2005/06/07

Apelo! "Bandeiras Negras"!

Em Socioeleicoes, em comentário, e também em "Neural Connection", neste post, está este apelo, que transcrevo:
"Recebi este apelo do meu amigo Bocas e não posso de deixar de o postar. Temos de começar a mostrar o nosso descontentamento. Aqui vai:
"Esta mensagem é para nós, como Portugueses que somos.
Como é sabido de todos, foi necessário um treinador pedir aos portugueses para se unirem durante o EURO 2004 e pôr uma bandeira de Portugal, na janela.
O povo uniu-se por uma causa e dignificámos o País.
Agora é tempo de Nova União.
Guardemos as bandeiras de Portugal e vamos todos pôr uma BANDEIRA NEGRA, luto em forma de protesto, em nome do momento negro que atravessamos e do que ainda virá, fruto de uma má gestão por parte dos sucessivos governos, que continuam a gastar o que não têm, em prole das mordomias, sem as quais não conseguem viver e como sempre, TUDO À NOSSA CUSTA, nós, que trabalhamos e vivemos por este País.
Dia 10 de Junho, façamos luto por Portugal, bandeira negra na janela em TODO o PAÍS.
Passemos esta mensagem RAPIDAMENTE a todos os nossos conhecidos, pela net ou por fax, dentro e fora das instituições e empresas, pois Portugal é dosPortugueses.
Demorámos tempo, mas já percebemos que o Futuro está nas nossas mãos.
Não deixemos que meia dúzia de políticos incompetentes continuem a gozar com 800 anos de história.
BASTA, RECLAMEMOS, NÃO NOS CONFORMEMOS, TRATA-SE DO NOSSO PAÍS, DA NOSSAVIDA, DO NOSSO FUTURO E DOS NOSSOS DESCENDENTES – VÁ REAGIR AGORA."
Com as últimas notícias acerca do Ministro das finanças e a pensão de 23 mil contos anuais que aufere ao mesmo tempo que o ordenado de ministro e as medidas austeras que ele implementou na última semana este apelo tem ainda mais relevância.
Por isso.....Dia 10 todos de BANDEIRAS NEGRAS NAS JANELAS!RECUSA, RESISTE, REVOLTA-TE "
O meu comentário é:
"Apesar de eu ir publicar, num dos meus blogs, este apelo, acho que os "meus amigos" estão a esquecer o essencial: durante o euro, as pessoas "mobilizaram-se" em torno dos resultados da selecção, do trabalho da selecção, única "estrutura" que (ainda) alimenta(va) a "nossa" auto-estima.
Estou, na linha da frente, em matéria de exigência de mudanças e na denúncia desta situação escabrosa. Mas não tenho ilusões acerca do impacto deste tipo de apelos, porque há um longo trabalho a fazer, persistente, esclarecido (clarividente mesmo), no sentido construtivo, apontando caminhos que possam ser reconhecidos como "percorríveis".
Mesmo que uma grande parte das pessoas, como nós, esteja descontente e revoltada com a situação, só será possível passar a uma fase destas (de mobilização da generalidade), em torno de projectos e soluções e, de preferência, com quem os possa liderar. Este é o nosso maior problema e o motivo pelo qual atribuo culpas a todos os partidos e políticos com acesso aos OCS.
É preciso compreender os fenómenos sociológicos e aprender a "construir" objectivos, a "formar" lideranças a fazer divulgação e propaganda, de forma digna, sem demagogias ou mercantilismos. Não se esqueçam que, para que esta situação fosse possível (seja possível) foi necessário todo um longo trabalho de destruição e achincalhamento, de assassinato de todos os (pessoas ou ideias e projectos) que possam encarnar, identificar-se com, (e ser identificados como) os anseios mais sublimes da população.
Esta confusão que se vive não caiu do céu, foi sendo construída por uma legião de lacaios, em campanha que continua neste preciso momento. É tudo isto que há que desfazer, o que significa uma tarefa gigantesca, a exigir o empenho esclarecido e "articulado" (em colaboração mútua e metódica) de todos os que se reivindicam de maior nível de esclarecimento. Se pensarem bem nisso compreenderão que estes apelos, extemporâneos, e sem esse trabalho sério e eficiente, até são mais prejudiciais do que benéficos. Mas não será por minha causa que o apelo deixará de ser feito, mesmo sabendo eu da sua inutilidade... Também nós (ou sobretudo nós), temos que aprender a ser eficientes, actuando de forma esclarecida e sendo persistentes, tanto quanto for necessário, até se atingir o objectivo.