Quando o filho do Presidente concluiu a licenciatura, o Presidente esteve na cerimónia de entrega dos diplomas e discursou.
Achei que foi mais um daqueles discursos despudorados a que nos habituou. A certa altura decidiu falar da sua sucessão, colocar a hipótese de ser substituído por Cavaco Silva e “candidatar-se” a ocupar o seu lugar na docência, ali mesmo; isto é: pedir que lhe dessem um tachito, como professor, quando acabar este seu segundo e último mandato.
Ao que tudo indica, o Presidente está a usar as suas funções e as suas competências para “comprar” esse tachito, à nossa custa, à custa da democracia. Mas, vocês sabem, eu decidi que este Presidente há-de ficar conhecido, na História, como merece sê-lo, como corresponsável pela nossa desastrosa situação e, por isso, não posso deixar de dizer o que penso e de o demonstrar, “para memória futura”.
Ao que tudo indica, o Presidente está a usar as suas funções e as suas competências para “comprar” esse tachito, à nossa custa, à custa da democracia. Mas, vocês sabem, eu decidi que este Presidente há-de ficar conhecido, na História, como merece sê-lo, como corresponsável pela nossa desastrosa situação e, por isso, não posso deixar de dizer o que penso e de o demonstrar, “para memória futura”.
Ainda havemos de ver Jorge Sampaio a "apoiar" a candidatura de Cavaco Silva à Presidência, como forma de melhor garantir o seu "tachito" (a ocupação do lugar que agora é de Cavaco).
Enquanto o País se debatia com os desmandos do Durão e se afundava, evidenciando bem que as instituições não funcionavam (como ainda não funcionam), o Presidente foi dizendo que nada podia fazer e foi declamando apelos patéticos e cínicos que se mantêm até hoje, acerca de tudo o que interessa à população. Quando Durão vendeu a sua consciência (se é que alguma vez teve uma) aos principais governantes europeus e foi nomeado, para Bruxelas, o Presidente decidiu nomear Santana Lopes, sem querer saber da opinião dos cidadãos. E manteve Santana Lopes até que os representantes do grande (e pior) capital lhe exigiram que o demitisse, porque isso servia os seus interesses, como se vê, agora, pela actuação do Governo.
Quando se impunha (toda a opinião pública honesta o exigia) que destituísse o PGR, fez-se surdo aos inúmeros apelos e cartas abertas, protegendo, assim, a alta criminalidade a quem o PGR tem garantido impunidade e cumplicidade, a todo o custo, a qualquer custo.
A cada problema grave que aparece e a cada situação degradante e desesperante, o Presidente “responde” com um apelo patético e cínico, argumentando, frequentemente, que nada pode fazer, porque não são assuntos que deva ser ele a resolver; nem sequer deve “interferir”.
Mas eis que se discute o problema dos referendos (da Constituição Europeia e do Aborto) e o Presidente se acha no direito de afrontar o sentir maioritário da sociedade, de afrontar a consciência dos cidadãos e “decide” que, o que é prioritário é o referendo da Constituição Europeia, bem na linha do que tem sido toda a sua actuação, de nos impor, à má fila, os “desígnios” mais reaccionários.
Sim, porque, vocês compreendem, o referendo à constituição europeia é que tem influência notória e imediata nos problemas sociais do país, no bem-estar das pessoas. Esse é que resolve o gravíssimo problema dos processos judiciais, aberrantes, contra algumas das pessoas que se vêem obrigadas a fazer um aborto. Aliás, nós vamos verificar a enorme importância do referendo à constituição europeia, pela respectiva afluência às urnas…
Ou seja: o Presidente, que “nada pode fazer” quando se trata de exercer as suas funções de garantir o regular e adequado funcionamento das instituições; que diz que não se pronuncia sobre as questões mais sensíveis da sociedade, em nome da sua isenção, passa a ter e impor as suas decisões, quando isso lhe é imposto pelos seus futuros patrões. Até ao funeral do Papa foi, dizendo-se ateu…
Além do mais, esta atitude do Presidente exerce influência negativa na votação do referendo acerca da despenalização do aborto, o que corresponde aos “interesses” obscuros e obscurantistas dos futuros patrões do Presidente.
A conclusão é óbvia: O Presidente está a “comprar” o seu tachito, à custa da democracia e da dignidade do cargo que exerce; à custa do “Estado de Direito” que tem ajudado a destruir. Ele espera que, esforçando-se, assim, para garantir, contra a opinião e a vontade dos cidadãos, os “interesses e desígnios” da gente mais reaccionária, possa assegurar o acesso ao tal tachito, de professor, a que se candidatou despudoradamente, no discurso referido acima.
É no que dá a “limitação de mandatos” assim imposta por lei, em abstracto, artificialmente, sem a intervenção e a sujeição à opinião dos cidadãos…
Enquanto o País se debatia com os desmandos do Durão e se afundava, evidenciando bem que as instituições não funcionavam (como ainda não funcionam), o Presidente foi dizendo que nada podia fazer e foi declamando apelos patéticos e cínicos que se mantêm até hoje, acerca de tudo o que interessa à população. Quando Durão vendeu a sua consciência (se é que alguma vez teve uma) aos principais governantes europeus e foi nomeado, para Bruxelas, o Presidente decidiu nomear Santana Lopes, sem querer saber da opinião dos cidadãos. E manteve Santana Lopes até que os representantes do grande (e pior) capital lhe exigiram que o demitisse, porque isso servia os seus interesses, como se vê, agora, pela actuação do Governo.
Quando se impunha (toda a opinião pública honesta o exigia) que destituísse o PGR, fez-se surdo aos inúmeros apelos e cartas abertas, protegendo, assim, a alta criminalidade a quem o PGR tem garantido impunidade e cumplicidade, a todo o custo, a qualquer custo.
A cada problema grave que aparece e a cada situação degradante e desesperante, o Presidente “responde” com um apelo patético e cínico, argumentando, frequentemente, que nada pode fazer, porque não são assuntos que deva ser ele a resolver; nem sequer deve “interferir”.
Mas eis que se discute o problema dos referendos (da Constituição Europeia e do Aborto) e o Presidente se acha no direito de afrontar o sentir maioritário da sociedade, de afrontar a consciência dos cidadãos e “decide” que, o que é prioritário é o referendo da Constituição Europeia, bem na linha do que tem sido toda a sua actuação, de nos impor, à má fila, os “desígnios” mais reaccionários.
Sim, porque, vocês compreendem, o referendo à constituição europeia é que tem influência notória e imediata nos problemas sociais do país, no bem-estar das pessoas. Esse é que resolve o gravíssimo problema dos processos judiciais, aberrantes, contra algumas das pessoas que se vêem obrigadas a fazer um aborto. Aliás, nós vamos verificar a enorme importância do referendo à constituição europeia, pela respectiva afluência às urnas…
Ou seja: o Presidente, que “nada pode fazer” quando se trata de exercer as suas funções de garantir o regular e adequado funcionamento das instituições; que diz que não se pronuncia sobre as questões mais sensíveis da sociedade, em nome da sua isenção, passa a ter e impor as suas decisões, quando isso lhe é imposto pelos seus futuros patrões. Até ao funeral do Papa foi, dizendo-se ateu…
Além do mais, esta atitude do Presidente exerce influência negativa na votação do referendo acerca da despenalização do aborto, o que corresponde aos “interesses” obscuros e obscurantistas dos futuros patrões do Presidente.
A conclusão é óbvia: O Presidente está a “comprar” o seu tachito, à custa da democracia e da dignidade do cargo que exerce; à custa do “Estado de Direito” que tem ajudado a destruir. Ele espera que, esforçando-se, assim, para garantir, contra a opinião e a vontade dos cidadãos, os “interesses e desígnios” da gente mais reaccionária, possa assegurar o acesso ao tal tachito, de professor, a que se candidatou despudoradamente, no discurso referido acima.
É no que dá a “limitação de mandatos” assim imposta por lei, em abstracto, artificialmente, sem a intervenção e a sujeição à opinião dos cidadãos…