2005/05/21

Liberdade de Imprensa!

À conversa com Madalena Oliveira, no Webjornal, acerca de Liberdade de Imprensa:
"Oh minha querida Madalena, você está a ser cínica, ou está a ser sincera? Ou acha que as pessos não têm coragem? Ou não percebe que este tipo de reacções vão ser cada vez mais frequentes e que os autores dos comentários têm muitas razões para falar, embora eu não tenha a certeza de que saibam, com clareza, o que é necessário fazer?
Estou a dizer isto porque publiquei, no meu blog, um artigo sobre o programa "clube de jornalistas" que falou da audiência portuguesa do TMI que talvez lhe valha, a si, a pena ler; e porque não nasci ontem, porque sei como se podem resolver os problemas, mais prementes, do país, mas ninguém me dá ouvidos, como se isso não tivesse a menor importância.
Ora, isso é a essência da democracia e a característica que lhe confere a absoluta superioridade sobre todos os outros sistemas: a capacidade de identificar, correctamente, as soluções para os problemas (e as pessoas capazes de as implementar).
Veja o seguinte: todos os problemas têm solução (justa, boa, digna, democrática) e existem, em todos os tempos e lugares (nestes país também, aqui e agora), as pessoas adequadas para exercer cada cargo e função (a pessoa certa no lugar certo!). O facto de se chegar, ou não, até esse "estado" é indicativo da qualidade da democracia que temos.
Olhe para a realidade à sua volta. O que é que lhe parece?
Agora diga-me! Você pensa que o descalabro de situação que vivemos seria possível se os OCS fizessem, correctamente, o seu papel?
Já sei! Vocês, jornalistas, não têm nada que ver com isso. São palradores e, quanto ao seu programa concretamente: "the show must go on", por isso não se pode "fazer ondas".
Isto só para lhe dizer que não somos nós que temos de lhe indicar as pessoas que sabem, deve ser você e a sua consciência de cidadã jornalistas a procurar a objectividade. Sim porque essas pessoas, de que falo, estão aí, talvez sem voz, como eu estive durante muitos anos.
Mais! se fôssemos nós, aqueles que até já conseguem chegar até este local e podem dizer o que pensam, a indicar "quem saiba", ainda se corria o risco de deixar muita gente de fora, entre aqueles que não têm qualquer meio de dizer o que pensam (e são muitos). Até porque também eu vivi a maior parte a minha vida nesse estado e as minhas opiniões não mudaram de "qualidade", nem de pertinência, apenas porque passei a conseguir escrever em locais como este.
Mas a maioria dessas pessoas dirige-se à generalidade dos OCS. Ouça os debates das manhãs da RDP1 e da TSF e verá que, na nossa sociedade, nós não somos "aves raras", como me parece que está a sugerir. Tenha em conta que ainda existem muitas pessoas que ligam para esses programas e não conseguem falar, como me aconteceu, a mim, muitas vezes.
Ou quererá você que nós elejamos um "ilustre" (porque tem de ser "ilustre") para "falar por nós", para nos representar? Ou quererá que partilhemos "o seu peso de consciência"?
Não conte comigo!
Mas subscrevo os outros dois comentários, até porque, haver, num debate onde se discute a liberdade de expressão, alguém que acha que se deve "verificar se ainda será preciso proibir mais"... Tenha dó!
Aliás! Alguém, de entre a população, elegeu ou mandatou esses provedores?
O caminho, em frente, não é esse! Disso não tenho a menor dúvida! A questão é saber quem é que tem capacidade e coragem para "escolher o caminho certo"!
Quando quiser, comigo, a discussão está sempre aberta!"