2005/01/24

Eleições. O Papel do “Marketing”!

Todos conhecemos aquela estratégia de Vendas que faz com que, nas grandes superfícies (e não só) sejam colocados produtos que se pretende vender, ou promover, ou divulgar, ou aumentar as vendas, em locais estratégicos, onde as pessoas tropeçam, literalmente, neles. Dizem os entendidos que essa estratégia resulta. E dizem também que, muitas vezes, as pessoas compram coisas destas ou em promoção, de que não tinham necessidade, apenas porque, ante a “solicitação” se esqueceram de que tinham comprado há pouco tempo.
É assim que eu vejo os apelos ao voto. Todos os políticos, de qualquer partido; todos os responsáveis da sociedade querem que se vá votar, “não importa em quem”.
Este apelo patético, de quem usa o “marketing” enganoso, ardiloso, em vez da mobilização, porque sabe que nada tem para mobilizar os cidadãos, tem os mesmos objectivos que a estratégia de vendas, descrita acima:
Importante é que as pessoas sejam levadas a ir às mesas de voto. Porque lá, numa boa parte dos casos, à última da hora, alguma das patranhas que ouviram, quer nas campanhas, quer na conversa “de café” dos ecléticos da treta, corre o risco de fazer efeito e a pessoa ser levada a achar que talvez se justifique “dar utilidade ao seu tempo” e votar num qualquer.
Por isso, o meu apelo é:
- Se você tem a certeza de que quer votar e em quem, pois então vote! Não se esqueça de ser suficientemente democrata e honesto, para reconhecer que, quem não vota, tem igual direito de opção, que o país é de todos e que todas essas pessoas também são necessárias (e por isso devem ser respeitadas) para fazer progredir o país.
- Se você não tem motivo para votar, então abstenha-se, não vá lá, porque não adianta ir, posso garantir-lhe, é perda de tempo. O voto em branco até pode ser usado para passar a ser voto expresso. Fique em casa, como eu fico, e exija os seus direitos integrais, de cidadão, inclusive o de ser consultado sobre as decisões quanto à matérias mais importantes da vida política e económica do país.
A valoração da abstenção é o único caminho para começarmos a obrigar os nossos políticos a serem mais honestos, para termos alguma esperança de que os nossos problemas comecem a ser resolvidos, como podem e devem ser.
Se ainda tem dúvidas pense nas coisas que estão mal, neste país, relacionadas com os outros ou que lhe dizem respeito directamente. Alguém lhe dá ouvidos? A mim não! Se eles não nos ouvem, porque haveremos nós de os ouvir, de ser subservientes, mais uma vez, quanto aos seus arbítrios?
Não vote! Exija a valoração da abstenção.