2005/02/28

Dívida dos Paises Pobres! "Blufe" de Luxo!

O Yuri enviou-me este texto, por "mail". Aqui fica a divulgação (e o apoio aos objectivos enunciados).
"
"Blefe" de luxo (dos Paises do G7)

Grupo dos ricos e Banco Mundial dá “calote” na promessa às vítimas do Tsunami.

Por Damien Millet y Eric Toussaint*
Nos últimos dias 4 e 5 de Fevereiro, a cúpula de Ministros de Finanças do G7 terminou dissimulando o seu fracasso com declarações vazias de significado. O comunicado final não aponta, senão: outro passo na mesma direcção, que já mostrou a sua insuficiência e os seus limites, bem distantes do verdadeiro desafio da anulação total da dívida dos países pobres.
O G7 vem anunciar a redução da dívida “caso a caso” e em “até 100%”. Reduzir “até 100%” não quer dizer nada, já que toda e qualquer percentagem de redução é, por definição, inferior ao 100%. A decisão de tratar os países caso a caso conduz à “imposição de condições” cujo objectivo principal é reduzir o alcance de uma eventual anulação, o que é inaceitável. Nenhum processo que aponte uma verdadeira anulação foi iniciado, nenhuma agenda nesse sentido foi decidida. Tudo ocorreu como se os países ricos tivessem buscado, e rebuscado, algumas frases apropriadas para as suas assinaturas e, ao mesmo tempo, se comprometessem o menos possível. Na realidade esses países deveriam, em primeiro lugar, prestar contas sobre as promessas feitas no passado e que não cumpriram.
Como dar-lhes crédito agora, se desde 1999 não cumprem, em absolutamente nada, as suas promessas?
Há seis anos, Blair, Brown, Chirac e Schröder já estavam presentes no G8 quando nós lhes enviamos mais de 17 milhões de assinaturas a favor da anulação da dívida dos países pobres. Nesse dia, 10 de Junho de 1999, a cúpula do G7 de Colónia havia decidido reforçar a iniciativa para 42 países pobres Altamente Endividados (PPAE) iniciada em 1996. Afirmando terem compreendido a mensagem enviada por numerosos signatários, seus integrantes anunciaram a anulação de 90% da dívida bilateral e multilateral desses países, a saber, 100 bilhões de dólares.
Porém, as cifras falam por si: 6 anos mais tarde, a dívida global dos 42 PPAE não foi reduzida, pelo contrário: segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), entre 1999 e final de 2002, a dívida multilateral dos PPAE aumentou em 10 bilhões de dólares e a dívida bilateral com os países mais industrializados aumentou cerca de 2 bilhões de dólares.
Segundo a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (CNUCED – UNCTAD em inglês), os países em questão devem reembolsar 2,6 biliões de dólares em 2005, ou seja, mais que em 2003 (2,4 biliões de dólares). Na verdade, a iniciativa PPAE visava, antes de tudo, reforçar o domínio dos credores e a lógica do “ajuste estrutural” nas economias desses países: abrir sempre as economias dos PPAE às exportações e sociedades transnacionais dos países ricos; privatizar a distribuição de água, as telecomunicações, o fornecimento de electricidade, as poucas indústrias públicas que existam e fazer com que a educação e a saúde sejam pagas.
Esta lógica de “tudo para o mercado” e tudo para a exportação continua a mesma. Além disso, as discussões do G7 deste fim de semana tratam somente da dívida multilateral dos 42 PPAE, estimada em 80 bilhões de dólares. Recordemos que o estoque de ouro do FMI está avaliado em 44 bilhões de dólares a preços de mercado, e que as reservas do Banco Mundial são de ordem de 31 bilhões de dólares.
Se desejassem realmente, as instituições gémeas de Breton Woods estariam perfeitamente em condições de financiar por si mesmas, a anulação da dívida multilateral dos 42 PPAE. Enquanto que a dívida bilateral dos PPAE com os países mais industrializados se eleva a 30 biliões de dólares. Esse é o custo de seis meses de ocupação do Iraque, ou, os 5% dos gastos militares anuais do G7.
A fraude dever ser denunciada. Os dirigentes dos países do G7 tem uma agenda oculta: permanecer como credores dos PPAE e do resto dos países subdesenvolvidos (165 no total) a fim de continuar a impor a sua vontade neoliberal. Somente alguns PPAE, os mais dóceis ou os que ocupam uma posição geoestratégica, continuarão a receber, caso a caso, as medidas significativas de redução da dívida. No entanto, algo é certo: o G7 não tem intenção de liberá-los completamente do peso da dívida, pois significaria devolver-lhes a possibilidade de empreender políticas económicas e sociais contrárias ao "credo" neoliberal.
Quanto ao resto dos países em desenvolvimento (89% da população pobre do planeta vive fora dos PPAE), o G7 não propõe nenhuma medida de alívio da dívida, inclusive para os países mais afectados pelos tsunamis de 26 de Dezembro de 2004 (começando pela Indonésia e Sri Lanka). Para esses países, o G7 não propõe, senão: uma ridícula moratória de um ano.
Dia 31 de janeiro, em Porto Alegre, no final do V Fórum Social Mundial, o conjunto de campanhas internacionais sobre a dívida, entre as quais o CADTM, exigiu: “o imediato e incondicional cancelamento da dívida externa e ilegítima dos países vítimas do tsunami e outros que tenham sofrido terríveis desastres e crises, nos meses recentes”.
Somente uma mudança radical da lógica utilizada pode permitir encontrar uma solução para o problema da dívida, que é hoje a causa dos fracassos do G7. Esse problema continua intacto. As gesticulações de Gordon Brown não mudam nada.
* Damiem Millet é presidente do Comité pela Abolição da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM) França, Eric Toussaint é presidente do CADTM Bélgica. Ambos são autores do livro “%0 perguntas - 50 respostas sobre a dívida, o FMI e o Banco Mundial”, ed. Içaria/Oxfam Intermon, Barcelona, 2004.
Fonte: Planeta Porto Alegre
Talvez seja importante repassar aos companheiros interessados no assunto.
Fica na Paz!!!

2005/02/26

As Prisões. Notícias do Inferno (IV)!

Raramente compro jornais ou revistas, fundamentalmente porque o conteúdo dos jornais e revistas não me interessa, não me diz respeito; os jornais e revistas não publicam nada que se pareça com as minhas opiniões (fazendo com que me sinta como uma “ave rara”, sabendo eu que não é assim). Mas, frequentemente vou à papelaria, folheio os jornais e algumas revistas, leio os títulos e parte dos conteúdos, para ver se vale a pena comprar. Por isso, de vez em quando, compro jornais (ou revistas).
Foi o que aconteceu com a última edição de “O Independente”. Uma chamada de capa sobre uma entrevista a ex-juíza despertou-me interesse (superior ao conteúdo da própria entrevista) e depois, folheando o jornal, deparei-me com outros artigos importantes. Um deles, curiosamente, diz respeito a documentos já publicado, na íntegra, neste “blog”.
Por tudo isto decidi comprar o jornal.
O artigo de que vou fazer eco, aqui, diz respeito à morte de um preso (mais uma), na, já nossa conhecida, prisão da Carregueira (Sintra), eufemisticamente chamada “Estabelecimento Prisional” (se aquilo é “estabelecimento” urge perguntar, e apurar, a quem pertence tão funesto “negócio”, quem lucra com ele).
Este artigo, da página 23 de “O Independente” de 2005-02-25, intitulado “Estranha forma de morrer” relata a angústia dos pais dum preso que se “suicidou”, na Carregueira, no mesmo dia em que deu lá entrada. O “suicidado” chamava-se José Manuel da Conceição e tinha 43 anos de idade.
Os factos terão ocorrido, segundo se percebe da notícia, por volta do dia 5 de Fevereiro. Vale a pena ler.
Refiro o artigo, para fazer eco da denúncia, para juntar mais esta denúncia às muitas que tenho feito, sobre este tipo de casos (e outros tanto ou mais escandalosos), e também para sublinhar o seguinte:
(1) O Independente contactou a Direcção dos Serviços Prisionais que não respondeu…
(2) Em caixa lateral, o dirigente da Associação Contra a Exclusão e pelo Desenvolvimento (ACED), António Pedro Dores, diz que: “estes casos são recorrentes, no sistema prisional” (apetece-me acrescentar: principalmente na Carregueira); e acrescenta: “é de supor que há suicídios que são homicídios”. Diz mais, este dirigente desta Associação, diz que: “levou estes relatos à Assembleia da República, mas responderam-lhe que sabem que esta Associação tem razão, mas não podem fazer nada”????
O que mais me indigna, neste tipo de histórias, é o descaramento, a desfaçatez, o despudor com que os deputados (a Assembleia da República) assumem e exibem a sua inutilidade, apesar do seu excessivo número e do custo, elevadíssimo, que representam para o país. Pois eu quero afirmar, aqui, alto e bom som, que não é verdade que os parlamentares nada podem fazer. Verdade sim é que nada querem fazer, que são coniventes e cúmplices destes crimes, como o são de todos os outros que nos conduziram ao descalabro em que nos encontramos.
Os Deputados não podem fazer nada??? Mas os cidadãos não os elegeram para eles garantirem a existência de Democracia? Se não é para existir, realmente, democracia, os deputados e o sistema representativo não têm razão de existir, porque só agravam os nossos problemas, custando dinheiro que não justificam. Ou será que alguém me vai querer convencer que isto tem alguma coisa que ver com democracia?
Já sei! A “democracia” da falta de vergonha e de carácter dos deputados não foi afectada, nem é afectada, com estas infâmias. É o nosso eterno problema: os políticos viverem num mundo à parte, onde tudo lhes é garantido, à nossa custa, pelo que não têm que se preocupar com as infâmias que os seus apaniguados, colocados nos cargos por compadrio e tráfico de influências, cometem sobre nós, sobre a sociedade.
É perante estes casos concretos e este tipo de respostas de gente tão perversa que se percebe a cumplicidade absurda entre todos os partidos com assento parlamentar, a “aceitação” de todos eles às regras absurdas com que são eleitos. É muito mais fácil (e útil para todos eles) poderem desculpar-se com estas falácias, do que sentirem-se na obrigação de justificar, com actos e eficiência, os chorudos vencimentos e regalias que têm.
Quando será que esta gente percebe que só resolvendo os problemas concretos, actuando nas situações escabrosas, corrigindo-as e fazendo com que não voltem a acontecer, é que podemos ter democracia, é que os nossos problemas podem ser resolvidos? Esta é a maior prova da falsidade e da má-fé das promessas dos políticos. Os nossos problemas comuns resultam da soma de todos e de cada um destes problemas específicos.
O facto de todos os partidos se “conformarem” com o anacronismo das actuais regras eleitorais e não quererem saber o que pensam os cidadãos sobre isso, também evidencia que nenhum dos deputados sabe como resolver os problemas do país; que cada um dos partidos com assento parlamentar, se chegasse ao poder faria o mesmo ou pior, aplicando as mesmas regras e usufruindo das respectivas vantagens; em suma: demonstra que nenhum deputado (ou partido) sabe o que seja democracia, sabe viver em democracia, acredita na democracia, ou sabe respeitar a democracia.
Meus senhores! Só com o reforço e a implementação de regras verdadeiramente democráticas, só com integral respeito pela democracia e pela opinião da maioria da população é que podemos ver resolvidos os nossos problemas políticos, económicos e sociais. Façam uma reciclagem às vossas cabeças e às vossas ideias, porque bem precisam (e nós também precisamos dessa vossa reciclagem), até porque o “sucessor” natural desta bandalheira que vivemos, actualmente, com a designação, imprópria, de “democracia” é o aparecimento dum qualquer “salvador” nazi. A responsabilidade desse risco e da eventualidade de tal facto poder vir a acontecer tem de ser assacada, por inteiro, à traição, actual, de todos os políticos no activo, incluindo o Presidente da República.
A desculpa de que nada pode ser feito, por quem detém o poder, para resolver os nossos problemas concretos, para resolver e prevenir cada um destes casos, é a confissão, mais descarada, dessa traição.

2005/02/25

Ainda os Resultados Eleitorais e a Democracia!

Volto a este tema porque, a meu ver, não perdeu oportunidade e tem a maior importância para o que pode, ou não, ser o nosso futuro, para a possibilidade de resolução dos nossos problemas.
Publiquei os resultados eleitorais, com as percentagens de votos obtidas por cada partido, correctamente calculadas, como deviam se publicadas e “aplicadas”.
Hoje vou apenas sublinhar as duas vigarices em que assenta esta, falsa, maioria absoluta do PS.
Primeiro, por obra e graça da exclusão (nazi) dos eleitores que se abstiveram, os 29,3% de votos obtidos pelo PS foram transformados em 45,05%. Não é brincadeira! São 37 deputados que não são eleitos, mas vão ocupar os seus lugares, chulando o país. Eu também queria ter assim uma “actividade”, em que pudesse ver a respectiva “posição” no mercado incrementada em 54,6%, assim sem mais nem menos, sem nada ter que fazer para o merecer.
Mas, como todos sabem, a vigarice não se fica por aqui. Sim porque 45,05% dos votos não é, nem de perto nem de longe, igual a maioria absoluta. Aqui entra a segunda vigarice: o método d´Hont (escreve-se: método d'Hondt... mas eu prefiro chamar-lhe método de ontem), que “transforma” estes 45% em 52,6% de deputados.
Portanto, o “incremento” gratuito da “actividade” passa a ser de 79,5%. Grande negócio (de vigarice) que é a política, onde se tem direito a tudo, de graça. Pudera! São eles que decidem isto tudo. Imaginem que, na vossa actividade, podiam fazer leis e regras que vos permitissem, com o mesmo esforço e mérito, auferir mais 79,5% dos vossos "rendimentos ou benefícios" actuais! Era bom não era? Mas não era democracia!
Porque é que as pessoas não têm o direito de saber isto e de ser consultadas sobre o assunto, para se saber se estão de acordo? Porquê? Que raio de “democracia” é esta em que temos de nos conformar com regras que não fizemos e sobre as quais não fomos ouvidos?
Quando isto se alterar, quando houver respeito pela democracia, os nossos problemas poderão começar a ser resolvidos. Antes nunca!
Daqui a meses, quando o governo começar a cometer os crimes do costume, a tentar impor-nos a continuação da degradação da nossa situação social e económica, apenas por causa da sua incompetência, do seu compadrio e tráfico de influências (e por não haver democracia), vai voltar a “vir ao de cima” a situação real de mais de 70% da população estar contra o governo, porque este nunca mereceu, sequer, o seu apoio ou confiança. E assim se repetirão as crises, se perpetuará a instabilidade, sem solução para os nossos problemas.
Apenas mais uma palavra, contra os gastos excessivos e inúteis, dos partidos, para custearem as campanhas eleitorais.
Segundo um dos “inquéritos” “online” do “sapo”, mais de 80% das pessoas não foi influenciada pela campanha eleitoral, na sua opção de voto. Então para quê gastar tanto dinheiro (dar tanto dinheiro aos partidos) em campanha eleitoral? Não há nada mais útil para fazer, com o dinheiro, neste país?
Agora mesmo ouvi uns quantos “tachistas” a pedir aumentos consideráveis dos vencimentos dos ministros. Para quê? Pela sua competência (ou representatividade) não é.
Claro que os “ditos” juntavam à “proposta” (de aumentos para os ministros) uma série de exigências de medidas nazis, pelas suas consequências para o agravamento da nossa situação social. Quem é que mandatou “estes espécimes” para tentarem usar assim o dinheiro do estado, para subornar os (futuros) ministros, a seu favor???
Isto ultrapassa todos os limites do descaramento e da falta de pudor!

2005/02/24

SOLIDARIEDADE "BLOGGER"!

Em "Tou na Lua", encontrei esta campanha que subscrevo.
Para aceder, basta carregar no título deste "post".

2005/02/22

As Prisões. Notícias do Inferno (III)!

Como eu acho que, para recuperar a nossa dignidade colectiva, há que acabar com as situações pérfidas (e com a possibilidade de se repetirem), aqui fica mais uma parte da exposição do Dr. L.J.N.S., detido nº 4, da Carregueira (em Fevereiro de 2005).
A propósito, justifica-se perguntar o que é feito dos familiares da pequena Joana e da reposição da verdade (na comunicação social), sobre essa aberração de processo? Será que a comunicação social só serve para ultrajar e vilipendiar as pessoas, sem ter necessidade de se retratar e repor a verdade? A comunicação social só sabe ultrajar, mesmo sem fundamento?

Vamos então à continuação da transcrição da exposição:

"30 – As queixas destes, e outros crimes, praticados sobre os detidos, tais como: agressões físicas e psicológicas, abuso de poder, violação da correspondência, provocações e perseguições, negligência, além de falsas declarações; são apresentadas pelos molestados, contra a Directora: Eduarda Matos Godinho, o inquiridor: Luís Melo e o subchefe dos guardas: J.M.S.T.; e ainda contra o juiz: F.P.G.M.P., pertencente ao Tribunal de Execução de Penas, 2º juízo, destacado para este estabelecimento. As queixas são remetidas para todas as entidades oficiais e para o Ministério Público de Sintra, onde são abafadas e desvalorizadas, sistematicamente. São enviadas cópias para o Director Geral dos Serviços Prisionais, que as usa, não para apurar e sanar as situações, para punir quem prevarica, mas para fundamentar queixas crime contra os detidos molestados e que se queixam. E, imagine-se, as queixas dos detidos, verdadeiras, são abafadas e desvalorizadas pelo Tribunal de Sintra, mas estas queixas, contra os detidos, falsas, retaliatórias, prepotentes, são sobrevalorizadas e resultam, sempre, em condenações. Acrescem as represálias, contínuas, a que os detidos se sujeitam, por terem feito estas queixas, vindas das pessoas visadas nelas.

31 – Aqui, os detidos são, sistematicamente, molestados. Não recebem a assistência, que lhes é devida, de qualquer pessoa ou entidade. Não recebem assistência de nenhum dos indivíduos já mencionados, nem das chamadas “reeducadoras”, tais como C. F.; ou das “assistentes sociais”, como M. F. P., apesar de ser para isso, para prestar assistência aos detidos, que recebem os seus vencimentos, ao fim do mês. Aqui, o “objectivo” de todas estas pessoas é, apenas, molestar os detidos. Estes profissionais, vão ao ponto de usarem as suas funções para participar nas perseguições aos detidos. Por isso emitem “pareceres desfavoráveis” e falsos, sem fundamento (como é fácil constatar), nos auto denominados “conselhos técnicos”, quando se pronunciam sobre as saídas precárias e liberdade condiciona. Nem os pareceres, nem os “conselhos” têm qualquer tipo de credibilidade; os detidos nunca estão presentes, nunca são ouvidos, para terem oportunidade de se defenderem de tanta mentira e má-fé. Tudo isto agrava as condições dos detidos e a situação nas cadeias portuguesas, transformando-as em autênticos “campos de concentração”. Mas tudo isto é feito na maior impunidade. Nenhuma destas pessoas é punida disciplinar ou penalmente, apesar dos crimes que cometem, permanentemente, e dos elevados custos que têm para o Estado e para a sociedade. As punições, de toda a ordem, são, exclusivamente, para os detidos, que são quem lhes garante os “tachos”, a todos eles, que não querem perder, sofra quem sofrer, ou morra quem morrer!

32 – Pode dizer-se, sem grande margem de erro, que aqui os detidos são, na sua generalidade, apenas “desgraçados” que pouco, ou até nenhum, mal fizeram a alguém; não existindo razão suficientemente válida para estarem presos, muito menos para estarem sujeitos a esta espécie de degredo (da civilização). Na maior parte dos casos, as respectivas “culpas” poderiam resolver-se com indemnizações, serviços a favor da comunidade, etc., o que significaria uma enorme vantagem para todos, sobretudo para a economia nacional.
Muito têm que aprender e melhorar a sua formação (facilitada e deficitária), os juízes e procuradores portugueses, no seu medievismo acomodados, para que possamos ser uma sociedade. Como é do conhecimento geral, os verdadeiros e grandes delinquentes, andam à solta, neste país; nunca são, sequer pronunciados (e muito menos condenados) mercê do seu corporativismo. Dos polícias, nem vale a pena o alongamento em considerações; são só “tachos” e inúmeras vinganças de frustrações de recalcada cronicidade…

33 – E eu, apesar de ser médico e sempre levar uma vida digna, sou exemplo destas injustiças, porque achei, e continuo a achar, que as devo denunciar.
Continuarei a proclamar a minha inocência. O direito a dizer a verdade, ninguém me pode tirar. Estou preso porque fui vítima duma manifesta cabala (basta compulsar o processo para constatar que tem muitas nulidades, contradições insanáveis da fundamentação e outras irregularidades) para me mandar para a cadeia, acusando-me, gratuitamente, do que nunca fiz, de que não há quaisquer provas, como denunciei “ab initio” juntamente com o abuso de poder, a negligência grosseira e a arrogância prepotente (entre outras ilicitudes) dos respectivos intervenientes processuais. Agora, como é mais do que evidente, ninguém, dito responsável, quer assumir este gravíssimo chorrilho de procedimentos danosos, com irreversíveis repercussões sobre a minha pessoa. Ao invés, à medida que o tempo vai passando e o problema se agravando, a covardia e ausência de idoneidade de cada um, vai aumentando o rol de cumplicidades, com graves repercussões sobre a credibilidade de todas as instituições; com graves repercussões sobre a confiança a auto estima colectivas dos cidadãos.

35 – O Guarda prisional D. P., por exemplo, é um indivíduo intratável, extremamente provocador e rude, que entra, sem qualquer motivo, nas celas e camaratas dos detidos, sem pedir licença, maltratando-os a agredindo-os, inclusive fisicamente, como aconteceu com o detido José Luís Ribeiro Claro, nº 200, a quem perseguiu continuamente, chegou mesmo a agredi-lo, em meados do ano de 2004, dizendo que o mandava para o hospital com os ossos todos partidos.

36 – O guarda prisional A. V.l é outro insolente, que passa o tempo a provocar os detidos, dizendo-lhes, inclusivamente: “Puta que os pariu a todos! Vão todos para o caralho! Estou farto desta merda”. Impor, aos detidos, este “ambiente” só faz despertar neles os piores sentimentos, incompatibilizando-os, ainda mais, com a sociedade. Este é um dos guardas que, pela noite dentro, aponta o feixe da lanterna aos olhos dos detidos que estão a dormir, batendo, ao mesmo tempo, com as coberturas metálicas dos visores das portas, para os acordar.

37 - O detido António Carlos Tavares Gomes Varela, nº 31, foi agredido, em 20/04/2004, pelo guarda prisional G. P., com socos no estômago, joelhadas por todo o corpo e tentativa de estrangulamento que, por muito pouco, não foi consumada. Este detido também tem sido perseguido pela directora, Eduarda Matos Godinho, pelo inquiridor, Luís Melo, pelo subchefe de guardas, J. M. S. T. e por vários outros destes funcionários, o que motivou uma queixa crime, que apresentou em 21/07/2004, ao Ministério Público do Tribunal de Sintra, pelos seguintes factos:
- Agressões físicas e psicológicas;
- Abuso de poder;
- Violação e retenção de correspondência;
- Ocultação de provas sobre as queixas apresentadas pelos detidos, incluindo as relativas aos espancamentos;
- Negligência;
- Perseguição continuada.

38 – Esta queixa, pelos vistos, também foi “lançada no rol dos esquecidos” pelo Tribunal de Sintra, assim como outras anteriormente feitas pelo detido José Carlos Pereira Rodrigues, nº 247, por mim próprio e por muitos outros. Às queixas apresentadas pelos detidos não é dado qualquer seguimento, mas, em contrapartida, têm sempre “troco”. De facto estas queixas têm um efeito perverso, porque delas apenas resultam punições e retaliações contra os detidos, acusados por estes funcionários, sem qualquer fundamento. Mais uma vez se verifica que a justiça não ouve quem tem razão, não apura a verdade, não pune quem tem de punir, mas serve para garantir impunidade a estes crimes, e até para os agravar, para gáudio dos infractores, porque pune quem se queixa, destruindo, da forma mais cruel, toda a “sociabilidade” dos detidos. Este detido, José Carlos Pereira Rodrigues, apresentou uma queixa ao Conselho Superior da Magistratura, em meados de 2004, devidos aos pareceres, sem um mínimo de veracidade ou fundamento, desfavoráveis às saídas precárias e liberdade condicional dos detidos, emitidos pelo juiz L. F. P. G. M. P., do 2º juízo do TEP, de Lisboa. Apesar do detido ter todas as razões para se queixar, passou de queixoso a arguido (perseguido por mais este meio). Tudo isto por causa do corporativismo criminoso que impera neste tipo de classes profissionais e porque ninguém tem a necessária coragem política para implementar uma efectiva e credível fiscalização sobres as decisões e comportamentos destas pessoas, assim promovidas a déspotas, com poderes absolutos, com garantia de total impunidade.
Existem, igualmente, dezenas de queixas dos detidos, contra a directora, Eduarda Matos Godinho e vários outros funcionários, no M.P do Tribunal de Sintra e noutras entidades, como a Procuradoria Geral da República; o Provedor de Justiça; Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados; Presidente da Assembleia da República e deputados do Parlamento; Conselho Superior da Magistratura; Ministério da Justiça; Supremo Tribunal Administrativo; Inspecção Geral dos Serviços Prisionais. Também a imprensa e a televisão têm sido contactadas (e publicado) alguns destes factos denunciados. Tudo isto sem qualquer resultado prático, porque não é dado andamento às queixas e a situação permanece na mesma, sucedendo-se os incidentes e agravando-se os problemas e os danos que causam."
Fim de transcrição

Quando será que alguém tem vergonha, neste País, e deita mãos à tarefa de resolver estes problemas, de repor a dignidade mínima dentro das cadeias, de corrigir as injustiças praticadas pelos Tribunais, de repor a dignidade ultrajada, destes cidadãos, de devolver à liberdade os inocentes, garantindo-lhes a dignidade a que têm direito?
Sem que sejam resolvidos, com dignidade e justiça, os problemas concretos dos cidadãos, não haverá solução para os nossos problemas colectivos e sociais.
O Estado e o Governo não podem "pedir" aos cidadãos reconhecimento de idoneidade e dignidade, enquanto mantiverem e promoverem a continuidade e reprodução deste tio de crimes, desrespeitando a idoneidade e violentando a dignidade dos cidadãos.
Meus senhores, a sociedade é o conjunto dos cidadãos.

2005/02/21

Resultados Eleitorais Legislativas 2005

As contas, como devem ser feitas, sem vigarices, nem mistificações.

-----------Núm. Eleitores ------ % reais
-- votantes --- 5 711 981 -------- 65,02
-- Abstenç -- 3 072 721 ------- 34,98
-- PS --------- 2 573 302 -------29,29
-- PSD ------- 1 638 931 --------- 18,66
-- CDU -------- 432 139 ---------- 4,92
-- CDS -------- 414 855 ----------- 4,72
-- B.E. -------- 364 296 ----------- 4,15
-- Outros ------ 121 138 ---------- 1,38
-- Brancos ---103 555 ---------- 1,18
-- Nulos ------ 63 765 ---------- 0,73
-- SOMA % --------------------- 100,00
-- Soma % votos expressos ------- 65,02
Agora comparem estes valores, com os resultados oficiais, calculados na base da vigarice que é todo o nosso sistema representativo:
--- PS ------ % "oficial" de votos --- 45,02
--- PSD ----- % "oficial" de votos --- 28,69
--- CDU----- % "oficial" de votos ---- 7,57
--- CDS ----- % "oficial" de votos ---- 7,26
--- BE ------ % "oficial" de votos ---- 6,38
--- Outros--- % "oficial" de votos ---- 2,12
--- Brancos-- % "oficial" de votos ---- 1,81
--- Nulos---- % "oficial" de votos ---- 1,12
Total de eleitores que recusaram votar nestes políticos 3 240 041 igual a 36,89%
Total de eleitores que não são representados por estes deputados (excluindo a emigração) 3 361 179 igual a 38,26%. Excluir tanta gente das decisões sobre a nossa vida colectiva, riscá-los, pura e simplesmente, do mapa, é um acto de puro nazismo.
A abstenção, de facto, desceu. Mas eu tenho pena das pessoas que se mobilizaram, para votar nestes vigaristas, pensando que isso iria contribuir para resolver os nossos problemas colectivos, porque não merecem a desilusão que vão ter, a partir de hoje. Em contrapartida, os votos em branco quase que duplicaram. Mas disso ninguém fala. As opiniões dos cidadãos mais esclarecidos não importa, apenas a daqueles que ainda têm ilusões, que podem ser manipulados pelas máfias que nos governam. Foi assim, com este tipo de percentagens, que começou o B.E.
Conclui-se que apenas foram eleitos 140 Deputados, em vez dos 226 anunciados. Portanto, para o parlamento, vão (226-140) 86 Deputados que não representam quem quer que seja, que vão apenas chular o país, porque usurparam representação que não têm, e recebem dinheiro que não lhes pertence, que devia ser usado para melhorar as condições de vida da população e permitir tomar medidas que impulsionem o desenvolvimento da economia.
Sobretudo os pequenos partidos deveriam compreender as vantagens deste procedimento, porque sempre representam alguém que, nas questões concretas, tem o direito de ter a sua própria opinião, em vez de se ver excluido do mapa dos vivos (onde só existe para pagar impostos e ser vítima de todas as patifarias. Por isso tanto se foge aos impostos. As pessoas não têm motivos para pagar, porque também não têm direitos).

Os cépticos, por favor, façam as contas e verifiquem por si mesmos!
Isto é uma vigarice, prejudicial à democracia. Impede que o país progrida.
É claro que um governo, eleito na base da vigarice, de cuja representatividade estão afastados mais de 38% da população, só pode ser mais um governo a prazo, um governo para alguns meses, 10?, 20?, 30?, que vão ser de agravamento das nossas condições de vida e da nossa já desastrosa situação política económica e social.
Este governo, assim "enfatuado" de falsa maioria absoluta (com 29,29% dos votos, imagine-se), não vai resolver nenhum dos nossos problemas reais, daqueles que afectam as nossas vidas, as vidas de milhões de cidadãos. E, sem isso, o país não progride, a nossa situação não melhora e o próprio governo estará condenado, a curto prazo.
Na realidade, o que se vai verificar quando se justificar a contestação a este governo, é que mais de 70% dos cidadãos estão contra. Sempre foi assim e esse facto é o principal factor de instabilidade. Se os governantes tivessem isso em conta, nas suas actuações, muitos problemas se evitariam.
Assim nunca será possível eleger um governo para uma legislatura, ou sequer ter a estabilidade mínima para progredir.
É para acabar com eta vigarice toda que eu defendo A VALORAÇÃO DA ABSTENÇÃO. Os nossos problemas mais prementes começariam a ser resolvidos, COM CERTEZA.


APELO!
Atenção às campanhas mais recentes:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
-- Assine a petição AQUI, ou AQUI, ou AQUI, ou AQUI
-- Denúncia de Agressão Policial
-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa

2005/02/19

Manifesto Eleitoral!

Para decidir, esclarecidamente, o seu voto, leia o texto que se segue, mas de baixo para cima.

"Roubei-o" de www.reporterx.com

"No nosso partido político cumprimos o que prometemos!
Só os tolos podem acreditar que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque se há algo certo para nós é que
a honestidade e a transparência são fundamentais
para alcançar os nossos ideais.
Demonstraremos que é uma grande estupidez achar que
o futebol continuará a influenciar o governo

como noutros tempos.
Asseguramos sem sombra de dúvida que
a justiça social será o principal objectivo das nossas acções.
Apesar disso, ainda existem idiotas que fantasiam que
se possa continuar a governar

com as artimanhas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos o impossível para que
se acabem os privilégios e as negociatas.
Não permitiremos de modo nenhum que
continuem as listas de espera nos hospitais e
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos objectivos mesmo que
os recursos económicos se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a 'nova política' "

É mesmo caso para dizer: "com a verdade me enganas!" ou: "A brincar, a brincar, é que o macaco l... a própria mãe"

"Aprendi" isto na escola Primária!

Tirei este pedaço de texto dum artigo publicado em "Brisa Mínima".
Fez-me lembrar os "ensinamentos" que me foram incutidos na primária, sobre este assunto.
É importante denunciar, para pôr as coisas no seu lugar e acabar com o aproveitamento criminoso da crendice de algumas pessoas.

"E se Salazar tinha sido escolhido por Deus, era preciso, diz Lúcia na carta citada por Cerejeira, "fazer compreender ao povo que as privações e sofrimentos dos últimos anos [referia-se a vidente aos anos da II Guerra Mundial] não foram efeito de falta alguma de Salazar, mas sim provas que Deus nos enviou pelos nossos pecados." Aliás, "ao prometer a graça da paz" à nação, Deus já anunciara "vários sofrimentos, pela razão de que nós éramos também culpados". E, bem vistas as coisas, olhando "para as tribulações e angústias dos outros povos", bem pouco pedira Deus aos portugueses"


«»«»«»«»
APELO!
Atenção às campanhas mais recentes:
-- Petição Para Valoração da Abstenção
-- Assine a petição AQUI, ou AQUI ou AQUI, ou AQUI, ou AQUI
-- Denúncia de Agressão Policial
-- Petição contra os Crimes no Canil Municipal de Lisboa
««««««

Somos cidadãos, ou apenas números?

É tempo de reflexão. Pois reflictamos!
O sistema político com que a sacrossanta “democracia ocidental” (que não é democracia, nem ocidental, é apenas uma invenção de uns quantos bandidos) nos tenta impor a todo o custo, já nos transformou, há muito, em números abstractos, em objectos numa engrenagem ferrugenta, maldita, controlada por mãos criminosas, que nos cilindra a todos.
Para atingir esse objectivo, fomenta-se o mais mesquinho e vesgo individualismo, que nos isola no meio dos outros números, num raciocínio vesgo de absoluta misantropia, muito útil para escamotear as responsabilidades de quem nos governa (e de quem nos manipula massivamente e assim nos destroi).
Os nossos problemas particulares ou colectivos, não são resolvidos, nunca têm solução, negando a nossa condição de seres inteligentes que, ao longo dos séculos, sempre encontraram solução para todos os problemas, exactamente porque somos seres inteligentes.
Pois é! Os nossos problemas têm solução, desde que a sociedade funcione como deve, desde que se coloquem as pessoas certas nos lugares certos, desde que seja possível a colaboração organizada de todos, para resolver esses problemas. Quando falo disto lembro-me sempre do absurdo que são os incêndios, em cada verão que passa, e o quanto seria fácil resolver, de vez, esse problema, se a nossa sociedade funcionasse como deve, como sociedade. Mas não. Não adianta falar. Quem deve ouvir e fazer, não ouve nada, não faz nada. Quem tem os cargos não presta e os outros, os cidadãos, são apenas números.
Isto é assim com todos os nossos problemas, do dia a dia, que afectam cada cidadão, uma enorme quantidade de pessoas, marginalizadas, a quem agora se prometem esmolas, porque nós somos apenas números; não somos cidadãos com direitos.
Isto é assim porque se institucionalizou um sistema de subversão da realidade, de manipulação e alienação das pessoas, para proveito de uns tantos criminosos, que teimam em nos destruir, como sociedade e como espécie, destruindo o nosso “habitat”, apenas para satisfazer a cega ganância desses criminosos.
É por isso que os nossos inúmeros problemas do dia a dia, os nossos problemas de cidadãos, nunca são resolvidos, apesar de terem solução e de deverem ser resolvidos, a bem da nossa condição de cidadãos integrados numa sociedade, pertencentes a uma sociedade civilizada. Mas não, os nossos problemas concretos não podem ser resolvidos, por mais destruidores que sejam para a nossa condição de cidadãos e para a sociedade, porque nós somos apenas números; somos "coisas" integrantes duma engrenagem que só existe para alimentar a perfídia de alguns.
Não permita que, mais uma vez, os seus direitos de pessoa humana sejam alienados, sacrificados, no altar da infâmia do sistema político que nos impõem e que nos destrói. Não vote, porque você tem esse direito (eu diria que tem essa obrigação, para sua própria defesa). Não vote porque, depois de amanhã, você volta a ser um número, uma peça duma engrenagem maldita, onde a sua condição de cidadão não tem lugar, onde, por isso, os seus problemas (que nem são problemas de cidadão, porque você não o é) vão continuar a não ter solução, nem mesmo que você seja capaz de os resolver.
Gritemos a nossa indignação, exijamos os nossos direitos integrais de cidadania. Nós somos cidadãos, com direitos, não somos números. Lembre-se de todos os problemas concretos que você conhece e tem vivido, na hora de votar. Abstenha-se, não vote, porque eles, os políticos, pertencem a outro mundo, por opção própria. Pertencem a um mundo onde não há problemas concretos (de cada cidadão), para resolver, e por isso não têm de se preocupar com a resolução de problemas concretos.
A abstenção é já a opção maioritária da população portuguesa e acabará por ser o grito de revolta de todas as pessoas que não aceitam a sua alienação a este sistema infame, que exigem os seus direitos integrais, de cidadania.
Para sua própria defesa e protecção, adira à abstenção (ou vote nulo)!

2005/02/18

A saúde e os problemas da sociedade!

Uivomania deixou, em "a mesa do Costume", um comentário sobre o SNS, de cujo retirei esta parte. Transcrevo-a porque evidencia bem uma outra consequência dos problemas concretos, do dia a dia, vividos pelos cidadãos. Transcrevo-a porque mantenho a afirmação de que a maioria desses problemas resultam de atitudes criminosas dos governantes e instituições, resultam de situações escabrosas e ilegais, denunciadas todos os dias, pelos cidadãos e ignoradas por quem detém o poder. Transcrevo-as para ilustrar a importância de resolver os problemas concretos e de aplicar com rigor, a justiça e a legalidade.
Nos post anteriores falei de casos concretos, que destroem o país, que não têm razão de existir, que devem ser reesolvidos, uma vez detectados. Agora, esta transcrição reflecte uma das consequências destruidoras, que é conhecida de todos, que é reconhecida por todos. Uma consequência destruidora e de alto custo financeiro para o estado.
"estamos na frente, no consumo de antidepressivos!!! Ora... é impossível tratar da depressão de uma idosa, viúva, que habita uma casa degradada, com uma reforma de miséria, preocupada com a situação periclitante dos filhos adultos com vidas angustiantes... com antidepressivos!... Mas o estado, prefere, engordar essas multinacionais, que vendem Xanax e Lexotan que tornam essa senhora numa mera ovelha trôpega (para além do mais... dependente), que bale débilmente ao invés de reenvindicar e dar chatices, em vez de gastar esse dinheiro a criar as condições para que essa depressão fique com os dias contados... A meu ver, os médicos, deveriam ter uma palavra a dizer, uma atitude a tomar... talvez recusando-se a fazer este trabalho sujo de lobotomisar sistémicamente... o utente!"
Os políticos e os outros responsáveis da sociedade (escolhidos e protegidos por estes) podem ignorar e assobiar para o lado, fingindo que não é com eles. E eu posso insistir que a culpa é dos políticos, que não merecem o nosso voto, porque parte deles todo o compadrio que coloca os incompetentes e os patifes em lugares que só deviam ser ocupados por gente decente.
Mesmo assim o lider do PS insiste que o que é importante para integrar o governo é a experiência. Mais e pior do mesmo, é o que ele promete. Os que têm ocupado cargos governativos nós conhecemos e os efeitos destruidores da sua falta de pudor e idoneidade também. Conseguem me indicar alguma excepção?
Por isso eu não voto neles, por isso eu apelo à abstenção, por isso eu digo, desde já que qualquer "vitória" que seja proclamada no dia 20 é a vitória da vigarice e da aldrabice, conseguida à custa da vigarice e da aldrabice. Será, mais uma vez, um governo de curta duração. Enganar o povo, aldrabar resultados eleitorais não compensa. É uma tarefa difícil (que eu espero seja cada vez mais difícil)

Casos Concretos Sr. Pacheco Pereira!

Palavras de Pacheco Pereira, in Público online, citadas por "WWW.BDE.WEBLOG.COM.PT:

“Todos estes funcionários e assessores são militantes activos controlando secções ou sendo protegidos pela rede de influências que inclui deputados e dirigentes locais. Alguns são familiares dos familiares que chegaram a um emprego bastante razoável por esta via. O sistema de fidelidades e infidelidades políticas funciona aqui em pleno, visto que o recrutamento é fechado (dentro do partido, o que é natural), mas dependente da influência e não do mérito. As decisões são puramente discricionárias. Uns "chegaram" via JSD outros pelos TSD, outros pelas distritais, num sistema invisível de quotas que inclui muito clientelismo e patrocinato individual.”
Este extracto do texto de Pacheco Pereira, fez-me lembrar esta história, verdadeira, que vou transcrever a seguir. Vale a pena ler até ao fim, porque é apenas um exemplo de factos que são comuns, na nossa sociedade, que acontecem com cumplicidades e compadrios que incluem advogados e juízes. São estes acontecimentos que destroem as pessoas mais competentes e capazes, mais honestas, às mãos da pior escumalha, que recebe, invariavelmente, como punição, o acesso a um cargo ainda mais elevado; ou o acesso a reformas escandalosas, que comprometem a viabilidade da segurança social, porque os respectivos dinheiros são usados, sistematicamente, para premiar assim este tipo de criminalidade, que vulgarmente se chama “compadrio e tráfico de influências”.

Então concretizemos isto com uma história vulgar (habitual entre nós). Passada na EDP, no final do primeiro mandato de Cavaco Silva.
A reestruturação que aqui se refere, seguiu-se ao afastamento (promovido por provocações de Paulo Portas, com o apoio de toda a oposição) de Miguel Cadilhe, do lugar de Ministro das Finanças. Este ministro tinha nomeado, para a EDP, uma administração que, aplicando básicas e elementares, medidas de gestão e de rigor, conseguiu inverter a situação de gigantescos prejuízos, crónicos, que sempre tinha existido naquela empresa.
Sublinhe-se que, quer na situação anterior desta empresa, quer na situação (de bandalheira) subsequente, estão implicados, pelos piores motivos, todos os partidos que já passaram pelo poder, com especial destaque para o PS. De facto, nunca nos governos deste último partido foi tomada uma única medida de rectificação dos crimes praticados pelo PSD, ou de implementação de rigor e competência, no exercício dos cargos públicos. Com o PS, as máfias que nos governam, o compadrio e o tráfico de influências sentem-se perfeitamente à-vontade; não têm nada a temer; nós sim. É para isto, para prosseguir estes crimes, que o PS quer maioria absoluta; não para resolver os nossos problemas.
Quanto à “conversa” de Pacheco Pereira. Será que este nos quer convencer que desconhece estes casos concretos? Que nunca lhe foi apresentado nenhum? Será que ele alguma vez levantou um dedo, sequer, relativamente à resolução de algum destes exemplos, que são tantos? Será que alguma vez se inteirou de alguma situação e exerceu as suas funções, intervindo na fiscalização do funcionamento das leis e regras da democracia, como lhe compete fazer? Nem alguma denúncia consequente alguma vez se lhe ouviu! Ele, como todos os outros, fala no abstracto, de forma inócua, diz generalidades. Mas os nossos problemas são concretos e não se resolvem dizendo generalidades, para enganar incautos; resolvem-se resolvendo as situações concretas, aquelas que destroem a nossa sociedade e a nossa economia.
Vamos à história, verdadeira; e aqui relatada apenas como um exemplo dos muitos que por aí há, que relegam para a marginalização as pessoas honestas e competentes, perseguidas por toda a espécie de criminosos, com o apoio de todas as instituições, do poder e pelos “afilhados” dos políticos no activo.

“Na reestruturação subsequente, foi colocada, como directora dos serviços onde a requerente se encontrava, uma pessoa que, na vigência da administração anterior, estava para ser colocada num gabinete autónomo, sem subordinados, porque tinha vindo a fomentar inúmeros conflitos estéreis e prejudiciais à produtividade dos trabalhadores, por todos os locais por onde tinha passado. Tratava-se, sem dúvida, duma pessoa sem perfil, nem competência técnica para dirigir. Mas, ao que tudo indica, estava bem enquadrada nos circuitos tentaculares do compadrio e do tráfico de influências que se tinha apoderado da administração e que se ramificavam pelo partido no poder (e seguramente também pelo governo). Tanto assim era que, a primeira proposta que elaborou para a administração, teve como objectivo atribuir enormes regalias não tributadas, aos muitos quadros da Empresa, com o objectivo claro de “comprar” o seu voto para o “PSD” e para a reeleição de Cavaco Silva. Estas regalias incluíam o acesso a cartões de crédito que podiam ser utilizados nas despesas pessoais e a atribuição de carros, adquiridos, pela EDP, através de onerosos contratos de “leasing”, com a duração de dois anos, ficando estes quadros da empresa com o direito a exercer a opção de compra, no final deste prazo, pagando cerca de metade do valor comercial do veículo.

Uma das funções da requerente, nessa altura, era avaliar a aplicação dos critérios de gestão, definidos pela Administração sob proposta dos serviços, para as despesas administrativas, nomeadamente fotocopiadoras, onde se gastavam “esbanjavam” verbas astronómicas. E logo apareceu um pedido de parecer sobre a compra duma fotocopiadora, que não se enquadrava nos critérios definidos. A justificação para a excepção era falaciosa e inverosímil; a compra era economicamente prejudicial e a requerente deu parecer negativo. Mas o autor do pedido reclamou deste parecer, telefonicamente, para a Directora que, também pelo telefone, autorizou a compra. A requerente, ainda assim, tentou recuperar, para outros serviços onde era necessária, a fotocopiadora que iria ser devolvida graciosamente, apesar de pertencer à Empresa. Mas nem isso pôde fazer, tal era a negociata que estava montada por detrás desta compra e da devolução graciosa duma fotocopiadora que era propriedade da Empresa. Os exemplos de ausência de gestão podiam encontrar-se também nos aparelhos de telefax, nas impressoras, etc.. Isto na área de actuação da requerente. Pode-se imaginar o que não seria noutras áreas.

É claro que esta nova forma de (ausência de) gestão, de que se referem aqui estes dois exemplos (as exageradas regalias dos quadros e a subversão das regras de gestão definidas para os gastos correntes), só poderia vir a revelar-se desastrosa, como o prova a actual situação daquela Empresa (EDP).

Após a recuperação económica da Empresa, foi instituído um sistema de “avaliação de Desempenho”, para todos os trabalhadores, que determinava a percentagem do vencimento que seria atribuída a cada um, anualmente, como comparticipação nos lucros. Nos primeiro e segundo anos de vigência deste sistema, a requerente obteve avaliações que estavam entre as mais elevadas de toda a Empresa; (veio a constatar, mais tarde, que obteve as classificações mais altas daquela Direcção); no ano seguinte, com uma parte da avaliação feita pelo anterior Director, ainda com uma classificação muito elevada, e outra parte feita pela sua substituta, obteve uma das classificações mais baixas, (sem qualquer motivo objectivo), que lhe acarretou elevado prejuízo económico e enormes danos psicológicos.
Este facto é um exemplo de como, em Portugal, na generalidade das situações, estes sistemas de avaliação que, teoricamente, se destinam a premiar os mais competentes e a incentivar, assim, a produtividade, são usados principalmente para distribuir as respectivas vantagens pelos indivíduos pertencentes aos tenebrosos circuitos do compadrio e do tráfico de influências. Estes são, via de regra, gente incompetente e pérfida, os principais responsáveis, pelo descalabro da situação económica deste país.”

Resultado final:
A “requerente” foi despedida, lançada para o desemprego, apesar de ter conseguido provar, em Tribunal, que sempre fora competente, eficiente e esforçada. Apetece perguntar, aos nossos juízes do Tribunal do Trabalho, o que pensam sobre qual será a percentagem de trabalhadores deste país com capacidade para provarem, em tribunal, que são competentes e eficientes, mesmo contra a vontade da respectiva entidade patronal.
A requerente, a pessoa competente, desta história, foi despedida, mas os criminosos que estiveram na origem do seu despedimento, apenas por serem incompetentes e mafiosos, estão hoje a usufruir de chorudas reformas, daquelas que comprometem a sustentabilidade do sistema de segurança social, como prémio pelos seus crimes, como forma de prosseguirem nos seus crimes.
É só para ilustrar que as nossas desgraças não caem do céu. Isto, este tipo de “histórias” é que produzem as nossas desgraças, é que geram a situação escabrosa em que nos encontramos.
Isto também prova que o baixo nível técnico dos nossos trabalhadores no activo é fomentado; porque os competentes são marginalizados e destruídos, de forma consciente e criminosa. As pessoas competentes e eficientes, são detectáveis e são detectadas. Até agora têm sido detectadas apenas para melhor poderem ser perseguidas e destruídas, por toda a espécie de patifes e por todas as formas possíveis (e também algumas inimagináveis, com recurso à prestimosa “colaboração” dos tribunais). Enquanto isso não mudar a nossa situação económica e social não pode melhorar.
E agora Sr. Pacheco Pereira, já se sente com coragem para denunciar alguma das muitas histórias que você conhece e referir, mesmo que apenas de forma quantificada, todas as outras? Já se sente com coragem para interpelar as instituições intervenientes e tomar posição clara sobre os casos concretos? Ou a sua “coragem” fica-se pelas “generalidades?
Por tudo isto eu não voto neles, me abstenho e apelo à abstenção. Por tudo isto exijo a valoração da abstenção, porque gente desta só com rédea curta; porque estes problemas só são resolúveis com mais honestidade e mais democracia. A valoração da abstenção é, ao mesmo tempo, uma questão de honestidade e de democracia, elementares.

TERRORISMO SOCIAL!

Em “Zurugoa” encontrei este texto:
“Todos os dirigentes sindicais do SIESI - Sindicato das Industrias Eléctricas do Sul e Ilhas, na Tyco em Évora, foram despedidos.
Tudo por defenderem os legítimos interesses dos trabalhadores da referida empresa e nunca terem pactuado com negócios que fossem contra os interesses dos trabalhadores.
Foi o preço que pagaram por ter erguido a voz contra a injustiça e a prepotência de quem gere a Tyco.
O caso está em tribunal, à espera de resolução, resta saber se ainda se faz justiça neste país!
30 anos, apenas, depois do 25 de Abril, os patrões deste país já aplicam medidas do calibre das usadas no tempo de Salazar!
Não há direito!!!”

Transcrevo-o para aqui por dois motivos:
(1) Para subscrever a denúncia.
(2) Para corrigir o seu autor, quando diz que “30 anos depois os patrões já aplicam medidas…”
Não se iluda meu querido amigo. Os patrões e outros bem piores, com a cumplicidade dos políticos (de todos os políticos) sempre aplicaram este tipo de medidas. É o efeito destas medidas, praticadas desde sempre, que estamos a sofrer, na pele, com a situação desastrosa a que o país chegou. Relembro que “falo de cátedra”, porque, só à minha conta, tenho umas quantas histórias, que vivi, cada uma mais escandalosa do que a outra, para contar. À conta disso, eu estou no desemprego e os patifes estão em altos cargos, a prosseguirem os seus crimes, ou então estão a chular-nos a todos, recebendo chorudas reformas, como recompensa pelos seus inúmeros crimes, pela sua "prestimosa" contribuição para a destruição do país.
Mas não vou contar uma história minha.
Há uns anos, trabalhava eu numa empresa ligada ao sector da construção civil, quando soube deste episódio.
Uma das mais “prestigiadas” (e de maior dimensão) empresas de construção civil deste país que, apesar disso, usava e abusava dos contratos a prazo e do trabalho precário, fez esta coisa fantástica: escreveu aos sindicatos da construção civil, a solicitar as listas dos respectivos sindicalizados, dizendo que pretendia “colaborar com os sindicatos” descontando e pagando, directamente, as quotas dos seus trabalhadores.
Os sindicatos, solícitos, responderam à missiva e forneceram todos os nomes, sem quererem saber do acordo, ou não, dos próprios trabalhadores. Como eram todos trabalhadores a prazo, foram despedidos no final do respectivo contrato, porque era essa a intenção do pedido de informação da Empresa.
Esta história é verdadeira e chegou ao meu conhecimento através da indignação do pessoal dos escritórios, por cujas mãos passou todo o processo.
Não espere que nos nossos tribunais de trabalho se faça justiça. Eles são uma das estruturas mais abjectas do nosso sistema judicial. Um autêntico cancro. Assim se faz a miséria dum país. Todos os políticos (e estruturas sindicais) são culpados destas situações, compactuam com elas, porque os seus tachos continuam garantidos (o nosso futuro é que está cada vez mais comprometido). Nos casos que eu vivi, sempre me confrontei, também, com a cumplicidade dos próprios sindicatos e respectivos advogados. Isso é responsabilidade, exclusiva, das estruturas sindicais que, tal como os outros todos, se limitam a falar, mas apenas de forma inócua. Na prática, compactuam, colaboram. De outro modo nem seria possível que a situação se mantivesse, de tão pérfida e infame que é, de tão destruidora e prejudicial.
Por isso eu não voto e apelo à abstenção (ou ao voto nulo). Não quero ter nada a ver com este tipo de infâmias.

2005/02/17

Ainda os números do Desemprego!

O INE veio dizer que o desemprego atingiu um novo recorde, com uma percentagem de 7,1%.
Pois eu reafirmo que a percentagem do desemprego é superior a 20%. Não é necessário ser especialista em contas para perceber isso. Basta saber olhar à nossa volta, saber usar a cabeça, saber ver a realidade.
Estas mentiras são graves e têm de passar a ser severamente punidas, tais como outras, com particular destaque para a produção de prova em processos judiciais. O INE é um organismo público que deve reger a sua actuação pelo rigor, não pode violar assim as suas obrigações apenas para compactuar com as mentiras dos políticos, que convêm, apenas, à falta de carácter e de idoneidade dos políticos.

Que sistema eleitoral nos convém?


Que sistema eleitoral queremos? É simples! Um que funcione.
Um onde seja possível dizer a verdade e assumir os factos, com exactidão; onde não seja necessário baralhar as contas, excluir pessoas, manipular números, enganar, vigarizar, ocultar, mistificar.
Democracia é o respeito pela vontade da maioria. Os avanços tecnológicos têm sido utilizados para manipular, condicionar e controlar essa "vontade". Com isso deturpam-se e violam-se as regras básicas da democracia. Mas isso não altera o carácter desses procedimentos que, como são perversos, só podem atingir objectivos perversos. Em consequência, as pessoas ficam baralhadas e destruídas, sem saídas, mas também não aderem a este tipo de coisas, não apoiam quem as engana e molesta. Se a democracia funcionasse, sem tanta perfídia pelo meio, seria possível colocar as pessoas certas nos lugares certos; e toda a nossa vida seria muito melhor. É bom que percebamos isto, para podermos sair do actual beco, que tem saída apenas para o abismo.
Portanto, é necessário que seja respeitada a opinião de cada cidadão, porque o facto de ele, cidadão, não aderir a uma dada opção, é culpa de quem encabeça essa opção; é culpa da ausência de bondade dessa opção. Além do mais, o elevado nível de abstenção, justificadíssimo, faz com que os governos, eleitos com um apoio tão reduzido, fiquei fragilizados, logo após a eleição, dando início a uma nova fase da instabilidade política e social, de que se aproveitam, sempre, os mesmos patifes.
Os políticos e responsáveis da sociedade têm que perceber que só é possível melhorar a a situação do país quando os cargos forem exercidos com honestidade e eficiência, com rectidão, com dignidade. Os nossos males comuns não caem do céu. Têm origem na forma como os cidadãos são tratados e ultrajados, todos os dias. Essa situação só pode inverter-se, e devolver-nos a nossa esperança no futuro, alterando os critérios de quem decide. Para que isso seja possível é necessário o apoio e a mobilização de cada cidadão válido, que só se consegue respeitando a opinião de todos, valorando, devidamente, a opinião de todos.
Não é mais possível que um governo eleito com, apenas, 30% dos votos (como era o caso do governo de Durão Barroso), invoque representar uma maioria que não tem, para actuar como bem entende, porque, assim, não pode actuar, nem mesmo que seja para fazer o que tem de ser feito.
A solução está na valoração da abstenção. Essa é a chave para alterar os absurdos critérios de actuação que têm sido seguidos, até hoje. Não se pode pretender resolver os nossos problemas colectivos, ultrajando e vilipendiando cada cidadão, nas situações concretas da vida, apenas para proteger e compactuar com toda a espécie de criminosos. Até agora, isso, afastando as pessoas das eleições, não tem qualquer influência na "punição" dos políticos, porque estes são eleitos, na mesma, perpetuando e agravando os nossos problemas, os nossos males.
Sistema eleitoral?
Valoração da abstenção, com incidência no número de deputados eleitos e na duração dos mandatos: Os lugares de deputados, relativos à abstenção não devem ser ocupados; a duração do mandato dos eleitos, em exercício de funções governativas, ou outras, deve ter duração proporcional à percentagem de votos obtida na respectiva eleição.
Redução do número máximo de deputados para cem.
Estas alterações ao sistema eleitoral (ou outras) devem ser referendadas. Os cidadãos têm o direito de se pronunciar sobre este tipo de coisas; ainda mais quando os critérios e a actuação dos políticos não consegue resolver os nossos problemas colectivos.
Responsabilização dos políticos eleitos pela eficiência das leis que elaboram, pelo regular funcionamento das instituições, pela existência, de facto, de democracia, no dia a dia dos cidadãos.
Isto implica um controlo que tem de ser feito, periodicamente, pela totalidade dos cidadãos.
A periodicidade desse controlo tem de ser tal que não sejam possíveis os actuais arbítrios, com possibilidade de destruirem a nossa economia durante toda uma legislatura; ou que terminam com a queda dos governos por acumulação dos factores de crise.
O controlo tem de ser feito em tempo eficiente, de modo a prevenir os danos provocados pelas contantes crises. Se temos uma classe política que não é confiável, há que lhes colocar rédea curta, que os fazer arrepiar caminho enquanto é tempo. Há que lhes mostrar que não podem promover e permitir toda a espécie de crimes sociais, no dia a dia, esperando, com falácias, ficarem impunes apesar dos seus repugnantes actos.
É simples. Está aí ao alcance da mão... Mas não vai cair do céu.

2005/02/16

Um Objectivo que tem de ser atingido!

Acabar com a irracionalidade!
O João, de Bioterra, deixou este comentário. Aqui fica o apelo, subscrito!

"Há mais de 15 anos que cidadãos de todo o mundo pedem aos governantes do Canadá para impedirem o massacre de bebes focas.
Ajuda a International Fund of Animal Welfare para pedirmos o fim deste crime ecológico.
Assina e divulga este petição ( goal. 30000 assinaturas- vai agora em apenas 17000)
http://www.thepetitionsite.com/takeaction/370512755
Um abraço ambiental
http://bioterra.blogspot.com"

2005/02/15

Mais um “bando” de cretinos!

Um grupo de “personalidades” que dá pelo nome de “Compromisso Portugal”, decidiu exigir a implementação das “medidas” urgentes, para os primeiros “100 dias do governo”.
Que medidas!? Nada de concreto; apenas as cretinices e generalidades do costume, que contêm as “garantias” dadas pelo PS, de que vai fazer pior do que o actual governo, de que já falei, várias vezes.
Perante o desnorte dos políticos, é o “salve-se quem puder”, com cada grupo de tráfico de influências a tentar “puxar a brasa à sua sardinha”.
Há tempos era a SEDES a tentar fazer “o trabalho sujo” de propagandear as piores mistificações; agora é o “compromisso Portugal”. Algo me diz que não vamos ficar por aqui.
É claro que, entre as medidas propostas, se incluem as medidas mais abstractas (e inúteis), as piores reaccionarices e também os tão afamados, como inúteis, despesistas e prejudiciais, estudos, comissões, grupos de trabalho; e um fundo (sem fundo) para a reforma da administração pública que, como já sabemos, se pode fazer poupando dinheiro, se forem tomadas as medidas correctas. Certamente que se trata de gente que só sabe fazer isso mesmo: chular o estado para fazer coisa nenhuma, vendendo inúteis e caros, estudos e pareceres.
Remar contra a corrente, numa coisa destas exige muito esforço e muita persistência. Não adianta avançar sem que as ideias correctas encontrem o eco mínimo, necessário. A blogoesfera é um meio excelente, (o único ao nosso alcance) mas insuficiente. Por isso ainda não me dispus (e provavelmente não o farei tão cedo), a avançar para alguma forma organizativa que defenda o que é justo e eficiente. No entanto, tenho que reconhecê-lo, a existência de tanta associação da treta, que apenas preconizam o disparate, de tanto partido que diz ser uma coisa e que, pelo que faz, demonstra ser outra, também me inibe, porque não quero fazer parte de um tal grupo, criando mais uma associação, para ser olhada com a mesma desconfiança.

2005/02/14

Os debates que ficam por fazer!

Um tema deveras interessante. Como tantos outros reflecte, em cada interveniente, a ideia (quase imberbe, subjectiva) de que existem as soluções, existe outra forma de abordar a realidade, de actuar sobre a realidade, capaz de mobilizar consciências e vontades, capaz de nos tirar do atoleiro.
A frustração vem quando se concretiza a ideia que cada um tem do que são as falhas, do como e onde se falha, do que tem de mudar (e como) para que tudo isto mude. Ao nível da teorização abstracta estamos todos de acordo; ao nível da concretização, das atitudes e das tarefas, da responsabilização, surgem as divergências insanáveis; provenientes duma lógica absurda e disparatada, da mais perfeita mistificação e demagogia, que nos têm sido incutidas, no dia a dia, como sendo a essência da própria democracia e que são, isso sim, a total inversão da democracia.
Não deixa de ser curioso que o “contributo” anterior apele “à alteração da metodologia das entrevistas, com jornalistas especialistas”, como se a tecnocracia, em vez da partidocracia; como se a especialistocracia, em vez da democracia, resolvesse os nossos problemas.
Tudo isto resulta, principalmente, de dois “embustes” a desmistificar:
(1) A forte sensação que cada um de nós tem de que as nossas ideias nunca são consideradas; o que nos leva a achar que, se fossemos ouvidos, como somos pessoas bem intencionadas, talvez os problemas se resolvessem, mesmo assim, tal e qual as coisas funcionam agora, sem mudar nada; (acho que ainda não sei, e até talvez nunca venha a saber, se não foi essa presunção que traiu Santana Lopes. Quando ele tomou posse como primeiro ministro, eu já sabia que iria acabar assim e não tenho, nem preciso, de artes de adivinhação).
(2) A assimilação daquelas ideias falsas e perversas de que, mesmo que a democracia não funcione, quando se trata de respeitar a vontade da maioria das pessoas, ela deve “funcionar”, em matéria de atribuição de culpas. A vontade da maioria da população não interessa para nada, o que nos convém são as patifarias que os políticos praticam, abusivamente, em nosso nome, sem quererem saber do que pensamos sobre o assunto; porque isto é uma democracia representativa, onde eles ganham o direito de representatividade, mesmo que, nos seus actos, não representem ninguém. Porém, quando se trata de atribuição de culpas, a culpa é dos outros. Uns quaisquer outros, não importa; contanto que os culpados nunca sejam identificáveis, porque isso é anti-democrático; contanto que nunca exista um conjunto de pessoas ou actos, ou atitudes, ou procedimentos, que possam ser identificados como culpados, a não ser em abstracto. Tudo no abstracto, para que, no concreto, possa ficar tudo na mesma e continuar a piorar. São os malfadados “inimigos sem rosto” e as malditas entidades abstractas que são destinatárias de todas as culpas e apelos, para encobrirem os verdadeiros culpados, para servirem de capote a toda a espécie de patifes e seus crimes.
Esta técnica de transferência de culpas, assente nesta abstracção absoluta, nesta espécie de sublimação de nossa entidade colectiva, onde se concentram o pior e o melhor do que há em nós; no primeiro caso para arcar com todas as culpas, no segundo caso para “ouvir e ignorar” os apelos de todas as boas intenções (até daquelas de que o inferno está cheio) e sobretudo as dos hipócritas que fazem apelos patéticos e patetas, em vez de cumprirem as suas funções e exercerem as suas competências, tem sido o expoente máximo da nossa hipocrisia social, que serve de base ao pilar da iniquidade do sistema que temos, com que se pretende a sua perpetuação.
Portanto, como a gente odeia tanta tacanhez e hipocrisia, concretizemos:
(1) Concordo que o debate eleitoral tem sido um fiasco. Que nenhuma das forças políticas concorrentes disse nada de novo. Que todos dizem e repetem as mesmas generalidades; até mesmo os mais críticos. Ou seja: nada, nesta campanha, tem consistência para mobilizar, positivamente, os cidadãos. Pior do que issso! Os principais protagonistas não se coíbem de, cada um a seu modo, manterem nos seus discursos, o apelo ao primarismo, ao bairrismo obtuso, ao sectarismo vesgo, fazendo críticas, aos outros candidatos que não passam de perfeita e absoluta maledicência, quantas vezes sem qualquer fundamento que não seja a distorção da realidade ou do seu significado. É o baixo nível deles a querer impor-se-nos.
(2) Porém, há que ser realista. Na situação em que nos encontramos, perdidos, desenganados e sem esperança, não são os discursos pré-eleitorais que vão mobilizar quem quer que seja. Não é possível mobilizar as pessoas, prometendo-lhes o céu (mesmo que ele esteja ali, ao alcance da mão, como eu acho que está), depois de as ter enganado e ultrajado tantas e tantas vezes.
(3) No entanto, confesso que até eu (que não acredito nada em políticos), mantenho sempre uma aguda atenção a tudo quanto dizem, para ver quando é que aparece alguém a dizer alguma coisa de jeito; a dizer alguma coisa que eu identifique como a via de solução dos nossos problemas. Garanto que, se eu ouvisse, seria capaz de identificar. Portanto, talvez seja esta mesma ansiedade que faz com que as pessoas dêem atenção aos debates.
(4) Tudo isto para concluir que é pequeno o número de pessoas que seriam mobilizáveis pelo discurso correcto. A maioria está de tal maneira atolada em problemas e desenganos que não acredita em nada.
Há um longo caminho a percorrer (que está cada vez mais longo) na recuperação da esperança perdida, da confiança atraiçoada, da justiça ultrajada.
Isso tudo só é possível fazer, fazendo. Não são coisas que se prometam em campanha, quando nas actuações do dia a dia se faz, e consente que se faça, exactamente o contrário.
Dou apenas dois exemplos (importantíssimos, a meu ver): A Reforma da Administração Pública e o funcionamento da Justiça.
São dois exemplos de casos em que se prometem grandes medidas (para que sejam impossíveis de implementar), mas onde as práticas obtusas, criminosas, destruidoras, infames, se mantêm, sem que ninguém levante um dedo. Num caso como noutro, a resolução dosa casos concretos, denunciados todos os dias pelos cidadãos, teriam um efeito extraordinário, mobilizador, benéfico, que poderia ajudar-nos a avançar, a “velocidade cruzeiro”, económica e socialmente. Num caso como noutro, a resolução de cada situação concreta, acabaria por apagar as más práticas e os seus efeitos, resultando numa “reforma” integral, onde, ao invés de ser necessário investir muito dinheiro, se pouparia muito dinheiro.
Há não muito tempo, esperei mais de duas horas, em duas ocasiões diferentes, numa repartição pública de Lisboa, apenas para requerer uma certidão. Numa dessa ocasiões, o papel até se destinava a outra instituição pública. Quando, pela mesma altura, necessitei de proceder ao registo duma casa, deparei-me com tamanho agravamento da burocracia, deslocações e perda de tempo, que nem quis acreditar. Tudo inútil, posso garantir-vos; tudo escusado, tudo a contribuir para a redução da nossa produtividade. Tudo situações bem conhecidas, onde há que actuar urgentemente, donde resultam enormes economias de tempo e de gastos.
Há uma coisa que eu faria, sem qualquer problema de consciência: proibir que qualquer cidadão esperasse mais de 20 minutos, em qualquer local de atendimento público, fosse a que título fosse. A violação da regra daria origem a despedimento, com perda de regalias sociais entretanto adquiridas. Iriam ver como os procedimentos se simplificavam, como a informatização funcionava, como tudo começava a funcionar melhor.
Mas não é necessário tanto; basta ouvir os cidadãos e resolver os problemas concretos que apresentam.
Na justiça passa-se a mesma coisa: Já falei de vários casos escabrosos e muitos outros tenho em mãos, alguns que nem sei como lhes hei-de pegar. Em todos estes casos, a justiça funciona para molestar pessoas honestas, a “pedido” de criminosos. Agora, neste país, a forma mais eficiente de criminalidade é aquela que usa as instâncias judiciais. É uma maravilha, garante total impunidade e eficiência. Aparece de tudo: desde a vigarice e extorsão, praticadas pelos tribunais, a favor de vigaristas e criminosos (tenho alguns 4 exemplos nas minhas mãos, documentados), passando pelo exemplo do processo Casa Pia, do Dr. LJNS, do caso da Joana. Se estes problemas fossem resolvidos como devem, poupava-se muito dinheiro ao estado. E como ficava “em cima” a nossa auto estima e a nossa confiança na vida e na sociedade; como a democracia revigorava. Mas não. Neste país o que impera é a covardia e o embuste, o sofisma e a desresponsabilização, de quem tem de denunciar ou combater o crime, de quem necessita de o fazer para nos governar decentemente, de quem nos deve governar. Nestas coisas somos todos espectadores, nós e os governantes, os responsáveis da sociedade. Nada disto nos diz respeito. São problemas dos outros. Depois desesperamos porque os nossos problemas colectivos se agravam continuamente.
Portanto, para mim é assim: quem se propõe governar o país, tem de ser responsabilizado pelo êxito ou fracasso da sua actuação. O actual modelo de representatividade parlamentar, não garante a eficiência do sistema, nem a prática da democracia, uma vez que cada um diz o que quer e ninguém tem de provar coisa nenhuma. Por isso eu proponho que seja referendada a alteração do actual sistema de representatividade, que deve passar a incluir a valoração da abstenção. Acho mesmo que qualquer partido que, de facto, pugne pela democracia e queira resolver os problemas do povo terá que reconhecer que não é possível fazê-lo sem a mobilização da maioria da população e sem a consequente valoração da abstenção. Para saber se um partido é realmente democrático e está de boa fé, na resolução dos problemas do país, basta saber se defende a valoração da abstenção, ou não. Os partidos que não percebem isso são tão reaccionários como os mais reaccionários. Apenas lhes interessa serem eles a beneficiar do poder, dos lugares no parlamento, nada mais.

2005/02/13

A cada um "seu" Carnaval!

No blog de Yuri, "Cavaleiros do Jornalismo", está um artigo a não perder, sobre o Carnaval. Sobre o Carnaval que se vê, que se exibe, e também sobre os outros Carnavais. Leiam com atenção. É uma realidade que todos conhecemos, ou adivinhamos, mas vale sempre a pena repor a verdade dos factos e as coisas no seu lugar. Só assim se pode construir um futuro mais digno.
Para aceder directamente ao "blog", basta clickar no título deste post.
Aqui fica a transcrição do final do artigo, para aqueles que não tiverem tempo, de imediato, para ir até lá.

"no pelourinho, o carnaval pelo menos é sem cordas, mas alegre, todos podem alimentar-se, não tem idade, não tem cor, não tem sexo; por isso fiquei sentado olhando os blocos a passar, as velhas marchinhas serem entoadas em alto e bom som, os blocos pedindo paz, igualdade para os deficientes físicos, a terceira idade demonstrando toda sua vitalidade e em seu canto pude perceber que o passado resiste, se manifesta, mesmo em um presente totalmente mecanizado e esquizofrênico, é capaz de animar pessoas. O passado que todos tentam superar, esquecer, desfila na avenida, mascarado para enganar o presente, e provar que no futuro sairemos todos no bloco do EU sozinho"

Eis a "nossa" Esperança no Futuro!

Alex, que "bloga" em "Lua Extravagante", enviou por "e-mail" a Bin-Tex, de "A Grande Fauna" este filme que tem "link" no título deste post.
Vejam bem, porque vão gostar. Eu sei que existe gente assim. O Futuro é com eles (connosco) que conta. São eles (nós) que contam(os) para o futuro. Por isso "clikem" no título e deixem-se ir. Vão gostar!

2005/02/12

Idoneidade e Jornalismo!

1º CASO:
Um dia desses, vagueando por aí, cheguei a um “blog”, que “linkei” com o nome de “guerra eterna”. É dum jornalista espanhol que (no próprio título) manifesta ser contra a guerra no médio oriente.
Andei por lá a bisbilhotar e encontrei uma história que se resume assim:
Na sequência dum artigo do “Washington Post”, a escritora “Sara Solovitch” foi contratada por uma editora, para escrever a história duma mulher iraquiana. A escritora rapidamente se apercebeu das contradições da narrativa. Daí a concluir que a história era falsa, foi um passo.
A mulher dizia que tinha sido presa pelo regime de Saddam, por ter casado com um estrangeiro, que foi vítima de toda a espécie de violações, torturas e de maus tratos; que o marido foi assassinado na cadeia e mais uma série de horrores. Devido às suas declarações foram detidos, no Iraque, os “torturadores” e os seus chefes, incluindo um general. Mas os soldados, confrontados pela escritora, reconhecem que não conseguiram evidências que corroborassem a história, que, no entanto, chegou a ser referida pelo nº 2 do Pentágono “Paul Wolfowitz”, no Congresso Americano, como um exemplo da barbárie do regime de Saddam.
A conclusão final é de que a mulher, afinal, tinha sido presa sim, mas por ser vigarista. Com a vigarice da própria história, conseguiu viajar para a Europa, com a família, onde recebeu asilo.
A escritora faz uma história sim, mas a história das mentiras, que publica na revista “Esquire”.
Perante este artigo, o “Washington Post”, vê-se obrigado a enviar um jornalista ao Iraque, que confirma o embuste. O jornal acaba por publicar um desmentido, (numa página interior, mas com referência na capa, onde tinha sido publicada a história falsa).
2º CASO:
Na semana passada recebi duas mensagens SMS, a chamar a atenção para o artigo das páginas 36, 37, 38 e 39 da Revista “FOCUS”. Li o artigo com interesse e verifiquei, depois, que está publicado também em http://www.reporterx.com/.
O artigo desmonta, sem qualquer conjectura ou sofisma, um monte de mentiras infames publicadas e repetidas, na comunicação social, acerca do processo CASA PIA e respectivas provas. Sob o efeito da ilusão induzida pelo exemplo do caso um, esperei, pacientemente, que toda a comunicação social publicada no país, se fizesse eco do artigo e das constatações ali feitas, corrigindo as notícias que anteriormente publicaram.
Pois é: a revista foi publicada no dia 09 de Fevereiro, hoje são 12 de Fevereiro (fim do dia) e nada!
Quando será que esta escumalha percebe que é este tipo de infâmias que nos tira toda a auto estima, nos destrói como nação, como povo e como país, que não nos deixa viver em paz, nem progredir, nem ser felizes… nem sequer ser cidadãos? Esta gente não tem auto estima, nem dignidade, nem nada; e impõem-nos isso, como a única forma de actuação social permitida, tolerada, na vida pública e na comunicação social.
Quando as nossas figuras públicas e jornalistas descem tão baixo para acobertar a criminalidade institucionalizada que se move por detrás do processo Casa Pia, nenhuma esperança nos resta, quanto ao futuro deste país; não há voto que nos possa valer.
Porém, as coisas têm de ser ditas como elas são. A principal protecção para este tipo de coisas (a impunidade garantida a este tipo de criminosos) vem directamente do Procurador Geral da República, como todos sabem.
Apesar disso, o Presidente dissolveu a Assembleia, mas manteve esse indivíduo naquele cargo, donde já o devia ter afastado há muito. Esse facto transformou os políticos, em exercício, nos bodes expiatórios de todos os nossos problemas, oferecendo a estes criminosos a protecção e impunidade cúmplice, em que assentam os principais motivos do nosso descalabro económico, político, social e moral. Até se ouvem estes criminosos (os principais culpados da nossa situação desastrosa) a participarem no achincalhamento dos políticos, como forma de passarem despercebidos e continuarem a enganar-nos.
Conclui-se assim que os nossos problemas não têm solução à vista, por cumplicidade e envolvimento do próprio Presidente da República. Como é que um povo pode sair deste abismo?
A minha abstenção, no próximo dia 20, é uma forma de protesto pelo facto de os políticos não fazerem a sua obrigação, sobretudo no combate e perseguição a esta "cáfila" de criminosos.

Nelson Mandela!

Faz 15 anos que Nelson Mandela foi libertado, pelo regime racista da África do Sul. Hoje, apetece-me fazer-vos uma pergunta, apetece-me pedir-vos que se imaginem a fazê-la a muita gente e que imaginem a resposta. A pergunta é: Sabe quem foi Nelson Mandela? E Botha, sabe quem foi?
Ninguém terá dúvidas em perceber que, mais de 80% dos inquiridos que responder acertadamente à primeira pergunta erra a segunda.
É assim que pretendo ilustrar o carácter ilusório da estabilidade da situação actual (de ontem, de sempre), sobretudo se ela for atentatória da dignidade humana. (Como o é a situação do nosso país).
Lembro-me ainda da África do Sul racista, e da arrogância do respectivo governo; da forma como os negros eram tratados e, especialmente, da forma como eram tratados os presos do ANC, incluindo Nelson Mandela, acusados de serem os causadores de todos os males do mundo.
Hoje, quem sabe alguma coisa do assunto, identifica, de imediato, Nelson Mandela. Mas o governante racista, todo poderoso, que declarava a eternidade do seu sistema de governo, como um dado adquirido e assente; esse, ninguém sabe quem seja.
Nelson Mandela será recordado por muito tempo, terá um lugar de destaque na História. Os seus carcereiros, até o pouco conhecimento que se tem e terá deles, irão sempre devê-lo apenas ao facto de terem sido seus contemporâneos.
Hoje eu tinha que escrever este artigo. É que, naquela minha lista de assuntos, já apareceram mais alguns, mas todos exigem uma obstinação, uma persistência em “remar contra a corrente”, para alterar mentalidades e desfazer sofismas, que parece esgotar-nos as forças. É nessas alturas que temos que pôr as ideias no lugar e analisar as lições da história, para percebermos a importância da “tarefa” que a vida nos impôs.
Só para garantir que estou aí… e vou continuar em frente!

2005/02/10

Mais um "blog" para todos!

o "blog": http://manifesto-pela-cidadania.blogspot.com/, destina-se a que todos escrevam os seus posts. Por isso vão até lá. A ideia veia até aqui desde A Grande Fábrica.

Amieira. Dar a palavra aos próprios!

Este texto está, em comentário, no artifo sobre a Escola da Amieira. Nisto como em tudo, nada melhor do que dar a palavra a quem conhece os factos (e pode contribuir para ajudar a resolver os problemas). A qui fica a transcrição:
"Realmente é com muita apreensão, que verifico os efeitos da globalização na nossa terra, ou seja o económico sobrepor-se ao social.
Com o devido respeito para com o grémio dos caçadores, dentro do qual tenho alguns amigos, reconheço não ser um grupo representativo da população nem pouco mais ou menos.
É um pequeno grupo, coitado, com sede de beber umas "bejecas" e uns "copos de cinco", onde estão alguns destes novos "empresariozecos" de sucesso, com algum(?) dinheiro e nada mais. Existe o núcleo duro dos tiros, de baixo nível, arrogante e mal educado, que faz ameaças e diz que bate e mata. Esta facção, vejam bem, é apoiada pelo seu presidente, o Miguel Pascoal de Urqueira.
Isto é reprovável!...O presidente deveria ser o orientador pedagógico desta “casta superior”; muito carente de educação e formação. O problema é que ao presidente falta-lhe o substrato ou melhor o nível. A caça a animais em extinção é onde descarregam as suas frustrações e perante este cenário a sociedade e as autoridades ficam estáticas, sem nada fazer.
É esta figura que se encontra infiltrada na junta de Urqueira. Está lá para defender os seus próprios interesses e do seu clube de caçadores, jamais para defender os interesses da população que o elegeu. Também há outro, como adjunto e aspirante a um lugar de poleiro na junta, mora na Amieira mas não é amieirense, é um traidor reles um frustrado que não tem onde cair. Pior, é falso e hipócrita! Os Amieirenses conhecem-no bem, é o Pinto. Este indivíduo, que tem 4 filhos que frequentaram e ainda utilizam a escola para jogatanas de futebol, é o mais feroz opositor ao projecto criado para a Amieira do qual os seus filhos irão beneficiar... Mas estes pobres de espírito, não são os reais culpados, responsáveis e culpados são quem de direito, que não devia permitir o que está a acontecer.
Como é que a Câmara , que é liderada por um senhor, ligado ao ensino e cultura por formação, foi na conversa? Se é que existiu... "ceder um espaço daquela natureza, património e emblema da Amieira; para vir a ser uma tasca ou, quem sabe, casa de alterne?”...
Toda esta falta de valores, consciência e bom senso é de pôr as mãos à cabeça!...
Está-se ali a criar um potencial foco de conflito, que ninguém sabe como poderá acabar...
Os responsáveis são sempre a Junta e Câmara que estão a alimentar e fomentar tudo o que se está a passar!...
E é assim... Depois queixam-se da desertificação, que nos pretendem apresentar como "uma fatalidade vinda do céu"! É urgente cuidar do bem estar das populações, em todo o lado. Para isso, nada melhor do que incentivar a participação cívica das pessoas na sua própria vida colectiva. Aqui, sacrificou-se isso em nome dum reles clube de caça. Perdoem-me os caçadores. Cada um tem o direito de ter os hobbies que entender, desde que cumprindo a lei, não prejudicando o bem comum e respeitando as espécies. Neste caso, há que reconhecê-lo, as prioridades sociais mais dignas, deveriam ter ditado o afastamento dos caçadores daquele local. Talvez entre esses haja suficiente gente digna que se recuse a frequentar o sítio? Quem sabe... Aqui fica o apelo. A dignidade compensa sempre.

2005/02/09

O verdadeiro problema de James Mattis.

Talvez o verdadeiro problema de James Mattis seja: pertencer ao exército americano, Tal como o dos soldados de Abu Ghraib.
Num documentário, transmitido recentemente, pela televisão, a propósito da libertação de AUSCHWITZ, um alto responsável das S.S. aliciava um oficial a optar por câmaras de gás (que começaram por ser rudimentares: com canos ligados a escapes de automóveis), com o seguinte argumento:
“Já reparou nos olhos deste soldado? Está a transformar-se num homem sem alma, sem valores, num criminoso irrecuperável. Criando pessoas assim, de nada nos serve apurar a raça.”
É possível que não tenha sido exactamente assim, mas o sentido era esse. Referia-se ao olhar, vidrado, dos soldados, “promovidos” a fuziladores, que matavam, indiscriminadamente, judeus e não só, à ordem dos respectivos oficiais.

Até facínoras como os nazis, perceberam que não era possível manter a situação infame que tinham criando, sem, com ela, criarem novos e perigosos monstros.
É o que está a acontecer com os americanos. É o que os vai conduzir ao abismo, pelos seus próprios pés. É o preço que se paga por tanta infâmia.

A Escola da Amieira, outro exemplo!

Em "A grande fauna" encontrei este "post", que transcrevo. Aqui está mais um exemplo de nepotismo e de arrogância das "nossas" instituições democráticas, como é o caso da respectiva junta. Isto é um país onde a "democracia" só serve para beneficiar, de forma arbitrária e prepotente, meia dúzia de energúmenos. O que as populações sentem, o que necessitam, aquilo a que têm direito, não interessa nada. Também aqui as pessoas se organizaram e reclamam os seus direitos. O resultado, nulo, da sua luta é um bom incentivo à participação e empenhamento cívicos. Resta-nos a abstenção como forema de protesto. Vem bem na linha do "post" anterior. O que começa a ser difícil é encontrar exemplos "outra linha", que nos levante a esperança.
"A situação continua a agravar-se na Escola da Amieira no concelho de Ourém conforme já haviamos postado aqui.
É tudo por causa desta linda casinha que tem inúmeras recordações para as pessoas da Amieira.
O que eu vejo no comunicado que se segue é um caso de polícia.
Será que agora os caçadores têm direito a humilhar as populações dada a força das armas?
Para que serve a junta de freguesia?
Para que serve o Presidente da Câmara?
Para que serve a GNR?
Eis o comunicado:"
"ASSOCIAÇÃO CULTURAL ESCOLA DA AMIEIRA
Comunicado
Graves provocações e humilhações dirigidas pelos caçadores de Urqueira à população da Amieira na sua antiga escola
No dia 6 de Fevereiro de 2005 cerca das 08:00 ocorreram os seguintes factos:
Aproveitando a realização da concentração para a batida de caça às raposas pela direcção dos caçadores de Urqueira, a população da Amieira reuniu-se antes da chegada dos caçadores, para uma visita à escola que tinham frequentado e onde está parte das alegrias e saberes compartilhados no passado recente de todos.
À chegada dos caçadores todos os Amieirenses presentes se encontravam em plena confraternização, pacificamente e com urbanidade recordando os tempos e experiências ali vividas.
Surgiram então caçadores com arrogância auto-afirmando-se donos e senhores daquele espaço público, com provocações, procurando o confronto com a população ali presente proferindo termos ofensivos e injuriosos.
Os Amieirenses formam impedidos de entrar dentro do edifício da escola que frequentaram. O presidente dos caçadores alertado para o sucedido, pelo presidente da Associação Cultural da Amieira nada fez.
A Associação Cultural Escola da Amieira manifesta publicamente o seu repúdio pelos factos, os quais indignaram e ofenderam profundamente a população do lugar.
A Associação tinha solicitado por carta enviada em 1 de Fevereiro ao presidente dos caçadores de Urqueira para não violar a sala de aulas conforme tinha ocorrido a 30 de Janeiro.
A Associação Cultural Escola da Amieira apelou na carta à auto-reflexão e bom senso dos caçadores, sensibilizando-os para locais próprios e melhor adequados para actos que o grupo de caçadores pratica ou pretende vir a praticar.
Foram ainda os caçadores informados dos sentimentos e ligações que os Amieirenses têm com a antiga escola da Amieira.
A ocupação do local emblemático dos Amieirenses pelos caçadores irá ser sempre um elemento de desestabilização e perturbação no bom relacionamento, da boa convivência e urbanidade existente.
A Associação Escola da Amieira interroga-se sobre a negligência do Sr. Presidente da Junta de Urqueira em responder a uma audiência pedida no dia 30 de Dezembro de 2004.
A Direcção,
Amieira, 07 de Fevereiro de 2005"

É um bom exemplo de como se devem fomentar incidentes e problemas entre pessoas, como se deve agravar a degradação das condições de vida das pessoas, nas aldeias. Que gente mais reaccionária!

Ribeira dos Milagres, um exemplo!

Numa resenha rápida de assuntos sobre os quais gostaria de escrever, identifiquei 10 (dez). Entre estes é difícil estabelecer prioridades, porque todos me preocupam, me perturbam, me indignam, me revoltam. Quando me sinto assim e sei que vários milhões de outros cidadãos deste país têm razões para se sentir como eu, se não pior, percebo porque é que somos um povo triste, taciturno, consternado, até no semblante. Isto tem de ser assim? Não tem! É crime que continue a ser assim e temos que dizê-lo claramente. Os políticos estão a destruir-nos, como povo! Isso não pode ser permitido, nem pode passar impune.
Olhando para o papel, elegi, como primeiro assunto, a Ribeira dos Milagres. Porque é um dos assuntos que ainda não abordei; porque é um bom exemplo dos motivos que levam uma parte da população a se abster; porque é um bom exemplo da forma como se destrói a auto estima (e a esperança) do nosso povo.
Julgo que falando da “Ribeira dos Milagres”, toda a gente sabe que estou a falar de descargas poluentes, em cursos de água naturais. Pois é.
Agora mesmo, em plena campanha eleitoral, com promessa de referendo sobre a co-incineração e tudo, aconteceu mais uma “descarga poluente”. A situação já se tornou tão trivial que a comunicação social nem lhe dá grande relevo. Como este é um dos assuntos que me escandaliza, deveras, lá fui eu, ao motor de busca, tentar fundamentar melhor as minhas palavras. O que é que encontrei? Referências a descargas poluentes, com grande destaque na comunicação social, desde Dezembro de 2003, pelo menos (não procurei mais).
Formaram-se associações cívicas, o local foi visitado por ministros, pelos “Verdes”, etc. Foi objecto de protestos públicos, mais ou menos “mal cheirosos”. Resultado disso tudo? NADA!
Mais uma vez constatamos que os nossos políticos prometem "grandes medidas" megalómanas, para resolver os problemas da poluição, mas não fazem cumprir o simples. Conclusão: estão a enganar-nos!
A Ribeira dos Milagres é apenas mais um exemplo do que leva as pessoas a não acreditarem nos políticos, a não acreditarem no poder, a não acreditarem nas instituições; a se absterem. Todos sabem que as descargas são proibidas; as suas proveniências estão identificadas. Portanto, as pessoas reclamam e estão cheias de razão; têm a lei do seu lado, organizam-se e até fazem participações às forças da ordem; mas, nisto como em muitas outras coisas, a resposta que têm, de quem deve fazer cumprir as leis é: NÃO! É a mesma resposta que os políticos (e seus sequazes) têm para o povo, em todas as circunstâncias. Esperam agora que voltemos a votar neles, para continuarem a dar protecção a quem comete este tipo de crimes (e outros ainda piores)?
Ah! Já sei. A cadeia é só para inocentes; e para uns desgraçadecos que são apanhados distraídos, em situações para que foram lançados (sem outra opção) pelas circunstâncias da vida.
A Ribeira dos Milagres é um bom exemplo (apenas mais um) da falsidade das promessas eleitorais, de todos os partidos.
Para resolver um problema destes basta um mínimo de dignidade e de vergonha, nas nossas instituições, nos órgãos do governo, nos nossos políticos. É um bom exemplo do que é o cúmulo da hipocrisia dos políticos que prometem grandes medidas para resolver outros tantos problemas e nem sequer conseguem resolver, como devem, uma situação tão simples, tão clara e tão premente, para que apenas é necessário cumprir a lei. Isto é perfídia pura. Nunca eu votarei em gente tão pérfida.

2005/02/07

Convite. Avançar na discussão!

Este texto, da autoria de Boavida, está em comentário, no post "A abstenão e a democracia". Aqui fica a divulgação, como convém. Pela minha parte estão todos convidados para participar.
"A leitura deste mesmo artigo foi a gota de água que me atirou para a via que, com estima, lhe proponho neste meu:
CONVITE
O que mais me vem atormentando, nesta minha curta estada na “blogosfera”, é a inevitabilidade com que, num ápice, a fria estrutura do blogue transfere para o “arquivo morto”, tudo o que de bom por cá tem passado, e nem mesmo os mais dramáticos alertas ou as mais profundas análises conseguem sobreviver a tão avassaladora máquina.
Porque também para estas coisas o domingo é um excelente dia, esbocei hoje o anteprojecto de uma outra forma de blogue a que chamei “Na mesa do canto”, para a qual tenho o maior gosto em convidá-lo, e onde entendo que, com o seu prestimoso contributo e de mais uns quantos amigos destas andanças, se poderá desenvolver um interessante trabalho de grupo.
Os temas de conversa surgirão, naturalmente, por proposta dos participantes, e manter-se-ão em debate enquanto eles nisso manifestarem interesse.
Obviamente que não reservo para mim qualquer direito, de propriedade intelectual ou outro; apenas manterei, por razões de operacionalidade, o cargo de “fiel de armazém”, e, claro, terei todo o gosto em pagar as bicas!
Agradecia ainda que tornasse extensivo este desafio a outros seus amigos cujos pontos de vista entenda dever partilhar connosco.
Um abraço
Boavida
PS.
Por favor, faça lá chegar as suas dúvidas, propostas e sugestões. Serão seguramente bem acolhidas."
O link do blog já está feito, na margem.