Deixe-me ver se eu percebi!
A pior corrupção e a pior criminalidade estão lá bem em cima, ao nível de quem faz e executa as leis.
As piores máfias, ligadas aos piores tipos de criminalidade, controlam o governo, (e o funcionamento do sistema judicial também) como quem controla marionetes, mas querem mais; querem ir mais longe, querem total controlo do poder.
Essas máfias até integram uns caciques, promovidos, todos os dias, pelas TVs, que erguem a "bandeira" da luta contra a corrupção, como forma, demagógica, de se auto-promoverem. Parece que a sua própria prática criminosa não é afectada por este "combate à corrupção". Alguma coisa não está certa... Ah! passam o tempo a queixar-se da partidarização "disto e daquilo"...
Entretanto, os cidadãos, a esmagadora maioria, está farta desta gente maldita, a quem não dá o seu voto, há muito, por culpa e mérito e opção dos próprios políticos (e respectivas máfias).Nas legislativas a abstenção já estabilizou, há muito, acima dos 35%, enquanto que, nas autárquicas e presidenciais, a abstenção ultrapassa os 40%, chegando, não raro, aos 45% ou mais.
Deixe-me reproduzir aqui um trecho duns meus apontamentos de há mais de 14 anos:"a eleição (ontem), para Presidente da República, com uma percentagem superior a 70% (cerca de 30% do total do eleitorado) do Dr. Mário Soares".
Estes apontamentos datam de 14 de Janeiro de 1991 e, se o meu amigo se der ao trabalho de fazer as contas, a abstenção foi superior a 55%, quase a chegar aos 60%...
Por isso estou aqui a reclamar (atenção, pelo menos). Isto repete-se em todas as eleições, como tenho vindo a denunciar.
Para que as pessoas possam ser responsabilizadas, como pretende, é necessário que possam exercer os seus direitos e competências. Como vê, não é o caso.
Portanto, razão tenho eu para exigir que a democracia o seja, de facto, em exigir que se valore a abstenção (encurtando os mandatos, na proporção da percentagem real de votos obtida), etc. etc. etc.
Não percebo a sua lógica! O meu amigo adopta como bons e únicos aceitáveis e a considerar, os critérios, vigaristas, de eleição e de contabilização dos votos, sem se preocupar com a violação dos direitos e vontades da maioria da população, para depois assacar a essa maioria responsabilidades que ela não têm, porque não foi ouvida nem achada na feitura das leis e regras e métodos, sendo "eliminada" de forma nazi, do mapa dos cidadãos com direitos?
Essa não! Ofendeu-me!
É que os cidadãos, essa maioria, perdem o direito, até de serem ouvidos quando reclamam e se queixam e denunciam as situações escabrosas que vivem ou conhecem. É aí que está o cerne dos nossos problemas a a via segura de resolução deles (problemas): a forma como são tratadas e encaradas as denúncias e queixas dos cidadãos é que nos diferencia das sociedades civilizadas e minimamente decentes.
E o meu amigo? O que é que tem feito (qual a sua eficiência) para fazer valer os critérios dignos e correctos? O que fez para que prevaleçam os seus critérios? Repare que, se os 70% (em alguns casos chega aos 80%, como já referi) que não concordam com o governo, nem com a corrupção, nem com as máfias, nem com cada uma das decisões do governo, fizerem, cada um, como o meu amigo faz, tudo continua na mesma (porque ser-lhes-à dado o mesmo crédito e valor que é dado a si) e, no entanto, somando-os a todos, são a maioria...
Mas se nem o meu amigo reconhece que são maioria, como se pode esperar que os patifes, os nazis o façam?
Agora... o que é que o meu amigo pretende? Que os nossos problemas só possam ser rescolvidos quando não houver criminosos, bandidos, corruptos, oportunistas, máfias?
Lamento desiludi-lo, mas não é esse o caminho. Gente dessa existirá sempre. O que não podem é deter o controlo do poder, como agora. Têm de ser combatidos. Porém, só será possível combatê-los se se respeitarem os direitos e opções e opiniões de cada cidadão, valorando a abstenção, repondo as coisas no seu lugar.
Como é que se pode fazer isso, se o controlo dos "merdia" está nas mãos das mesmas máfias e aí só se promovem as máfias e as suas propostas?
As pessoas não podem apoiar propostas que não conhecem...
Só se podem assacar responsabilidades aos cidadãos pelas decisões que tomam, não por aquelas que ignoram e rejeita e que, em todo o caso, não legitimaram...