Um Poema de Batista Filho, (do lado de lá do oceano) deixado em "Bloguices"
O Post é sobre a guerra do Vietnam...
Perdoe, se abuso, mas não resisti, após ver e ouvir - deixo esse comentário, em forma de poema:
A ciência nos faz conhecer melhor as estrelas - mas não amá-las.
O egoísmo nos impede de reconhecer a humanidade - nos outros!
Não posso chorar todas as lágrimas,
ou sorrir todos os risos, ou sonhar todos os sonhos dos homens.
Porém, quando alguém morre,
morrem sonhos - jamais sonhados;
risos se transformam em ríctus de dor.
E com isso, também morro, um pouco,
num mar de lágrimas tristes.
Não há virtude na guerra - nem heroísmo em matar.
As armas?! As armas são cegas:
não distinguem um canhão de uma mãe - com seu filho no colo.
Guerreiros são cegos e covardes:
deixam que outros enxerguem por eles, o que não suportariam enxergar;
deixam que outros justifiquem, o que não ousariam justificar.
Guerreiros não plantam nem colhem arroz, feijão ou trigo.
Semeiam destruição e selvageria. Colhem medalhas e ódios.
Guerreiros obedecem aos seus senhores
- que sequer vão aos campos de batalha -,
pois são mais covardes ainda: tremem de medo de enfrentar a vida!
Mortos insepultos, tais senhores tentam suprimir qualquer expressão da vida,
porque sabem - toda guerra é suicida.
Não posso chorar as lágrimas, ou sorrir os risos,
ou sonhar todos os sonhos dos homens.
Posso dizer “não” a quem assassina, rouba e mente
em nome da liberdade, justiça e democracia.
Posso escrever esse poema nas folhas etéreas do vento,
na esperança que alcance corações e mentes de boa vontade.