2004/12/05

As Birras do "Menino do Coro"!

Encontrei esta maravilha de narrativa (principalmente pelo conteúdo), no "blog" Congeminações, em Comentários ao artigo: "Foi muito bem feito para si Senhor Presidente", publicada por Bravo Mike
Transcrição:
"A propósito dos desabafos do democrata Presidente da AR:
Expresso/Revista (não publicado, naturalmente)
“AÇORES, ABRIL E DEMOCRACIA”
“Ainda se sente senhor dos Açores? – Nunca me senti senhor dos Açores”*
De presidente da AR a último romântico do 25 de Abril, um retrato público da segunda figura do Estado, João Bosco Mota Amaral, naturalmente com relevância para as suas funções públicas, tal é a imagem proporcionada pela revista do Expresso* (27Mar04).
Trinta anos depois do golpe militar que levou à instauração da democracia, vão assentando as figuras de marca do novo regime, entre as quais o mais antigo deputado da Nação, presidente da AR trinta anos após.
Não pode separar-se a condição humana e a personalidade de cada um dos seus comportamentos públicos, ainda e mesmo que no desempenho de actividades no governo democrático da sociedade. Razão de algum modo bastante para compreendermos alguma atitudes, alguns comportamentos. Como o de um determinado dia numa das ilhas dos Açores. Quando no decorrer de uma visita do presidente da república ao arquipélago no início da década de oitenta, o então presidente do governo regional não resistiu a manifestar a sua personalidade íntima perante o primeiro magistrado da Nação.
Pelas oito horas da manhã, uma hora antes duma missa incluída no programa oficial, irrompe no palácio de residência presidencial o responsável pelo governo local.
O ajudante de campo, com aquela deformação profissional oriunda da disciplina e educação militares, não queria crer no que começou por ouvir e de seguida por ver: Um (então) jovem governante local, subindo desabridamente as escadas e com impropérios em voz alta, dando azo à sua indignidade perante o presidente da jovem república democrática portuguesa. Exactamente o primeiro magistrado da Nação que, no final do dia anterior e após as cerimónias oficiais, ousara ter tido um encontro com um cidadão local, pessoa das suas relações e que constaria do grupo de indivíduos das ilhas, "não gratos" do governante do arquipélago.
Excitado e colérico pelo sucedido na noite anterior, talvez sentindo-se atingido na sua dignidade e autoridade locais, com a forma de proceder do seu ilustre visitante, assim iniciou esse dia de exercício do poder democrático.
Pesem as palavras de apelo à calma, da primeira dama, ali presente, e a impassibilidade de outros presentes, o senhor das ilhas assim iniciava esse novo dia do programa de estada Presidencial.
Contado por quem o viveu, um testemunho breve sobre a natureza humana e algumas das suas manifestações entre as elites politicas. Quanto ao ajudante de campo que o testemunhou, acabou pouco depois por acompanhar os dois ilustres políticos no automóvel que os transportou à capela para uma missa pública. Chegados ao templo, foram os dois participar no acto religioso na capela como dois bons cristãos.
Quanto ao ajudante de campo que mo contou, ainda que antigo crente religioso, e pese a sua condição militar, escusou-se, nesse dia e circunstâncias, pedindo dispensa da presença nesse acto oficial, na missa, tendo optado por permanecer no exterior e afastado de tão "augustas" personalidades.
Assim se manteve durante o ofício religioso, na contemplação da natureza da ilha e de igual modo da natureza democrática dos governantes do novo regime. Até hoje e graças a Deus!
Lisboa, 10Abr04"
Fim de transcrição.
Quando se fala deste, (O Presidente da AR) lembro-me sempre do seu asqueroso discurso (ou seria: reprimenda?), aquando da visita do Presidente do Brasil, Lula da Silva.
Que atitude mais abjecta! Como se um nojento destes tivesse alguma coisa para ensinar a alguém; ou legitimidade para "repreender", avaliar, julgar, estigmatizar, condenar, as opções dos outros povos! Devia era preocupar-se com os factos que nos estigmatizam a nós como nação, que são muitos! Só mesmo neste país é que é possível fazer de gente assim a segunda figura da hierarquia do Estado. A que estado isto chegou!