O compadrio e o tráfico de influências, por um lado; os arbítrios e as prepotências, por outro, são tão normais e frequentes entre os políticos que até já se usam como "argumentos" de campanha eleitoral.
Em Lisboa, Manuel Maria Carrilho, candidato do PS à presidência da Câmara, "apela" ao "voto útil", argumentando que o facto de o governo e a presidência da Câmara serem da "mesma cor"; que é como quem diz: do mesmo partido, facilita a resolução dos problemas da cidade...No "meu tempo" isto chamava-se favorecimento, compadrio e tráfico de influências... crimes previstos e punidos por lei. É o cúmulo da pouca vergonha!
No Porto, Rui Rio, candidato do PSD à Presidência da Câmara, diz que a edilidade não pode, (não quer, diria eu) consertar todos os telhados das casas da autarquia, que metem água. Por isso não vê mal nenhum em arranjar o telhado duma aniversariante de cem anos, como "argumento emocional" para "comprar votos". Na minha terra isto chama-se critérios arbitrários, usados para influenciar o voto, como meio de compra de votos... com o dinheiro da Câmara.
Por outro lado, assume que, despejou, sem realojamento, casas onde se praticavam actividades ilegais, de tráfico de droga. Eu pensava que as actividades ilegais de tráfico de droga eram puníveis criminalmente, dando direito a cadeia. Afinal, os traficantes podem "ir em paz", vender droga para outro lado qualquer, desde que a Câmara possa usar o facto como argumento para praticar despejos violentos. No "meu tempo" isto só podia ser entendido de duas formas: cumplicidade com o tráfico de droga e com a respectiva protecção policial; ou argumento falacioso e falso para justificar o injustificável. Agora estes critérios aberrantes são "argumento" de campanha eleitoral.Quando os que se propõem a eleições se acham no direito de cometer todos estes atropelos, assumindo-os abertamente, como argumento eleitoral, e as restantes instituições e responsáveis "acham" normal, só podemos concluir que este país está perdido e continuará a piorar, porque não é possível recuperar a credibilidade das instituições, assim. Consequentemente também não será possível recuperar a economia.
Mas o Presidente finge estar preocupado com a corrupção???