2004/12/28

A "Discussão" em "Alternativa"

Hoje, ainda estou com preguiça! Por isso vou transcrever, para aqui, dois comentários que deixei, no "blog Alternativa", que tem link na margem.
Transcrição:
Comentários em “Alternativa”
Retomo o comentário de "congeminações" só para acrescentar o seguinte:
Não só não se pode confiar na "gratidão" dos partidos, para com quem, eventualmente, os ajudasse a resolver os problemas do país; como é sabido (é facto já amplamente comprovado) que são capazes de ser traiçoeiros a ponto de "crucificarem" esses "ingénuos", se for necessário, para se apropriarem dos resultados do seu esforço.
Mas eu volto à mesma questão, à questão essencial: os problemas do país, são de todos nós; por isso a eficiência da governação não pode ficar condicionada pela perfídia das "elites" partidárias. Não se lhes pode continuar a permitir que não prestem contas; não se lhes pode consentir que continuem a reproduzir argumentos falaciosos e "vigaristas", para "justificarem" a sua incompetência, a sua ausência de vontade de consentir que os problemas sejam resolvidos, se isso colocar em causa os seus tachos! Para isso, há que dizer, divulgar e repetir, enquanto for necessário, três coisas:
(1) que todos os problemas têm solução;
(2) que existem, em todos os tempos e lugares, as pessoas adequadas para cada cargo e função;
(3) que é obrigação estrita dos governantes criar as condições para mobilizar as competências que permitam resolver os problemas do país; implementar as medidas e verificar que são as adequadas, sempre com escrupuloso respeito pela democracia; isto é: tendo em conta a opinião e a vontade da maioria dos cidadãos.
É simples fazer isto. Quem não quer são as pessoas que ganham mais do que o que valem; que se apropriam de vencimentos e regalias que não lhes são devidas e não os querem perder.
Se conseguirmos fazer com que todas as pessoas que pensam assim sejam ouvidas, se conseguirmos que os políticos sejam avaliados (e punidos) a partir destes factos, tudo tem de começar a mudar, de facto.
A valoração da abstenção é apenas um meio para fazer reflectir, nos eleitos, a "punição" merecida pelos actos ou omissões.

Voltei aqui, para deixar um tema de reflexão. Não tenho dúvida em reconhecer que todos andamos à procura de vias de solução para os nossos problemas comuns, em que os nossos actuais políticos falharam redondamente. O objectivo do artigo que motivou este "post" também parece ser encontrar meios de provocar a renovação da classe política e dirigente; do que eu discordo é da eficiência das "soluções" apontadas.
A minha proposta de valoração da abstenção, como forma de responsabilização dos políticos, materializa-se de duas formas:
(1) Só tomam posse os deputados realmente eleitos; os lugares que correspondem à abstenção ficam vazios;
(2)O tempo de permanência nos cargos, em cada mandatos deve ter duração proporcional à respectiva representatividade, calculada em relação ao total de eleitores (total da população adulta). Significa que, num mandato de 5 anos, se o(s) eleito(s) obtiver(em) apenas 30% dos votos, só permanece(m) no cargo durante um ano e meio. Findo este periodo, a sua permanência terá de ser referendada, não podendo voltar a candidatar-se se não obtiver(em) a maioria das opiniões positivas. Querem forma melhor (e mais eficiente) para obrigar os partidos a se renovarem? Seria uma "caça" à eficiência que nunca mais acabava.
No "post" anterior encontrei um comentário de alguém que se recusa a "entrar" pela atribuição das culpas à incompetência dos políticos. Que me perdoe o autor, mas isso é opinião de quem não compreende que existem soluções para todos os nossos problemas e as pessoas adequadas para cada cargo; de quem não compreende que os nossos piores problemas provêm da forma como os políticos se comportam, isto é: da forma de fazer política, onde as pessoas acham normal, justificado e "benéfico" recorrerem a todo o tipo de mentiras e desonestidade; de quem não percebe, nem aceita, o valor da democracia. Não sabe que a superioridade da democracia reside precisamente no facto de permitir encontrar as boas soluções para todos os nossos problemas.
De facto, assim, ficamos num beco sem saída! Porque surgem as propostas que só são boas porque são de quem as formula; que consistem, apenas, em "mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma"; as propostas de quem nem na sua própria capacidadeas acredita; propostas que ninguém ouve, em que ninguém acredita.
É preciso, é urgente, recuperar a confiança da maioria das pessoas, para que o país possa progredir! Não há soluções milagrosas, de nenhuma "ilustre cabeça", por maior que seja a sua "fama". Famas fazem-se e desfazem-se; os nossos problemas comuns têm de ser resolvidos, apesar disso!