2005/05/24

Como resolver o problema do défice!

Mais uma vez em Congeminações, a discussão do défice e respectivas medidas:
Amigo Raul, desculpe insistir mas eu acho que estamos perante uma situação como aquela que contei dos três amigos que pagaram trinta euros, dos quais desapareceu um; ou seja, perante uma situação de condicionamento prévio do raciocínio das pessoas, de manipulação refinada.
Todos sabemos que existem desperdícios e ausência de organização e de gestão em todos os sectores. Agora eleger um bode expiatório (o SNS, o funcionalismo público)...
Você sabe, como eu sei e todos sabemos que o nosso PIB per capita é baixíssimo. Também todos sabemos que o défice é em percentagem do PIB. Logo, se o PIB subir para valores aceitáveis, o défice desce, automaticamente, sem sequer haver necessidade de reduzir a despesa (mesmo que o valor absoluto do défice se mantenha).
O que quero dizer é que estamos todos a raciocinar ao contrário, por via da propaganda enganosa, massiva, a que estamos submetidos. É possível aumentar consideravelmente o PIB, reduzir um pouco as despesas e também aumentar as receitas, ao mesmo tempo (umas coisas levam às outras), mas os esforços têm de estar concentrados no aumento do PIB, para que as coisas resultem.
Até porque, se não se aumentar o PIB, o que vai acontecer é que terão que se reduzir as despesas para níveis degradantes, não comportáveis, tal como o é o valor do PIB...
Espero ter-me feito entender. Neste tipo de coisas nada como recusar a manipulação primária e obscurantista e pensar pela nossa cabeça. Repito. Tudo isto que digo é simples e fácil de fazer. Basta tomar as medidas adequadas e, mais importante! Pôr as pessoas certas nos lugares certos...
Por isso digo e repito: o que os políticos nos estão a fazer é crime premeditado e vil.
E em "Arre que é demais", a discussão continua, neste post:

É isso aí! Só falta avançar um passo e assumir compromisso com o caminho a seguir para a resolução dos problemas. A situação, nós sabemos e até "eles" a "divulgam". Só que, desta situação, cada um retira as suas próprias conclusões, de acordo com os respectivos interesses sectários.
É necessário afirmar, claramente, que as medidas propostas não são solução e que, pelo contrário, só vêm agravar os problemas do país e aprofundar o abismo em que estamos.
É necessário dizer, com clareza, alto e bom som, que existem soluções, boas para todos, eficientes, dignas, democráticas como convém a qualquer solução que se preze, e que existem, igualmente, as pessoas adequadas para as implementar.
É necessário pôr os interesses da humanidade e do país acima dos interesses de grupo e reconhecer que o modelo político que temos se esgotou, até porque se transformou num entrave à resolução dos nossos problemas.
É necessário reconhecer a contribuição (a responsabilidade) das estratégias de todos e de cada um dos partidos para a situação que vivemos.
É necessário reconhecer que as capacidades humanas do país não se esgotam nos partidos, pelo contrário e que os cargos têm de ser exercidos por pessoas dignas, honestas e competentes, mesmo que essas não estejam na vida política e/ou nos partidos...
É necessário persistir nestas verdades inegáveis, para não deixar espaço para mais crimes, cometidos com as mais esfarrapadas desculpas (sempre as mesmas), para não sermos todos arrastados para o abismo.

Terminou, há pouco, o fórum do programa da manhã da TSF. O tema era as medidas para combater o défice.
A generalidade das intervenções, dos particulares neste fórum, foram no sentido de total desacordo com a perspectiva do aumento dos impostos. E faltou a minha intervenção, também nesse sentido, como todos sabem, porque tentei inscrever-me para falar, mas não consegui.
Uma boa parte destas intervenções demonstrou, igualmente, que tenho toda a razão quando digo que sei como resolver a crise e que existem muitas outras pessoas que também sabem (como decorre do conhecimento das mais elementares leis da vida).
Todo este capital humano está a ser destruído pelos políticos e pelos partidos, em nome dos interesses de máfias criminosas a que pertencem e que nos mantêm reféns de toda esta perfídia, agravando, até à exaustão, a nossa situação social, para gáudio de uns quantos fascistas, criminosos, mafiosos neo-nazis, que actuam à descarada, quer obstruindo as soluções quer fomentando o descontentamento achincalhando tudo e todos, tentando “capitalizar” toda a indignação resultante, para se imporem como “única via de solução” para os problemas, para nos impingirem um salvador nazi.
Uma parte das intervenções no fórum da TSF também evidenciaram o desespero de quem está farto de tudo isto, de tanta infâmia descarada, de ter o direito de falar para ninguém ouvir, de se sentir refém, prisioneiro da cretinice e da incompetência, no seu próprio país. Houve até quem dissesse que preferia optar pela nacionalidade espanhola.
Muitos outros cidadãos portugueses fariam a mesma opção se lhe dessem essa oportunidade, porque de nada nos serve ser um país independente, para sermos reféns de máfias criminosas e de toda a espécie de patifarias e de patifes.
De nada nos serve termos uma liberdade e democracia formais, que na prática não funcionam, porque temos o direito de falar, mas ninguém tem obrigação de escutar. Temos o direito de ter opinião, mas eles, os políticos, impõem-nos o seu “direito” de nos ignorarem, apesar de sermos a maioria e eles uma ínfima minoria de criminosos.