2004/12/06

Se Houvesse Competência!

Já ouvi, várias vezes, dizer que: se houvesse competência nos cargos de responsabilidade do nosso país, mais de 60% dos problemas do dia a dia, dos nossos concidadãos, não existiriam. Concordo com essa ideia; apenas acrescentaria, também, honestidade. Pode não parecer, mas é fundamental!
Ontem, deu-me a preguiça e não me apeteceu escrever nada de “original”. Hoje, acordei com algumas ideias, quando fui “explorá-las” surgiram-me outras e acabei com “um turbilhão de ideias”. Já nem sei como vou “sair” dele. Mas porque é que a “inspiração” não “vem” ao ritmo da nossa capacidade de concretização? O facto é que já há muito tempo que “sofro” este défice de capacidade de concretização.
Então vamos lá começar a “arrumar” algumas ideias:
Há dias, quando andava por aí “blogando”, encontrei, no “Vizinho” um texto muito interessante, intitulado “Bófia Surrreal”. Não consegui deixar um comentário, mas fiquei a pensar que a situação descrita é um bom exemplo de como funcionam todas as nossas instituições; onde é proibido fazer algo de útil, mas não tem a menor importância ser completamente inútil, “trabalhar muito para fazer coisa nenhuma”, a não ser criar dificuldades e problemas aos outros. É que o polícia recebe uma comissão por multa passada, quer ela seja recebível, quer não. Além disso, há sempre pessoas que não se dão ao trabalho de contestar, que acham que não têm como provar a contestação; que se distraem e acabam por pagar, porque não contestaram a tempo, etc., etc., etc., Mas o que me faz escrever este comentário é o facto de este tipo de comportamento ser perfeitamente generalizado (e, a meu ver, estar na base, da nossa catastrófica situação).
Vejamos, então, os efeitos sociais duma coisa destas: Qualquer das pessoas que se sentiram, assim, molestadas, ficou indignadíssima, revoltada, arreliada. O tempo que estas pessoas perderam, e fizeram perder a quem as atendeu, tem que ser, directamente, “debitado” nos motivos da nossa fraca produtividade, a juntar a muitos outros semelhantes. Este tipo de arbítrios, gratuitos, (leia-se: desonestidade) das Forças da Ordem, constitui uma das “motivações” para que as pessoas não se sintam “mobilizadas” a cumprir as suas obrigações fiscais, quantas vezes por pura retaliação, mas também por sentirem que “não ganham nada com isso”, como cidadãos. E deviam, sobretudo no reconhecimento da sua idoneidade, quando reclamam de coisas destas. O que nem sequer custa dinheiro!
Vem isto a propósito da campanha eleitoral, e das “medidas” que se espera (e exige) que o próximo governo tome. É bom que as pessoas pensem na eficiência das medidas; naquelas que, de facto, podem contribuir para melhorar a nossa situação! Isto é apenas um exemplo. Há muitos mais, e muito trabalho, imperioso, a fazer, para alterar este estado de coisas. Sem contar que estes “absurdos” também são como as cerejas: pega-se pela ponta dum e vem uma série de coisas atrás, que nem se imaginam, à partida! Por isso é que não há coragem, nem para resolver coisas assim tão simples. Não estou a pedir nada de transcendente! É só colocar as coisas no devido lugar! Vale uma apostinha que ninguém o vai fazer, seja quem for que ganhe as eleições?
É que (e isso é outra das minhas ideias de hoje) a dissolução da Assembleia não tem como objectivo resolver os nossos problemas. Nem sequer estes, que deviam ser tão simples de resolver!
Falta o meu apelo: como não acredito que alguma força política se dê ao trabalho de resolver, nem sequer, estes simples (mas enormes) problemas, apelo a todos que se ABSTENHAM, quer no referendo à constituição europeia, quer nas legislativas, porque eles nem nos merecem a maçada da deslocação às mesas de voto!
Mas disponho-me a mudar de ideias! Todos eles, ainda estão a tempo de fazerem o que tem que ser feito, de modo a me “obrigarem” a, em coerência, alterar o sentido do meu apelo! Pago para ver! Mas acho que nem com binóculos conseguirei ver o que quer que seja!