2005/03/25

"Quo Vadis", José Sócrates?

No dia 13 de Janeiro, publiquei, neste “blog” uma denúncia copiada do “blog” “rprecision”, porque foi nomeado, para Director Nacional da PSP, um juiz que estava reformado por “incapacidade” do foro psicológico.
Essa notícia tinha sido referida na imprensa, anteriormente, foi publicada por vários “blogs” e voltou às páginas da imprensa (Público de 14 de Janeiro).
No dia seguinte tive de esclarecer que, afinal, o juiz não tinha sido "recuperado" (ou será reciclado?) devido ao “mau governo” de Santana Lopes, mas sim devido ao compadrio de Bagão Félix, que foi quem o nomeou, em primeira mão, para a Inspecção da Segurança Social, apesar de ele estar reformada por incapacidade do foro psicológico.
Já há algum tempo que tenho intenção de fazer “um balanço” das denúncias que passaram por aqui (e por outros locais) e respectiva evolução; só para documentar a total ausência de vergonha e dignidade dos nossos políticos e titulares de cargos de responsabilidade. Porém, neste momento, mesmo sem esse balanço, não podia deixar de relembrar esta denúncia.
É que, corrijam-me se for erro meu, este mesmo “juiz”, recuperado da sua fingida loucura, foi um dos que apareceram a falar, na televisão, a propósito do recente assassinato de dois polícias, por indivíduos envolvidos em alta criminalidade.
Ou seja: o governo mudou. Mas o que era essencial que mudasse, continua na mesma. Será que o Sr. Engº José Sócrates não percebe que este tipo de coisas são o que bloqueia o nosso desenvolvimento?
Vejamos se conseguimos nos entender: O Sr. primeiro ministro, por um lado, faz uma espécie de chantagem emocional com os cidadãos, (a evidenciar o baixo nível, generalizado, dos nossos políticos) sugerido que só vai aumentar os impostos se não for possível reduzir as despesas e combater a fraude e evasão fiscal. Ao mesmo tempo, mantém, em lugares tão sensíveis e exigentes como este, uma pessoa que, nitidamente, obteve uma reforma enganando a respectiva instituição.
É claro que, assim, nunca será possível combater o que quer que seja… Portanto, o aumento de impostos será inevitável. O aumento dos tais impostos que até poderiam descer.
Perante estes casos, os cidadãos indignam-se e denunciam. Neste caso, até os jornalistas o fizeram, ao contrário do que é habitual. Mas as respectivas instituições e o governo não actuam e deixam tudo na mesma. Então o que é que o Sr. primeiro ministro quererá que os cidadãos façam, para que seja possível combater a fraude e…?
Como isso não é possível com pessoas destas a ocupar cargos destes, talvez o sr. primeiro ministro esteja a sugerir que algum cidadão perca a cabeça e comece a caçar estes “maus exemplos”, a tiro, para que seja possível combater a fraude e…? Para que o sr. primeiro ministro não tenha de ter “a maçada” de fazer o que deve fazer, o que tem de ser feito?
Com tanta coisa para fazer, o sr. primeiro ministro pensará que vai fazer tudo sozinho? Que bastará “amandar umas bocas”? Que não precisa de gente séria e válida, em todos os cargos para poder governar bem?
Isto é apenas um exemplo. Um pequeno (mas muito importante) exemplo. Imaginem o que não será quando fizer o tal balanço.
Como é que se pode ter paz e sossego num país assim? Só quem for muito estúpido, ou pertencer a alguma destas “seitas” que nos têm destruído.