2005/02/06

Crise Humanitária no Darfur (Sudão).

A primeira vez que dei atenção a esta história, ouvi qualquer coisa como:
“No Darfur, território do Sudão, foram mortas entre 30 a 50 mil pessoas, na sequência de conflito étnico, perpetrado por milícias, apoiantes do governo”.
Esta prosa, só por si, deixou-me com os cabelos em pé. Fiquei a pensar: como é possível? 30 a 50 mil? Quererá isto dizer que 20 mil daquelas pessoas não tem importância nenhuma?
Para situar melhor a questão, cabe dizer que o Darfur é descrito como a zona mais pobre do Sudão, país que tem petróleo, mas noutra província.
Depois daquela notícia foram, nos dias que se seguiram, as exigências feitas pela ONU, ao respectivo governo (do Sudão), que este acabou por aceitar.
Passados alguns dias (desta aceitação), aquele governo argumentava que a situação estava a ser usada como pretexto…
Depois, sucederam-se várias notícias, onde os USA classificavam a situação como de genocídio, que algumas organizações humanitárias contestavam (dizendo que se tratava dum conflito armado), porque não queriam que os USA usassem o pretexto para uma intervenção armada, motivada pela cobiça do petróleo.
Agora, de vez em quando, o assunto volta à ribalta, em notícias onde se mistura alguma demagogia, com a verdade dos factos.
Nem será necessário dizê-lo porque todos vocês sabem que, quando se trata dos USA eu fico sempre “de pé atrás”; não acredito nas suas anunciadas “boas intenções”, porque os factos demonstram que as suas intervenções só servem para piorar e agravar as chacinas e também porque acho que os problemas dos povos só são bem resolvidos, se resolvidos pelos próprios. Isto vale para todos os povos.
Porém, nisto como em tudo, há um conjunto de perguntas que temos de fazer:
Para que é tanta “preocupação”, agora? Para evitar o genocídio não é, porque este já se deu. Além disso, mataram, ali 30 a 50 mil pessoas e ninguém deu por nada, a tempo de evitar a tragédia? Andam todos a dormir não? Ou será que só “dormem” quando lhes convém? Começa a ser tempo de se exigirem responsabilidades, por estes factos, à própria ONU e às suas actuações.
Que confiança podemos ter nas organizações internacionais, quando coisas destas são possíveis? Se estas organizações funcionassem, fossem credíveis, nenhum governo se arriscaria a permitir ou promover coisas destas.
Portanto, podemos concluir que há aqui outros factores a ter em conta. O primeiro é o facto, conhecido de todos, de os países africanos serem, desde há décadas, palco de lutas armadas e chacinas, promovidas e fomentadas por traficantes de armas que, como todos os “bons comerciantes” têm os seus próprios meios de “promover os seus negócios”. O grande problema do mundo é que estes traficam armas e, portanto, o “seu negócio” vive destas chacinas. Como também não lhes falta dinheiro para alimentarem todo o tipo de provocações, usam como pretexto diferenças raciais ou religiosas; tudo o que poder ser explorado. O mundo está perdido, se não conseguir ver-se livre da influência deste tipo de criminalidade. Até porque, para que a África possa continuar a ser “mercado” para este tipo de “comércio”, as suas populações nunca poderão sair da miséria de que são reféns, agora.
Todos sabem quem são estes criminosos; eles pavoneiam as suas escandalosas fortunas pelo mundo inteiro; fortunas que lhes garantem “as boas graças” dos governos (que deviam proteger-nos, a todos, deste tipo de gente). Também conta a favor deles o facto de a América estar sempre, na linha da frente, para aproveitar a ocasião, pelo que estas provocações também servem os seus interesses.
Por isso eu defendo que as decisões da ONU, quanto a este tipo de situações têm de passar a ser votadas pelos governos, com base no resultado de referendos internos, que legitimem tais votações.
Caso contrário, o que é que nós podemos fazer, mesmo depois de sabermos isto tudo?


APELO!
Atenção às campanhas mais recentes:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
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-- Denúncia de Agressão Policial
-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa