Duma outra discussão que alguns identificarão, resultou este comentário (meu, claro está!). Não vou identificaqr a discussão, nem os "contendores", porque isso não tem a menor importância, nem é por isso que estou a voltar ao assunto, aqui. A razão porque volto ao assunto prende-se com o desfazer de toda a demagogia que por aí prolifera, o desfazer das "ideias feitas" que nos são incutidas, todos os dias, pelos "notáveis" a quem é reconhecido o direito, e entregue a tarefa, de colonizar a nossa forma de pensar colectiva. Feita a justificação, vamos ao comentário. "Reza" assim:
"Meu caro amigo, desculpe a insistência, mas não há nenhuma descontextualização na avaliação que faço das suas opiniões. Ao contrário, se observar bem, verá que as suas “opiniões” é que estão descontextualizadas. Se não vejamos:
Quando você diz:
(1) “Concordo que é preciso encontrar novas formas de responsabilizar os eleitos. Mas isto se é para uns, é para todos, e por isso sou absolutamente contra a desresponsabilização dos eleitores. E, na prática, é isso que acontece se for dado peso parlamentar à abstenção”,
numa situação em que se discute a necessidade de valorar a abstenção, como sendo uma medida de elementar democracia, o que resulta é que você está contra a valoração da abstenção, aduzindo um argumento absurdo e descontextualizado. Porquê? Porque não partimos duma situação em que “a responsabilização esteja garantida para todos”. Neste momento a responsabilização dos políticos não está garantida e você sabe-o muito bem.
Portanto, razão tenho eu em exigir um sistema eleitoral em que estejamos todos em pé de igualdade.
Quando você argumenta:
(2) “não posso concordar que se dê, à opinião de quem não vota, um valor superior àquele que lhe é devido”,
está, implicitamente, a reconhecer que “lhe é devido algum valor”, que agora não está garantido. Mas, da sua “opinião” em (1) deduz-se, sem descontextualizações, que você acha que, “dar peso parlamentar à abstenção significa que se está a desresponsabilizar os eleitores”; os abstencionistas, obviamente.
Quando você diz:
(1) “Concordo que é preciso encontrar novas formas de responsabilizar os eleitos. Mas isto se é para uns, é para todos, e por isso sou absolutamente contra a desresponsabilização dos eleitores. E, na prática, é isso que acontece se for dado peso parlamentar à abstenção”,
numa situação em que se discute a necessidade de valorar a abstenção, como sendo uma medida de elementar democracia, o que resulta é que você está contra a valoração da abstenção, aduzindo um argumento absurdo e descontextualizado. Porquê? Porque não partimos duma situação em que “a responsabilização esteja garantida para todos”. Neste momento a responsabilização dos políticos não está garantida e você sabe-o muito bem.
Portanto, razão tenho eu em exigir um sistema eleitoral em que estejamos todos em pé de igualdade.
Quando você argumenta:
(2) “não posso concordar que se dê, à opinião de quem não vota, um valor superior àquele que lhe é devido”,
está, implicitamente, a reconhecer que “lhe é devido algum valor”, que agora não está garantido. Mas, da sua “opinião” em (1) deduz-se, sem descontextualizações, que você acha que, “dar peso parlamentar à abstenção significa que se está a desresponsabilizar os eleitores”; os abstencionistas, obviamente.
Mas desresponsabilizá-los de quê, concretamente? Você é capaz de explicar sem sofismas, sem reaccionarices, com objectividade, descrevendo casos concretos em que as situações e factos absurdos da nossa vivência social sejam da responsabilidade dos eleitores e não dos eleitos? Quantas lutas, quantas reclamações, quantos petições e abaixo assinados, quantas opiniões e apelos e cartas abertas e fechadas, relativas aos mais variados problemas ficam sem resposta e/ou resolução, por parte dos responsáveis? Isso é culpa dos eleitores ou dos eleitos? Além disso, que culpa é que os eleitores têm de que os órgãos de comunicação social (OCS) só repitam as reaccionarices e sofismas e falsidades e opiniões manipuladoras da “opinião pública”, não dando espaço equivalente às opiniões democráticas, justas e esclarecidas?
Outro dos seus argumentos é a “abstenção técnica”. Mas os abstencionistas não têm qualquer responsabilidade no facto de existir “abstenção técnica”. Eu até estou absolutamente contra, porque acho que isso é mais uma evidência da incompetência dos governantes. Então porque é que deveremos ser penalizados (excluídos) e ignorados, devido a uma situação de que não temos qualquer culpa? Todavia, repare que, segundo os seus próprios valores (de que eu duvido), a abstenção técnica rondará, no máximo, uns 6,1% dos eleitores. Porém, neste momento, há 38,26% dos eleitores que não estão representados no parlamento (e repare que eu não quero saber da “qualidade” das opiniões de cada um, porque, para mim, todas as pessoas têm iguais direitos, nesta matéria…); o que quer dizer que, mesmo retirando os 6,1% relativos à abstenção técnica, ainda “sobram” 32,16%, que continuam a ser “opção” superior à votação em qualquer dos partidos… Gente sem direitos, cuja opinião não é respeitada. Acho que dá para perceber a ideia.
Tentei demonstrar que as alterações que proponho e suas justificações profundas, não são apenas “preocupações minhas”, mas nem assim se ouve uma palavra sequer, nos OCS. Claro que, de todo este panorama, só se pode concluir que você prefere a situação actual e, quanto a isso, eu não abdico da minha opinião.
Por outro lado, em defendo a valoração da abstenção (e tudo o mais que já disse várias vezes, mas vou voltar a repetir, muitas outras), mas defendo, igualmente, que isso deve passar por uma discussão pública, com a inclusão de todas as propostas diferentes e ser decidido pelos cidadãos, através de referendo, porque assim é que é democrático e útil para a democracia.
Outro dos seus argumentos é a “abstenção técnica”. Mas os abstencionistas não têm qualquer responsabilidade no facto de existir “abstenção técnica”. Eu até estou absolutamente contra, porque acho que isso é mais uma evidência da incompetência dos governantes. Então porque é que deveremos ser penalizados (excluídos) e ignorados, devido a uma situação de que não temos qualquer culpa? Todavia, repare que, segundo os seus próprios valores (de que eu duvido), a abstenção técnica rondará, no máximo, uns 6,1% dos eleitores. Porém, neste momento, há 38,26% dos eleitores que não estão representados no parlamento (e repare que eu não quero saber da “qualidade” das opiniões de cada um, porque, para mim, todas as pessoas têm iguais direitos, nesta matéria…); o que quer dizer que, mesmo retirando os 6,1% relativos à abstenção técnica, ainda “sobram” 32,16%, que continuam a ser “opção” superior à votação em qualquer dos partidos… Gente sem direitos, cuja opinião não é respeitada. Acho que dá para perceber a ideia.
Tentei demonstrar que as alterações que proponho e suas justificações profundas, não são apenas “preocupações minhas”, mas nem assim se ouve uma palavra sequer, nos OCS. Claro que, de todo este panorama, só se pode concluir que você prefere a situação actual e, quanto a isso, eu não abdico da minha opinião.
Por outro lado, em defendo a valoração da abstenção (e tudo o mais que já disse várias vezes, mas vou voltar a repetir, muitas outras), mas defendo, igualmente, que isso deve passar por uma discussão pública, com a inclusão de todas as propostas diferentes e ser decidido pelos cidadãos, através de referendo, porque assim é que é democrático e útil para a democracia.
Dos seus argumentos o que se depreende é que você está contra e ponto final. Não há necessidade de fazer sancionar as decisões pelos cidadãos. Isso, meu amigo, diga você o que disser e por mais que lhe doa, é defender a actual situação, com “justificações” descontextualizadas, que, como você mesmo reconhece, não se aplicam agora.
Pois então sejamos coerentes: você tem todo o direito de não concordar com as minhas opiniões; porém, um mínimo de coerência exigiria que propusesse alguma forma alternativa (eficiente) de acabar com a bandalheira actual, em vez de aduzir argumentos descontextualizados para justificar a sua oposição.
Por isto tudo, e admitindo as suas “boas intenções”, só posso concluir que “lhe dá muita maçada … correr o risco de ter de mudar de opinião”… "
Por isto tudo, e admitindo as suas “boas intenções”, só posso concluir que “lhe dá muita maçada … correr o risco de ter de mudar de opinião”… "