2004/12/09

Retrato da Nossa Realidade (1)!

Em "O Jumento" encontrei um bom retrato da nossa realidade; e, nos comentários, o desabafo de alguém que "joba" na DGCI. Vou transcrever, para aqui, o comentário que lá deixei, por dois motivos: (1) para chamar a atenção para aquele "post", porque assim não me sinto "a pregar aos peixes", a dizer coisas que ninguém entende, nem sente; (2) para acrescentar mais alguma coisa ao assunto.
O meu comentário:
"Concordo inteiramente com as "constatações de facto" feitas no artigo!Sublinho o comentário de "Ledes", apenas para dizer que isso é assim, tanto nos Impostos como no Concurso de Professores, etc. Num caso como no outro (como em tantos outros), as opções têm de ser suficientemente maleáveis para permitirem "o factor cunha". Não é a complexidade dos procedimentos que justifica as falhas, como se pretende fazer crer. Os grandes grupos privados têm sistemas que gerem situações muito mais complexas e eles funcionam! Não há dúvida de que "isto" não muda se não insistirmos e persistirmos na denúncia e desmascaramento destes abusos, estabelecendo a correcta interdependência com a desastrosa situação do País!
Pergunta final: onde anda (e o que faz) o jornalismo de referência? Existe? A mim parece-me que apenass "desiste"!
Não é aos cidadão anónimo que compete denunciar isto até cansar, porque, ao cidadão anónimo, ninguém dá ouvidos!" Fim do comentário.
Apenas mais uma "poucas" palavras para dizer que não estou de acordo com o início do artigo, porque, mais uma vez, transparece a ideia de que o facto de as pessoas, os anónimos, "embarcarem" no sistema, generalizado, da "cunha" é que está na origem disto tudo. Contesto, aqui, essa insinuação (e continuarei a fazê-lo, até cansar "hei-de arranjar uma maneira de não cansar nunca") porque ela é repetida, até à exaustão, pelos principais responsáveis, por acção ou omissão, pela situação actual, como forma de se auto justificarem e de desviarem as atenções, pondo-nos a "correr atrás de moinhos de vento". A sociedade não funciona assim. Existem lideres e diferenciação de responsabilidades pessoais, porque a influência, na sociedade, das actuações de cada um, não é igual!
Vamos pôr as coisas no seu lugar e assacar responsabilidades a quem as tem.
Aliás, acho que a situação tomou proporções tais que, para a erradicar (eu faria-o, em pouco tempo) são necessárias alterações profundas, que não se circunscrevem à eficiência da DGCI, na recuperação coerciva dos impostos. É preciso ir muito mais fundo! É preciso muito mais persistência, intransigência, clarividência, sentido de estado, idoneidade, obstinação (eu sei lá)...
Mas é fácil, repito! Bastaria que existisse "a pessoa certa no lugar certo"; que, neste caso, não tenho a menor dúvida, é o Presidente da República. Mas ele, para nossa desgraça, "tá noutra"!