2007/01/31

Esclarecimento!

Na passagem do blogger para o Google (e porque fiz a asneira de aproveitar para alterar o "Template") perderam-se todos os links da margem direita.

Agora há que refazer tudo, mas vai levar algum tempo.

Peço desculpa a todos.

2007/01/29

Que Se Passa Na Fundação D. Pedro IV?

O Blog "Randomblog 02" tem vindo a publicar um conjunto de textos e comunicados em que são relatadas situações "tortuosas" ocorridas na, e com a, Fundação D. Pedro IV que, entre outras actividades, também tem "Estabelecimentos de Infância".

A situação mais recente prende-se com a degradação da assistência prestada às crianças, com a natural preocupação dos respectivos pais, e com a "promessa" da direcção da Fundação de despedir mais 10 pessoas.

Nós sabemos que as situações absurdas, como esta, acontecem todos os dias, por todo o País, ignorando as opiniões, as preocupações e as denúncias dos cidadãos envolvidos e engrossando a "Bola de Neve" do descalabro social em que nos encontramos.

Todos os casos merecem atenção mas nem todos chegam ao nosso conhecimento... Porém, este caso, para além de ter chegado ao nosso conhecimento, é mais uma situação que envolve crianças e a qualidade da assistência que lhes é prestada, área de particular sensibilidade... PELO MENOS DO NOSSO PONTO DE VISTA.

As condições de prestação de assistência às crianças deve ser tal que nenhum pai (ou mãe) possa ver recusada a admissão da sua criança em "estabelecimento" apropriado, quer na qualidade quer na localização. Ora, segundo os relatos, esta Fundação tem vindo a despedir (e intenta continuar a fazê-lo) trabalhadores, ao mesmo tempo que recusa a admissão a crianças...

Compreende-se, porque, a julgar pelos relatos existentes aqui, a "assistência" não é, nem de perto nem de longe, a principal preocupação dos responsáveis da citada Fundação, Instituição Particular de Solidariedade Social.

Na sua história, assumida, podemos ler: "Em 2004 expande a sua actividade na acção social assumindo a gestão da Mansão de Santa Maria de Marvila, um dos maiores equipamentos da Segurança Social em Lisboa. Deixa de prestar serviços exclusivamente relacionados com a infância e a habitação social."

Esta Fundação D. Pedro IV (o seu fundador está a dar voltas no túmulo) já é nossa conhecida (das notícias) pelos piores motivos. Por isso eu diria que a "principal" actividade da dita Fundação é a especulação imobiliária...

Todos se recordam destas notícias (dos aumentos, absurdos, das rendas das casas do IGAPHE) que esta Fundação "adquiriu" desta forma:
"Apostada em alargar ainda mais a sua actividade a novas áreas de intervenção a Fundação concorre e ganha dois concursos públicos para a gestão de arrendamento social e em 2005 passa a administrar cerca de 1500 fogos na zona da Grande Lisboa." Tal como pode ser "conferido" na sua assumida História...

Na nossa sociedade existem muitas pessoas interessadíssimas nos pobres e carenciados a cujos se empenham em prestar "assistência" mas, na generalidade dos casos, o verdadeiro interesse reside na "rentabilidade" dos negócios que tal "actividade" proporciona.
Afinal, tal como tudo o resto, os pobres e carenciados também têm o seu valor (um elevado valor), no "mercado"... Por isso parece existir tanta gente interessada em engrossar esse contingente (dos pobres e carenciados), ao contrário de resolver, condignamente, os problemas que nso afectam e que estão na origem dessas situações.

Como podem verificar nos documentos de origem, existe uma infinidade de "incidentes", envolvendo esta Fundação, que têm sido ignorados pelas instâncias competentes.

Este post vem a propósito da sinceridade das preocupações da nossa sociedade e seus protagonistas em relação à resolução dos problemas e carências sociais... com especial destaque e cuidado quando eles incluem o apoio e assistência às crianças e seus pais...

Estes problemas são fáceis de resolver. Mas se as nossas instituições nem os problemas fáceis resolvem...

E por isto e para acabar com isto que eu defendo a VALORAÇÃO DA ABSTENÇÃO.

2007/01/24

O Pesadelo Continua!

Pai adoptivo condenado a 6 anos de cadeia… por sequestro???

No texto “2005, O Balanço do Nosso Desencanto”, escrevi a dado passo: “Um dos nossos pesadelos colectivos mais graves é o funcionamento da Justiça”, daí o ter decidido dar a este texto o título “O Pesadelo Continua!”.

A mensagem que tenho tentado transmitir aos que me lêem é a de que: se cada problema concreto fosse resolvido adequadamente, a nossa situação colectiva não poderia ser tão grave como é.
Isto porquê?
Porque, se as pessoas o compreenderem, de facto, perceberão a importância de se ser intransigente e a resolução dos problemas fica mais facilitada (ou inevitável, como quiserem).
Tenho, frequentemente, a impressão de que “as pessoas” embarcam no folclore mediático da “disputas políticas” e desprezam as questões relacionadas com o que realmente importa: os problemas concretos.


Este texto é a propósito daquele caso “esquisito” do pai adoptivo que foi condenado a 6 anos de cadeia por sequestro; caso que tem apaixonado a opinião pública e que desencadeou um, compreensivel, movimento de solidariedade.

Recordemos, para os que, eventualmente, me lêem de paragens distantes, o essencial da questão:
Uma mãe, de nacionalidade brasileira, achando-se grávida, comunicou o facto ao outro progenitor que a abandonou e rejeitou, com a criança ainda no ventre. Depois de ter a criança e encontrando-se desempregada, decidiu entregar a filha, com três meses de idade, a um casal que a recebeu e a tem criado como filha, ao que se sabe, com inexcedível desvelo. A criança foi entregue ao casal juntamente com uma declaração, da mãe, consentindo a adopção plena.
Como a criança foi registada sem o nome do pai (e, em Portugal, não podem existir filhos de pais incógnitos) o Tribunal de menores procedeu, como habitualmente, à averiguação de paternidade. O pai biológico continuou a negar mas, com os testes de ADN, o Tribunal informou-o de que ele é, realmente, o pai biológico.

Neste meio tempo esgotaram-se dois anos durante os quais esta criança foi cuidada e acarinhada, amada, pelos pais adoptivos, de facto (que não de direito), criando com eles, como é óbvio, os seus laços afectivos e as suas referências de estabilidade e confiança.

O pai biológico decidiu requerer a guarda da criança, sem se importar com o sofrimento que isso representa para os pais adoptivos e para a criança… tal como, anteriormente, não se importara com a criança e com a mãe que a carregava na barriga, não considerando, sequer, a hipótese de ser o pai…

As pessoas têm o direito de se arrepender dos seus erros, o que não têm é o direito de usar isso como pretexto para agravar as respectivas consequências para os outros, muito menos quando se trata dos seus próprios filhos. Digamos que é um daqueles casos em que “É pior a emenda do que o soneto!”. Com os sentimentos das pessoas não se brinca e com a estabilidade emocional das crianças também não.

O mais grave deste caso é o facto de haver um Tribunal que decide a favor deste pai biológico, determinando, friamente e cruelmente, que a criança lhe deveria ser entregue; actuando como se,
mais uma vez (veja-se os casos referidos neste post), se tratasse de disputa dum qualquer objecto ou bem material…
Entretanto e com as demoras judiciais, decorreram cinco anos de vida da criança e de “investimento” afectivo dos pais adoptivos nela e dela nos pais adoptivos…

Perante a confirmação da ordem de entrega da criança, os pais adoptivos, como é natural, optaram por proteger a criança e recusaram a entrega, fazendo-a “desaparecer” juntamente com a mãe adoptiva, esperançados, talvez, na resolução do processo de adopção que entretanto iniciaram.

Em resposta, o Tribunal excedeu-se no zelo da sua perfídia e decidiu condenar o pai adoptivo a 6 anos de cadeia por sequestro
.

O escândalo era inevitável (embora não se compreenda a diferenciação de tratamento em relação a outras situações tão ou mais escabrosas) e logo vieram as estruturas judiciais “explicar-nos” a decisão e culpar a sociedade por se indignar com estes comportamentos perversos e escandalosos porque, apesar de tudo, as decisões judiciais querem-se incontestadas e consideradas como “excelentes”, apenas por obra e graça do facto de serem “decisões judiciais”.
Registe-se, ainda assim e como facto positivo, o distanciamento do PGR

Já o disse, noutra altura que, nestes casos: “seria muito simples, com um mínimo de dignidade, resolver "BEM" este problema, respeitando todas as partes interessadas, de forma civilizada e salvaguardando os interesses, os direitos e o equilíbrio psicológico das crianças. Isto implica, obviamente, criar consensos e “acordos”, com a sensatez necessária para evitar os excessos e a prepotência, colocar as pessoas a pensar e “induzi-las” a agir correctamente.
Os nossos juízes sabem fazer isso, até sabem IMPOR acordos, mas só o fazem para prejudicar alguém, quando não têm outra opção… Esperemos que não venha a acontecer o mesmo neste caso, usando de coação para com o pai adoptivo, em consequência das recomendações do PGR.

Bom! Não se pode generalizar.
Veio parar, à minha caixa do correio, este email:
“Na minha qualidade de juiz social do Tribunal de Menores de Lisboa, já com catorze anos de experiência, não posso calar a minha revolta pela decisão tomada no Tribunal de Torres Novas. O pai adoptivo de uma criança foi condenado por sequestro da mesma quando afinal tem tomado conta dela desde os três meses de idade, quando a mãe biológica lha entregou devido à sua incapacidade para cuidar da menina com um mínimo de condições de conforto. Desempregada e abandonada pelo pai biológico da criança, a mãe, brasileira, tomou a melhor decisão em favor da vida futura da criança. Entregou-a de boa-fé a quem a recebeu de boa-fé e lhe tem dado todo o carinho ao longo de cinco anos. O superior interesse da criança é que deve sempre pautar todas as decisões do Tribunal, seja ele de Torres Novas ou de outra qualquer comarca. Condenar por sequestro o pai adoptivo que sempre tratou bem a criança desde os três meses de idade não é – seguramente – defender o superior interesse da criança. Se fosse julgado nos juízos onde trabalho, este caso nunca teria este desfecho. Eu nunca assinaria por baixo uma sentença que considera sequestro a recusa de um casal entregar uma criança que tem tratado como filha, ao longo de cinco anos, a um pai biológico que só agora se interessou pela filha e que não esteve nunca presente nem quando soube da gravidez nem quando a criança nasceu. Como além de juiz social também sou jornalista, ouvi dizer que é uma pessoa da família do pai biológico que está a puxar os cordelinhos. E a pagar a uma equipa de advogados para ganhar a criança como se fosse um troféu de caça.
Justiça de Torres Novas: um caso em que o Direito, uma vez mais, é o maior inimigo da Justiça
.
Ass: José do Carmo Francisco”

Sublinhe-se a frontalidade desta denúncia que só contribui para “alimentar” as nossas esperanças de que estas coisas, algum dia, possam ser banidas do funcionamento NORMAL da nossa justiça... Embora, avaliando a actual situação, ainda nos fiquem muitas dúvidas. Mas disso falaremos mais adiante.

A história do “puxar os cordelinhos” é óbvia; mas a gente corre o risco de “responder judicialmente” por injúria e difamação se o afirmarmos sem mais evidências que não seja o óbvio.
Neste país, por mais óbvias que sejam estas perversidades, o que prevalece é a defesa, arrivista, da impunidade de toda esta gente, mormente dos intervenientes judiciais… que são quem faz com que elas sejam tão perversas e destrutivas.
Daí decorre a nossa recusa da frase: “um caso em que o Direito, uma vez mais, é o maior inimigo da Justiça”, com que se pretende ilibar a actuação premeditada dos intervenientes, descartanda as respectivas culpas para “o direito”.
Quando muito, poderemos admitir que as técnicas aplicadas aos PROCESSOS, nos limites do absurda da sua esquematização, permitem a “justificação”, ainda assim forçada, de coisas desta natureza, contrárias à justiça e aos seus propósitos. Mas o direito não impõe restrições aos juízes, no apuramento da verdade dos factos, ao contrário, lho impõe, para que decidam bem.
Essa faculdade (de valorizar o apuramento da verdade em detrimentos das "regras" do processo, ou estas em detrimento da justiça) é usada em sentido contrário (para ajustar “a prova” que se admite seja produzida às conveniências “dos cordelinhos”), o que não iliba, só aumenta, as responsabilidades de cada interveniente judicial nas sentenças que produz ou em que colabora.


Estou absolutamente contra a sentença proferida neste caso, contra a condenação do pai adoptivo por um crime que não cometeu e que, por isso mesmo, nunca poderia ser dado como provado, em algum Tribunal com um mínimo de idoneidade e apego à justiça (ou ao direito).
É o arbítrio, a falta de pudor e a impunidade dos agentes judiciais é que faz com que “o direito” permita tudo excepto a justiça… E permite, ao “permitir” a impunidade dessa gente… mas, em boa verdade, nem isso é facto, porque essa impunidade é assegurada por outros abusos ou omissões, doutros agentes da justiça, igualmente condenáveis, que não pelas regras do direito. Os casos são aos milhões.

O que me preocupa é que, como consequência do aludido “mexer os cordelinhos e pagar a uma equipa de advogados”, as actuais declarações em defesa da “justeza” da decisão se venham a transformar em arrivismo, capaz de afrontar a indignação geral e as “acções” de cidadania que dela resultaram. Veremos!
Este é também um exemplo de que há advogados e equipas de advogados que vendem muito mais do que serviços jurídicos; traficam influências.

Estou contra esta decisão, mas não assinei, nem assinaria, o pedido de “Habeas Corpus”. Porquê?

Porque este caso é, apenas, mais um exemplo, e nem sequer é o mais escandaloso e repugnante, pelo que não se justifica a diferenciação de tratamento a não ser por, eventualmente, estarmos em presença duma “luta entre lobbies” e entre capacidades de “mover cordelinhos”, o que não corresponde à minha noção de justiça e muito menos de justificação de acção de cidadania…

Este caso é apenas mais um exemplo ilustrativo da forma, pérfida, com funciona o nosso sistema judicial; e a ÚNICA acção de cidadania que se justifica é alguma de que resulte que seja garantida justiça e equidade a todos os cidadãos; que se arranque o mal pela raiz.
Esta diferenciação de tratamento, por parte da “cidadania” até contribui para “solidificar” vícios de raciocínio dos próprios envolvidos e para “legitimar” os outros crimes praticados pela justiça (e não contestados pela “cidadania”). Para mim, nestas coisas, não pode haver descriminações, negativas ou positivas…

Este caso é só mais um exemplo ilustrativo da forma, pérfida, como funciona o nosso sistema judicial e da quantidade de malvadez que se impõe à sociedade através dele (sistema judicial). Na verdade, o que a nossa experiência nos diz é que esta sentença é da mesma natureza da MAIORIA das sentenças judiciais; e em tudo semelhante a 100% das sentenças dos casos em há alguém a “mexer os cordelinhos”, que são muitos. Quem viva afastado destes meandros nem imagina a quantidade de gente e o tipo de gente que tem “capacidade” para “mover cordelinhos”, ou para comprar os “serviços” de quem o faça…

Este caso e esta sentença não são piores do que ESTE CASO, o caso dos familiares da pequena Joana, desaparecida duma aldeia do Algarve e que, para além de sofrerem o desaparecimento da criança ainda foram condenados a pesadas penas de prisão, apesar de, OBVIAMENTE, estarem inocentes.
Porquê? Quem é que mexeu estes cordelinhos e com que objectivos? Não há uma qualquer comissão de protecção de crianças em risco que exija saber o que aconteceu, realmente, à criança?
Não é admissível que os pais de crianças desaparecidas possam estar sujeitos a, para além da perda da própria criança, ainda serem acusados de assassinar as crianças, sem qualquer prova ou evidência que fundamente tal acusação; e muito menos é admissível que sejam condenados e a condenação sancionada por Tribunal Superior, qualquer que seja o melhor ou pior carácter social dessas pessoas.

Este caso e esta sentença não são piores do que ESTE CASO, o famigerado Processo Casa Pia, nem a indignação de cidadania é diferente da que foi manifestada na solidariedade, justificadíssima, a Carlos Cruz, desde o início. A diferença é que não houve algum “candidato a protagonista” que mobilizasse uma assinatura colectiva de “Habeas Corpus”… deixando essas pessoas, que são em grande percentagem, a sós com a sua justa indignação e revolta e com as calúnias, o terrorismo e as provocações dos mafiosos que controlam a Comunicação Social e que ainda hoje continuam a exibir a sua perfídia e falta de pudor no tratamento das notícias dessa aberração que é aquele julgamento.
A “grande” diferença, entre este caso (Casa Pia) e a sentença em apreço (do pai adoptivo condenado por sequestro) é que “a cidadania”, neste último caso, foi consentida pelos mafiosos que controlam a comunicação social, fomentando assim o aparecimento de novos protagonistas “coxos”, coisa que é inevitável e até lhes é útil, em vias do descrédito crescente dos actuais protagonistas. Mas, ser “protagonistas” sob o controlo e com o “consentimento” dos OCS é uma péssima “etiqueta” e um mau presságio...

Finalmente, e no que concerne às decisõese actuações, pérfidas e criminosas, da justiça, este caso não é diferente Deste Caso, ou Deste Caso, ou Destes Casos… ou de tantos outros casos semelhantes, que se repetem aos milhões, nos nossos tribunais, sem que a “cidadania” mexa uma palha.

Ainda há uns dias ouvi, na antena aberta do canal 1 da RDP, um relato impressionante duma senhora que lutou, durante anos, contra os arbítrios da justiça, em processos pejados de ilegalidades e que vem assistindo, agora, ao sucessivo arquivamento, por parte do Ministério Público, das denúncias que fez dessas mesmas ilegalidades, em que está envolvida a actividade, como advogado, dum deputado à Assembleia da República.
O que vale é que nós queixamo-nos mas, quando olhamos para o lado, acabamos por ver situações ainda piores. O drama é que isso não nos “conforta” nada, bem pelo contrário.

No caso das execuções judiciais, existem lobbies estabelecidos que vivem de se apropriarem dos bens materiais das pessoas, por metade do preço correspondente ao seu valor de mercado. Constatei um caso duma imobiliária que, para esconder os lucros fabulosos que a “actividade” lhe proporciona, usa os funcionários mais ignorantes como “testas de ferro”, nas escrituras de compra…


Também há os casos, como o que se relata e que o DIAP se recusou a investigar, em que se usam as sentenças (sobre cujas existe controlo prévio) para praticar autênticos roubos, actos de extorsão, sem qualquer fundamento. No caso que se relata, a pessoa executada através do Tribunal era credora (de muito dinheiro) e não devedora, o juiz foi informado disso, mas a execução prosseguiu, porque a acção era premeditada e o funcionamento do “circuito” estava testado… Tal como no caso da sentença em apreço, também esta dívida não tinha condições para poder ter sido provada. Mas havia “um trunfo” na manga: um perito que fazia parte do “esquema”.

Por tudo isto eu nunca assinaria este pedido de “Habeas Corpus”. Até porque, existindo, nos casos referidos, alguns que me dizem respeito, seria tolice minha sancionar a minha própria discriminação prejudicial… Também nestas coisas, da cidadania, tem de haver moralidade.

2007/01/19

O referendo e os Abortos do Não.

Já o disse, mas convém repetir:
À Pergunta:
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

Eu respondo SIM

Não me agrada que a questão do referendo acerca da despenalização do aborto monopolize este espaço, até porque não se justifica. E também porque tenho outros temas para abordar… mas falta-me o tempo.

Acontece que tive de responder a uns comentários, aí em baixo, desfazendo justificações absurdas do Não e decidi aproveitar o essencial para passar para aqui…

Contra a campanha de demagogia infame do Não.
(Um dos argumentos dum dos comentário era a defesa “do bebé dentro das mulheres”…)

Não há nenhum bebé, dentro das mulheres, a não ser que elas, e só elas, decidam que sim. Não há nenhum bebé dentro das mulheres (pelo menos no período de opção, livre, do aborto) porque se a vida da mulher, por acaso ou por acidente, se extinguir, isso a que você chama bebé extingue-se também.
Também não me consta que os embriões tenham “personalidade jurídica”… ao contrário das mulheres e das crianças que existem e que são tão mal-tratadas pela sociedade.

Se a mulher o desejar e cuidar, decidir gerar vida, "o embrião" deve ter toda a dignidade dum ser humano (por vontade da mulher que decidiu disponibilizar o seu corpo e o seu amor). Mas se a mulher não quiser, ou não puder, ninguém tem o direito de lhe impor que alimente, gere e crie, alguma coisa que não é nada sem a utilização, ocupação e exploração do corpo dela. Até porque isso não são condições para gerar seres humanos.

Mas estamos a falar de seres humanos e, portanto, nunca é apenas o corpo da mulher que está em causa... é muito mais; é, por exemplo, a dignidade e respeito devidos a um ser humano e à sua integridade física e intelectual...

Nesta questão, o único ser humano (que o é de facto, para lá de todas e quaisquer conjecturas) que está aqui em causa e que deve ser respeitado, é a mulher... e o resto pode o meu amigo deixar, descansado, ao cuidado e critério das mulheres porque lhe posso garantir que está muito bem entregue, mesmo apesar de toda a destruição e perversidade espalhadas, fomentadas e incutidas pelos Machos (eu ia dizer, homens, mas acho que o termo é inapropriado), que até hoje têm usurpado a possibilidade de determinarem o destino do Mundo.

Essa treta da “vida humana” é uma falsa questão, um sofisma, uma conjectura perversa, um "critério" absurdo e infame próprio da inquisição, cujo único objectivo é molestar os seres humanos, aumentar a miséria e o desespero das pessoas, perseguir e aviltar as mulheres, elas sim seres humanos que existem, para além de todas as conjecturas e argumentos abjectos.
É típico de nazis usarem conceitos falsos e inventados para “justificarem” os seus actos infames para com as pessoas.

Até porque, para que um ser humano possa ser considerado como tal tem de ter capacidade de sobrevivência autónoma; a sua sobrevivência não pode depender, exclusivamente, da sobrevivência doutro ser ou organismo específico.

Mas foi Deus que assim determinou, nos seus insondáveis desígnios (e determinou muito bem porque, até agora, isso não comprometeu a sobrevivência da espécie... e sempre houve abortos e mulheres que abortaram por opção).
Só que os homens, no seu arrivismo, prepotência, soberba e vilania, não podem nem querem se conformar com os desígnios de Deus... tal como lucifer se revoltou contra esses desígnios.

Deixe-se de tretas! A única coisa que está aqui em causa, por parte dos do não, é exercitarem a sua maldade e perversidade, perseguindo e maltratando as mulheres, nada mais. O que dizem são argumentos inquisitórios para justificarem os seus instintos demoníacos, tal como faz a Igreja e como sempre fez; e tal como fazem, também, os facínoras que dominam e destroem o Mundo.

Mas o meu texto abordava uma outra faceta da questão, igualmente importante: quem coloca as mulheres na situação dramática de terem de optar pelo aborto é a maldade e perfídia dos que se servem de todo o tipo de argumentos absurdos para as perseguirem.
A situação do Mundo actual (criada pelo domínio absoluto e exclusiva dos machos) é tal que as pessoas até têm o direito de decidir não colocar filhos neste Mundo onde impera a perfídia e a infâmia. Isto a somar aos condicionalismos económicos que só existem por obra e graça da maldade dessa escumalha maldita. Se não se alterar isso a opção de abortar irá continuar a acontecer, agravadamente, com penalização ou sem ela.

Sabia que, no século dezoito, o século das luzes, (quando se "inventou" o amor, o conceito de pátria, etc.) alguém disse que a definição de "filho legítimo" não devia ser, como até então, o filho nascido dentro do casamento, mas o filho gerado e nascido do amor? Traduzindo, para os nossos dias, diríamos que são os filhos desejados.

E as crianças? Será que aceitam (ou se conformam com) não serem desejadas, nascidas do amor e da vontade (ou, pelo menos, da aceitação do facto por parte dos pais)?
Ou prefeririam não nascer?
Eu preferiria não nascer!
Até porque o período de gestação é muito importante na "formação" e desenvolvimento do ser humano.

Mas, repito, não é nada disto que está em causa. O que está em causa, por parte dos do não, é terem um pretexto, mesmo que inventado com sofismas e conjecturas, para exercitarem a sua perfídia perseguindo, molestando e aviltando as mulheres, violando os seus direitos fundamentais.
Se assim não fosse, essa gente trataria de "endireitar o Mundo" e já não lhes restaria tempo nem maldade para pensarem em praticar a perfídia. É esse o sentido do post, quando falo das carências existentes, com que essa gente não se preocupa devidamente.

Isto quer dizer que a sociedade não assume as suas responsabilidades, nem sequer para com as pessoas e CRIANÇAS que existem, por culpa e acção dessa escumalha vil do Não. Portanto não se pode acreditar nos seus argumentos e justificações, inventados para exercitarem a sua perfídia e perversidade sobre as mulheres.

O seu argumento de que "O governo devia" não resolve nada nem lhe dá o direito, a si, de ser pérfido para com os outros, impondo-lhes leis ilegítimas.

Mais! Nesta abordagem (dos partidários do Não), estaria a ser usado o corpo das mulheres como se fosse uma qualquer “linha de montagem”, para gerar "objectos" e não seres humanos, sem, sequer, se assumirem "os custos" materiais duma tal opção.

Essa gente (do não) tem lógica de abutres!
Sentem-se bem e comprazem-se é com a desgraça e as calamidades sociais.
É no meio do sofrimento e do desespero dos outros que "eles" encontram "alimento". Por isso usam todos os pretextos para aumentar o sofrimento alheio e as desgraças sociais de cujas estão na origem.

Os argumentos que deixei acima são uma cedência ao seu tipo de discussão, apenas para demonstrar que tudo o que os do não dizem é fruto de perversidade e perfídia pura, de quem não se conforma com, nem aceita, os desígnios de Deus.

E agora devolvo-lhe o epíteto:quem perseguia e maltratava, molestava, as pessoas (as que existem, realmente) era Hitler e os seus comparsas nazis, que ainda hoje dominam e destroem o Mundo, continuando a fazer o mesmo, até usando como pretexto a opção de abortar de cuja são os únicos culpados, as mais das vezes.Acredito que o meu amigo tenha mais "argumentos" o que não acredito é que não sejam da mesma natureza (de quem tem os critérios e as prioridades invertidas e não se importa de aviltar os outros).

É muita presunção sua imaginar que eu (e os que votam sim) também não temos muitos mais argumentos...

Aliás, quem usa o terrorismo psicológico, como o da expressão: "Obviamente que deviam ser apoiadas, não abortadas nem exterminadas! A Alemanha nazi é que exterminava os excluídos e os deficientes, é isso que querem?"o que demonstra é que não tem argumentos válidos e tem consciência disso. Ainda por cima porque a frase se fundamenta não no que eu disse, mas no facto de o meu amigo não ter percebido o que eu disse... e que se resume assim:

O (mau) carácter dos do não é bem conhecido e está incluída, neles, a maioria dos responsáveis pelo descalabro social que vivemos. Se essa gente fosse realmente bem intencionada, como pretende fazer crer, ao invés de persistir em exercitar a sua perfídia, usaria todo o seu poder (que é muito) para resolver os problemas existentes de forma digna e humana. E não lhes restaria tempo (nem maldade) para persistirem na sua saga de abutres a perseguir e ultrajar as mulheres.

Os que promovem e defendem o Não pensam e falam como abortos, porque os seres humanos, que o são de verdade, sabem que a primeiríssima condição para se gerar um SER HUMANO é o AMOR. Fora disso pode-se gerar tudo (até toda a espécie de aberrações, ou autómatos, ou abortos) mas não são as condições para gerar seres humanos.

E, repito: TODAS AS CRIANÇAS TÊM O DIREITO DE SER DESEJADAS E PARIDAS EM CONDIÇÕES DE PODEREM TER UMA VIDA DIGNA.

Por isso eu falo da resolução dos problemas sociais e de a sociedade dever assumir as suas obrigações nesta matéria, para com as PESSOAS QUE EXISTEM, como sendo um encargo e uma função da própria sociedade e não imposta, particularmente, às mulheres.

Ao contrário dos que defendem o Não, as mulheres (na generalidade, é claro), desde que disponham das condições adequadas e desde que a sociedade seja, de facto, sociedade, sem tanta perfídia como a que temos hoje, irão adoptar sempre a atitude correcta (se alguma falhar, a maioria não falha, com certeza) porque as mulheres têm uma enorme generosidade e dignidade, ao contrário dos do não e que estes não compreendem... por isso mesmo: pela sua natureza de abortos.

A penalização do aborto é duma perfídia sem limites, como o são todos os partidários do Não. É um acto de ditadura nazi, de violação grosseira da dignidade das pessoas; e destina-se a reproduzir seres humanos nas condições ideais para serem tão pérfidos como os governantes actuais: abortos.
A penalização do aborto só pode ser defendida por ABORTOS, que desconhecem o essencial da dignidade da condição humana: O Amor.
O Amor inspira-se, incentiva-se, gera-se (nos corações que têm capacidade para tal, o que não é o caso dos partidários do Não) mas não se decreta, não se impõe.

A penalização do aborto avilta tantos as mulheres como as crianças; é um retrocesso civilizacional ao defender que um ser humano pode e deve ser gerado na contrariedade, em ambiente de hostilidade, porque essas são s condições que permitem gerar abortos, gente com mentalidade monstruosa... como é o caso dos do não, ao ignorarem e não ligarem importância para o essencial da questão.

Quem tenha os critérios invertidos como os do Não e nem se apercebe de coisa tão elementar, só pode ser um aborto, um erro da natureza.

Depois é a demagogia e as falácias abjectas e irritantes que usam para tentarem justificar o injustificável: a sua própria indignidade e desumanidade.Há um outro erro, crasso, nos argumentos dos do Não: argumentam como se isto decidisse tudo, ou pudesse passar a "justificar" tudo.

Para além do referendo a vida continua, e a luta por um Mundo melhor não se altera, qualquer que seja o resultado do referendo. Por mim, não consigo confiar no critério ou na luta, ou na dignidade dos objectivos de quem se comporta de forma tão indigna numa coisa destas, votando Não.
Mas também não vou deixar de denunciar as patifarias do governo ou de outros quaisquer, apenas porque defendem o sim.
Uma coisa não tem nada que ver com a outra, nem isto se decide neste referendo ou, eventualmente, nas respectivas opções.A opção do referendo não é um salvo-conduto para patifes e respectivos abusos ou crimes. E as pessoas molestadas, sejam elas as mulheres, na sua opção de serem mães, ou quaisquer outras pessoas, crianças incluídas, têm de ter meios de defesa e garantias de justiça (coisa que não acontece agora, quando até o STJ produz acórdãos pérfidos, sem que ninguém se levantasse em defesa dos direitos das crianças maltratadas).

Quando eu falo da perfídia e hipocrisia dos do não, o que quero dizer é que compreendo essa opção por parte dos grandes criminosos e dos facínoras que dominam e destroem o Mundo, porque estes não estão interessados na geração de seres humanos, mas na reprodução de autómatos ou marginais, de abortos, para poderem usar como carne para canhão, ou como "moços de fretes" na execução dos seus crimes. Por isso, quanto piores forem as condições de gestação, melhor para eles e seus pérfidos propósitos.
Toda essa gente é a favor da penalização do aborto, porque é da sua natureza serem pérfidos para com os outros, especialmente para com as mulheres.

Por mim acalento a esperança de que, desta vez, a demagogia infame não resulte e o resultado do referendo ajude a releguar, para o lixo da história, estes demagogos, contribuindo para “abrir os olhos” a mais gente e lhes reduzir substancialmente a “base de apoio”

Nota: queria descansar os que estão preocupados com o papel dos pais (dos homens) e pedir-lhes que não me interpretem mal. O papel dos pais (dos homens) é imprescindível e “aparece” quando eu digo que os seres humanos devem ser gerados no amor e com amor… e paridos em condições ideais para poderem ter uma vida digna. Porém, para que isso aconteça, é necessário entendimento, concordância e cooperação entre homens e mulheres (Amor, se preferirem), mas sempre com o envolvimento e o acordo, livre e de boa-vontade, das mulheres e o respeito pelas mulheres, que têm o papel principal e pagam o maior preço.
O que eu condeno e abomino é o excluir as mulheres desse processo, ou decidir sobre elas, sem elas, como acontece nos pressupostos da penalização do aborto.

Os partidários do Não são gente que não se conforma com a ideia, “humilhante” para eles porque desconhecem o amor, de um dia terem parasitado um outro ser humano e não querem aceitar as responsabilidades sociais e humanas que isso lhes acarreta. Por isso pretendem transformar as mulheres em “animais de procriação”, em escravas sem direitos, onde eles e só eles têm o direito de decidir sem nem assumirem as respectivas responsabilidades. Assim já não se sentem humilhados, porque o seu parasitismo passou a ser “legítimo”, obrigatório para as "hospedeiras".
Pensando melhor, nesta questão as mulheres nem “animais de procriação” são, porque esses ainda têm de ser sustentados. É mesmo só uma forma de agressão, de violência gratuita.

2007/01/16

É Preciso "Alimentar" a Esperança.

É Preciso "Alimentar" a Esperança mas, sobretudo, é preciso "constuí-la"!

O Amigo "Sem Palavras" deixou, neste post, um comentário cuja resposta decidi passar para aqui. Os motivos estão no próprio texto...

"Meu caro amigo "Sem Palavras"!

Finalmente tirei um bocadinho para lhe responder.

Para que o Mundo tenha esperança de melhorar é necessário que não deixemos morrer essa esperança, dentro de nós, mesmo contra ventos e marés.

A "vontade do Mundo" é feita da vontade de todos e cada um de nós. Mas o Mundo altera-se todos os dias (todos os dias morrem e nascem pessoas).
Além disso, é sabido (e eu tenho-o afirmado muitas vezes) que todos os problemas da humanidade têm solução... pelas mãos da própria humanidade.

É verdade que o peso da demagogia e da perfídia reinantes (dos que usurparam os cargos importantes) é esmagador e tem conseguido "esmagar-nos". Mas também é verdade que a propaganda tem um papel primordial nesse empreendimento dos patifes que dominam e destroem o Mundo...

A propaganda destina-se, precisamente, a nos convencer a todos daquilo que convém a "eles" que nós pensemos.
O desânimo é mau porque nos pode levar a desistir de fazer "contra-corrente"; por isso temos de aprender a caminhar "de derrota em derrota até à vitória final" que é garantida, mas tem de ser construída PELAS PESSOAS.

O meu lema é: Não desanimar nem desistir... e ir semeando porque essa semente está destinada a encontrar terreno fértil e a dar frutos... Até porque faz parte das funções da propaganda convencer-nos de que estamos sozinhos, que mais ninguém nos compreende ou pensa como nós.

Se não desistirmos nem nos calarmos muitos outros compreenderão o logro e descobrirão que, afinal, é mentira: há muita gente que pensa correcto e quer um Mundo melhor (mesmo que, muitas vezes, não saiba muito bem como, também por mérito da confusão da propaganda e, sobretudo, da demagogia).
Portanto: Acreditar e persistir, sem medo, é o que há a fazer.

Lembre-se de Gandhi e pense que ele, com a sua simples filosofia, conseguiu derrotar o que era, então, o mais poderoso império do Mundo... embora não tivesse conseguido evitar as provocações dos espiões e a consequente Guerra entre a Índia e o Paquistão... Por isso temos de aprender com ele, mas ser melhores (mais avisados) do que ele.

Um abraço e ânimo em cima!

Quer nós o percebamos quer não, 2007 será muito melhor do que 2006!

2007/01/15

Referendo. Por quê votar sim!

Já o disse, mas convém repetir:
À Pergunta: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”
Eu respondo SIM

Basílio deixou, no post abaixo, um comentário a favor do não, a que eu não podia deixar de responder.

Como esta resposta contém o essencial dos meus motivos para votar SIM, aqui fica a transcrição:

"O seu argumento contém uma contradição insanável.
As mulheres portuguesas e os seus filhos merecem muito melhor?
Sem dúvida!

As mulheres merecem, por exemplo, ser respeitadas nas suas decisões (as mais das vezes impostas por dificuldades inultrapassáveis); merecem, por exemplo, dispor do seu corpo e da sua vida, da sua disponibilidade, como bem entenderem (ou as circunstâncias o permitirem) e não, como agora, que o seu corpo seja considerado "Terra de Ninguém", onde todos decidem, menos as próprias que, no entanto, têm de pagar, sozinhas, os custos das decisões dos outros.

Quando as mulheres, as mães... e os pais, têm dificuldades não aparece ninguém (nenhum pretenso "bem intencionado") para ajudar, bem pelo contrário. Portanto, só se pode considerar a penalização do aborto como pura e perversa maldade. Para além de ser um pretensiosismo, absurdo, de quem se julga melhor do que os outros, a quem deve impôr as suas decisões mas fazendo-os arcar com as desastrosas consequências...

Por experiência própria lhe posso assegurar: por mais que o aborto seja penalizado, a decisão de ter um filho é muitíssimo mais penalizada, na sociedade em que vivemos! Portanto acabemos, de vez, com essa hipocrisia pérfida, porque com ela só se pode contribuir para destruir ainda mais o Mundo e a humanidade. O respeito pelos outros é muito bonito e é a base de toda e qualquer sociedade civilizada.

Este referendo é um absurdo porque a penalização nunca deveria ter acontecido. Mas é um facto que a humanidade, no seu crescimento e evolução, teve de passar pela fase da barbárie. Deixemos a época da berbárie, porque já é tempo.

Por mim, prefiro, mil vezes, que as pessoas tenham condições para abortarem do que continuar a ver notícias de crianças maltratadas... algumas delas até à morte.
E não me venha com demagogias! Porque o respeito e a protecção das crianças passa pelo respeito e protecção dos pais e, sobretudo, das mães.

E as crianças carenciadas?
Sabia que dez por cento da população portuguesa não se desenvolve convenientemente por deficiências alimentares?

E as instituições de apoio às crianças?
Acaso não o enoja casos como o da Casa Pia?
Acabar com toda essa podridão e hipocrisia, que destrói as nossas crianças e compromete o futuro, devia ser a primeira prioridade de todos os "moralistas".

E as crianças deficientes?
Quem é que socorre esses pais nos seus momentos de desespero?

Não se podem assegurar os direitos das crianças sem assegurar os direitos dos progenitores, a protecção no emprego, o correcto e digno funcionamento da justiça, etc.

Caso contrário isto é uma selva, onde a "cadeia" social quebra pelo elo mais fraco que são, muitas vezes, as crianças.

Todas as crianças têm o direito de ser desejadas e paridas em condições de poderem usufruir de uma vida digna.
Assegure-se isso e depois falemos de "boas-intenções"; que não da penalização do aborto, porque permanece o direito de as mulheres disporem do seu corpo e de este não dever ser considerado "terra de ninguém".

Sabia que, há uns anos, não muitos, uma unidade da Siemens, situada no Alentejo, contratava as operárias a três meses e obrigava-as a fazer teste de gravidez, ao fim de cada contrato?
E que, se o teste desse positivo, a respectiva trabalhadora era despedida?
Não me lembro de "os moralistas" de agora se terem erguido contra essa actuação nazi...

Mas não é só este caso.
É frequente as mulheres perderem o emprego por decidirem ser mães, ou nem sequer serem "seleccionadas" se estiverem em condições de "correr o risco" de virem a ser mães.

Aí, nos casos de despedimento ou de exclusão na selecção, ninguém aparece para socorrer essas mães e essas crianças, bem pelo contrário; o que se pretende é que o mundo do trabalho seja, cada vez mais, uma selva, sendo que os tribunais sancionam, invariavelmente, essas patifarias...
E olhe que eu sei muito bem do que é que estou a falar...

Por acaso eu gostava de o ver numa situação parecida (o seu corpo ser considerado "terra de ninguém") só para ouvir o que diria...

Como vê não há forma de nos entendermos!
A penalização do aborto é uma infâmia que avilta toda a sociedade; porque uma sociedade só é livre e democrática quando todas as pessoas são integralmente respeitadas nos seus direitos fundamentais.

Só para terminar: o instinto natural das mulheres é serem mães. Mas hoje as mulheres não prescidem do seu papel na sociedade e fazem muito bem, porque os homens só têm feito merda. Criem-se as condições de dignidade essenciais e, COM CERTEZA, estará assegurada a sobrevivência da espécie, com a dignidade mínima exigível para ser considerada humanidade, coisa que não acontece agora.

Por tudo isto, meu caro, tenho de lhe dizer que, a meu ver, os do não têm as prioridades invertidas e actuam com extrema hipocrisia e perfídia... como é costume. Já para não falar no arrivismo de se acharem donos do corpo, da consciência e dos critérios dos outros.
Julgam-se melhores do que os outros, mas enganam-se: são os piores!

2007/01/12

Referendo Sobre o Aborto
















À Pergunta:

“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”


EU RESPONDO: SIM!

Porque acho que todas as pessoas devem ser respeitadas, de forma digna.

A penalização do aborto só serve para humilhar e aviltar (desrespeitar) as pessoas.

2007/01/11

2006, O Balanço do Nosso Desespero!

Completaram-se, em 2006, dois anos de vida deste blog.

A assiduidade da sua actualização tem falhado, ultimamente, (por motivos alheios à minha vontade), mas persisto, como posso, tentando manter o nível e a acutilância. Mais: tentando persistir na expressão de opiniões e sentimentos que não me são exclusivos, bem pelo contrário, de modo a que se façam ouvir estas vozes que são silenciadas ou ignoradas.

Tudo isto com o objectivo de contribuir para um Mundo Melhor, mais digno, mais justos e mais democrático, como é evidente…

Expressar os meus sentimentos e opiniões é um direito que me assiste, mas não o faço por desporto, porque as questões da democracia não se esgotam na “liberdade de expressão”. Falamos de problemas que afectam, e muito, toda a sociedade bem como das respectivas soluções. Se a classe dirigente não resolve os problemas da sociedade e até, ao contrário, os agrava, assiste-nos o DIREITO de ser ouvidos e tidos em conta…

A iniciar o ano de 2006, o balanço feito (2005, O Balanço Do Nosso Desencanto!) foi péssimo.

Deixem-me que vos diga, sem querer ser derrotista, que este é ainda pior. Só para dar ideia da persistência que é necessária, nesta luta, e também do arrivismo e despudor da escumalha que temos de enfrentar…

Dois anos passaram. Quantos mais serão necessários? O Futuro o dirá!

As nossas maiores preocupações (com os piores problemas da nossa sociedade e do Mundo) provêm de:

- Globalização da perfídia, da guerra, da fome e da destruição, em que se utilizou a conspiração de 11 de Setembro de 2001 para “justificar” as guerras e destruição do Iraque e do Afeganistão;

- A “nossa” crise económica e os eternos problemas do défice, usado para “justificar” toda a espécie de desmandos e roubos do governo e da “classe dirigente”

- A “nossa” crise social, com o desemprego (cujos números são aldrabados pelo governo) e as condições de vida a agravarem-se continuamente

- A “nossa” crise da Justiça onde os crimes e abusos não têm limites e gozam de total impunidade

- A “nossa” crise política, de confiança e de valores, que conduziu ao total descrédito dos titulares de cargos políticos que, todavia, persistem nos seus abusos e desmandos com total arrivismo.

- Em suma: todos os sectores sociais e de actividades estão em crise…

Vivemos em constantes escândalos. Mas os escândalos vêm e vão, tudo fica na mesma e, consequentemente, tudo piora.

O ano de 2006 iniciou-se com “A conspiração de 11 de Setembro de 2001” e suas desastrosas consequências, como a invasão do Iraque, de vento em popa, muito por mérito do muro de silêncio que a Comunicação Social ergueu à volta das denúncias, das vozes discordantes e avisadas.
O Ano de 2006 terminou com um aumento das vozes discordantes, devido a alguns “furos” no Muro de silêncio, como este, ou este; Terminou com Bush a perder as eleições, na América, perdendo o controle do Congresso e do Senado para os Democratas…

Mas, no essencial, nada melhorou:
Tivemos, a terminar o ano, o assassinato de Saddam, o agravamento da violência no Iraque…
E tivemos, já a iniciar este ano, ataques de tropas norte americanas em Bagdad, com elevado número de mortos, como vem acontecendo, diariamente, há já muitos meses; bem como um ataque de tropas americanas a uma aldeia na Somália, também com um elevado número de mortes, com o pretexto de “atacar” a Al-Qaeda; isto é: com o pretexto de “atacar” os provocadores formados, financiados e controlados pela CIA

Isto enquanto Bush continua a representar o seu deplorável e vil papel de demagogo, fingindo “ouvir” as críticas, mas intensificando os crimes e preparando outros piores, como é o caso da intervenção “Humanitária” no Sudão, devido ao genocídio no Darfur. Este ataque na Somália só pode ser um teste… à comunidade internacional para ver até onde é possível ir, no arrivismo, sem contestação.

Não nos podemos deixar adormecer pelas aparentes alterações de discurso dos facínoras, nem dar tréguas aos seus lacaios, mesmo quando estes são obrigados, pela força das circunstâncias, a mudar de discurso…
Se desistimos ou abrandamos, tudo piora em pouco tempo… como piorou, objectivamente, em 2006.
Este é um assunto que não podemos “deixar nas mãos dos outros"!

No plano interno, o ano iniciou-se com:
- O escândalo Iberdrola/Pina Moura (promiscuidades perigosas, compadrio, tráfico de influências, corrupção),
- O Apito Dourado (Idem, idem, idem),
- A Caso Casa Pia e o “Envelope 9”…
- A “Crise da Justiça”, seus arbítrios… e a questão da demissão do anterior PGR, a quem os partidos todos se apressaram a prestar socorro e solidariedade, em mais uma daquelas promiscuidades escandalosas, de deitar as mãos à cabeça, que evidenciam bem os reais motivos da situação de descalabro em que vivemos e as responsabilidades de TODOS os partidos nela.

O ano decorreu e acabou sem que algum destes problemas tivesse sido resolvido ou encarado adequadamente.

Na justiça, sector cujo bom funcionamento é de primordial importância para que a sociedade possa melhorar, tudo continua na mesma (a piorar todos os dias, como é inevitável em face da não resolução dos problemas e escândalos)…

Os escândalos (os escandalozinhos, mais exactamente) foram-se sucedendo, num evidente “show off” para enganar tolos. Mas os efeitos práticos são nulos (quando não são desastrosos, com as perseguições e os abusos sobre cidadãos idóneos e a protecção, descarada, de altos criminosos).

Ainda assim, e apesar destes “shows”, os piores escândalos foram protagonizados pelos próprios agentes da justiça… seguidos dos deputados.
Vejam-se, por exemplo, este caso e este

Para acabar o ano, em grande, tivemos Carolina Salgado a publicar “Eu Carolina”, dizendo coisas que já toda a gente sabia, mas que todos queriam ignorar e “abafar”… e lá se reacendeu o famigerado “Apito Dourado”, não sem antes se desencadear uma perseguição judiciária à autora do livro, à boa maneira da “Justiça” portuguesa, com 6 processos (seis), à semelhança do caso que se refere em “You have the right to remain silent!”

O Procurador, PGR, seguindo as pisadas do seu antecessor, “ficou pasmado” com as perseguições aos magistrados e nomeou Maria José Morgado, a meu ver para “lavar as mãos”.
Será que esta magistrada vai conseguir se libertar dos seus fantasmas (e dos vícios de raciocínio próprios da profissão) a tempo de apurar alguma coisa de concreto? Ou é só mais uma manobra demagógica para “justificar” e “dar credibilidade” ao desfecho, quando tudo ficar na mesma, mantendo-se as impunidades escandalosas?
Eu aposto na segunda hipótese, porque não se faz o que é essencial fazer-se.

E, já agora que “estamos com a mão na massa”, porque é que o livro de Carolina Salgado merece investigação e o livro de Carlos Cruz, designado “Preso nº 374”, Oficina do Livro, não teve igual tratamento, apesar de conter relatos tão escabrosos como os que são transcritos aqui?
E o relatório do GOVD? Idem.

Já sei! Os gangsters que actuam de dentro da Justiça são INTOCÁVEIS.

Não, meus senhores! Assim não se vai lá!
Nenhum cidadão pode ter confiança numa “justiça” minada de criminosos que continuam impunes e omnipotentes mesmo depois de denunciados publicamente.

Isto para já não falar no desenrolar do Julgamento daquela aberração de processo “o Processo Casa Pia”, onde os criminosos confesso, travestidos em “testemunhas” pagas para mentir, são tratados com toda a deferência, inclusive pela comunicação social, enquanto que as outras testemunhas, aquelas que se esforçam por esclarecer a verdade, são achincalhadas e ameaçadas pelo Procurador João Aibéo, fazendo jus ao seu tenebroso currículo.

Quanto à sociedade, ao governo e à economia, nem vale a Pena falar…
Como em tudo o resto, também os valores do défice continuam a “levantar muita polémica, estéril, onde se ignora o essencial: as suas causas
Tudo piorou durante o ano de 2006, como era inevitável.

E, já agora, quanto à divulgação e implementação da “nossa” proposta de alteração deste sistema eleitoral vigarista, com a VALORAÇÃO DA ABSTENÇÃO, também não vimos, durante o ano que passou, algum avanço significativo...

Mas não deixamos de acreditar que, com a atitude correcta de todos nós, o ano de 2007 venha a ser muuuito melhor.

Algum dia "isto" vai ter de melhorar, uma vez que parece impossível a hipótese de piorar...

2007/01/03

SIMPLEX (???) Em Acção.

Esta história, que transcrevo, abaixo, na íntegra, foi-me enviada por email.

É caso para dizer: Um bom exemplo de SIMPLEX... à Portuguesa.
.../...
Desloquei-me, com o meu filho, a uma dependência da Caixa Geral de Depósitos a fim de levantar o dinheiro que existia numa conta em seu nome. O fim a que esse dinheiro se destinava estava definido há muito tempo. Era para pagar as lições para a tão desejada carta de condução.

Esperámos, pacientemente, na fila de atendimento que, como é do conhecimento geral, é de lenta progressão e capaz de fazer perder a paciência a um qualquer Santo. E assim chegámos à fala com a senhora que, por sinal simpática, ao ver ao que vínhamos pergunta:
- Já fez prova de maioridade?

Espantado, pois, que me lembre, quando passei para a idade adulta, não fui confrontado com tal prova e isto antes dos simplex, bastando, então, a apresentação do B.I.


Respondi-lhe que não.
Fui informado de que tinha de passar ao balcão de atendimento geral e fazer a tal prova, julgava eu, "simplex” mas, só por si, já despropositada.
Lá fui para mais uma fila, meditando na vida do bacalhau exposto ao sol.
Chega a minha vez de ser atendido que, se diga em abono da verdade, a fila era curta, tão curta como longo foi o tempo de espera para ser atendido, chega a informação:
- Para fazer a prova de maioridade o B.I. e uma certidão de nascimento não são suficientes nem válidos.
Para provar a maioridade tinha, o “adulto”, que apresentar um atestado de residência passado pela junta de freguesia. Isto se queria levantar o dinheiro que era seu.

Não me fiquei e, sossegando a menina que estava do outro lado da barreira, perguntei.
- Eu sei que não tem culpa, mas já agora, quem foi o imbecil que inventou essa norma?
É colocado na minha frente um papel com as directivas do Banco de Portugal.
Então, entendi a razão de tão chorudos salários.
Só alguém muuuito "inteligente" e de extraordinária capacidade (para complicar a vida de todos), poderia ter tão "brilhante" ideia.
O que antes era fácil agora, simplex, passou a ser complicado... complicadex, para não destoar.
E assim, vociferando contra a imbecilidade te tal exigência, lá fui até à Junta de Freguesia onde foi preenchido o tal atestado de residência, "confirmado" através da apresentação do B.I. e atestado pelo cartão de eleitor.

Mas a cereja estava para vir e veio na forma de:
- Pague, ali à minha colega na tesouraria, 6.79€.
Foi aí que percebi: era, afinal, mais um imposto! Mais uma forma de sacar algum. Mais uma forma, expedita, de lhes encher o C…

Já com o Dia da Defesa marcado para apresentação em Base Naval de Lisboa por ter cumprido percurso de vida superior a 18 anos tem, o mesmo cidadão, para levantar o que é seu, de "provar", hoje de forma insólita, o que antes acontecia por simples "constatação de facto".
E pagar mais um dos famigerados impostos camuflados de que estes politiqueiros são tão amigos.
Falta acrescentar que, o que pensava resolver numa hora, me custou uma manhã e não ficou resolvido. O atestado só ficou pronto no dia seguinte.

Mais uma manhã de solidariedade para com o bacalhau.
É o simplex!... Porque será, que fiquei com a sensação de que fui roubado?

Ass.: carlocos

Ao Serviço da CIA, em Vida e na Morte!

Tal como em vida, até na morte Saddam está a servir os objectivos da CIA (Chamemos-lhe CIA, para simplificar, embora pareça que estes, a CIA, são apenas mais uns moços de recados dos neo-cons, neo-nazis, dessa escumalha maldita que domina e destrói o Mundo). Isto se pudermos acreditar que Saddam tenha sido, realmente, assassinado…

Reparem que eu disse: “se pudermos acreditar”; e também: “assassinado”. Porque, nestas coisas, em nada se pode acreditar e também porque, a ser verdade, “aquilo” não foi uma execução, mas um assassinato.

Este foi morto para o filme mas, em contrapartida, o outro, Osama Bin Laden, não está autorizado a morrer... mesmo que já tenha sido enterrado há muito.

Os serviços que Saddam prestou, em vida, aos Facínoras que controlam o Mundo, são enumerados AQUI, podendo ser acedidos através deste post de Sofocleto.

A sua condenação à morte serviu os interesses da agenda eleitoral americana e a sua execução (ou, ao menos, a notícia) servem para incentivar a guerra no Iraque. Nem podia faltar um escândalo: a notícia dum “polémico” vídeo, ilegal, atribuído aos radicais Shiitas (que todos sabemos serem uns reles agentes da CIA).

Os que teimam em ver estas questões da política internacional a preto e branco, ao jeito da guerra-fria, nunca conseguirão compreender a GRANDE utilidade deste tipo de actos de banditismo e provocação.
Mas, se fizerem um esforço, conseguem chegar lá!
É voz corrente, e tido como dado adquirido, que a guerra é um “mercado”. Para que este “mercado” funcione e dê lucros é necessário fomentar guerras… Este tipo de provocações têm vindo a ser usadas, desde há décadas, com total êxito, para fomentar Guerras…

Esta é uma forma simplista (adequada à mentalidade dos que vêem as coisas a preto e branco) de explicar este tipo de coisas, visto que elas servem, também e de forma excelente, os objectivos de dominar o Mundo e subjugar os povos, sequestrando-os através do terror, da miséria, da violência, da fome…

Nesta quadra festiva (à semelhança do que vem acontecendo, de forma sistemática desde, pelo menos, o 11 de Setembro de 2001) os “operacionais” da Campanha de Medo e Desinformação tiveram o cuidado de nos brindar com várias notícias e reportagens, como as que são referidas neste comentário:
“Mas o "aviso" mais preocupante não é este do vídeo: foi anteontem, salvo erro, nos noticiários da noite, terem reeditado os episódios das "ameaças de atentados terroristas" (inventadas), agora no túnel do canal da Mancha, envolvendo polícias britânicos e franceses.No noticiário da SIC a receita foi completa: ameaça de atentado, gripe das aves (e nem sei bem mais o quê).”

Para “temperar a receita”, começaram os patifes do Conselho de Segurança da ONU por ameaçar o Irão com sanções e até com o uso da força…

Do “prato principal” trataram os outros bandidos que controlam a Administração Americana, que controlam a ONU e mais uma chusma de lacaios por todo o Mundo. Foi a execução de Saddam, com cuja se pretende estabilizar, definitivamente, a situação de Guerra Civil, no Iraque, de modo a “justificar” a perpetuação da ocupação militar imperialista.

A ementa não estaria completa sem outra guerra: A tão esperada e incentivada guerra na Somália. E, mais uma vez, as referências ao Sudão e ao genocídio no Darfur, minuciosamente “reportado”, como convém…

Para compreender esta questão (do Sudão e do Darfur), bem como os objectivos e urgência da “intervenção humanitária”, basta termos em conta isto:
Newly discovered resources have made Sudan of great interest to U.S. corporations. It is believed to have oil reserves rivalling those of Saudi Arabia. It has large deposits of natural gas. In addition, it has one of the three largest deposits of high-purity uranium in the world, along with the fourth-largest deposits of copper
Traduzindo: Descobertas recentes despertam o “grande interesse” das corporações americanas em relação ao Sudão. Acredita-se que tem reservas petrolíferas que rivalizam com as da Arábia Saudita. Tem, ainda, ricos depósitos de gás natural. Acresce que tem, também, um dos três maiores depósitos de Urânio de elevada pureza existentes no Mundo, juntamente com a quarta maior reserva de minério de cobre…

Percebem agora quem como e porquê, está a fomentar (quando não a inventar) o genocídio no Darfur e a clamar pela necessidade urgente de intervenção humanitária, como forma de ocupação, domínio e controlo dos recursos naturais?

Basta olhar para os nomes de alguns dos “promotores” desta campanha:
“But it wasn’t just Zionist groups that called it. The rally was sponsored by a coalition of 164 organizations that included the National Association of Evangelicals, the World Evangelical Alliance and other religious groups that have been the strongest supporters of the Bush administration’s invasion of Iraq. The Kansas-based evangelical group Sudan Sunrise helped arrange buses and speakers, did extensive fund raising and co-hosted a 600-person dinner.

U.S. Ambassador to the UN John Bolton, former Secretary of State Gen. Colin Powell, Secretary of State Condoleezza Rice, Gen. Wesley Clark and British Prime Minister Tony Blair have all argued in favour of intervention in Sudan.

These leading architects of imperialist policy often refer to another model when they call for this intervention: the successful “humanitarian” war on Yugoslavia that established a U.S./NATO administration over Kosovo after a massive bombing campaign”
Ao menos os nomes não precisam de tradução…

Resumindo: Enquanto “a civilização ocidental” se desdobrava em votos de felicidade, paz e amor; em votos de reconciliação e harmonia, esta escumalha maldita que domina e destrói o Mundo continua a sua saga de perfídia e de infâmia.

Matam-se dois coelhos duma cajadada: por um lado aproveita-se a azáfama e a distracção provocadas pela “quadra festiva” para “ganhar vantagem” sobre as vozes discordantes e suas denúncias; por outro lado aproveita-se o facto de as pessoas estarem psicologicamente desarmadas (pensando e desejando coisas boas) para aumentar o impacto da “Campanha de Medo e Desinformação”.

No meio de tanta perfídia, será que vamos ser capazes de nos garantirmos um FELIZ ANO NOVO?

É para ver se se acaba com tanta perfídia que eu defendo A VALORAÇÃO DA ABSTENÇÃO...

e defendo, também, a alteraçãop das regras de decisão da ONU, no que concerne às intervenções e conflitos armados internacionais