2005/07/02

Ao correr da "pena"!

O amigo Luís deixou, em: "o aumento do IVA", um comentário a que decidi responder.
Como parece que existe muita gente que "ainda" não percebeu o que digo, com que objectivos... vou transcrever esse meu comentário.
Respondi assim:
"Amigo Luis,
Li, com atenção, o comentário que deixou no meu blog e que agradeço!
Porém, já agora, permita-me que, "numa boa", lhe dê "um conselho": respeite as opções e opiniões dos outros (que, certamente, terão milhões de motivos - os deles, não os seus - para procederem como procedem).
O pior erro da maioria das pessoas que sentem o "incómodo" do absurdo da situação que vivemos, é cederem, no essencial aos "argumentos dos partidos", e não respeitarem os outros. Acharem que detêm o monopólio da razão e da esperteza; isto é: que conhecem a forma de resolver os nossos problemas (desde que os outros adiram, é claro, sem que se saiba bem por que o devem fazer).
Até porque, via de regra, cada uma dessas pessoas que acham que as suas opções são as únicas com valor absoluto, também não "aceitam" os "conselhos" de quem pense de modo diferente; ou não será assim?
Então porque é que os outros devem aceitar os "conselhos" que dão?
Meu caro! eu sou abstencionista, por convicção, mas mesmo que o não fosse, exigiria a valoração da abstenção, porque isso é uma questão de ELEMENTAR Democracia.
Porém, essa minha "luta", não impõe, a quem quer que seja, um comportamento padrão, ou a adopção das minhas próprias opções. Apenas exijo direitos de cidadania (aqueles a que temos direito) para todas as pessoas, incluindo as que se abstêm.
Cada um pode votar, ou não, onde quiser e como quiser, desde que, no final, se mantenha, como deve ser em democracia, o respeito pelas opções de todos e de cada um.
É isso que se está a transformar na "pedra de toque" da diferenciação entre os verdadeiros democratas e os que o não são. E os partidos que temos não são democratas, como se pode comprovar pelo facto de, nenhum deles, assumir claramente esta exigência.
Isso faz com que sejam estruturas completamente desacreditadas (como os próprios assumem, utilizando-se do facto).
Então porque é que eu, por exemplo, deveria "criar um partido"?
Para assumir parte nas responsabilidades deles e respectivas consequências?
Não conte comigo!
Até porque, para esta luta, não é necessário criar um "partido". Para além disso eu gosto de tudo "inteiro"!
No entanto, como disse no início (e para o caso de não ter percebido), escrevi isto tudo "numa boa"; isto é: reconhecendo-lhe, a si, o direito de dispor do seu voto como quiser... mas exigindo igual respeito para com todos os outros cidadãos.
É que, as questões pelas quais é urgente unir TODOS, na luta, são questões que estão muito para além (ou para aquém) das opções políticas, filosóficas, ou religiosas: são a resolução, digna e justa (e DEMOCRÁTICA), dos problemas da sociedade.
Essa mania de tentar utilizar as mais elementares aspirações das pessoas para impor, pela chantagem, uma determinada opção de voto, tão usada e abusada pelos partidos, tem de acabar. Tem de ser desmascarada e classificada como deve, para que possamos ter democracia.
Nisso, os partidos são todos iguais e igualmente NAZIS!
Por isso eu nunca daria o meu voto a algum deles... Só se, eventualmente, algum assumir, de forma consequente e credível, esta luta pela valoração da abstenção...
Portanto, para mim, a única solução é a valoração da abstenção, porque sem isso não há democracia. Isto se você me der licença (e mesmo que não dê...)!