2005/06/06

Dignidade, Democracia e “Direitos Adquiridos”!

A acumulação de pensões de valor escandaloso, com vencimentos igualmente escandalosos é o cúmulo da pouca vergonha!
O pior é o cinismo, prepotente e arrogante, de Sócrates, ao invocar os "direitos adquiridos" e a "legitimidade" das situações (que são muitas, bem se vê).
Legitimidade? Qual legitimidade? Quem é que fez e aprovou essas leis?
As leis que beneficiam os cidadãos e que preservam as nossas condições de vida, os recursos naturais, etc., não se cumprem. Falta “regulamentar”… faltam "meios", falta "vontade", falta vergonha...
Então e nós? Não temos direitos adquiridos, em matéria de dignidade de vida? As promessas eleitorais, ratificadas pelo voto, não são um "direito adquirido"?
E os candidatos à antecipação da reforma? Não tinham esse direito como adquirido?
E a promessa de não aumentar os impostos, não é um “direito adquirido” pela eleição do promitente?
Pois! Há uns “direitos adquiridos” que são mais “direitos” que outros… Depende da “qualidade” do “adquiridor”: de ser um simples cidadão (sem direitos nem reconhecimento de dignidade); ou de ser um mafioso que, abusivamente, se outorgou os tais direitos, sem querer saber da sua justeza ou da opinião dos cidadãos.
Sim porque, neste país, governado por máfias, dos “direitos adquiridos” só se “respeitam” só “são sagrados” os que foram apropriados abusivamente…
Sócrates, se fosse honesto e íntegro, convocava uma consulta popular para avaliar da justeza das suas medidas e respectivo apoio da população, agora que ele, coitado, ignaro e estúpido, já “descobriu” o que todos sabíamos há muito; isto é: a dimensão do défice.
Vivemos num país onde apenas os patifes, aqueles que nos têm destruído com a sua incompetência e crimes é que têm "direitos adquiridos", mesmo que, para manter esses “direitos” (adquiridos através de compadrio e tráfico de influências, ao mesmo tempo que se foi destruindo o país; adquiridos abusivamente, de forma criminosa), seja necessário condenar, a maior miséria, as pessoas, os cidadãos deste país, e destruir, ainda mais, a nossa economia, piorando a situação de todos…
Quando se trata de prejudicar, de retirar direitos e regalias, de exigir sacrifícios, corta-se onde não se deve, agrava-se a vida dos que já têm dificuldades, retiram-se direitos a quem já tem muito poucos, mas não se mexe nos “direitos adquiridos” dos mafiosos, direitos que os próprios se atribuíram, sem quererem saber da opinião da população.
Vamos lá a ser dignos e coerentes, ao menos uma vez na vida e perguntar à população quais são os direitos adquiridos que se devem respeitar e quais são os “direitos” (que nasceram tortos e nunca deviam ter existido, que não foram democraticamente ratificados) que devem desaparecer.
Por uma questão de moralização e de idoneidade dos titulares de cargos públicos e governativos, por uma questão de responsabilização dos verdadeiros culpados da situação que vivemos, os vencimentos e pensões de reforma de maiores valores devem ser limitados e indexados aos valores do vencimento mínimo e da reforma mínima, sendo proibidas as acumulações. Como também devem ser indexados à produtividade e ao crescimento económico. Ninguém, neste país, merece receber reformas milionárias, porque todos contribuíram para a desastrosa situação que vivemos, muitas vezes praticando crimes abomináveis.
Como também deve ser reduzido o número máximo de deputados, valorando-se a abstenção, para acabar com mais aqueles 230 parasitas a chularem o país sem nada fazerem.
Basta de premiar bandidos e criminosos, mantendo, a todo o custo, os seus “direitos adquiridos” quando, a maior parte desses, o único “direito” que realmente adquiriram foi o de irem para a cadeia.
Para que o país progrida há que responsabilizar, devidamente, todos, alterando a actual lógica de premiar e “proteger”, a todo o custo, os criminosos, os verdadeiros culpados da situação desastrosa que vivemos.
Estas medidas (de limitação dos vencimentos e pensões máximos) têm de ser as primeiríssimas a serem tomadas e implementadas, para se poder acreditar, minimamente, na idoneidade do governo e nas suas “boas intenções”. Gente digna, quando há dificuldades, corta onde é possível, onde há por onde cortar, numa lógica de “vão-se os anéis (os direitos adquiridos absurdos e abusadores), mas fiquem os dedos (as condições mínimas de sobrevivência da maioria da população e de crescimento da economia)”.
“Aqui d’El Rei” que os ministros são “muito competentes”… Vê-se, pelas medidas que tomam para agravar a nossa situação e pela própria situação (esta, escabrosa, que vivemos) e que eles ajudaram a criar. Como é que tantas “competências” podem produzir tanto absurdo, tanto disparate? E os restantes cidadãos? Não são competentes?
Pois eu acho que é exactamente o contrário, como o prova, à saciedade, a nossa realidade… Estes ministros são uns incompetentes. Só por isso têm direito a ser recompensados com tais vencimentos e reformas, em acumulação. As pessoas honestas, dignas e competentes, aquelas que podem e sabem tirar-nos deste fosso, há muito que são marginalizadas e destruídas por estes bandidos.
Pior! Sócrates insiste em enganar-nos, como se fôssemos todos estúpidos, dizendo que a sua prioridade é o crescimento económico, enquanto faz tudo para agravar a situação económica e o défice. Onde estão, quais são, as medidas tomadas (e implementadas) para o crescimento económico? Cambada de criminosos nazis é o que eles são todos...