2005/10/28

Nas garras de NAZIS!

Publicado também em Editorial
O documento, de António Ferreira de Jesus, recebido na ACED em Setembro de 2005, e referido com o título de "Providência Cautelar" merece ser lido e “meditado”.
Casos como este vêm mesmo a propósito das greves no sector da justiça e desmascaram bem o falaciosismo dos “argumentos” dos juízes e magistrados judiciais, quando fingem que estão preocupados com o descrédito da Justiça.
O descrédito da Justiça é merecido por casos semelhantes a este (em matéria de injustiça, de tendenciosismo, de nepotismo, de arbítrio, de arrivismo das decisões judiciais e sua manutenção).
Este tipo de casos só é explicável pelo mau carácter dos intervenientes e pela impunidade corporativista e criminosa que lhes é assegurada, pelo poder, e principalmente pelos seus pares.
Este tipo de casos, que são o que compromete o prestígio dos juízes e magistrados (e outros órgãos de soberania), não são explicáveis pela falta de meios, nem pela falta de condições, nem por nada dessas tretas com que os senhores juízes e magistrados nos querem “amandar areia para os olhos” evidenciando bem, mais uma vez, a sua falta de carácter e de idoneidade.
A única explicação para este e outros casos semelhantes é o facto de o autor do texto ter caído nas garras de mafiosos NAZIS, que assim aplicam, no maior arbítrio e perversidade, os seus “princípios”, (ou ausência deles…) vingando, num indivíduo, (em cada um que caia nas suas garras) o desprezo, inteiramente merecido, a que são votados por toda a sociedade.

Deixem-me transcrever estes excertos, apenas para ilustrar:
…/…
Dentro da prisão defendo ideias e convicções, por isso sou perseguido. Defendo a minha dignidade, por isso sou perseguido.
Escrevo para a imprensa desde 1974, por isso sou perseguido.
Tornei-me sócio e correspondente de organizações de Defesa dos Directos Humanos e dos Reclusos, por isso sou perseguido. Professo ideias libertárias, por isso sou perseguido.
Chamo a atenção em relação ao incumprimento das suas próprias regras, a sistemática violação da Reforma Prisional (Dec. Lei 265/79), por isso sou perseguido.
Combato a corrupção, o abuso de poder, a violência gratuita, a incompetência, a sujeição dos presos a trabalhos com salários de escravatura, por isso sou barbaramente perseguido.
Finalmente (não tão finalmente como isso…) sou testemunha de acusação (aqui entramos na parte mais delicada para eles, e a mais perigosa para mim!) em vários processos que correm nos tribunais contra funcionários desta prisão (Vale de Judeus) que ali são arguidos na qualidade de presumíveis implicados em crimes de corrupção, abuso de poder e morte de reclusos. Por isso sou odiado, perseguido, reprimido e ameaçado de morte!

Será necessário melhor esclarecimento?
Infelizmente, é. E é também chegada a hora de eu não adiar por mais tempo uma informação à opinião pública e aos meus amigos e companheiros libertários, de que para além de todas as perseguições e ameaças de morte, dentro das prisões, sou também vítima de uma vingança pessoal do próprio director geral dos serviços prisionais.
É verdade! Estas pessoas geralmente não esquecem… Sobretudo quando, politicamente, são de extrema-direita e enfrentam um indivíduo com a minha lucidez, como é o meu caso.
Por crimes anteriores ao 25 de Abril de 1974, e que tiveram fortes motivações políticas contra o antigo regime, ainda na qualidade de preso preventivo, estive na prisão de Paços de Ferreira em 1975. O pai do actual director geral dos serviços prisionais era ali secretário. Era considerado, pelos presos, um salazarista fiel e convicto, especialmente pela forma carrancuda e super autoritária como os tratava.
…/…
Assim fica tudo bem mais claro.
Já o disse, várias vezes e justifica-se repeti-lo aqui:
Mercê do compadrio e tráfico de influências; e também de chantagens e protecções mafiosas, da alta criminalidade, que se infiltram em todos os partidos, que controlam as cúpulas partidárias, são colocados, em cargos de responsabilidade, toda a espécie de gente sem dignidade e sem escrúpulos, como a nossa desastrosa realidade demonstra.
Infiltrados entre essa gente, como é natural e normal, existem neo-nazis, gente da mais inveterada extrema direita, ligados ao antigo regime, de cujo herdaram os cargos e os compadrios, que não tem lugar no espectro partidário sujeito a veredicto eleitoral.
Usando a impunidade corporativa existente, (e a maquiavélica interpretação de independência dos poderes, que só serve para proteger estes crimes e estes criminosos) essa gente comete todo o tipo de crimes, como os que aqui se relatam, e como o que é materializado pela manutenção deste homem na prisão
Usando a impunidade corporativa existente e promovendo a inoperância das instituições e entidades públicas, em cujas boicotam todas as medidas válidas e ignoram todas as instruções dignas, aactuando como "forças de bloqueio", essa gente comete todo o tipo de actos terroristas contra a democracia, de que são exemplo os incêndios florestais e também o Processo Casa Pia… Com isso pretendem atingir um nível e destruição que lhes permita reconquistar o poder, nem que seja pelo desinteresse e saturação dos cidadãos. Não o podem fazer sem o apoio e cumplicidade dos governos, dos deputados e de todos os políticos no activo, eleitos pelos cidadãos. Mas essa “colaboração” está, como sempre esteve, garantida, até pela impunidade de que gozam estes crimes públicos.
É apenas mais um exemplo a justificar que nos alarmemos… E que temamos pelo futuro, que os políticos e governantes estão a “construir” (leia-se: destruir).
Só mais uma coisinha, para finalizar:
Ninguém pense (juiz, magistrado, advogado, governante, político, ou instituição) que pode ter conhecimento deste tipo de coisas, calar (consentir) e manter imaculado o seu prestígio e idoneidade.
Quando estas coisas são divulgadas, quem, de dentro das respectivas instituições, tem conhecimento e ignora, deve ter a noção de que está a contribuir para comprometer o seu prestígio e idoneidade, também.
Qualquer classe ou instituição que se queira prestigiar, individual ou colectivamente, não pode consentir na prática de tais actos pelos seus iguais, porque isso é garantir-lhes a impunidade de que abusam. É dentro da justiça e das instituições que estes problemas devem ser resolvidos, que estes crimes devem ser banidos e isso compete a todos e a cada um…
Não são os cidadãos que podem ou devem fazê-lo, até porque não têm meios nem “legitimidade”.
Essa chantagem estúpida, aliás muito frequente, é típica das estratégias nazis de que falo acima… mas é uma falácia, para esconder cumplicidade e envolvimento nos crimes.
Depois não se queixem, cinicamente, do descrédito dos cidadãos… porque bem o promovem…