No início do ano de 2003, o nosso “digníssimo” Presidente da República, falando numas reunião de “ilustres cabeças” (creio que eram cerca de 500 economistas), decidiu expor-se ao ridículo de: “pedir que lhe levassem o milagre”; isto é: as propostas de medidas que permitissem baixar o défice, reduzir o desemprego e acelerar o desenvolvimento (aumentar o crescimento económico).
Às vezes (muito frequentemente) acho que ninguém me compreende. Desde essa altura que tenho “atravessada na garganta” esta atitude ridícula do Presidente; e parece-me que ninguém imagina o que isso seja; o quanto de frustração, de indignação e de revolta isso representa. Isto porque o país continua, vertiginosamente, a descer, neste plano inclinado em que o cherne nos colocou, deliberadamente, aumentando, a cada dia que passa, o sofrimento e o desespero de muitos; e também a descrença e ausência de esperança de todos.
Só me faltava, agora, Sua Excelência o ex-primeiro ministro Cavaco Silva, vir repetir aquela atoarda, fazer igual figura ridícula, para acabar de me estragar as já ínfimas perspectivas que tinha de “Boas Festas”. Não há boas intenções, nem desejos, por mais sinceros que sejam, de amigos e conhecidos, que resistam a tão rude golpe! (Mais este tão rude golpe).
Já o disse aqui (e vou repeti-lo até que deixe de ser necessário) que existem, em todos os tempos e lugares, as soluções para todos os problemas da humanidade. É isso mesmo que nos distingue das outras espécies, que faz de nós uma espécie superior: a capacidade de compreender e RESOLVER problemas. Pelo que teremos que concluir que os nossos notáveis nem merecem a designação de seres humanos.
Já disse, aqui, (e vou repeti-lo até que deixe de ser necessário) que os nossos antepassados foram obrigados a acabar com o feudalismo, para que fosse possível colocar, nos cargos de responsabilidade, as pessoas adequadas. É óbvio que os nossos notáveis são parasitas, usurpadores de cargos que não lhes pertencem. Quantos cidadãos íntegros, idóneos, competentes e eficientes já tiveram que destruir, por esse objectivo?
Já disse, aqui, (e vou repeti-lo até que deixe de ser necessário) que existem, em todos os tempos e lugares, as pessoas certas para cada cargo e função. Cá também existem! A circunstância de serem essas pessoas a ocupar os cargos, ou não, apenas depende da autenticidade da democracia. Se a democracia funciona, esse “problema” está resolvido e, com ele, todos os outros podem ser resolvidos, também.
Portanto, a existência, ou não, de soluções para os nossos problemas, é apenas uma questão, simples e elementar, de existência, ou não, de democracia! Tão simples como isto!
Não sei se disse aqui, mas vou dizê-lo agora, quer seja repetição ou não: tudo isto, que acabei de dizer, são apenas sistematizações de leis, bem conhecidas de qualquer pessoa minimamente evoluída, minimamente esclarecida, rudimentarmente democrata. Coisas que, temos que concluir, os nossos notáveis não são! É que isto são coisas básicas do conhecimento comum, dos princípios mínimos de raciocínio honesto, de qualquer pessoa esclarecida e actualizada. Portanto, ou são desonestos, ou são broncos (ou são as duas coisas).
Incompetentes, eles são; disso não tenho a menor dúvida.
Pois! Afinal tudo se resume àquela lei fundamental de qualquer estrutura eficiente: “colocar a pessoas certa no lugar certo”. É óbvio que os exemplos aqui referidos não obedecem a essa lei. Isso faz toda a diferença, porque, sendo eles reconhecidos como notáveis, como lideres, nunca vão admitir que outros, menos importantes, possam saber ou ser capazes de coisas que estão além das suas capacidades! Para isso seria necessário serem minimamente democratas, mas não são, nem precisam sê-lo. Por isso decretam, assim, que somos todos tão cretinos como eles, o que é falso, tão incompetentes como eles, o que é falso, tão presunçosos como eles, o que é falso.
Mas eu sei que houve quem respondesse ao Presidente. Ora leiam esta transcrição:
“Noutra carta disse-lhe que sei quais as medidas necessárias para recuperar a economia, baixar o défice e reduzir (muito) o desemprego. Mas como o Presidente tinha pedido, publicamente, “o milagre” e eu lhe disse que não existem “milagres”, ele não deu importância ao que escrevi. Prefere ficar “a espera” do “milagre”, impossível”
O presidente ligou alguma importância? Vê-se bem que não!
Portanto, não apenas estamos condenados a ficar à espera do milagre, (mesmo sabendo nós que Deus se recusa a resolver problemas que compete aos homens resolver), como as resposta permitidas, para o “apelo” são apenas as que vierem das pessoas que estão autorizadas a saber do assunto. O velho problema do currículo é claro. A sociedade não funciona assim, a democracia não funciona assim. Assim não vamos a lado nenhum. É que Deus é muito bem capaz de nos pregar a partida de “dar capacidades” a pessoas que não obedecem a estes critérios (de quem podemos até não gostar nada). Mas isso, em democracia, não deve (não devia) ter a menor importância!
Portanto, o nosso problema é de défice democrático, de défice de democratas.
O pior é que estes comportamentos, que considero aberrantes, (e geradores de todas as outras aberrações com que nos deparamos, todos os dias), encontram eco, nos cidadãos. Em “ideias soltas”, comentando o artigo “65 imóveis por ajuste directo”, deixei um comentário que mereceu esta opinião de jgonçalves:
“Temo que o PR pouco possa fazer, queira ou não queira.A questão é muito mais preocupante, do que “safar” o défice.O que se tem vindo a registar, em nome do tal défice, é a um aumentar infindável das dívidas do estado. Quando se adiam os compromissos, para data futura, vão-se acumulando as dívidas, então como hoje, pede-se emprestado, (hipotecam-se os tais imóveis), mas a dívida fica e será acrescida ainda dos pagamentos que este empréstimo obriga.
Quanto às despesas correntes do estado, em vez de diminuírem, vão-se agravando diariamente.
Isto está quase como os “drogados”, enquanto há dinheiro, consome-se a dose, quando não há, rouba-se…” Fim de transcrição.
Não há dúvida de que, desfazer tanta ideia mecanicista, tanta subserviência ao status actual, é um trabalho hercúleo! É necessário ter a coragem de “pensar diferente”
Mas há uma outra questão que queria sublinhar, aqui:
Ainda há poucos “posts” atrás, eu “arengava” contra o facto de existirem relatórios e “estudos” que, em teoria, põem “o dedo na ferida” e enumeram as causas, objectivas, da nossa desastrosa situação. Pois se essas são as causas, não seria de passar à sua resolução, como prioridade absoluta? Até são coisas facilmente resolúveis. Mas não! Depois vêm estes “arautos do milagre” convencer-nos de que nada se pode fazer; desmentir aqueles, dizendo que, afinal esses problemas identificados (por demasiado óbvios e indesmentíveis), não carecem de resolução. Ainda hão-de aparecer os seus “descendentes” a dizer que, afinal, todas as nossas desgraças são castigo de Deus, como forma de vingança pelos “nossos” pecados. Até me apetece concordar, se o pecado for: deixá-los continuar a desgovernar-nos sem constante e feroz combate.
Às vezes (muito frequentemente) acho que ninguém me compreende. Desde essa altura que tenho “atravessada na garganta” esta atitude ridícula do Presidente; e parece-me que ninguém imagina o que isso seja; o quanto de frustração, de indignação e de revolta isso representa. Isto porque o país continua, vertiginosamente, a descer, neste plano inclinado em que o cherne nos colocou, deliberadamente, aumentando, a cada dia que passa, o sofrimento e o desespero de muitos; e também a descrença e ausência de esperança de todos.
Só me faltava, agora, Sua Excelência o ex-primeiro ministro Cavaco Silva, vir repetir aquela atoarda, fazer igual figura ridícula, para acabar de me estragar as já ínfimas perspectivas que tinha de “Boas Festas”. Não há boas intenções, nem desejos, por mais sinceros que sejam, de amigos e conhecidos, que resistam a tão rude golpe! (Mais este tão rude golpe).
Já o disse aqui (e vou repeti-lo até que deixe de ser necessário) que existem, em todos os tempos e lugares, as soluções para todos os problemas da humanidade. É isso mesmo que nos distingue das outras espécies, que faz de nós uma espécie superior: a capacidade de compreender e RESOLVER problemas. Pelo que teremos que concluir que os nossos notáveis nem merecem a designação de seres humanos.
Já disse, aqui, (e vou repeti-lo até que deixe de ser necessário) que os nossos antepassados foram obrigados a acabar com o feudalismo, para que fosse possível colocar, nos cargos de responsabilidade, as pessoas adequadas. É óbvio que os nossos notáveis são parasitas, usurpadores de cargos que não lhes pertencem. Quantos cidadãos íntegros, idóneos, competentes e eficientes já tiveram que destruir, por esse objectivo?
Já disse, aqui, (e vou repeti-lo até que deixe de ser necessário) que existem, em todos os tempos e lugares, as pessoas certas para cada cargo e função. Cá também existem! A circunstância de serem essas pessoas a ocupar os cargos, ou não, apenas depende da autenticidade da democracia. Se a democracia funciona, esse “problema” está resolvido e, com ele, todos os outros podem ser resolvidos, também.
Portanto, a existência, ou não, de soluções para os nossos problemas, é apenas uma questão, simples e elementar, de existência, ou não, de democracia! Tão simples como isto!
Não sei se disse aqui, mas vou dizê-lo agora, quer seja repetição ou não: tudo isto, que acabei de dizer, são apenas sistematizações de leis, bem conhecidas de qualquer pessoa minimamente evoluída, minimamente esclarecida, rudimentarmente democrata. Coisas que, temos que concluir, os nossos notáveis não são! É que isto são coisas básicas do conhecimento comum, dos princípios mínimos de raciocínio honesto, de qualquer pessoa esclarecida e actualizada. Portanto, ou são desonestos, ou são broncos (ou são as duas coisas).
Incompetentes, eles são; disso não tenho a menor dúvida.
Pois! Afinal tudo se resume àquela lei fundamental de qualquer estrutura eficiente: “colocar a pessoas certa no lugar certo”. É óbvio que os exemplos aqui referidos não obedecem a essa lei. Isso faz toda a diferença, porque, sendo eles reconhecidos como notáveis, como lideres, nunca vão admitir que outros, menos importantes, possam saber ou ser capazes de coisas que estão além das suas capacidades! Para isso seria necessário serem minimamente democratas, mas não são, nem precisam sê-lo. Por isso decretam, assim, que somos todos tão cretinos como eles, o que é falso, tão incompetentes como eles, o que é falso, tão presunçosos como eles, o que é falso.
Mas eu sei que houve quem respondesse ao Presidente. Ora leiam esta transcrição:
“Noutra carta disse-lhe que sei quais as medidas necessárias para recuperar a economia, baixar o défice e reduzir (muito) o desemprego. Mas como o Presidente tinha pedido, publicamente, “o milagre” e eu lhe disse que não existem “milagres”, ele não deu importância ao que escrevi. Prefere ficar “a espera” do “milagre”, impossível”
O presidente ligou alguma importância? Vê-se bem que não!
Portanto, não apenas estamos condenados a ficar à espera do milagre, (mesmo sabendo nós que Deus se recusa a resolver problemas que compete aos homens resolver), como as resposta permitidas, para o “apelo” são apenas as que vierem das pessoas que estão autorizadas a saber do assunto. O velho problema do currículo é claro. A sociedade não funciona assim, a democracia não funciona assim. Assim não vamos a lado nenhum. É que Deus é muito bem capaz de nos pregar a partida de “dar capacidades” a pessoas que não obedecem a estes critérios (de quem podemos até não gostar nada). Mas isso, em democracia, não deve (não devia) ter a menor importância!
Portanto, o nosso problema é de défice democrático, de défice de democratas.
O pior é que estes comportamentos, que considero aberrantes, (e geradores de todas as outras aberrações com que nos deparamos, todos os dias), encontram eco, nos cidadãos. Em “ideias soltas”, comentando o artigo “65 imóveis por ajuste directo”, deixei um comentário que mereceu esta opinião de jgonçalves:
“Temo que o PR pouco possa fazer, queira ou não queira.A questão é muito mais preocupante, do que “safar” o défice.O que se tem vindo a registar, em nome do tal défice, é a um aumentar infindável das dívidas do estado. Quando se adiam os compromissos, para data futura, vão-se acumulando as dívidas, então como hoje, pede-se emprestado, (hipotecam-se os tais imóveis), mas a dívida fica e será acrescida ainda dos pagamentos que este empréstimo obriga.
Quanto às despesas correntes do estado, em vez de diminuírem, vão-se agravando diariamente.
Isto está quase como os “drogados”, enquanto há dinheiro, consome-se a dose, quando não há, rouba-se…” Fim de transcrição.
Não há dúvida de que, desfazer tanta ideia mecanicista, tanta subserviência ao status actual, é um trabalho hercúleo! É necessário ter a coragem de “pensar diferente”
Mas há uma outra questão que queria sublinhar, aqui:
Ainda há poucos “posts” atrás, eu “arengava” contra o facto de existirem relatórios e “estudos” que, em teoria, põem “o dedo na ferida” e enumeram as causas, objectivas, da nossa desastrosa situação. Pois se essas são as causas, não seria de passar à sua resolução, como prioridade absoluta? Até são coisas facilmente resolúveis. Mas não! Depois vêm estes “arautos do milagre” convencer-nos de que nada se pode fazer; desmentir aqueles, dizendo que, afinal esses problemas identificados (por demasiado óbvios e indesmentíveis), não carecem de resolução. Ainda hão-de aparecer os seus “descendentes” a dizer que, afinal, todas as nossas desgraças são castigo de Deus, como forma de vingança pelos “nossos” pecados. Até me apetece concordar, se o pecado for: deixá-los continuar a desgovernar-nos sem constante e feroz combate.