Este texto está, em comentário, no post: “Acerca do “arrastão” em Carcavelos!"
Não podia deixar de lhe fazer referência. Merece-a, por três motivos, que explicarei no fim.
“Aqui vai o testemunho de alguém que vive dentro desses bairros pobres.
Não podia deixar de lhe fazer referência. Merece-a, por três motivos, que explicarei no fim.
“Aqui vai o testemunho de alguém que vive dentro desses bairros pobres.
Não se trata de forças conspiradoras, nem vamos deitar todas as culpas ao governo.
Li o comentário de Augusto e concordo na sua ''primeira questão fundamental'', mas lendo as outras é necessário que o informe que, no chamado ''gueto'' (bairros pobres), as ambições de vida são completamente diferentes. Augusto, se você um dia perguntar, a um desses jovens, se gosta de viver no seu bairro, ele diz que sim e que não tenciona mudar-se, e sabe porquê?... fica a pergunta no ar...
No ''gueto'' o objectivo dos jovens não é estudar, ir para a Universidade e sair de lá um engenheiro ou um médico. Por mais que o governo dê incentivos e as pessoas apontem o que está mal e o que se deve fazer, esquecem-se que o problema está enraizado na mentalidade e não em ''componentes racistas''.
No ''gueto'', toda a gente quer ser rica e famosa, como os “rappers” da televisão, ou outro artista famoso, de “hip-hop”. Estes jovens sentem-se bem é tendo um desses “rappers” famosos como ''pai'', sim! Porque muitos jovens, incluindo a minha pessoa, carecemos da presença paterna, seja porque já não está presente, seja porque o tempo de trabalho é demasiado, ou principalmente porque os pais não se ''interessam'' pela educação dos filhos.
O que quero dizer com isto é que o problema não está no que os jovens "sentem", mas na maneira como aprenderam a sentir. Se esses jovens “problemáticos” são como são, é porque os pais não fizeram o seu devido trabalho.
No ''gueto'' o objectivo dos jovens não é estudar, ir para a Universidade e sair de lá um engenheiro ou um médico. Por mais que o governo dê incentivos e as pessoas apontem o que está mal e o que se deve fazer, esquecem-se que o problema está enraizado na mentalidade e não em ''componentes racistas''.
No ''gueto'', toda a gente quer ser rica e famosa, como os “rappers” da televisão, ou outro artista famoso, de “hip-hop”. Estes jovens sentem-se bem é tendo um desses “rappers” famosos como ''pai'', sim! Porque muitos jovens, incluindo a minha pessoa, carecemos da presença paterna, seja porque já não está presente, seja porque o tempo de trabalho é demasiado, ou principalmente porque os pais não se ''interessam'' pela educação dos filhos.
O que quero dizer com isto é que o problema não está no que os jovens "sentem", mas na maneira como aprenderam a sentir. Se esses jovens “problemáticos” são como são, é porque os pais não fizeram o seu devido trabalho.
Havendo lacunas na educação, e sendo o seu modelo de vida o modelo dos “rappers” famosos que falei, os jovens vão tentar aproximar-se o mais possível, quer a nível exterior quer a nível interior, de tais indivíduos. (Caso não estejam a par desta cultura, os “hip-hop” e os “rappers” de que falo são “50cent”, “Xzibit” etc...), indivíduos esses que, com a música e com a sua influência televisiva, "constroem", nos jovens, uma atitude violenta e arrogante.
Espero que, neste mal estruturado testemunho, que mais parece uma divagação, tenham tentado aproveitar o conteúdo e compreendido que: às vezes, “o que vemos, de fora, não é bem o que se passa lá dentro”.
PS: Ah! E respondendo a pergunta que ficou no ar, o porquê é que esse jovem, como qualquer outro que cresceu nesses bairros, só se sente aceitado e inserido no seu bairro e não em outro lado qualquer, independente da cor.”
A este(a) “comentador(a)” (ou a outros, que apareçam) queria pedir que, de futuro, se identifiquem ou deixem um endereço de “e-mail” Ou usem o “e-mail” do blog para se identificarem…
Feito o apelo, vamos aos motivos que me levaram a publicar o comentário:
(1) Vê-se que se trata duma pessoa que, vivendo num “gueto” e sabendo que é no “gueto” que tem o “seu espaço”, o espaço que lhe é familiar, onde se sente “conhecido” e “aceite”, não pertence ao “gueto”.
Espero que, neste mal estruturado testemunho, que mais parece uma divagação, tenham tentado aproveitar o conteúdo e compreendido que: às vezes, “o que vemos, de fora, não é bem o que se passa lá dentro”.
PS: Ah! E respondendo a pergunta que ficou no ar, o porquê é que esse jovem, como qualquer outro que cresceu nesses bairros, só se sente aceitado e inserido no seu bairro e não em outro lado qualquer, independente da cor.”
A este(a) “comentador(a)” (ou a outros, que apareçam) queria pedir que, de futuro, se identifiquem ou deixem um endereço de “e-mail” Ou usem o “e-mail” do blog para se identificarem…
Feito o apelo, vamos aos motivos que me levaram a publicar o comentário:
(1) Vê-se que se trata duma pessoa que, vivendo num “gueto” e sabendo que é no “gueto” que tem o “seu espaço”, o espaço que lhe é familiar, onde se sente “conhecido” e “aceite”, não pertence ao “gueto”.
Pertencer a um “gueto”, tal como o(a) autor(a) reconhece, é uma questão de mentalidade, de “estrutura” intelectual. Digamos que, para se “pertencer a um gueto” é necessário “aceitar o valor dos “valores” que perpetuam o gueto, numa espécie de ciclo vicioso. Até por isso, para esclarecer esse facto, eu teria que publicar este comentário. Até porque, pessoas assim, são uma promessa de que é possível romper esse círculo; até porque evidenciam que é possível romper a reprodução desse círculo vicioso, eu teria que publicar o comentário.
(2) Porém, há uma questão que queria esclarecer: Se a culpa é da “educação” dos pais, mas os pais receberam essa mesma “educação” e, por isso, não têm mais para dar… nunca sairemos disto. E eu, nisto como em tudo, acho que há “saída”, há soluções. É cá aquela mania minha, irritante, que todos vocês muito bem conhecem…
(2) Porém, há uma questão que queria esclarecer: Se a culpa é da “educação” dos pais, mas os pais receberam essa mesma “educação” e, por isso, não têm mais para dar… nunca sairemos disto. E eu, nisto como em tudo, acho que há “saída”, há soluções. É cá aquela mania minha, irritante, que todos vocês muito bem conhecem…
Além disso, de os pais não puderem dar mais do que o que têm, há ainda a circunstância de ser impossível, para alguém que queira “fazer a diferença”, em matéria de educação, se livrar do peso, esmagador, da influência do meio (e da propaganda televisiva), no comportamento dos jovens. É uma ilusão “perigosa” pensar que isso é possível. Muitas vezes, os pais educam e a sociedade, a escola, a televisão, deseducam, duma maneira avassaladora…
(3) Se este(a) amigo(a), vive num desses gueto, deve saber, tão bem como todos nós, que existem criminosos (bem colocados no respectivo meio) que usam esses locais para encobrirem as suas actividades e também para “recrutar” mão d’obra. Que esse tipo de gente tem protecção policial e “institucional”, todos sabemos… Que esse tipo de gente (e outros parecidos) controlam o governo, também todos sabemos.
(3) Se este(a) amigo(a), vive num desses gueto, deve saber, tão bem como todos nós, que existem criminosos (bem colocados no respectivo meio) que usam esses locais para encobrirem as suas actividades e também para “recrutar” mão d’obra. Que esse tipo de gente tem protecção policial e “institucional”, todos sabemos… Que esse tipo de gente (e outros parecidos) controlam o governo, também todos sabemos.
Por isso eu acho que é urgente alterar o sistema eleitoral e, nomeadamente, valorar a abstenção, como forma de responsabilizar os governos perante o povo que os elegeu e sacudir a actual ditadura dessas máfias;
por isso eu defendo que os governos devem ser proibidos de mentir, em campanha e que, sempre que queiram fazer coisas diferentes das que prometeram, devem obter consentimento, expresso em referendo, da população, para tal;
por isso eu defendo que o governo (e o parlamento) devem ter a sua acção ratificada (ou serem corridos), através de referendos realizados todos os 18 meses.
Assim acabavam-se os crimes praticados pelos governos, mas impostos pelas manobras, sujas, da alta criminalidade.
Assim, estes e outros problemas começariam a “ter solução”.