2005/06/03

Integridade e Idoneidade do Governo.

O governo acaba de decidir, na linha das medidas criminosas e absurdas efectivamente tomadas, (as outras, as medidas demagógicas, são só conversa fiada, como o demonstra esta história) suspender todos os pedidos de reforma antecipada, de trabalhadores com menos de 65 anos.
Entretanto, o ministro das Finanças "reformou-se", com 49 anos, recebendo uma pequena fortuna, mensalmente, como prémio por ser pessoa sem escrúpulos, a ponto de decidir restrições, para os cidadãos, que comprometem, ainda mais, as já fracas condições de sobrevivência das pessoas,enquanto que ele próprio acumula "receitas" de valor exorbitante e injustificado. Não se esqueçam que existem, neste país, mais de 2 milhões de pessoas que sobrevivem (vegetam) abaixo do limiar de pobreza.
Portanto, ficamos esclarecidos quanto à dignidade e sinceridade das intenções do governo e quanto ao carácter democrático e de equidade das medidas que tem vindo a anunciar com todo o cinismo; o mesmo cinismo que usou na campanha eleitoral, quando se fartou de fazer promessas falsas, mentirosas.
Um governo que se diz Socialista decide, para aqueles que vivem com dificuldades, para aqueles que viveram uma vida de trabalho, ganhando ordenados mesquinhos, que estão proibidas as antecipações de reformas, que terão que continuar a trabalhar, (ou a atrapalhar) mesmo de bengala, até aos 65 anos, para ganharem uns míseros cêntimos. Mas os barões, sem vergonha e sem escrúpulos, que o Primeiro ministro escolheu para o governo, podem "reformar-se" aos 49 anos, auferindo reformas escandalosas e injustificadas que põem em causa a sustentabilidade do sistema de pensões; e, ainda por cima, podem continuar a ocupar cargos, recebendo, em acumulação, vencimentos escandalosos, para pavonearem a sua incompetência, para colaborarem no agravamento das nossas condições de vida, no agravamento da nossa situação social e económica, já de si escabrosa.
Mais palavras para quê? Haja vergonha, dignidade, pudor!... É o próprio Primeiro-Ministro que deve demitir-se (ou ser demitido); ou melhor, nunca devia ter-se candidatado usando de tanta mentira e de tanta perfídia.