2004/12/02

Diagnosticar a DEMOCRACIA!

O que eu identifico como “DEMOCRACIA” é um sistema de vivência, em sociedade, que permita o bem-estar da generalidade das pessoas. Uma pessoa que conheço (que não posso, propriamente, designar como amiga), costuma dizer que “as pessoas nasceram para ser felizes”. Eu também acho! Só falta saber merecer, ou conquistar, esse “direito à felicidade”.
Os nossos antepassados foram obrigados a pôr fim ao sistema feudal, para acabar com a herança de cargos; para que as funções de responsabilidade passassem a ser entregues a quem tem capacidade para as exercer, deixando de pertencer, por direito de nascença (ou direito divino, como também era chamado), a qualquer indivíduo cuja actuação pudesse causar grandes danos à sociedade, como aconteceu muitas vezes.
Se juntarmos a estes “considerandos” o facto, real, já várias vezes afirmado, neste “blog”, de que todas as sociedades, em todos os tempos e lugares, “produzem” as pessoas adequadas para cada cargo e função; se juntarmos a isto o facto, real, de que todos os problemas da humanidade podem ser resolvidos pela humanidade, sendo isso que nos distingue das outras espécies (a capacidade de resolver problemas, por mais complexos que sejam); teremos que concluir que a nossa vivência no mundo actual (e neste país, em particular), NADA tem de “DEMOCRACIA”. Assim entendida (e praticada) a democracia tem respostas (e soluções) para todos os nossos problemas.
Aqui, (neste “blog”) é disso que “andamos à procura”!
É por isso que me indigno tanto com as vigarices actuais que nos pretendem impingir como democracia, a que nos pretendem amarrar, sem nos darem oportunidade de discutir, de decidir, se isso nos serve, ou não; se é isso que queremos
Os sistemas políticos que nos regem; a chamada Democracia Ocidental, que nos é imposta como uma coisa intrinsecamente boa, que não se pode contestar, sob pena de se praticar blasfémia, é um sistema pior que o sistema feudal. Porquê?
Porque, no sistema feudal, a eventualidade de um dado cargo ser exercido pelas pessoas certa, dependia do acaso; de um indivíduo certo nascer na família certa. Essa eventualidade concretizava-se, de vez em quando. Agora, com a nossa vida pública controlada por “grupos de tráfico de influências” essa eventualidade deixou de ser possível, porque (a iniciativa privada de) a acção, concertada, desses “grupos” (partidos incluídos), impede qualquer pessoa, minimamente honesta e competente, de chegar a qualquer cargo de relevo e, daí, poder ser útil à sociedade; ao mundo! É este o grande drama dos nossos dias. Não são os problemas; é a obstrução à sua resolução, decorrente destes “meadros”!
Por isso me “esganiço” tanto para conseguir divulgar (e fazer adoptar) formas de responsabilização dos titulares de cargos públicos, que sejam eficientes, que permitam “correr com os políticos incompetentes, para poderem “aparecer” as soluções.
No momento que vivemos (em que a convocação de eleições antecipadas, está longe de permitir ter esperança de vermos resolvidos os nossos problemas comuns), mais se justifica esta “luta”!
Voltarei a este assunto, não só nas questões “domésticas”, mas também ao nível mundial.
Acho que, por exemplo, as decisões da ONU que tenham que ver com a guerra, com a segurança do Mundo, só deveriam poder ser votadas pelos governantes que apresentassem provas inequívocas (obtidas por referendo) do apoio da maioria da respectiva população adulta. A decisão fina l deveria ser, obrigatoriamente, ratificada pela maioria qualificada da população mundial, em substituição do, absurdo, sistema actual dos direitos de veto. Alguma coisa me diz que, se assim tivesse sido, nos anos recentes, não estaríamos a viver uma guerra infame, nem outros conflitos igualmente absurdos e tenebrosos. Acho até que nem teria havido “onze de Setembro”, porque os objectivos com que foi executado, não seriam atingíveis. Mas isso é outra história, que fica para uma próxima.
Pensem nisso; e digam-me o que acham. Nalgum lugar tem de começar alguma forma de oposição, eficiente, a este descalabro que se vive no Mundo!
Nestas coisas, cada um tem a importância que quer ter e, pela parte que me toca, não será isso que me vai inibir de continuar esta luta (e outras), por mais árduas e espinhosas que sejam!