2004/12/19

Que pouca vergonha!

Que pouca vergonha!
Na última edição do programa “Clube de jornalistas” (da 2), Emídio Rangel confirmou, instado a fazê-lo, que os dados que conhece lhe indicam que o governo (caído), recuou na intenção (anunciada) de privatizar o canal 2, porque decidiu mantê-lo (o canal 2) como forma de chantagem (e controlo) dos conteúdos dos canais privados, juntamente com a redução da publicidade no canal 1. Tudo isto teria feito parte dum dito “acordo de cavalheiros”, entre o ministro Morais Sarmento e os “donos” dos canais privados. Quão baixo desceu o significado do termo “cavalheiros”!
Acha ele (Emídio Rangel), que terá sido essa a (arma secreta) que o governo usou para calar Marcelo Rebelo de Sousa (e provocar o incidente que levou à demissão de José Rodrigues dos Santos? Pergunta a minha ignorância.).
Dito isto, em poucas palavras, foi solicitado a comentar os porquês do facto desta sua “tese”, tão verosímil, não ser abordada na imprensa.
Pois… não teve oportunidade de responder, porque a “censora de serviço”, não deixou. Interrompeu e desviou, imediatamente a conversa, para trivialidades.
Vocês conhecem alguma forma mais descarada de confirmar uma “teoria”? Acho que nem o já famoso: “não confirmo nem desminto”, consegue ser tão convincente.
Quando será que esta gente acorda, desta sua paranóia, percebe que já não engana ninguém, que tudo se sabe; e que, pior do que isso, estas suas atitudes apenas comprometem, definitivamente, o seu prestígio, a sua credibilidade? A “credibilidade” da “nossa” democracia?
Como é que esta gente acha que o país pode evoluir, comandado por gente assim (eles próprios), em que ninguém acredita? Como é que as pessoas podem ser mobilizadas para objectivos propostos por pessoas assim desacreditadas? Quando é que esta gente vai perceber o papel destruidor desta hipocrisia, em gente com responsabilidades?
Eles não sabem o valor, nem conhecem a importância da liberdade de expressão, da democracia, da idoneidade, da necessidade das pessoas, com responsabilidades, falarem verdade, serem honestas!