O Carlos que "bloga" em "Ideias Soltas" e não só, deixou este comentário a que, obviamente, não podia deixar de dar destaque. É uma discussão para prosseguir, pelo menos pela minha parte!
"O voto em branco parece ter aparecido em moda após o Saramago o ter ficcionado. No entanto apenas a abstenção diz claramente que, para além dos candidatos não nos servirem, consideramos o próprio sistema democrático que eles determinam e controlam em causa. Ora o voto em branco, bem pelo contrário, diz que apesar de estarmos de acordo com tudinho não sentimos o "chamamento" de nenhum candidatos.
A diferença é enorme. Tão grande que os regimes parlamentares do Ocidente a primeira coisa que fazem é expurgar a percentagem da abstenção do resultado dos plebiscitos e distribuí-la em assentos de candidatos que ninguém sufragou. A isto não se pode chamar democracia! Só garantindo que os lugares em quem ninguém votou não serão ocupados, ficam sem representação, é que poderia levar a classe política a pensar que tem obrigação de apresentar soluções que motivem os cidadãos a votar e a ter um papel mais activo na sociedade."
Só acrescentaria que, não fariam mais do que a sua obrigação (a classe política), porque eles é que dizem, reivindicam (e ganha para) representar toda a sociedade. Tanto mais que as soluções existem, mas eles é que têm que as procurar, que as implementar.
Acho mesmo que esta (honestidade fundamental da democracia) será a única solução para o impasse que se vai verificar após as próximas eleições. É que, com isto, tudo muda (no bom sentido, é claro).
Um abraço ao Carlos!