala neste texto

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